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Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho”


FEIS – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira

2º Relatório Transferência de Calor e


Massa II
Trocador de Calor Duplo Tubo: Escoamento Contra-
corrente e Paralelo

Engenharia Mecânica
Docente: Gabriel Bertacco – Departamento de Engenharia Mecânica
Discentes: Bruna Spila de Lucca 161050204
Bianca Taís Visoná Carnielo 161051261
Data: 21/05/2019

Ilha Solteira, SP
1. Objetivos
Calcular o coeficiente global de transferência de calor, U, em um trocador de calor duplo
tubo. Comparar os valores obtidos experimentalmente e através de correlações de Nusselt.

2. Introdução Teórica
Trocadores de calor são aparelhos amplamente utilizados na indústria como forma de
promover o resfriamento ou aquecimento de fluidos de trabalho, neles ocorre a transferência
de energia na forma de calor entre duas ou mais massas de fluido que podem ou não estar em
contato direto.

Estes equipamentos são utilizados, por exemplo, no resfriamento do óleo do motor,


radiadores e condicionamento de ar em um veículo. Também são utilizados no arrefecimento
de componentes eletrônicos e na conversão de energia como solar, nuclear e termoelétrica.

Informações importantes no projeto deste tipo de equipamento são a quantidade de calor


trocada entre os fluidos e o coeficiente global de transferência de calor (U). Estes parâmetros
podem ser determinados por meio das seguintes relações:

𝑞" = −𝑚̇𝑞 ⋅ 𝑐𝑝,𝑞 ⋅ Δ𝑇𝑞 = 𝑚̇𝑓 ⋅ 𝑐𝑝,𝑓 ⋅ Δ𝑇𝑓 (1)


Onde q” é a quantidade de calor transferida por metro quadrado, 𝑚̇ é a vazão mássica do
fluido, c é o calor específico e ΔT é a diferença de temperatura entre o início e o fim do
escoamento, além disso, os sub índices q e f significam quente e frio, respectivamente.

𝑞 = 𝑈 ⋅ 𝐴 ⋅ Δ𝑇𝑚𝑙 (2)
Onde q é a quantidade de calor trocado, U é o coeficiente global de transferência de calor,
A é área de troca de calor e ΔTml é a temperatura média logarítmica, que pode ser determinada
da seguinte maneira:
Δ𝑇2 − Δ𝑇1
Δ𝑇𝑚𝑙 =
Δ𝑇 (3)
ln (Δ𝑇2 )
1
Sendo,

Δ𝑇1 = 𝑇𝑞,𝑠 − 𝑇𝑓,𝑠


Δ𝑇2 = 𝑇𝑞,𝑒 − 𝑇𝑓,𝑒 (4)
Onde os sub índice s e e indicam o fluido que está saindo e aquele que está entrando
respectivamente.

O coeficiente global de transferência de calor também pode ser determinado pela


combinação do inverso das resistências térmicas do fluido quente, do fluido frio e da parede que
os separa. Considerando um trocador de calor de tubo com um líquido passando internamente
e outro externamente, tem-se:
1 1 1 1 ln(𝐷𝑒 /𝐷𝑖 ) 1 (5)
= = = + +
𝑈𝐴 𝑈𝑖 𝐴𝑖 𝑈𝑒 𝐴𝑒 ℎ𝑖 𝐴𝑖 2𝜋𝑘𝐿 ℎ𝑒 𝐴𝑒

De forma que o coeficiente global será:


1 (4)
𝑈𝑒 =
𝐴𝑒 𝐴 ln(𝐷𝑒 /𝐷𝑖 ) 1
+ 𝑒 +
ℎ𝑖 𝐴𝑖 2𝜋𝑘𝐿 ℎ𝑒
Onde Ae é a área externa e Ai é a interna, De é o diâmetro externo e Di é o interno, L é o
comprimento do tubo, k é a condutividade térmica do metal e h é o coeficiente de transferência
de calor, o qual é determinado por meio de correlações de Nusselt:
hL (5)
𝑁𝑢 = 0,023𝑅𝑒 0,8 𝑃𝑟 n =
k

Onde k é a condutividade térmica do fluido, Re é o número de Reynolds e Pr o número de


Prandtl, para o aquecimento n é 0,4 e para o resfriamento n é 0,3.

Para determinação desses parâmetros é necessário conhecer os valores de temperatura


mostrados nas Eqs. (1) a (4), as quais são aferidas por meio de termopares cuja curva de
calibração é dada pela seguinte equação:

T(V) = (22, 819V[mV] + 4, 229)°C (6)

3. Procedimentos
Utilizando o aparato experimental mostrado na Figura 1, foram feitas três medidas para
vazões de água diferentes das temperaturas de entrada e saída de água quente e de água fria.
Este procedimento foi realizado para duas configurações de fluxo: paralelo e cruzado.

As temperaturas foram aferidas utilizando termopares conforme mostra a Tabela 3.1.

Figura 1: Aparato Experimental

Fonte: Referência [2]


Tabela 3.1: Ordem dos termopares para cada configuração de fluxo

Configuração de T1 T2 T3 T4
fluxo
Paralelo Entrada fria Saída fria Entrada quente Saída quente
Cruzado Saída fria Entrada fria Entrada quente Saída quente
Fonte: Referência [2]

O trocador de calor mostrado na Fig. 1 é de aço galvanizado e suas dimensões se encontram


na Tabela 3.2:

Tabela 3.2: Dimensões do trocador de calor

Comprimento (L) 5,2m


Diâmetro interno quente (𝑫𝒊,𝒒) 41,5mm
Diâmetro externo quente (𝑫𝒆,𝒒) 48mm
Diâmetro interno frio (𝑫𝒊,𝒇 ) 79mm
Diâmetro externo frio (𝑫𝒆,𝒇) 89mm
Fonte: Referência [2]

4. Resultados e Discussões

Esta seção apresenta os resultados obtidos experimentalmente, bem como as


discussões feitas a partir de suas análises em comparação com os resultados teóricos.

4.1 Escoamentos paralelos e contra-corrente

Os resultados analisados neste documento dizem respeito a escoamentos de água fria


e quente em um mesmo sentido em tubos concêntricos e em sentidos contrários, para efeitos
comparativos. As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados obtidos pela utilização dos termopares
para medir as tensões de entrada e saída, em 𝑚𝑉, dos escoamentos quente e frio. Também, nas
mesmas tabelas, estão convertidos tais dados para seus respectivos valores de temperatura, em
°𝐶, pela Eq. (6) da curva de calibração dos termopares.

Tabela 1: Dados coletados e temperaturas calculadas para correntes paralelas.

fria quente fria quente


e [𝒎𝑽] s [𝒎𝑽] e [𝒎𝑽] s [𝒎𝑽] Te [°𝑪] Ts [°𝑪] Te [°𝑪] Ts [°𝑪]
1,13 1,27 1,683 1,557 30,014 33,209 42,633 39,758
1,13 1,278 1,693 1,568 30,014 33,392 42,862 40,009
1,13 1,293 1,686 1,583 30,014 33,734 42,702 40,351
Fonte: autoria própria.

sendo que e representa os valores de entrada, e s, a saída.

Tabela 2: Dados coletados e temperaturas calculadas para correntes cruzadas.

fria quente fria quente


e [𝒎𝑽] s [𝒎𝑽] e [𝒎𝑽] s [𝒎𝑽] Te [°𝑪] Ts [°𝑪] Te [°𝑪] Ts [°𝑪]
1,088 1,246 1,701 1,582 29,056 32,661 43,044 40,329
1,095 1,246 1,707 1,566 29,216 32,661 43,181 39,964
1,092 1,234 1,714 1,559 29,147 32,388 43,341 39,804
Fonte: autoria própria.

Os dados obtidos pelos rotâmetros, isto é, medidores de vazão, são apresentados na


Tabela 3, para cada um dos fluidos, quente e frio, em ambos escoamentos paralelos e contra-
corrente. Nota-se que a vazão do escoamento frio permaneceu constante durante todo o
experimento.

Tabeça 3: Vazões dos escoamentos quentes paralelos e contra-correntes obtidas pelos


rotâmetros.

paralelas cruzadas
𝑸𝟏 [𝑳/𝒉] 𝑸𝟐 [𝑳/𝒉] 𝑸𝟑 [𝑳/𝒉] 𝑸𝟏 [𝑳/𝒉] 𝑸𝟐 [𝑳/𝒉] 𝑸𝟑 [𝑳/𝒉]
fria 600 600 600 600 600 600
quente 650 730 950 800 700 600
Fonte: autoria própria.

Para fins de cálculo, realizados no software Excel, os valores de vazão foram convertidos
de 𝐿/ℎ para 𝑚3 /𝑠, e seus valores correspondentes estão na Tabela 4.

Tabela 4: Vazões dos escoamentos quentes paralelos e contra-correntes convertidas.

𝑳/𝒉 600 650 730 950 800 700


𝒎𝟑 /𝒔 0,17 0,18 0,20 0,26 0,22 0,19
Fonte: autoria própria.

Com os dados de temperatura de entrada e saída quentes e frias, mostrados nas Tabelas
1 e 2, é possível ilustrar os perfis de temperatura para os fluidos a diferentes temperaturas para
os casos de escoamentos paralelos e cruzados, de aspecto qualitativo. As curvas obtidas são
mostrados nas Figuras 4.1 e 4.2.

Figura 4.1: Curva de temperatura para escoamentos paralelos.

