Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
158/0001-38
Primeira edição
01.08.2017
Transformadores de potência
Parte 7: Guia de carregamento para
transformadores imersos em líquido isolante
Power transformers
Part 7: Loading guide for liquid-immersed power transformers
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Número de referência
ABNT NBR 5356-7:2017
72 páginas
© ABNT 2017
Impresso por: MT - Cuiabá - IMPRESSÃO
CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO ESTADO DO MATO GROSSO– CREA-MT - CNPJ 03.471.158/0001-38
© ABNT 2017
Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por
escrito da ABNT.
ABNT
Av.Treze de Maio, 13 - 28º andar
20031-901 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 3974-2300
Fax: + 55 21 3974-2346
abnt@abnt.org.br
www.abnt.org.br
Sumário Página
Prefácio..............................................................................................................................................viii
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................1
4 Símbolos e abreviaturas.....................................................................................................3
5 Efeitos do carregamento acima das condições nominais da placa de identificação...5
5.1 Introdução............................................................................................................................5
5.2 Consequências gerais........................................................................................................6
5.3 Efeitos e perigos de um carregamento emergencial de curta duração.........................7
5.4 Efeitos de carregamento de emergência de longa duração...........................................7
5.5 Tamanho do transformador................................................................................................8
5.6 Papéis isolantes termoestabilizados e não termoestabilizados.....................................8
6 Taxa de envelhecimento relativo e vida da isolação do transformador......................10
6.1 Geral...................................................................................................................................10
6.2 Taxa de envelhecimento relativo.....................................................................................10
6.3 Cálculo da perda de vida.................................................................................................. 11
6.4 Vida da isolação................................................................................................................ 11
7 Limitações..........................................................................................................................12
7.1 Limitações de corrente e temperatura............................................................................12
7.2 Limitações especificas para transformadores de distribuição....................................13
7.2.1 Limitações de corrente e temperatura............................................................................13
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Anexo G (informativo) Requisitos adicionais sobre a isolação líquida, sólida e vida útil do
papel...................................................................................................................................54
G.1 Considerações gerais.......................................................................................................54
G.2 Degradações do papel isolante.......................................................................................54
Anexo H (normativo) Ensaio de elevação de temperatura de transformadores
em sobrecarga a ser aplicado nos transformadores da rede básica...........................57
H.1 Considerações gerais.......................................................................................................57
H.2 Introdução e objetivo........................................................................................................57
H.3 Requisitos funcionais e especificação para fabricação................................................58
H.3.1 Referências........................................................................................................................58
H.3.2 Vida útil..............................................................................................................................58
H.3.3 Capacidade de carregamento..........................................................................................58
H.3.3.1 Subsídios para elaboração da especificação do transformador..................................58
H.3.3.2 Situações de carregamento normatizadas e reguladas................................................58
H.3.3.3 Situações de carregamento estabelecidas.....................................................................59
H.3.3.4 Situações de carregamento para dimensionamento.....................................................61
H.4 Ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga......................................................61
H.4.1 Objetivo..............................................................................................................................61
H.4.2 Premissas..........................................................................................................................62
H.4.3 Critérios..............................................................................................................................62
H.4.3.1 Expectativa de vida...........................................................................................................62
H.4.3.2 Limites de temperatura.....................................................................................................62
H.4.3.3 Gases dissolvidos no óleo – DGA...................................................................................62
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Figuras
Figura 1 – Envelhecimento acelerado em tubo selado em óleo mineral a 150 °C.........................9
Figura 2 – Diagrama térmico.............................................................................................................17
Figura 3 – Elevação de temperatura local acima da temperatura do ar no enrolamento de
120 kV com um fator de carga de 1,6..............................................................................18
Figura 4 – Elevação de temperatura local acima da temperatura do ar no enrolamento de
410 kV com um fator de carga de 1,6..............................................................................18
Tabelas
Tabela 1 – Vida do papel sob condições variadas............................................................................9
Tabela 2 – Taxas de envelhecimento relativo em função da temperatura do ponto
mais quente.......................................................................................................................10
Tabela 3 – Tempo de vida normal para um sistema de isolação com baixas concentrações
de oxigênio e umidade, a uma temperatura de referência de 110 °C........................... 11
Tabela 4 – Limites de corrente e temperatura aplicáveis para carregamento
acima dos valores nominais de placa.............................................................................12
Tabela 5 – Características térmicas recomendadas para equações exponenciais.....................23
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais
direitos de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados
à ABNT a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação em Regulamentos Técnicos.
Nestes casos, os Órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas
para exigência dos requisitos desta Norma.
A ABNT NBR 5356, sob o título geral, “Transformadores de potência”, tem previsão de conter as
seguintes partes:
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
—— Parte 1: Generalidades;
—— Parte 2: Aquecimento;
—— Parte 4: Guia para ensaios de impulso atmosférico e de manobra para transformadores e reatores;
—— Parte 6: Reatores;
Scope
This Part of the ABNT NBR 5356 describes the effects of loading operation of liquid immersed power
transformers under various ambient temperatures and conditions in life of the transformer.
a) 55 °C;
b) 65 °C.
Transformadores de potência
Parte 7: Guia de carregamento para transformadores imersos em líquido
isolante
1 Escopo
Esta Parte da ABNT NBR 5356 descreve os efeitos da operação de carregamento de transforma-
dores de potência imersos em óleo mineral isolante sob várias temperaturas ambientes e condições
de carga na vida do transformador.
a) 55 °C;
b) 65 °C.
NOTA Para transformadores de forno, recomenda-se que o fabricante seja consultado.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento.
Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
3.1
carregamento cíclico
carregamento com variações cíclicas (sendo a duração do ciclo usualmente 24 h) o qual é relacionado
em termos da quantidade acumulada de envelhecimento que ocorre durante o ciclo. O carregamento
cíclico pode ser um carregamento normal ou um carregamento de emergência de longa duração.
Este ciclo de carga pode ser constante ou pode ter um ou mais picos durante o período de 24 h
3.2
carregamento cíclico normal
temperaturas ambientes mais altas ou correntes mais altas que as correntes nominais de carrega-
mento são aplicadas durante parte do ciclo, mas, do ponto de vista de taxa relativa de envelhecimento
(de acordo com o modelo matemático), este carregamento é equivalente à carga nominal na tempe-
ratura ambiente. Isto é alcançado por tomar a vantagem da baixa temperatura ambiente ou das
baixas correntes de carga durante o resto do ciclo de carga. Para os propósitos de planejamento,
este princípio pode ser estendido para longos períodos do tempo por meio do qual ciclos com taxa
relativa de envelhecimento térmico maiores que a unidade são compensados por ciclos com taxa
de envelhecimento térmico menores que a unidade
3.3
carregamento de emergência de curta duração
carregamento de natureza transitória (menor que 30 min) excepcionalmente elevado devido à ocor-
rência de um ou mais eventos não previstos, os quais perturbam seriamente o carregamento normal
do sistema
3.4
carregamento de emergência de longa duração
carregamento resultante de saídas prolongadas de alguns elementos do sistema que não são reconec-
tados antes que o transformador alcance uma nova e mais alta temperatura de regime permanente
3.5
fluxo de óleo dirigido OD
indica que a principal parte do óleo bombeado dos trocadores de calor ou radiadores é forçada a
circular dentro dos enrolamentos (o fluxo de óleo dentro dos enrolamentos pode ser tanto axial com
canais verticais ou em zigue-zague em canais horizontais)
3.6
fluxo de óleo não dirigido OF
indica que o óleo bombeado dos trocadores de calor ou radiadores circula livremente dentro do tanque,
e não é forçado a circular nos enrolamentos (o fluxo de óleo dentro dos enrolamentos pode ser tanto
axial com canais verticais quanto radial com canais horizontais, com ou sem fluxo em zigue-zague)
3.7
fluxo de óleo não dirigido ON
indica que o óleo dos trocadores de calor ou radiadores circula livremente dentro do tanque, e não
é forçado a circular nos enrolamentos (o fluxo de óleo dentro dos enrolamentos pode ser tanto axial
com canais verticais quanto radial com canais horizontais, com ou sem fluxo em zigue-zague)
3.8
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
papel termoestabilizado
papel à base de celulose o qual tem sido quimicamente modificado para reduzir a taxa na qual o papel
se decompõe. Efeitos de envelhecimento são reduzidos pela parcial eliminação de agentes formadores
de água (como “cyanoethylation”) ou pela inibição da formação de água por meio do uso de agentes
estabilizantes (como adição de amina, dicyandiamide). Um papel é considerado como termicamente
estabilizado se este atende aos critérios de vida definidos na ANSI/IEEE C57.100; retenção de 50 %
na resistência à tração depois de 65 000 h em tubo selado a 110 °C ou qualquer outra combinação
de tempo/temperatura dada pela equação:
15 000 15 000 15 000 (1)
− 28,082 θ + 273 − (110 + 273)
tempo (h) = e θh + 273 ≈ 65 000 × e h
Devido às químicas utilizadas hoje em dia conterem nitrogênio para a estabilização térmica, o qual não
está presente na polpa Kraft, o grau de modificação química é determinado por ensaio da quantidade
de nitrogênio presente no papel tratado. Valores típicos para a quantidade de nitrogênio em papéis
termoestabilizados estão entre 1 % e 4 % quando medidos de acordo com ASTM D-982
NOTA Esta definição foi aprovada pela IEEE Transformers Committee Task Force for the Definition of
Thermally Upgraded Paper em 7 de outubro de 2003.
