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Muito cedo, os bebês emitem sons articulados que lhes dão prazer e que revelam
seu esforço para comunicar-se com os outros. Os adultos ou crianças mais velhas
interpretam essa linguagem peculiar, dando sentido à comunicação dos bebês. A
construção da linguagem oral implica, portanto, na verbalização e na negociação de
sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se. Ao falar com os
bebês, os adultos, principalmente, tendem a utilizar uma linguagem simples, breve e
repetitiva, que facilita o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Outras
vezes, quando falam com os bebês ou perto deles, adultos e crianças os expõem à
linguagem oral em toda sua complexidade, como quando, por exemplo, na situação de
troca de fraldas, o adulto fala: “Você está molhado? Eu vou te limpar, trocar a fralda e
você vai ficar sequinho e gostoso!”.
OBJETIVOS
Crianças de zero a três anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos
deverão
ser aprofundados e ampliados, promovendo-se, ainda, as seguintes capacidades nas
crianças:
• ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e
expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e
escritos e participando de diversas situações de intercâmbio
social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras
pessoas, elaborar e responder perguntas;
• familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros,
revistas e outros portadores de texto e da vivência de diversas
situações nas quais seu uso se faça necessário;
• escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor;
• interessar-se por escrever palavras e textos ainda que não de
forma convencional;
• reconhecer seu nome escrito, sabendo identificá-lo nas diversas
situações do cotidiano;
• escolher os livros para ler e apreciar.
CONTEÚDOS
Orientações didáticas
Cabe ao professor, atento e interessado, auxiliar na construção conjunta das falas das
crianças para torná-las mais completas e complexas. Ouvir atentamente o que a
criança diz para ter certeza de que entendeu o que ela falou, podendo checar com ela,
por meio de perguntas ou repetições, se entendeu mesmo o que ela quis dizer,
ajudará a continuidade da conversa. Para as crianças muito pequenas uma palavra,
como “água”, pode ser significada pelo adulto, dependendo da situação, como: “Ah!
Você quer água?”, ou “Você derrubou água no chão”. Os professores podem funcionar
como apoio ao desenvolvimento verbal das crianças, sempre buscando trabalhar com
a interlocução e a comunicação efetiva entre os participantes da conversa.
O professor tem, também, o importante papel de “evocador” de lembranças. Objetos
e figuras podem ser desencadeadores das lembranças das crianças e seu uso pode
ajudar a enriquecer a narrativa delas.
Cabe ao professor, atento e interessado, auxiliar na construção conjunta das falas das
crianças para torná-las mais completas e complexas. Ouvir atentamente o que a
criança diz para ter certeza de que entendeu o que ela falou, podendo checar com ela,
por meio de perguntas ou repetições, se entendeu mesmo o que ela quis dizer,
ajudará a continuidade da conversa. Para as crianças muito pequenas uma palavra,
como “água”, pode ser significada pelo adulto, dependendo da situação, como: “Ah!
Você quer água?”, ou “Você derrubou água no chão”. Os professores podem funcionar
como apoio ao desenvolvimento verbal das crianças, sempre buscando trabalhar com
a interlocução e a comunicação efetiva entre os participantes da conversa.
O professor tem, também, o importante papel de “evocador” de lembranças. Objetos
e figuras podem ser desencadeadores das lembranças das crianças e seu uso pode
ajudar a enriquecer a narrativa delas.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
O trabalho com a linguagem oral deve se orientar pelos seguintes pressupostos:
• escutar a criança, dar atenção ao que ela fala, atribuir sentido,
reconhecendo que quer dizer algo;
• responder ou comentar de forma coerente aquilo que a criança
disse, para que ocorra uma interlocução real, não tomando a
fala do ponto de vista normativo, julgando-a se está certa ou
errada. Se não se entende ou não se dá importância ao que foi
dito, a resposta oferecida pode ser incoerente com aquilo que
a criança disse, podendo confundi-la. A resposta coerente
estabelece uma ponte entre a fala do adulto e a da criança;
• reconhecer o esforço da criança em compreender o que ouve
(palavras, enunciados, textos) a partir do contexto comunicativo;
• integrar a fala da criança na prática pedagógica, ressignificando-
a.
O trabalho com as crianças exige do professor uma escuta e atenção real às suas
falas, aos seus movimentos, gestos e demais ações expressivas.
A fala das crianças traduz seus modos próprios e particulares de pensar e não pode
ser confundida com um falar aleatório. Ao contrário, cabe ao professor ajudar as
crianças a explicitarem, para si e para os demais, as relações e associações contidas
em suas falas, valorizando a intenção comunicativa para dar continuidade aos
diálogos. A criação de um clima de confiança, respeito e afeto em que as crianças
experimentam o prazer e a necessidade de se comunicar apoiadas na parceria do
adulto, é fundamental. Nessa perspectiva, o professor deve permitir e compreender
que o freqüente burburinho que impera entre as crianças, mais do que sinal de
confusão, é sinal de que estão se comunicando. Esse burburinho cotidiano é revelador
de que dialogam, perguntam e respondem sobre assuntos relativos às atividades que
estão desenvolvendo — um desenho, a leitura de um livro etc. — ou apenas de que
têm a intenção de se comunicar.
PRÁTICAS DE LEITURA
• Participação nas situações em que os adultos lêem textos de
diferentes gêneros, como contos, poemas, notícias de jornal,
informativos, parlendas, trava-línguas etc.
• Participação em situações que as crianças leiam, ainda que
não o façam de maneira convencional.
• Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de
nomes do grupo nas situações em que isso se fizer necessário.
• Observação e manuseio de materiais impressos, como livros,
revistas, histórias em quadrinhos etc., previamente
apresentados ao grupo.
• Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Práticas de leitura para as crianças têm um grande valor em si mesmas, não sendo
sempre necessárias atividades subseqüentes, como o desenho dos personagens, a
resposta de perguntas sobre a leitura, dramatização das histórias etc. Tais atividades
só devem se realizar quando fizerem sentido e como parte de um projeto mais amplo.
Caso contrário, pode- se oferecer uma idéia distorcida do que é ler.
A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta
da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma das palavras.
Ouvir um texto já é uma forma de leitura.
É de grande importância o acesso, por meio da leitura pelo professor, a diversos tipos
de materiais escritos, uma vez que isso possibilita às crianças o contato com práticas
culturais mediadas pela escrita. Comunicar práticas de leitura permite colocar as
crianças no papel de “leitoras”, que podem relacionar a linguagem com os textos, os
gêneros e os portadores sobre os quais eles se apresentam: livros, bilhetes, revistas,
cartas, jornais etc.
Uma prática constante de leitura deve considerar a qualidade literária dos textos. A
oferta de textos supostamente mais fáceis e curtos, para crianças pequenas, pode
resultar em um empobrecimento de possibilidades de acesso à boa literatura.
Ler não é decifrar palavras. A leitura é um processo em que o leitor realiza um trabalho
ativo de construção do significado do texto, apoiando-se em diferentes
estratégias, como seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor e de tudo o que
sabe sobre a linguagem escrita e o gênero em questão. O professor não precisa omitir,
simplificar ou substituir por um sinônimo familiar as palavras que considera difíceis,
pois, se o fizer, correrá o risco de empobrecer o texto. A leitura de histórias é uma rica
fonte de aprendizagem de novos vocabulários. Um bom texto deve admitir várias
interpretações, superando-se, assim, o mito de que ler é somente extrair informação
da escrita.
PRÁTICAS DE ESCRITA
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS