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PREFÁCIO: POR QUE AUTOCONFRONTAÇÃO?

Autoconfrontação? Não seria apenas uma outra maneira para dizer "autocondenação"? Não
é contraproducente para uma vida satisfatória? Em lugar de confrontar a mim mesmo, eu não
deveria estar edificando a mim mesmo? Eu não deveria evitar tudo quanto possa diminuir a minha
auto-estima ou auto-imagem? Não devo aprender a amar a mim mesmo antes de poder amar aos
outros? Não devo saber como perdoar a mim mesmo para poder ter paz e alegria verdadeiras?

Perguntas como estas refletem o fato de que muitas pessoas estão seguindo um
ensinamento falso que tem estado presente entre nós desde o início dos tempos, mas que está
alcançando uma popularidade sem precedente na igreja de hoje. Trata-se da "doutrina" da
exaltação e satisfação do eu. A preocupação consigo mesmo baseia-se no entendimento errôneo
do relacionamento do homem com Deus, não é bíblica e impede o crescimento espiritual.

Exaltação e satisfação do eu têm tido sempre consequências devastadoras. A ênfase no


eu foi a origem da queda de Satanás (Isaías 14:13-14) e estava também no âmago da primeira
tentação do homem (Gênesis 3:1-6). Uma atração mal-sucedida à exaltação e satisfação do eu
foi o âmago da tentação do Senhor Jesus Cristo por Satanás (Lucas 4:2-12). Exaltação e
satisfação do eu alcançarão o seu auge nos últimos tempos quando, conforme a Bíblia prediz, os
homens serão amantes de si mesmos (2 Timóteo 3:1-2).

Em vez de agradar ou exaltar a si mesmo, a Bíblia diz que você deve examinar a si mesmo
(ou confrontar) e se humilhar (Mateus 23:12; 1 Coríntios 11:31) porque o seu coração é enganoso
e desesperadamente corrupto, além do que se possa compreender (Jeremias 17:9). O primeiro
passo na autoconfrontação é admitir diante de Deus a sua pecaminosidade e a sua condição de
perdido (Salmo 14:1-3; Romanos 3:10-12), e depois voltar-se para Ele como a sua única fonte de
esperança para a salvação eterna (Romanos 6:23). Deus provê a salvação pela fé como um ato
de misericórdia e dom da Sua graça, não por encontrar algo bom em você ou por você ser capaz
de fazer alguma coisa que mereça o Seu amor e favor (Efésios 2:8-9; Tito 3:5-7).

A autoconfrontação deve prosseguir ao longo da sua caminhada cristã se você deseja evitar
a hipocrisia de julgar os fracassos dos outros sem antes examinar a sua vida de modo bíblico
(Mateus 7:1-5; Lucas 6:41-42). E, ainda mais importante, a autoconfrontação deve ocorrer de
acordo com a Palavra de Deus (2 Timóteo 3:16-17; Hebreus 4:12).

Nem sempre será fácil confrontar a si mesmo nos moldes bíblicos e, às vezes, será uma
experiência penosa. Todavia, o Espírito Santo, o Auxiliador, vai ajudá-lo (João 16:8, 13-14) a
encarar os seus pecados, fracassos e falhas. Ele vai confortá-lo, ensiná-lo e guiá-lo a toda verdade
para que a sua tristeza possa se transformar em alegria permanente (João 14:16, 26; 15:11).

Se há uma ênfase singular que permeia esse treinamento, ela atua no sentido de que você
verifique biblicamente se está procurando agradar a si mesmo ou a Deus em tudo quanto pensa
e faz (2 Coríntios 5:9; Colossenses 1:10; 3:2, 17). Conforme você mesmo poderá logo descobrir,
o objetivo desse curso de discipulado pessoal e treinamento em aconselhamento bíblico não é
ensiná-lo a salvar a sua vida, mas a perdê-la por amor a Jesus (Mateus 16:24-25; Lucas 9:23-24)
mediante o processo auto-avaliação biblica.

Que Deus abençoe as verdades da Palavra em sua vida à medida que você der início a um
processo fiel e constante de autoconfrontação bíblica.

©Biblical Counseling Foundation

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