3.9
perda de vida porcentual
envelhecimento equivalente em horas sobre um período de tempo (usualmente 24 h) vezes 100 dividido
pelo tempo de vida esperado para o isolamento do transformador. O envelhecimento equivalente
em horas é obtido pela multiplicação da taxa de envelhecimento relativo pelo número de horas
3.10
ponto mais quente
o ponto mais quente do enrolamento, se não especificamente definido
3.11
taxa de envelhecimento térmico relativo
taxa na qual o envelhecimento do isolamento do transformador é reduzido ou acelerado comparado
com a taxa de envelhecimento à temperatura de referência do ponto mais quente
3.12
temperatura ambiente de projeto
temperatura na qual são definidos os valores admissíveis de temperatura média do enrolamento,
topo do óleo e o ponto mais quente do enrolamento sobre a temperatura ambiente
3.13
transformador de distribuição
transformador de potência com a potência máxima de 2 500 kVA trifásico ou 833 kVA monofásico
3.14
transformador de grande potência
transformador de potência que excede os limites especificados em 3.13
3.15
transformador de média potência
transformador de potência com a potência máxima de 100 MVA trifásico ou 33,3 MVA monofásico
4 Símbolos e abreviaturas
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
A expectativa normal de vida é uma referência convencional baseada em serviço contínuo sob
temperatura ambiente de projeto e condições nominais de operação. A aplicação de carga acima das
condições nominais da placa de identificação e/ou em uma temperatura ambiente acima da temperatura
ambiente de projeto envolve um grau de risco e envelhecimento acelerado. A proposta desta Parte
da ABNT NBR 5356 é identificar estes riscos e indicar como, dentro de limitações, transformadores
podem ser carregados acima das condições nominais da placa de identificação. Estes riscos podem
ser reduzidos pelo comprador especificando claramente as condições máximas de carregamento
e pelo fornecedor levando em consideração estas condições no projeto do transformador.
b) a densidade do fluxo de dispersão fora do núcleo aumenta, causando aquecimento por correntes
parasitas adicionais nas partes metálicas atingidas pelo fluxo de dispersão;
A combinação do fluxo principal e do aumento do fluxo de dispersão impõe restrições a uma possível
sobre-excitação do núcleo [9], [10], [11].
NOTA Para transformadores com núcleo envolvido em carga, tendo uma energia fluindo do enrolamento
externo (normalmente AT) para o enrolamento interno (normalmente BT), a máxima densidade de fluxo
no núcleo, a qual é resultado da combinação do fluxo principal e do fluxo de dispersão, aparece nos jugos.
Como indicado pelos ensaios, o fluxo é menor ou igual ao fluxo gerado pela mesma tensão aplicada nos
terminais do enrolamento mais externo com o transformador em vazio. O fluxo magnético nas pernas
do núcleo de um transformador em carga é determinado pela tensão nos terminais do enrolamento
interno e quase igual ao fluxo gerado pela mesma tensão na condição em vazio.
Para transformadores de núcleo envolvido com a energia fluindo do enrolamento interno, a máxima
densidade de fluxo está presente nas pernas do núcleo. Este valor é somente levemente maior do que
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
aquele com a mesma tensão aplicada na condição em vazio. A densidade de fluxo nos jugos é então
determinada pela tensão do enrolamento mais externo.
Quando altos valores de excitação ocorrem para manter a tensão na carga em condições de emer-
gência em uma área onde o sistema ainda pode se manter em funcionamento, então, convém que
a densidade de fluxo magnético nas partes do núcleo nunca exceda aos valores de densidade onde
podem ocorrer o fluxo disperso fora do núcleo (para chapas de aço-silício de grão orientado a frio,
estes efeitos de saturação se iniciam rapidamente a acima de 1,9 T).
Os fluxos dispersos podem então causar altas temperaturas não previstas na superfície do núcleo
e em partes metálicas próximas, como estruturas de prensagem dos enrolamentos ou até mesmo
os enrolamentos, devido à presença de componentes de alta frequência no fluxo de dispersão.
Eles podem danificar o transformador. Em geral, em todos os casos, o curto tempo de sobrecarga
imposto aos enrolamentos é suficientemente curto para não sobreaquecer o núcleo em sobre-
excitação. Isto é evitado pelo alto valor da constante de tempo térmica do núcleo.
Como consequência, existe um risco de falha prematura associada com o aumento de correntes
e temperaturas. Este risco pode ter uma característica imediata de curto prazo, ou vir por meio do
efeito acumulativo do envelhecimento térmico da isolação no transformador após muitos anos.
O aumento do carregamento de curta duração vai resultar em uma condição de serviço que aumenta
o risco de falha. Sobrecargas emergenciais de curta duração levam o ponto quente do condutor
a atingir um nível que provavelmente resulta em uma temporária redução da suportabilidade dielétrica.
Entretanto, a aceitação desta condição pode ser preferível à perda da carga. É esperado que este
tipo de carregamento ocorra raramente, e deve ser rapidamente reduzido, ou que o transformador
seja desconectado em um curto espaço de tempo para evitar sua falha. O tempo de duração deste
carregamento é menor do que a constante de tempo de todo o transformador e depende da temperatura
de operação antes do aumento do carregamento; tipicamente, sendo menor que 30 min.
a) o risco principal para falhas de curta duração é a redução da suportabilidade dielétrica devido
à possível presença de bolhas de gás na região de altas solicitações elétricas, que são enrola-
mentos e ligações. Estas bolhas provavelmente ocorrem quando a temperatura do ponto mais
quente excede 140 °C para um transformador com um porcentual de umidade na isolação dos
enrolamentos de aproximadamente 2 %. Esta temperatura crítica diminui com o aumento da con-
centração de umidade;
b) bolhas de gás também podem se desenvolver (tanto no óleo quanto na isolação sólida) nas
superfícies de grandes partes metálicas aquecidas pelo fluxo de dispersão ou serem produzidas
pela supersaturação do óleo. Entretanto, estas bolhas normalmente se desenvolvem em regiões
de baixa solicitação elétrica e teriam que circular em regiões onde as solicitações sejam altas
para que ocorresse uma redução significativa da suportabilidade dielétrica;
c) partes metálicas, exceto enrolamentos, que não estão em contato térmico direto com isolação
celulósica, mas que estão em contato com isolação não celulósica (por exemplo, papel aramida
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
e fibra de vidro) e com o óleo do transformador, podem rapidamente atingir altos valores de
temperatura. A temperatura de 180 °C não pode ser excedida;
e) um aumento de pressão nas buchas pode resultar em uma falha devida ao vazamento de óleo.
Gases em buchas condensivas podem ocorrer se a temperatura da isolação exceder aproxima-
damente 140 °C;
As limitações das temperaturas máximas nos enrolamentos, núcleo e partes estruturais são baseadas
em considerações dos riscos de curta duração (ver Seção 7).
Os riscos de curta duração normalmente desaparecem após a redução da carga a níveis normais,
mas eles necessitam estar claramente identificados e serem aceitos por todas as partes envolvidas,
isto é, planejadores, proprietários e operadores.
Esta não é uma condição normal de operação e espera-se que ocorra raramente, mas pode persistir
por semanas ou até meses e pode levar a um considerável envelhecimento.
b) outras partes isolantes, especialmente aquelas que sustentam a pressão axial do bloco dos enrola-
mentos, podem também sofrer um aumento nas taxas de envelhecimento em altas temperaturas;
c) a resistência de contato dos comutadores sob carga pode aumentar em correntes e temperaturas
elevadas, e em casos severos, pode acontecer uma acelerada degradação térmica;
As regras para cálculo das taxas de envelhecimento relativas e perda porcentual de vida são baseadas
em considerações de risco de longa duração.
A sensibilidade dos transformadores ao carregamento acima das condições nominais da placa de iden-
tificação normalmente depende do seu tamanho. Quando o tamanho aumentar, a tendência é que:
Desta maneira, grandes transformadores podem ser mais vulneráveis ao carregamento acima das
condições nominais da placa de identificação do que os menores. Além disso, as consequências das
falhas são mais severas para grandes transformadores do que para os menores.
Portanto, com o propósito de aplicar um razoável grau de risco para os serviços esperados, esta Parte
da ABNT NBR 5356 considera três categorias:
b) transformadores de média potência onde as variações nos métodos de refrigeração devem ser
consideradas;
c) transformadores de grande potência, onde também os efeitos de fluxo de dispersão sejam signi-
ficativos e as consequências de falhas sejam severas.
de rompimento do que papéis não tratados quando expostos a elevadas temperaturas [12], [13].
As mesmas referências também mostram as mudanças no grau de polimerização ao longo do
tempo para papéis termoestabilizados e não termoestabilizados expostos a temperaturas de 150 °C
(ver Figura 1).
1 200
1 000
800
GP
600
400
200
0
0 1 000 2 000 3 000 4 000
t
Legenda
GP grau de polimerização
t tempo expresso em horas (h)
∆ valores para papéis termoestabilizados
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Esta diferença no comportamento no envelhecimento térmico tem sido levada em consideração nas
normas industriais, como a seguir:
NOTA Os resultados indicados na Figura 1 e Tabela 1 não têm a intenção de serem utilizados como
cálculo de envelhecimento e estimativa de vida. Eles foram incluídos neste documento unicamente para
demonstrar a diferença no comportamento do envelhecimento entre os papéis termoestabilizados e não
termoestabilizados.
Não existe um único e simples critério de final de vida que possa ser usado para quantificar a vida
remanescente de um transformador. Contudo, este critério é útil aos usuários de transformadores,
logo, parece apropriado focar no processo de envelhecimento e condições da isolação.
Como a distribuição da temperatura não é uniforme, a parte que está operando na maior temperatura,
normalmente, sofre a maior deterioração. Diante disso, a taxa de envelhecimento se refere ao ponto
mais quente do enrolamento (hot-spot). Neste caso, a taxa de envelhecimento relativo (V) é definida
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
de acordo com a Equação 2 para papel não termoestabilizado e de acordo com a Equação 3 para
papel termoestabilizado [15], conforme a seguir:
As Equações 2 e 3 implicam que V é muito sensível ao valor de temperatura do ponto mais quente
como pode ser visto na Tabela 2.
Tabela 2 (continuação)
θh Papel isolante não termoestabilizado Papel isolante termoestabilizado
°C V V
110 4,0 1,0
116 8,0 1,83
122 16,0 3,29
128 32,0 5,8
134 64,0 10,1
140 128,0 17,2
onde
A referência [15] sugere quatro critérios diferentes para fim de vida, isto é, quatro diferentes tempos
de vida para papel termicamente estabilizado, como mostra a Tabela 3.