Fonte: autoria própria.

Figura 4.2: Curva de temperatura para escoamentos em contra-corrente.


Fonte: autoria própria.

Pelas figuras, note que, como esperado, o calor é transferido do fluido quente para o
fluido frio, reduzindo a temperatura do primeiro da entrada até a saída, elevando a temperatura
do último.

Por fim, as Tabelas 5 e 6 apresentam as variáveis necessárias para a determinação do


coeficiente global de transferência de calor, sendo esses valores: as temperaturas de filme (para
obtenção das propriedades da água quente e fria, como o calor específico 𝐶𝑝). Então, pela Eq.
(1), calculam-se os fluxos de calor trocados entre os fluidos.

Tabela 5: Calores trocados entre correntes paralelas.

𝑻𝒇 [𝑲] 𝑪𝒑 [𝑱/𝒌𝒈𝑲] 𝒒′′ [𝑾/𝒎𝑲]


304,612 4178,078 2220,140
fria 304,703 4178,059 2346,995
304,874 4178,025 2584,845
314,196 4178,839 -2165,031
quente 314,435 4178,887 -2412,227
314,527 4178,905 -2586,712
Fonte: autoria própria.

Tabela 6: Calores trocados entre correntes cruzadas.

𝑻𝒇 [𝑲] 𝑪𝒑 [𝑱/𝒌𝒈𝑲] 𝒒′′ [𝑾/𝒎𝑲]


303,859 4178,078 2505,58703
fria 303,939 4178,0594 2394,569547
303,767 4178,025 2251,828411
314,686 4178,839 -2516,618
quente 314,572 4178,887 -2609,170
314,572 4178,905 -2458,500
Fonte: autoria própria.
Percebe-se que, como esperado, os fluxos de calor cedidos pelas correntes quentes e
absorvidos pelas frias em paralelo com essas, para cada valor de temperatura de filme, são
muito próximos e, portanto, tais resultados são satisfatórios. Já no caso de contra-correntes, as
taxas de transferência de calor da água quente apresentam valores um pouco mais altos que as
da água fria, mostrando que a troca de calor entre os fluidos é maior para a água quente em
escoamento de sentido contrário, i.e., que a água fria perde mais calor do que recebe.

Então, para o cálculo do coeficiente global de troca de calor experimental, 𝑈𝑒 , utilizam-


se os valores médios de fluxo de calor entre os fluidos. Para isso, calcula-se, também, a varição
média logarítmica de temperatura entre a entrada e a saída, 𝛥𝑇𝑙𝑚 , utilizando a Eq. (3). Os
resultados obtidos são mostrados na Tabela 7 e 8.

Tabela 7: Calores médios trocados, ∆𝑇𝑙𝑚 e coeficientes globais de troca de calor experimentais
para correntes paralelas.

Vazão [L/h] q'' med [W/mK] ΔTlm [°C] Ue [W/m2 K]


650 2192,586 9,255 302,138
730 2379,611 9,390 323,167
950 2585,778 9,326 353,610
Fonte: autoria própria.

Tabela 8: Calores médios trocados, ∆𝑇𝑙𝑚 e coeficientes globais de troca de calor experimentais
para correntes cruzadas.

Vazão [L/h] q'' med [W/mK] ΔTlm [°C] Ue [W/m2 K]


800 2511,102 10,513 304,615
700 2501,870 10,276 310,486
600 2355,168 10,441 287,670
Fonte: autoria própria.

Observa-se que, para maiores vazões de água quente em sentido paralelo, maior é a
taxa de transferência de calor e o coeficiente global de transferência de calor.
Consequentemente, menor é a varição média logarítmica de temperatura entre a entrada e a
saída.

Para o cálculo dos coeficientes globais de troca de calor teóricos, 𝑈𝑒 é necessária a


obtenção de outros parâmetros que levam em consideração fatores como tipo de escoamento,
geometria e material. Portanto, na Tabela 9, são apresentados, para água quente e fria, os
valores de viscosidade dinâmica, 𝜇, coeficiente de condutividade térmica, 𝑘, e número de
Prandtl, 𝑃𝑟. Considerando a densidade da água quente/fria 𝜌 = 998 𝑘𝑔/𝑚3 .

Tabela 9: Propriedades da água.

quente [𝟑𝟐𝟎 𝑲] fria [𝟑𝟎𝟎 𝑲]


𝝁 [𝑵𝒔/𝒎𝟐 ] 631 × 10−6 769 × 10−6
𝒌 [𝑾/𝒎𝑲] 634 × 10−3 620 × 10−3
𝑷𝒓 4,16 5,20
Fonte: [X]

Então, pelos diâmetros dos tubos e sabendo sua a rugosidade do tudo é de 1,5 × 10−4,
é possível determinar o fator de atrito 𝑓 pelo diagrama de Moody, a partir dos valores de
Reynolds calculados, apresentados na Tabela 11. Os fatores de atrito encontrados estão na
Tabela 10.