Tabela 3 – Tempo de vida normal para um sistema de isolação com baixas concentrações
de oxigênio e umidade, a uma temperatura de referência de 110 °C
Vida normal da isolação
Base
Horas Anos
50 % da resistência à tração inicial da isolação 65 000 7,42
25 % da resistência à tração inicial da isolação 135 000 15,41
200 – Valor do grau de polimerização remanescente da isolação 150 000 17,12
Interpretação dos dados de ensaio relativos à vida operacional de
180 000 20,55
transformador de distribuição
Os tempos de vida na Tabela 3 são somente para referência, uma vez que a maioria dos transformadores
de potência opera bem abaixo de sua potência nominal na maior parte de sua vida real. Um valor de
temperatura do ponto mais quente de apenas 6 °C abaixo do valor nominal resulta em uma perda
de vida 50 % menor, a vida útil remanescente da isolação do transformador aumenta várias vezes,
por exemplo, 180 000 h.
O critério a ser adotado para avaliação da vida útil dos equipamentos regidos por esta Norma deve ser
o do valor do grau de polimerização remanescente da isolação igual a 200 (150 000 h).
NOTA Para transformadores elevadores de usina, conectados aos geradores na base de carga e outros
transformadores suprindo cargas constantes ou operando em ambientes com temperaturas constantes,
a vida útil real necessita de considerações especiais.
7 Limitações
7.1 Limitações de corrente e temperatura
Com o carregamento acima dos valores nominais de placa, nenhum dos limites individuais citados
na Tabela 4 deve ser excedido, e devem ser consideradas as limitações específicas apresentadas
em 7.2 a 7.4.
Tabela 4 (continuação)
Transformadores Transformadores Transformadores
Tipo de carregamento de distribuição de média potencia de grande potência
(ver nota) (ver nota) (ver nota)
Temperatura do ponto mais
quente de outras partes
metálicas (em contato com 160 160 160
óleo, papel aramida, materiais
de fibra de vidro) (°C)
Temperatura de topo de óleo 115 115 115
Carregamento de emergência
de curta duração
Corrente (p.u.) 2,0 1,8 1,5
Temperatura do ponto mais
quente do enrolamento e partes
Ver 7.2.1 160 160
metálicas em contato com
material isolante celulósico (°C)
Temperatura do ponto mais
quente de outras partes
metálicas (em contato com Ver 7.2.1 180 180
óleo, papel aramida, materiais
de fibra de vidro) (°C)
Temperatura de topo de óleo Ver 7.2.1 115 115
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
NOTA Os limites de corrente e temperatura não são entendidos como válidos simultaneamente. A corrente
pode ser limitada a valores mais baixos do que os apresentados nesta Tabela para atender aos limites
de temperatura. Da mesma forma, a temperatura pode ser limitada a valores mais baixos do que os
apresentados nesta Tabela para atender aos limites de corrente.
Não convém que os limites de corrente de carga, temperatura do ponto mais quente, temperatura do
topo do óleo e temperatura das partes metálicas excedam aos valores da Tabela 4. Para carregamento
de emergência de curta duração em transformadores de distribuição não há limites estabelecidos
para temperatura do topo de óleo e do ponto mais quente uma vez que, normalmente, é impraticável
controlar a duração do carregamento de emergência. Deve ser observado que, quando a temperatura
do ponto mais quente excede 140 °C, podem ser geradas bolhas de gás, as quais podem comprometer
a rigidez dielétrica do transformador (ver 5.3).
Além dos enrolamentos, outras partes do transformador, como buchas, conexões terminais de cabos,
comutadores de derivação e cabos de conexão, podem restringir a operação quando carregadas acima
de 1,5 vez a corrente nominal. A expansão e pressão do óleo podem igualmente impor restrições.
Quanto transformadores forem utilizados em ambientes fechados, convém que uma correção seja
feita para a elevação da temperatura do topo do óleo nominal tomando em conta o enclausuramento.
Preferencialmente, esta elevação de temperatura adicional deve ser determinada por um ensaio
(ver 8.3.2).
Vento, raios solares e chuva podem afetar a capacidade de carregamento do transformador de distri-
buição, mas pela sua natureza imprevisível, torna-se impraticável considerar estes fatores.
Não convém que os limites de corrente de carga, temperatura do ponto mais quente, temperatura
do topo do óleo e temperatura das partes metálicas excedam aos valores da Tabela 4. Além disso,
convém que seja considerado que quando a temperatura do ponto mais quente exceder 140 °C,
podem ser geradas bolhas de gás, as quais podem comprometer a rigidez dielétrica do transformador
(ver 5.3).
Além dos enrolamentos, outras partes do transformador como buchas, conexões terminais de cabos,
comutadores de derivação e cabos de conexão, podem restringir a operação quando carregados acima
de 1,5 vez a corrente nominal. A expansão e pressão do óleo podem igualmente impor restrições.
Considerações podem também ser dadas aos equipamentos associados como cabos, disjuntores,
transformadores de corrente etc.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Durante ou diretamente após a operação com carga superior à nominal de placa, transformadores
podem não atender aos requisitos térmicos de curto-circuito, como especificado na ABNT NBR 5356-5,
que são baseados em uma duração do curto-circuito de 2 s. Entretanto, a duração da corrente de
curto-circuito durante a operação do sistema é menor que 2 s na maioria dos casos.
Salvo se existirem outras limitações por variações de tensão por fluxo variável (ver ABNT NBR 5356-1),
não convém que a tensão aplicada exceda a 1,05 vez tanto da tensão nominal (derivação principal)
como da tensão de derivação (outra derivações) em qualquer enrolamento do transformador.
Para grandes transformadores de potência, limitações adicionais devem ser levadas em consideração,
principalmente quando associadas com elevado fluxo de dispersão. Neste caso específico, é reco-
mendável, quando da oferta ou da colocação do pedido de compra, especificar a capacidade de sobre-
carga necessária.
De acordo com o estado atual do conhecimento, importância da alta confiabilidade em vista das conse-
quências de falha, torna-se aconselhável adotar uma abordagem mais conservativa e mais específica
em grandes unidades do que em unidades menores, juntamente com as seguintes considerações:
a) a combinação do fluxo de dispersão e fluxo principal nas colunas ou jugos do circuito magnético
(ver 5.2) faz os grandes transformadores mais vulneráveis à sobre-excitação do que os trans-
formadores menores, especialmente quando carregados acima dos valores nominais de placa.
Um aumento do fluxo de dispersão pode também causar aquecimentos adicionais em outras
partes metálicas por correntes parasitas;
c) não podem ser obtidas no ensaio de elevação de temperatura normal. Mesmo que nos ensaios
a corrente nominal não indique anormalidades, não é possível obter nenhuma conclusão para
correntes mais elevadas uma vez que a extrapolação pode não ter sido considerada no projeto;
A corrente de carga, a temperatura do ponto mais quente, a temperatura do topo do óleo e a temperatura
das partes metálicas, que não sejam enrolamentos e ligações, mas mesmo assim em contato com
materiais isolantes sólidos, não podem exceder os limites estabelecidos na Tabela 4. Além disso,
deve ser considerado que quando a temperatura do ponto mais quente exceder 140 °C, podem ser
geradas bolhas de gás, as quais podem comprometer a rigidez dielétrica do transformador (ver 5.3).
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Ver 7.3.2.
Ver 7.3.3.
Ver 7.3.4.
Para a determinação das temperaturas ser rigorosamente exata, a temperatura do ponto mais quente
deve ser referida para a temperatura do óleo adjacente. Esta temperatura é assumida como sendo
a temperatura do topo do óleo dentro do enrolamento. As medições mostram que a temperatura
do topo do óleo dentro do enrolamento pode ser, dependendo do tipo de resfriamento, até 15 K mais
elevada do que a temperatura do topo do óleo do tanque.
Para a maioria dos transformadores em serviço, a temperatura do topo do óleo dentro do enrolamento
não é conhecida com precisão. Por outro lado, para a maioria destas unidades, a temperatura do topo
do óleo na parte superior do tanque é bem conhecida, por meio de medição ou por cálculo.
As regras de cálculo nesta Parte da ABNT NBR 5356 são baseadas no seguinte:
a) ∆θor é a elevação da temperatura do topo do óleo do tanque acima da temperatura ambiente para
as perdas nominais K;
b) ∆θhr é a elevação da temperatura do ponto mais quente acima da temperatura do topo do óleo
do tanque à corrente nominal K.
O parâmetro ∆θhr pode ser definido por medição direta durante o ensaio de elevação de temperatura
ou por um método de cálculo validado por medições diretas.
8.1.2 Cálculo da elevação da temperatura no ponto mais quente por meio dos resultados de
ensaio de elevação de temperatura
Um diagrama térmico é assumido, como mostrado na Figura 2, no entendimento de que tal diagrama
é a simplificação de uma distribuição mais complexa. As suposições feitas nesta simplificação são:
a) a temperatura do óleo dentro do tanque aumenta linearmente de baixo para cima, independen-
temente do meio de resfriamento;
NOTA Em muitos casos, tem-se observado que a temperatura do óleo de saída do tanque é maior do que
a do óleo no poço do termômetro. Nestes casos, convém que a temperatura do óleo de saída do tanque seja
usada para carregamento.
Y
H × gr
A
B
gr
P
Q
C
Legenda
E fundo do tanque
gr gradiente de temperatura entre a média do enrolamento e a temperatura média do óleo (no tanque) na
corrente nominal
H fator do ponto mais quente
P temperatura do ponto mais quente
Q temperatura média do enrolamento determinado pela medição da resistência
X temperatura
Y posição relativa
■ ponto medido
● ponto calculado
A medição direta com sondas de fibra óptica tornou-se disponível em meados da década de 80 e tem
sido praticada desde então em transformadores selecionados.
A experiência tem mostrado que pode haver gradientes de mais de 10 K entre diferentes localizações
no topo de enrolamento de um transformador normal [16]. Portanto, é improvável que a inserção de,
por exemplo, um a três sensores possam detectar o real ponto mais quente.
É necessária uma conciliação entre a necessidade de inserir um grande número de sondas para
encontrar o local ideal, e os esforços e custos adicionais causados pela sondas de fibras ópticas.
Recomenda-se que sensores sejam instalados em cada enrolamento quando medições diretas do
ponto mais quente forem solicitadas.
Normalmente, os condutores mais próximos do topo do enrolamento estão expostos ao máximo fluxo
de dispersão e a temperatura mais elevada do óleo adjacente. É, portanto, natural considerar que o
condutor do topo tem o ponto mais quente. No entanto, as medições demonstraram que o local mais
quente pode estar localizado nos condutores mais baixos. Portanto, é recomendável que os sensores
sejam distribuídos entre os primeiros condutores, visto do topo do enrolamento [8]. O fabricante deve
definir as localizações dos sensores em função do cálculo das perdas/cálculos térmicos.
Exemplos de variações de temperatura no topo de um enrolamento são mostrados nas Figuras 3 e 4 [16].
A instalação de sondas de fibra óptica foi feita em um, transformador de 400 MVA, resfriamento ONAF.
Os valores apresentados são de regime contínuo no final de um ensaio de sobrecarga de 15 h.
Os valores de 107 K e 115 K foram tomados como elevação da temperatura do ponto mais quente dos
respectivos enrolamentos. A elevação de temperatura do topo do óleo ao final do ensaio foi de 79 K,
isto é, ∆θhr = 28 K para o enrolamento de 120 kV e ∆θhr = 36 K para o enrolamento de 410 kV.
102
106
Saída
107
102
103
Fase B –
103
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
101
107
Fase B
114
114
114
Saída
100
–
115
98
Os sensores devem ser inseridos em ranhuras nos espaçadores radiais de tal forma que só haja
isolamento do condutor e uma fina camada adicional de papel entre o sensor e o metal condutor
(ver Figura 5). As calibrações têm demonstrado que uma precisão razoável é obtida desta forma [17].
O fator de ponto mais quente H é tomado como sendo a razão entre o gradiente ∆θhr para a sonda
mais quente e o gradiente do enrolamento médio-óleo médio gr. No exemplo de medição, os valores
de g foram 23 K para o enrolamento de 120 kV e 30 K para o enrolamento de 410 kV. Isso significa
que os valores de H foram 1,22 e 1,20, respectivamente.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
O fator do ponto mais quente H é específico do enrolamento e deve ser determinado caso a caso,
quando necessário. Estudos mostram que o fator H varia dentro da faixa de 1,0 a 2,1, dependendo
do tamanho do transformador, da sua impedância de curto-circuito e do projeto do enrolamento [18].
O fator H deve ser definido por meio de medição direta (ver 8.1.3) ou por um procedimento de cálculo
baseado nos princípios fundamentais de perdas e de transferência de calor, e fundamentado por
medições diretas em transformadores em processo de fabricação ou protótipo.
a) o fluxo do óleo dentro dos canais dos enrolamentos. A transferência de calor, a velocidade do
óleo e a temperatura do fluido resultante devem ser modeladas para cada canal de refrigeração;
b) a distribuição das perdas nos enrolamentos. Uma das principais causas de perdas adicionais
localizadas nos condutores do enrolamento é a perda por corrente de Foucault devido ao fluxo
radial nas extremidades do enrolamento, onde o fluxo de dispersão intercepta a maior dimensão
dos condutores. As perdas totais nos referidos condutores devem ser determinadas usando as
perdas por corrente de Foucault e perdas por correntes circulantes, além das perdas medidas por
corrente contínua. As conexões que estão sujeitas ao aquecimento pelo fluxo de dispersão, como
as conexões entre enrolamentos e algumas soldas de derivação dos enrolamentos, também
devem ser consideradas;
c) os efeitos de transferência térmica por condução dentro do enrolamento, causada por diferentes
espessuras dos isolantes usados em todo o enrolamento;
—— o Isolamento de cada camada pode ter uma espessura diferente ao longo de um enrolamento
tipo camada, e o isolamento próximo ao canal de resfriamento influencia a transferência de
calor;
—— possível isolamento extra nas espiras finais e nos condutores das saídas terminais dos
enrolamentos;
8.2.1 Generalidades
Esta subseção fornece duas alternativas de descrever a temperatura do ponto mais quente em função
do tempo para a variação de carga e da temperatura ambiente:
a) solução de equações exponenciais, adequadas para uma variação de carga de acordo com uma
função degrau. Este método é particularmente adequado para a determinação dos parâmetros
de transferência de calor realizada por meio de ensaios, especialmente por parte dos fabricantes
[20], e leva a bons resultados nos seguintes casos:
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
NOTA Para resfriamento ON e OF, a alteração da viscosidade do óleo se contrapõe ao efeito da variação
da resistência ôhmica dos condutores. De fato, o efeito do resfriamento em decorrência da alteração da
viscosidade do óleo é mais forte que o efeito do aquecimento na variação da resistência. Implicitamente,
este fato é levado em conta pelo valor do expoente do enrolamento de 1,3 na Tabela 5. Para resfriamento OD,
a influência da viscosidade do óleo na elevação de temperatura é pequena, e convém que o efeito da
variação da resistência ôhmica seja considerado. Um termo de correção aproximada (com o respectivo sinal)
para a elevação de temperatura do ponto mais quente em OD é 0,15 × (∆θh – ∆θhr).
Um exemplo de uma variação do carregamento de acordo com uma função degrau, onde cada degrau
de acréscimo de carga é seguido por um degrau de decréscimo de carga, é mostrado na Figura 8
(os detalhes do exemplo são apresentados no Anexo B).
θh
θo
K5
K3
K1
K2
K4
Legenda
Figura 8 – Resposta da temperatura em função das alterações dos degraus da corrente de carga
A temperatura do ponto mais quente é igual à soma da temperatura ambiente, da elevação do topo do
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
óleo no tanque e da diferença de temperatura entre o ponto mais quente e o topo do óleo no tanque.
A função f1(t) descreve o acréscimo da elevação da temperatura do topo do óleo em relação ao seu
valor em regime permanente considerado unitário:
(
f1 (t ) = 1 − e( −t ) / (k11 ×τ0 ) ) (7)
onde
A função f2(t) descreve o acréscimo relativo do gradiente do ponto mais quente acima do topo do óleo
em relação ao seu valor em regime permanente considerado unitário. A função modela o fato de levar
um certo tempo antes da circulação do óleo ter adaptado a sua velocidade correspondente ao acrés-
cimo do nível de carga:
( ) (
f2 (t ) = k21 × 1 − e( −t ) / (k22 ×τ w ) − (k21 − 1) × 1 − e( −t ) / (τ0 /k22 ) ) (8)
As constantes k11, k21, k22 e as constantes de tempo τw e τ0 são específicas do transformador. Elas
podem ser determinadas em um ensaio prolongado de elevação de temperatura durante o período de
aplicação de “perdas em vazio + perdas em carga”, se as perdas supridas e as condições de resfriamento
correspondentes, por exemplo AN ou AF, forem mantidas inalteradas desde o início até atingir o regime
permanente. Neste caso, é necessário assegurar que o ensaio de elevação de temperatura se inicie
quando o transformador estiver aproximadamente à temperatura ambiente. É óbvio que k21, k22 e τw
podem ser definidos apenas se o transformador estiver equipado com sensores de fibra óptica. Se τ0
e τw não forem definidos no ensaio de elevação de temperatura, estas constantes podem ser definidas
por meio de cálculos (ver Anexo A). Na ausência dos valores específicos do transformador, os valores
na Tabela 5 são recomendados. Os gráficos correspondentes são apresentados na Figura 9.
NOTA 1 A menos que as condições de corrente e resfriamento permaneçam inalteradas durante o processo
de aquecimento por tempo suficiente para projetar a tangente à curva inicial de aquecimento, as constantes
de tempo não podem ser determinadas a partir do ensaio de aquecimento realizado de acordo com as
Normas Brasileiras.
NOTA 2 Os gráficos da função f2(t) observados para transformadores de distribuição são similares ao
gráfico 7 da Figura 9, isto é, transformadores de distribuição não apresentam uma sobre-elevação acima do
ponto mais quente nominal em um degrau de acréscimo na corrente de carga aplicada como acontece em
transformadores de potência com resfriamento ON e OF.
A função f3(t) descreve a redução relativa do gradiente do topo do óleo sobre o ambiente de acordo com o
valor da diminuição total considerado unitário:
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
f3 (t ) = e( −t ) / (k11 ×τ0 )
2,5
1
2
3
4
2,0
1,5
f2 (t)
1,0
5
6
0,5
7
0,0
0 60 120 180 240 300 360 420 480
t min
Legenda
Esta subseção descreve o uso de equações diferenciais de transferência de calor, aplicável para
variações arbitrárias no tempo do fator de carga K e da temperatura ambiente θa. Estas equações se
destinam a serem a base de aplicativos computacionais para o processamento de dados, a fim de
definir a temperatura do ponto mais quente em função do tempo e consequentemente o consumo de
vida da isolação correspondente. As equações diferenciais são representadas na forma de diagrama
de blocos na Figura 10.
No lado esquerdo da Figura 10, observa-se que as entradas são o fator de carga K e a temperatura
ambiente θa. No lado direito, observa-se que a saída é a temperatura do ponto mais quente θh.
A variável de Laplace s é essencialmente o operador derivativo d/dt.
K ∆θ h θh
y k21 k21 - 1 +
∆θ hr K -
1 + k22τ w s 1 + (τ 0 / k22 ) s
θo
+
x
1+ K 2R 1 ∆θ o +
∆θ or
1+ R 1 + k11τ 0 s +
θa 1
1 + k11τ 0 s
θo
Na Figura 10, o segundo bloco na parte superior representa a dinâmica da elevação do ponto mais
quente. O primeiro termo (com o numerador k21) representa a elevação fundamental da temperatura
do ponto mais quente, antes de se considerar a mudança na passagem do fluxo do óleo sobre o ponto
mais quente. O segundo termo (com o numerador k21 – 1) representa a taxa de variação da passa-
gem do óleo sobre o ponto mais quente, um fenômeno que muda muito mais lentamente. O efeito
combinado destes dois termos considera o fato de que uma elevação repentina no carregamento pode
causar um elevado pico inesperado na elevação de temperatura do ponto mais quente, logo após
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
a mudança de carregamento repentina. Os valores para k11, k21, k22 e outros parâmetros apresen-
tados são discutidos em 8.2.2 e valores sugeridos são dados na Tabela 5.