Tabela 10: Fator de atrito.

e e/D f
fria 0,00015 0,001898734 0,042
0,003614458
quente 0,00015 0,003614458 0,038
0,003614458
Fonte: autoria própria.

Com isso, sabendo que, para o aço galvanizado, 𝑘 = 66,38 𝑊/𝑚𝐾, obtêm-se, pela Eq.
(5) para escoamentos turbulentos, os valores de número de Nusselt e os coeficientes de
transferência de calor ℎ para, por fim, utilizando a Eq. (4), calcular os valores teóricos de
coeficientes globais de transferência de calor.

Tabela 11: Reynolds, Nusselt, coeficiente de transferência de calor e coeficientes globais


teóricos para correntes paralelas.

𝑹𝒆 𝑵𝒖 𝒉 𝑼𝒕 [𝑾/𝒎𝟐 𝑲]
fria 5737,488 11,225 351,793 -
8761,411 64,204 980,849 77,056
quente 9839,739 73,124 1117,122 77,920
12805,139 97,654 1491,875 79,531
Fonte: autoria própria.

Tabela 11: Reynolds, Nusselt, coeficiente de transferência de calor e coeficientes globais


teóricos para correntes cruzadas.

𝑹𝒆 𝑵𝒖 𝒉 𝑼𝒕 [𝑾/𝒎𝟐 𝑲]
fria 5737,489 11,225 351,793 -
10783,275 80,929 1236,362 78,531
quente 9435,366 69,779 1066,020 77,620
8087,456 58,629 895,678 76,396
Fonte: autoria própria.

Como os valores de número de Reynolds são, em todos os resultados, maiores do que


2300, prova-se que a utilização das correlações para escoamento turbulento são válidas, uma
vez que esse é o parâmetro de transição entre laminar e turbulento. E, comparando os
coeficientes 𝑈 teóridos e experimentais obtidos, é possível calcular os erros percentuais
atribuídos a cada valor calculado. Tais erros estão mostrados na Tabela 12.

Tabela 12: Erros percentuais entre os coeficientes globais experimentais e teóricos para
correntes paralelas e cruzadas.

𝑼𝒆 [𝑾/𝒎𝟐 𝑲] 𝑼𝒕 [𝑾/𝒎𝟐 𝑲] Erro [%]


302,138 77,056 74,50
paralelas 323,167 77,920 75,89
353,610 79,531 77,51
304,615 78,531 74,22
cruzadas
310,486 77,620 75,00
287,670 76,396 73,44
Fonte: autoria própria.

Tais discrepâncias entre esses resultados, podem ser explicadas por fatores como: os
tubos concêntricos não estarem perfeitamente isolados, como foi assumido na realização dos
cálculos (o que explica a diferença entre os fluxos de calor cedidos e recebidos); o escoamento
não estar completamente desenvolvido, embora tenha sido considerado dessa forma; a
presença de corante na água do rotâmetro usado para medir a vazão de água quente; existência
de erros de paralaxe. Além disso, as correlações utilizadas para obtenção dos resultados são
para tubos lisos e, embora as correlações utilizadas sejam para tubos lisos, os tubos utilizados
podem ter uma certa rugosidade, o que influencia no escoamento, principalemente o regime
sendo turbulento, no qual a subcamada viscosa é menor e a rugosidade, mesmo que pequena,
exerce maior influência. A provável fonte de erro mais significativa é o fato de ter sido usada a
correlação de Nusselt para valores de Reynolds acima de 3000 e, portanto, para escoamento
turbulento. No entanto, a água fria corre em regime laminar.

5. Conclusão

Pelos resultados obtidos, nota-se que o experimento não obteve resultados


satisfatórios, uma vez que os erros obtidos estão acima de 70%, com valor máximo de 77,51% e
mínimo de 73,44%. Tais discrepâncias entre esses resultados, podem ser explicadas por fatores
como os tubos concêntricos não estarem perfeitamente isolados, como foi assumido na
realização dos cálculos, o escoamento não estar completamente desenvolvido e pela presença
de corante na água do rotâmetro usado para medir a vazão de água quente, bem como a
existência de erros de paralaxe. Além disso, embora as correlações utilizadas sejam para tubos
lisos, os tubos utilizados podem ter uma certa rugosidade que influencia no escoamento, bem
como a utilização da correlação de Nusselt para regime turbulento em todos os escoamentos,
mesmo no laminar. Ao final, foram obtidos os coeficientes globais de troca de calor para os
escoamentos analisados, em paralelo e em contra-corrente.

6. Referências Bibliográficas
Anexo
A.1 Correntes em paralelo

A.2 Contra-corrente

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