Se a temperatura do topo do óleo puder ser medida como um sinal elétrico por um dispositivo compu-
tacional, então uma formulação alternativa é o caminho da linha tracejada, com a chave na posição
para a direita; o caminho para o cálculo do topo do óleo (chave para a esquerda) não é requerido.
Todos os parâmetros são definidos em 8.2.2.
O intervalo de tempo deve ser inferior à metade da menor constante de tempo τw a fim de se obter
uma precisão razoável. Adicionalmente, não convém que τw e τ0 sejam considerados iguais a zero.
A interpretação dos blocos na Figura 10, como equações diferenciais convencionais, é descrita em
detalhes no Anexo C.
Para considerações do projeto e ensaio, as seguintes temperaturas equivalentes são tomadas como
temperatura ambiente.
b) a temperatura média mensal do mês mais quente é usada para o cálculo da máxima temperatura
do ponto mais quente.
onde
θma-máx. é a temperatura média mensal do mês mais quente (que é igual à soma dos valores
da média das máximas diárias e a média das mínimas diárias, medida em graus Celsius
(°C), durante esse mês, por 10 anos ou mais, dividido por 2);
θya é a temperatura média anual, que é igual à soma da temperatura média mensal, medida
em graus Celsius (°C), dividido por 12.
EXEMPLO Usando valores médios mensais (mais precisamente usando valores ponderados mensal-
mente) para θa
Para transformadores instalados em ambiente enclausurado de metal ou concreto, ∆θor nas Equações 5
e 6 deve ser substituído por ∆θ’or da seguinte forma:
onde ∆(∆θor) é a elevação extra da temperatura do topo do óleo sob carga nominal.
É fortemente recomendado que esta elevação extra de temperatura seja determinada por ensaio,
mas quando os resultados desses ensaios não estiverem disponíveis, os valores indicados na Tabela 6
para diferentes tipos de enclausuramento podem ser usados. Convém que estes valores sejam divi-
didos por dois para obter aproximadamente a elevação extra da temperatura do topo do óleo.
NOTA Quando o enclausuramento não afetar o sistema de resfriamento, nenhuma correção é necessária,
segundo a Equação 11.
Todos os valores utilizados nas Equações 5 e 6 tem que corresponder à derivação na qual o transfor-
mador está operando.
Por exemplo, considerar o caso onde a tensão AT é constante, e é solicitado que a tensão BT se man-
tenha constante para uma determinada carga. Se isto requer que o transformador esteja na derivação
+15 % no lado BT, a elevação da temperatura do óleo, as perdas e os gradientes nominais têm que
ser medidos ou calculados para esta derivação.
R máx.
m2
m1
Rr + 1
Rr
Rr − Rmín Rmáx − Rr +1
m1 = m2 =
tapr − tapmín tapmáx − tapr +1
Legenda
A elevação da temperatura do óleo máximo é uma função da razão de perdas R. As perdas em vazio
são assumidas como constante. Usando uma aproximação linear, R pode ser determinada como uma
função da posição da derivação.
Para posições de derivação acima da posição da derivação nominal (de tapr+1 para tapmáx.), usar a
equação a seguir:
Para posições de derivação abaixo da posição de derivação nominal ( de tapmín. para tapr), usar a
equação a seguir:
Anexo A
(informativo)
c é o calor específico do material do condutor utilizado em Ws/(kg.K) (c = 390 para o cobre e 890
para o alumínio);
g (A.3)
τ w = 1,15 × para Al
(1 + Pe ) × s 2
onde
onde
A constante de tempo do óleo para uma carga considerada é calculada conforme a equação a seguir:
C × ∆θom × 60 (A.6)
τo =
P
onde
Anexo B
(informativo)
B.1 Introdução
As curvas na Figura 8 foram tomadas a partir de um exemplo real e os detalhes do caso são dados
neste Anexo. Um transformador de 250 MVA, com resfriamento ONAF foi ensaiado como a seguir.
Durante cada período, a corrente de carga foi mantida constante, isto é, as perdas mudaram devido
à variação da resistência durante cada etapa de carregamento. O fluxograma correspondente está no
Anexo D.
Cada um dos dois enrolamentos principais foram equipados com oito sensores de fibra óptica. O ponto
mais quente foi encontrado no interior do enrolamento principal (118 kV). Neste exemplo, a variação
da temperatura do ponto mais quente durante o período de 0 min a 750 min é definida de acordo com
o método de cálculo descrito em 8.2.2. Uma comparação com a curva medida é feita.
θa = 25,6 °C
∆θor = 38,3 K
R = 1 000 (porque o ensaio foi feito por meio do método de curto-circuito)
H = 1,4 (definido por meio de medição, ver 8.1.3)
gr = 14,5 K
τw = 4,6 min a 8,7 min (depende do caso de carregamento. O valor da Tabela 5, ou seja, 7 min,
é utilizado no cálculo)
τo = 162 min a 170 min (depende do caso de carregamento. O valor da Tabela 5, ou seja, 150 min,
é utilizado no cálculo)
O enrolamento é resfriado com sistema zigue-zague (guia de óleo) com espaçadores maiores ou
iguais a 3 mm.
(
f1 (t ) = 1 − e( −t ) / (0,5 ×150) )
Da Equação 8:
( ) (
f2 (t ) = 2, 0 × 1 − e( −t ) / (2,0 × 7) − (2, 0 − 1, 0) × 1 − e( −t ) / (150 / 2,0) )
f3 (t ) = e( −t ) / (0,5 ×150)
K = 2,1
∆θhi = 4,24 K (calculado em B.5)
θh
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 t
Legenda
X tempo t (em minutos) — valores medidos
Y temperatura θh, (em graus Celsius) - - - valores calculados
140
120
100
80
60
40
20
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 t
Legenda
X tempo t (em minutos) — valores medidos
Y temperatura θh, (em graus Celsius) - - - valores calculados
Anexo C
(informativo)
C.1 Introdução
Este Anexo fornece informações mais detalhadas sobre o método de equações diferenciais apre-
sentado em 8.2.3 e descreve como elas são resolvidas por conversão em equações de diferenciais.
Um exemplo é fornecido.
C.2 Generalidades
A formulação das equações de aquecimento como exponenciais é particularmente adequada para
a determinação dos parâmetros de transferência de calor por ensaios e para cenários simplificados.
No campo, a determinação da temperatura do ponto mais quente é mais provável de ser requerida
para o fator de carga K e temperatura ambiente θa variando no tempo.
Para esta aplicação, é mais indicado o uso das equações diferenciais de transferência de calor.
Estas equações são facilmente resolvidas por conversão em equações de diferença como mostrado
na sequência.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
A consequência disto é que para resfriamentos ON e OF, as equações diferenciais são não lineares, impli-
cando que a elevação da temperatura tanto do topo do óleo quanto do ponto mais quente, em resposta
a uma mudança abrupta na corrente de carga, não é verdadeiramente uma função exponencial [21].
No entanto, para evitar uma complexidade desnecessária, nesta Parte da ABNT NBR 5356, considera-se
que a relação não linear afeta apenas o valor final de qualquer mudança de temperatura que ocorra,
e que a temperatura em função do tempo ainda é exponencial, independentemente do resfriamento
ON, OF ou OD. Pode ser mostrado que o erro não é significativo.
Como resultado, a equação diferencial da temperatura do topo do óleo (entradas K, θa. saída θo) é
x
1 + K 2R dθ o (C.1)
1 + R × ( ∆θor ) = k11τo × dt + [θo − θa ]
Todos os símbolos para as variáveis e parâmetros são definidos no início deste documento.
A equação diferencial da elevação da temperatura do ponto mais quente (entrada K, saída ∆θh) é mais
facilmente resolvida como a soma de duas equações diferenciais, onde
θh = θo + Δθh (C.5)
Quanto às Equações C.2 a C.4, a complexidade é devido ao fato de que o meio de resfriamento
de óleo tem inércia mecânica, além de inércia térmica. No que diz respeito aos transformadores de
potência, o efeito é maior para o resfriamento natural (ON), um pouco menor para resfriamento de
fluxo de óleo forçado não dirigido (OF) e desprezível para o resfriamento de fluxo de óleo forçado
dirigido (OD). Também é desprezível para transformadores de distribuição (ver 8.2.2).
As soluções das equações diferenciais anteriores não podem ser obtidas em termos de funções mate-
máticas simples como exponenciais, a menos que as funções de entrada também sejam simples: por
exemplo, funções degrau. Para um transformador instalado, a corrente de carga e a temperatura
ambiente não são funções do tempo bem definidas. Se aproximações forem feitas, por exemplo,
aproximando a corrente de carga como uma série de degraus e mantendo a temperatura ambiente
constante, então, os resultados também serão apenas aproximados.
As equações diferenciais de C.3 podem ser escritas como as seguintes equações diferenciais, onde D
representa uma diferença em um pequeno intervalo de tempo.
x (C.6)
Dt 1 + K 2R
Dθo = × ( ∆θor ) − [θo − θa ]
k11τo 1 + R
O operador D representa uma diferença na variável associada que corresponde a cada passo de
tempo Dt. A cada intervalo de tempo, o valor de Dθo no instante n é calculado a partir do valor no ins-
tante n-1 usando
e
Dt
D ∆θh2 = × (k21 − 1) × ∆θhr K y − ∆θh2 (C.9)
(1/k22 ) τo
Os valores de ∆θh1 e ∆θh2 no instante n são calculados de maneira similar à Equação C.7.
Para uma solução precisa, o passo de tempo Dt deve ser tão pequeno quanto possível, certamente,
não superior à metade da menor constante de tempo do modelo térmico. Por exemplo, se a constante
de tempo para o enrolamento considerado for de 4 min, o intervalo de tempo não pode ser maior que
2 min.
Também existem, teoricamente, métodos de solução de análise numérica mais precisos do que aquele
utilizado nas Equações C.6 a C.9, por exemplo, métodos trapezoidal ou de Runge-Kutta. No entanto,
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
estes métodos de maior complexidade não garantem resultados mais precisos considerando a impre-
cisão dos dados de entrada.
As equações diferenciais de 6.3, que expressam a perda de vida do isolamento de celulose, também
podem ser convertidas para equações diferenciais. A equação diferencial fundamental é:
dL
=V (C.12)
dt
Convertendo a Equação C.12, implica:
C.5 Exemplo
Supondo que um dispositivo de monitoramento em tempo real (online) tenha o objetivo de gerar
informações de temperatura do ponto mais quente e de perda de vida, as etapas da solução são as
seguintes:
Os parâmetros utilizados são escolhidos de tal forma que a temperatura do ponto mais quente nominal
é de 110 °C a uma temperatura ambiente de 30 °C. Outros parâmetros, apresentados a seguir,
são típicos.
Os dados de entrada para este exemplo estão listados na Tabela C.1 e apresentados na Figura C.1.
t min h:min θa K
0 0 14:00 30,3 0,81
1 3 14:03 29,9 0,87
2 6 14:06 29,8 0,88
3 9 14:09 29,5 0,86
4 12 14:12 29,6 0,90
5 15 14:15 29,5 0,92
6 18 14:18 29,5 0,95
7 21 14:21 28,9 0,96
8 24 14:24 29,0 0,97
9 27 14:27 28,6 1,00
10 30 14:30 28,0 1,70
11 33 14:33 28,7 1,70
12 36 14:36 27,8 1,73
13 39 14:39 28,1 1,72
2,0 50
Temperatura ambiente
1,5
em graus Celsius
Fator de carga
40
1,0
30
0,5
0,0 20
14:00 14:30 15:00 15:30 16:00
Embora o sistema possa não estar em regime permanente no início do período de cálculo, normalmente
esta premissa é a melhor que se pode assumir, e tem pouco efeito sobre o resultado.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
As condições iniciais, então, são calculadas considerando que as derivadas em relação ao tempo
das Equações C.1, C.3 e C.4 são iguais a zero, resultando nos seguintes valores.
x
1 + K 2R
A partir da Equação C.1, o valor inicial de θo é θo(0) = × ∆θor + θa = 63, 9 °C .
1+ R
A partir da Equação C.3, o valor inicial de Δθh1 é Δθh1(0) = k21 × Ky × Δθhr = 53,2 K.
A partir da Equação C.4, o valor inicial de Δθh2 é Δθh2(0) = (k21 – 1) × Ky × Δθhr = 26,6 K.
Além disso, recomenda-se que a condição inicial para a perda de vida, L, seja escolhida. Supor aqui
que o objetivo do cálculo é determinar a perda de vida para esta ocorrência particular de sobrecarga.
Portanto, o valor inicial de L é L(0) = 0.
Em n = 0, t = 0, θo(0) = 63,9 (as unidades são omitidas; tradicionalmente graus Celsius (°C) para
temperaturas e Kelvins (K) para diferenças de temperatura)
∆θh1(0) = 53,2
∆θh2(0) = 26,6
L(0) = 0
Em n = 1, t = 3 min, das Equações C.6 e C.7, a temperatura do topo óleo se altera conforme a seguir:
3 1 + 0, 872 × 8 0,8
Dθo (1) = × 45 − [ 63 , 9 − 29 , 9 ] = 0,121 e,
0, 5 × 150 1+ 8
θo(1) = θo(0) + Dθo(1) = 63,9 + 0,121 = 64,0
Similarmente, das Equações C.8, o primeiro termo da elevação de temperatura se altera conforme
a seguir:
3
D ∆θh1(1) = × ( 2, 0 × 35 × 0, 871,3 − 53, 2) = 1,12 e,
2, 0 × 7
Similarmente, das equações (C.9), o segundo termo da elevação de temperatura se altera conforme
segue:
3
D ∆θh2(1) = × ((2, 0 − 1) × 35 × 0, 871,3 − 26, 6) = 0,104 e,
(1/2, 0) × 150
15 000 − 15 000
DL(1) = V(1) × Dt = e110 + 273 θh(1) + 273 × 3 = 0, 42
Em n = 2, t = 6 min, todo o cálculo é repetido com todos os subscritos incrementados de 1, isto é, cada
variável X(1) torna-se X(2). Em n = 3, t = 9 min, cada variável X(2) torna-se X(3) e assim por diante,
continuando até n = 40, t = 120 min.
1,5 15
1,0 10
0,5 5
0,0 0
14:00 14:30 15:00 15:30 16:00
NOTA 1 Temperatura do ponto mais quente em graus Celsius (curva superior, eixo da esquerda).
Anexo D
(informativo)
INÍCIO
DADOS DE ENTRADA
Método de resfriamento: ONAF
Temperatura ambiente: θa = 25,6 °C
Elevação de temperatura do topo do óleo na corrente nominal: ∆θor = 38,3 K
Relação entre a perda em carga na corrente nominal e a perda em vazio: R = 1 000
Fator do ponto mais quente: H = 1,4
Diferença de temperatura do enrolamento - topo do óleo: gr = 14,5 K
Constante de tempo do enrolamento: τ w = 7 min
Constante de tempo do óleo médio: τo= 150 min
Expoente da temperatura do óleo: x = 0,8
Expoente da temperatura do enrolamento: y = 1,3
Constantes térmicas: k11 = 0,5; k21 = 2,0; k22 = 2,0
Número de intervalos no ciclo de carga: N = 6
Fator de carga em cada intervalo:
K(1) = 1,0; I(1) = (0 – 190) min
K(2) = 0,6; I(2) = (190 – 365) min
K(3) = 1,5; I(3) = (365 – 500) min
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Sim
Calcular: Calcular:
θ o(t) θ o(t)
θ h(t) θ h(t)
t=t+1
t=t+1
Não Não
t>D t>D
Sim Sim
t=D+P
(Imprime resultados)
θ o(t)
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
θ h(t)
(Dados iniciais)
∆θ oi =θ o(t) –θ a
∆θ hi =θ h(t) – θo(t)
C=C+1
K= K(C)
D= D(C)
C-1
P=
Σ
j=1
D(j)
t=0
Não
C>N
Sim
FIM
Anexo E
(informativo)
Este Anexo contém um exemplo de como calcular e apresentar os dados de sobrecarga com as
equações apresentadas neste documento.
A Tabela E.1 apresenta, como exemplo, algumas características que podem ser utilizadas.
Quando a temperatura do ponto mais quente for conhecida, o envelhecimento relativo pode ser calcu-
lado com a Equação 2 de 6.2. Com a Equação 4 de 6.3, a perda de vida, expressa em dias normais,
pode ser calculada dividindo a soma da idade relativa de cada minuto por 1 440.
Por exemplo, considerar um caso com uma carga inicial (K1) de 0,8, em seguida, uma sobrecarga
K2 = 1,4, durante 30 min e retorna para K1 = 0,8 para o tempo restante (1 410 min). O transformador
é de resfriamento OD, portanto, as características exemplo da Tabela E.1 (OF) são utilizadas.
K1 = 0,8
Δθoi = 38,7 K
Δθhi = 16,5 K
K2 = 1,4
K1 = 0,8
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
f3(t = 1) = 0,99
K1 = 0,8
Isso resulta em uma perda de vida de 0,14 dias e um aumento máximo da temperatura do ponto mais
quente de 94 K.
Os parâmetros do método descrito podem ser variados de modo a gerar uma tabela com a perda
de vida em função de K1 e K2. Quando o tempo de sobrecarga for alterado, um conjunto completo
de tabelas pode ser obtido.
1,5 0,01 0,03 0,10 0,21 0,55 1,71 6,34 28,0 144,9 868,7 5 975
85 90 97 102 107 113 120 127 135 144 153
1,6 0,03 0,06 0,18 0,37 0,87 2,44 8,19 33,3 162,7 938,3 6 297
93 98 105 110 115 121 128 135 143 152 161
K1 0,25 0,5 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
K2
1,7 0,07 0,15 0,40 0,76 1,64 4,12 12,3 44,6 198,0 1 067 x
101 107 114 119 124 130 137 144 152 161 x
1,8 0,18 0,37 0,94 1,73 3,55 8,24 22,1 70,5 275,2 x x
110 115 123 127 133 139 145 153 161 x x
1,9 0,48 0,95 2,39 4,32 8,58 18,9 47,0 134,7 x x x
119 125 132 137 142 148 154 162 x x x
2,0 1,34 2,61 6,45 11,5 22,5 48,1 x x x x x
129 134 141 146 151 157 x x x x x
NOTA 1 Tipo de resfriamento OF, θa = 20 °C.
NOTA 2 K1 = carga inicial (1 410 min); K2 = carga durante 30 min.
NOTA 3 Os valores em itálico na Tabela E.2 mostram os resultados dos cálculos, desconsiderando os
limites da Tabela 4.
Os dados também podem ser apresentados em um gráfico. Na Figura E.1, um exemplo é dado onde
K2 é apresentada como uma função de K1 com um dado tempo de sobrecarga e perda de vida unitária.
2,0
1,8
1,6
t = 30 min
K2
t=1h
1,4
t=4h
t=2h
1,2
t=8h
t = 24 h
1,0
θa= 20 °C
0,8
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2
K1
NOTA As linhas pontilhadas na Figura E.1 mostram os resultados do cálculo, desconsiderando os limites
da Tabela 4.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Anexo F
(informativo)
Condições especiais
a) a carga nominal pode ser mantida durante aproximadamente 30 min após operação contínua
com carga nominal, sob uma temperatura ambiente de 30 °C, e com todos os equipamentos do
sistema de resfriamento em serviço;
b) a carga nominal pode ser aplicada durante aproximadamente 90 min se a operação for iniciada
com enrolamento e o óleo sob temperatura de 30 °C;
c) a tensão nominal pode ser mantida durante 4 h, em vazio, após operação contínua com carga
nominal, sob uma temperatura ambiente de 30 °C, e com todos os equipamentos do sistema
de resfriamento em serviço;
d) a tensão nominal pode ser mantida durante 6 h, em vazio, se a operação for iniciada com enrola-
mento e o óleo sob temperatura de 30 °C.
em 6.8.1.4 - a) e b) podem ser muito elevados. Recomenda-se nesses casos, consultar o fabricante
do transformador a respeito de qual o tempo x potência que pode ser operado nessas condições.
Anexo G
(informativo)
a) térmica (temperatura);
b) hidrolítica (água);
Para que a degradação seja somente térmica e inerente ao processo de carga, são recomendadas as
concentrações indicadas nas Tabelas G.1, G.2 e G.3.
NOTA Para os valores-limite físico-químicos do óleo isolante, ver ABNT NBR 10576.
10
0 °C
C
10 °
°C
% de umidade no papel, em massa
20
6
°C
30
°C
40
4
°C
50
C
60 °
2 70 °C
70 °C
8
70 °C
90
100 °C
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
20 40 60 80
Anexo H
(normativo)
Integram a Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN) os transformadores de potência com
tensão primária igual ou superior a 230 kV, que façam parte de concessão de serviço público de trans-
missão de energia disponibilizados ao operador nacional do sistema elétrico (ONS.)
H.3.1 Referências
Os requisitos funcionais a serem atendidos por transformadores de potência novos, no que diz res-
peito aos procedimentos para aplicação de carga e à capacidade de carregamento, que balizam o
relacionamento entre o comprador e o ONS, estão regulados pelas resoluções normativas da ANEEL.
Os transformadores de potência devem ser dimensionados para a expectativa de vida útil de 35 anos
e devem ser especificados com papel termoestabilizado ou material isolante de classe térmica superior.
Este requisito deve ser levado em conta também na gestão da manutenção, atribuição do comprador.
A modelagem para cálculo das temperaturas e a avaliação do envelhecimento devem seguir o modelo
desta norma. O critério para a consideração do fim de vida útil deve ser o atingimento de grau de poli-
merização igual ou inferior a 200 (GP200), ou seja, no caso de papel termoestabilizado imerso em óleo
mineral, 150 000 h à temperatura de 110 °C (continuamente).
Por sua vez, o ciclo de carregamento em condição de emergência de curta duração envolve condições
de maior risco, devendo, portanto, ser utilizado apenas em raras ocasiões. O tempo de operação
nessa condição deve ser menor do que a constante de tempo térmica do transformador e depende da
temperatura em operação antes da contingência, não devendo ser maior do que 30 min. Durante este
intervalo de tempo, deve-se retornar à condição de carregamento de longa duração; caso contrário,
o transformador deve ser desligado, para se evitar o risco de falha. Conforme estabelecido pela ANEEL,
o carregamento de emergência de curta duração será utilizado em situações de contingência no SIN,
como último recurso operativo antes do corte de carga, mediante monitoramento da transmissora
e acordo com o ONS. Essa situação pode ocorrer a qualquer momento e é compromisso do ONS que
sua duração não ultrapasse 30 min.
A transmissora deve garantir que, em condição normal de operação, o transformador possa operar
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
continuamente desde sua entrada em operação e ao longo de toda a vida útil de 35 anos com carre-
gamento de 100 % da potência nominal, como ilustrado na Figura H.1.
Carregamento (%)
100
24
tempo (horas)
a vida útil de 35 anos, com carregamento de 120 % da potência nominal por um período de 4 h
do seu ciclo diário de carga para a expectativa de perda de vida útil estabelecida nesta Parte da
ABNT NBR 5356. O referido carregamento de 120 % deve poder ser alcançado em qualquer condição
de carregamento do transformador, inclusive com carregamento prévio de 100 % da sua potência
nominal, como ilustrado na Figura H.2.
120
100
4h
24
tempo (horas)
140
100
0,5h
24
tempo (horas)
O dimensionamento do transformador de potência deve ser feito considerando dois ciclos de carga de
referência: ciclo de carga normal (descrito em H.3.3.3.1) e ciclo de sobrecarga (descrito em H.3.3.3.2
e H.3.3.3.3). Deve-se considerar que em 90 % dos dias de operação, o transformador esteja
submetido ao ciclo de carga normal e nos 10 % dos dias de operação restantes ao ciclo de sobrecarga.
A expectativa de vida projetada nesta condição composta deve ser de 35 anos.
O transformador deve ser dimensionado para que possa operar continuamente, desde sua entrada
em operação e por 90 % dos dias de operação ao longo da vida útil projetada de 35 anos com
carregamento de 100 % da potência nominal, como representado na Figura H.1
O transformador deve ser dimensionado para que, em condição de sobrecarga, possa operar
nas condições descritas em H.3.3.3.2 e H.3.3.3.3 sempre que solicitado pelo ONS, desde sua entrada
em operação e por um tempo máximo acumulado de 10 % dos dias ao longo da vida útil projetadal
de 35 anos, totalizando 3,5 anos.
Uma vez que o carregamento de 140 % decorre de uma contingência não prevista, por segurança,
o transformador deve ser dimensionado considerando que os carregamentos de 120 % e 140 %
possam ocorrer dentro do mesmo ciclo diário sem intervalo de tempo entre os mesmos, como ilustrado
na Figura H.4.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Carregamento (%)
140
120
100
4h 0,5h
24
tempo (horas)
H.4.1 Objetivo
O ensaio tem o objetivo de demonstrar que o transformador completo, incluindo seus acessórios,
pode suportar os ciclos de carga especificados em H.3.3.4.
H.4.2 Premissas
A avaliação da expectativa de vida do transformador deve ser feita considerando temperatura ambiente
média da região, majorada pela elevação de temperatura local devido ao ambiente da subestação.
Por sua vez, a avaliação das temperaturas máximas atingidas pelo transformador deve ser feita conside-
rando a temperatura média máxima da região, também majorada pela elevação de temperatura local
devida ao ambiente da subestação conforme esta Parte da ABNT NBR 5356. Estes valores devem
ser no mínimo de 30 °C e 40 °C, respectivamente, conforme estabelecido na ABNT NBR 5356-2.
Valores superiores, a critério da transmissora, devem constar da especificação de compra do transfor-
mador, a ser considerada pelo fabricante em seu projeto.
H.4.3 Critérios
O transformador deve ser dimensionado para que, na temperatura ambiente média máxima
(temperatura máxima conforme esta Parte da ABNT NBR 5356) para efeito de dimensionamento
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
(mínimo de 40 °C), a temperatura do topo do óleo, do ponto mais quente do enrolamento e de outras
partes metálicas sem contato com celulose sejam inferiores aos valores estabelecidos na Tabela H.1.
Componentes metálicos, como núcleo, vigamentos de núcleo, tanque, blindagens etc., podem apre-
sentar temperaturas inadmissíveis devido ao fluxo de dispersão, o que aumenta o risco posterior
de falhas durante a operação e pode se tornar um fator mais importante que a simples medição de
pontos quentes no enrolamento. Temperaturas elevadas aliadas a altos teores de umidade nos mate-
riais isolantes podem gerar bolhas que, atingindo regiões de campo elétrico elevado, criam riscos de
ocorrência de uma descarga elétrica.
Pode-se detectar este problema apenas de maneira indireta, por meio de análise cromatográfica do
óleo em várias etapas do ensaio e, em função do perfil dos gases gerados, estimar a ordem de
grandeza de possíveis temperaturas atingidas. Por exemplo, se for detectada a presença de C2H2 –
acetileno, pode-se inferir que a temperatura em algum local tenha atingido valores superiores a 1 000 °C.
O incremento absoluto do teor e composição dos gases dissolvidos no óleo durante o ensaio (diferença
do teor antes e depois do ensaio) deve atender ao estabelecido na Tabela H.2. As amostras devem
ser coletadas no mínimo em dois instantes: imediatamente após o ciclo de sobrecarga e 6 h após
o término do ensaio. Outras amostras podem ser retiradas, mediante acordo entre o fabricante e a
comprador. Caso os valores de incremento absoluto obtidos no ensaio não atendam ao estabelecido
na Tabela H.2, devem ser tomadas medidas investigativas e/ou corretivas de comum acordo entre
fabricante e comprador e não são motivo para rejeição imediata do transformador.
A Tabela H.3 apresenta valores de referência orientativos para a taxa de geração de gás (incremento
absoluto por unidade de tempo) durante o ensaio de aquecimento em sobrecarga.
NOTA O levantamento destas grandezas subsidiará uma eventual revisão deste Anexo, no sentido de que
os limites se tornem determinativos.
CH4 Metano 2
C2H6 Etano 2
C2H4 Etileno 1
C2H2 Acetileno Nd
Tabela H.3 – Taxa orientativa de geração admissível de gases durante o ensaio de aquecimento
Taxa de geração de gases (µL/L/h)
Gás
Condição 1 Condição 2 Condição 3
H2 Hidrogênio < 0,8 ≥ 0,8 e < 1,5 ≥ 1,5
Monóxido
CO < 2,0 ≥ 2,0 e < 5,0 ≥ 5,0
de carbono
Critério
Dióxido
CO2 < 20,0 ≥ 20,0 e < 40,0 ≥ 40,0
de carbono
CH4 Metano
C2H6 Etano < 0,5 ≥ 0,5 e < 1,0 ≥ 1,0
C 2H4 Etileno
C 2H2 Acetileno Nd Nd Nd
Sem Anormalidade detectada;
Diagnóstico Possível anormalidade
anormalidade Possível falha térmica
Ensaiar nova amostra;
●● investigar a causa, ●● Reunião entre
analisando os fabricante e cliente;
resultados e ●● executar ações
Ações recomendadas Nenhuma
prolongando o ensaio corretivas e repetir
de elevação de ensaio de elevação
temperatura; de temperatura.
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
●● avisar ao cliente.
NOTA A presença de acetileno (C2H2) durante o ensaio é indício de defeito e convém que seja investigada.
Não pode ser identificado qualquer vazamento de óleo do tanque do transformador. As buchas também
não podem apresentar vazamento.
O ensaio deve ser feito somente para os enrolamentos de alta e média tensão. O efeito do enrolamento
terciário sob carga deve ser considerado por meio de cálculo. A princípio, são determinadas as perdas
máximas na condição de carregamento com terciário, conforme definido na ABNT NBR 5356-2:2007,
5.2.3. Para o cálculo da perda de vida durante a sobrecarga, as temperaturas do óleo e do enrolamento
são corrigidas por cálculo na derivação nominal. Em nenhum caso deve ser considerada a aplicação
de sobrecarga no terciário.
Nas situações em que o terciário seja utilizado para alimentação de carga, como por exemplo,
compensação reativa e eliminação de harmônicos, ou nas raras situações em que houver especificação
de utilização do terciário em carga (por exemplo, quando o transformador em questão for utilizado em
SE existentes, nas quais tenha havido essa prática anteriormente), a consideração do carregamento
do terciário no ensaio deve ser objeto de acordo entre comprador e fabricante.
H.4.4.3 Derivação
O fator do ponto mais quente (hot spot) utilizado deve ser o valor fornecido previamente pelo fabricante.
Uma avaliação mais detalhada pode ser obtida por meio de revisão de projeto (design review).
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Carregamento
1,4 × I
1,2 × I
It It
I
Topo do óleo
5 a 10h 1 a 7h 1 a 6h 4h 1/2h
t0 t1 t2 t3 Tempo
M0 M1 M2
G0 G2 G3
Y
H × gr
A
B
gr
P
Q
C
E
X
Legenda Observação
Tamb temperatura média ambiente durante as medições
A elevação de temperatura do topo do óleo conforme ABNT NBR 5356-2 Critério de aceitação
B elevação de temperatura do óleo no tanque na parte superior do enrolamento Estimado (igual a A)
(muitas vezes assumida como a mesma temperatura A)
C elevação de temperatura média do óleo no tanque
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
X temperatura
Y posição relativa
■ ponto medido
● ponto calculado
P = Tamb + A + gr ⋅ H (H.2)
H.4.5.2 Etapa t0 a t1
H.4.5.2.1 Objetivo
Esta etapa tem o objetivo de possibilitar que as temperaturas do topo do óleo e média do óleo sobre a
temperatura do meio ambiente em regime permanente atinjam o valor no qual houve estabilização do
óleo no ensaio de aquecimento normal, de forma que a etapa seguinte de ensaio, o primeiro período
de ensaio de carregamento de 1,2 × It por 4 h, seja iniciada nesta temperatura de estabilização.
A corrente I corresponde àquela que resulta nas maiores perdas em carga, na derivação de maiores
perdas.
O ensaio deve ser realizado com a corrente It, que corresponde à corrente que resulta em perdas totais
no transformador: perdas em carga (Pco) e perdas em vazio (Po), na derivação de maiores perdas.
H.4.5.2.3 Duração
O ensaio perdura até que uma elevação de temperatura do óleo em regime seja igual à atingida no
ensaio de elevação de temperatura, durante o período de 1 h, com variação menor do que 1 °C no
último estágio de resfriamento.
Para a determinação das temperaturas do óleo e do enrolamento, devem ser utilizados os procedi-
mentos definidos na ABNT NBR 5356-2.
No instante t0, é retirada uma amostra de óleo G0 para realização de ensaio de gascromatografia.
Caso o ensaio de aquecimento e o ensaio de aquecimento em sobrecarga sejam realizados em
sequência, os teores G0 servem tanto para o cálculo dos incrementos e taxas gerados durante o ensaio
de aquecimento quanto para permitir a totalização dos incrementos e taxas gerados no ensaio
de aquecimento em sobrecarga. Caso sejam realizados separadamente, os teores G0 permitem a
avaliação dos teores e taxas gerados apenas durante o ensaio de aquecimento em sobrecarga.
H.4.5.3 Etapa t1 a t2
H.4.5.3.1 Objetivo
Esta etapa tem o objetivo de elevar a temperatura do topo do óleo durante o período da condição
de emergência de longa duração, correspondendo ao período de ensaio de carregamento de 1,2 × I
por 4 h.
H.4.5.3.3 Duração
Devem ser feitas medições de temperatura por termografia em partes externas do tanque na condição
de temperatura do instante t2, que não podem ultrapassar os limites definidos na Tabela H.1 (coluna
referente a outras partes metálicas sem contato com celulose). Caso os valores obtidos estejam
próximos dos estabelecidos, procedimentos adicionais devem ser objeto de análise e acordo entre
fabricante e comprador.
A temperatura do óleo medida deve ser corrigida para incluir as perdas em vazio com as seguintes
etapas de cálculo:
a) corrigir a elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente (A) medida
em t2 para incluir as perdas em vazio, ou seja, corrigir de 1,2 × I para 1,2 × It;
b) corrigir a elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo (gr) de I para 1,2 × I, a partir da
elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo medida no ensaio de elevação de tempe-
ratura, que tinha sido determinada para I;
c) a temperatura do ponto mais quente do enrolamento deve ser obtida a partir da soma das duas
grandezas anteriores adicionada à temperatura ambiente média máxima (mínimo de 40 °C).
As correções devem ser feitas segundo os procedimentos estabelecidos em 8.2.2, utilizando os parâ-
metros da Tabela 5.
No instante t2, é retirada uma amostra de óleo G2 para a realização de ensaio de gascromatografia.
H.4.5.4 Etapa t2 a t3
H.4.5.4.1 Objetivo
Esta etapa tem o objetivo de elevar a temperatura do topo do óleo durante o período da condição
de emergência de curta duração, correspondendo ao período de ensaio de carregamento de 1,4 × I
por 30 min. Esta etapa tem ainda o objetivo de possibilitar o levantamento do perfil de gases gerados
após o ensaio completo (1,2 × I por 4 h e 1,4 × I por 30 min).
H.4.5.4.3 Duração
Para a determinação das temperaturas do óleo e do enrolamento, devem ser utilizados os proce-
dimentos definidos na ABNT NBR 5356-2. No instante t3, são medidas e registradas as seguintes
grandezas:
Devem ser feitas medições de temperatura por termografia em partes externas do tanque na condição
de temperatura do instante t3, que não podem ultrapassar os limites definidos na Tabela H.1 (coluna
referente a outras partes metálicas sem contato com celulose). Caso os valores obtidos estejam
próximos dos estabelecidos, procedimentos adicionais devem ser objeto de análise e acordo entre
fabricante e comprador.
A temperatura do óleo medida deve ser corrigida para incluir as perdas em vazio, com as se-
guintes etapas de cálculo:
a) corrigir a elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente (A) medida em
t3 para incluir as perdas em vazio, ou seja, corrigir de 1,4 × I para 1,4 × It;
b) corrigir a elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo (gr) de 1,2 × I para 1,4 × I, a partir
da elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo calculada no instante t2, que tenha sido
determinada para 1,2 × I;
c) a temperatura do ponto mais quente do enrolamento deverá ser obtida a partir da soma das duas
grandezas anteriores adicionadas à temperatura ambiente média máxima (mínimo de 40 °C).
Para efeito de avaliação da verificação do atendimento ao critério de temperatura máxima, deve ser
utilizado o valor de temperatura do ponto mais quente do enrolamento obtido a partir da temperatura do
óleo medida e corrigida por cálculo. Uma vez que a temperatura final do óleo não esteja estabilizada,
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
o que pode provocar distorções nos resultados, o valor medido não pode ser utilizado para avaliação
do atendimento ao critério e apenas serve de subsídio para futuro ajuste dos procedimentos de cálculo
e parâmetros de correção.
Seis horas após o instante t3, ou conforme acordo prévio entre fabricante e comprador, é retirada uma
amostra de óleo G3 para a realização de ensaio de gascromatografia.
Bibliografia
[3] ABNT NBR 7070, Amostragem de gases e óleo mineral isolantes de equipamentos elétricos
e análise dos gases livres e dissolvidos
[4] ABNT NBR 10576, Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos – Diretrizes para supervisão
e manutenção
[5] ABNT NBR 10710, Líquido isolante elétrico – Determinação do teor de água
[6] ABNT NBR 14248, Produtos de petróleo – Determinação do número de acidez e de basicidade –
Método do indicador
[7] ABNT NBR IEC 60450, Medição do grau de polimerização viscosimétrico médio de materiais
celulósicos novos e envelhecidos para isolação elétrica
[9] A.K. Bose and G.J Hulsink: Performance of the magnetic circuit of a transformer in service –
Elektrotechniek 56 (1978)(7)
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
[10] E. Binder und W. Felber: Rueckarbeitsverfahren mit zwei 500 MVA Transformatoren –
ELIN-Zeitschrift 1978 Heft 1
[11] A.K. Bose, C. Kroon, J. Wildeboer: The loading of a magnetic circuit – CIGRE 1978 session,
August 30 – September 7
[12] Aging of Kraft Paper in Natural Ester Dielectric Fluid – 14th International Conference on Dielectric
Liquids, Graz, Austria, July 7-12, 2002, IEEE 0-7803-7350-2/02
[13] Aging of Paper Insulation in Natural Ester Dielectric Fluid – IEEE/PES Transmission & Distribution
Conference & Expo, Oct. 28 – Nov. 02, 2001, Atlanta, GA, IEEE 0-7803-7257-5/01
[14] Schroff, D.H. and Stannett, A.W., A review of paper ageing in transformers – IEE proceedings
vol. 132, pt C, no. 6, November 1985, pages 312–319
[15] IEEE standard C57.91:1995, IEEE Guide for loading mineral-oil-immersed transformers
[16] Nordman, H. and Lahtinen, M., Thermal overload tests on a 400 MVA power transformer with
a special 2,5 p.u. short time loading capability – IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 18,
no. 1, January 2003, pages 107–112
[17] Lampe, W., Petterson, L.,Ovren, C., Wahlstrom, B., Hot-spot measurements in power transformers –
CIGRE, Rep. 12-02, 1984
[18] Experimental determination of power transformer hot-spot factor – CIGRE WG 12-09, Electra
no. 161, August 1995
[19] IEEE 1538:2000, IEEE Guide for determination of maximum winding temperature rise in liquid-
filled transformers
[20] Nordman, H., Rafsback, N., and Susa, D., Temperature responses to step changes in the load
current of power transformers – IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 18, no. 4, October
2003, pages 1110-1117
[21] Swift, G.W., Molinski, T.S. and Lehn, W., A Fundamental Approach to Transformer Thermal
Modelling – IEEE transactions on power delivery, vol. 16, No. 2, April 2001, pages 171 – 177
[22] Heat-run test procedure for power transformers – CIGRE WG 12-09, Electra no.129, March 1990,
pages 37 – 45
[24] ANSI/IEEE C.57.100 Standard test procedure for thermal evaluation of insulation systems for
liquid-immersed distribution and power transformers
[25] ASTM D982, Test method for organic nitrogen in paper and paperboard
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -