Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRASILEIRA 5356-8
Primeira edição
07.03.2017
Transformadores de potência
Parte 8: Guia de aplicação
Power transformers
Part 8: Application guide
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Número de referência
ABNT NBR 5356-8:2017
82 páginas
© ABNT 2017
ABNT NBR 5356-8:2017
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
© ABNT 2017
Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por
escrito da ABNT.
ABNT
Av.Treze de Maio, 13 - 28º andar
20031-901 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 3974-2300
Fax: + 55 21 3974-2346
abnt@abnt.org.br
www.abnt.org.br
Sumário Página
Prefácio..............................................................................................................................................viii
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................2
4 Propriedades características das diferentes combinações de enrolamentos
trifásicos e projetos de circuitos magnéticos..................................................................2
4.1 Enrolamentos ligados em Y, D e Z.....................................................................................2
4.1.1 Vantagens de enrolamentos ligados em estrela (Y)........................................................2
4.1.2 Vantagens de um enrolamento ligado em triângulo (D)..................................................3
4.1.3 Vantagens de um enrolamento ligado em zigue-zague (Z).............................................3
4.2 Propriedades características das combinações de ligações de enrolamentos............3
4.2.1 YNyn e YN auto....................................................................................................................3
4.2.2 YNy e Yyn.............................................................................................................................3
4.2.3 YNd, Dyn, YNyd (terciário para carga) ou YNy + d (terciário para estabilização sem
carga) ...................................................................................................................................3
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Figuras
Figura 1 – Circuito magnético em três colunas................................................................................4
Figura 2 – Circuito magnético em cinco colunas..............................................................................5
Figura 3 – Circuito magnético com núcleo envolvente....................................................................5
Figura 4 – Circuito magnético trifásico em sete colunas de núcleo envolvente (tipo shell)........5
Figura 5 – Autotransformador, diagrama unifilar..............................................................................7
Figura 6 – Espiras de regulação de neutro comum..........................................................................9
Tabelas
Tabela 1 – Impedâncias de sequência zero – Valores típicos........................................................18
Tabela 2 – Dados de impedâncias e perdas para cálculo...............................................................53
Tabela 3 – Variação combinada de tensão – Valores de derivação...............................................68
Tabela 4 – Parâmetros do transformador ........................................................................................69
Tabela 5 – Parâmetros do autotransformador ................................................................................70
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais
direitos de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados
à ABNT a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação em Regulamentos Técnicos.
Nestes casos, os Órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas
para exigência dos requisitos desta Norma.
A ABNT NBR 5356, sob o título geral “Transformadores de potência”, tem previsão de conter as
seguintes partes:
—— Parte 1: Generalidades;
—— Parte 2: Aquecimento;
—— Parte 4: Guia para ensaios de impulso atmosférico e de manobra para transformadores e reatores;
—— Parte 6: Reatores;
Scope
This Standard is to be applied to power transformers according to the series ABNT NBR 5356
and is aimed to provide information to the users regarding the following topics:
b) short-circuit currents for transformers with connecting group YNynd and similar;
c) parallel operation of transformers, calculation of voltage variation due to loading, and calculation
of load losses for different loading combinations of the three windings;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
d) definition of nominal quantities and characteristics of taps (derivations) based on expected loads;
Some of the information is general and applicable to all power transformers, however, several sessions
are focused on issues and problems of interest only for specification and use of high voltage power
transformers.
The recommendations are not obligations and do not constitute specification requirements.
Information regarding power transformers overloading capability are given in ABNT NBR 5356-7,
for oil-immersed transformers, and ABNT NBR 5356-11 for dry-type transformers.
Guidelines for impulse tests on power transformers are given in ABNT NBR 5356-4.
Transformadores de potência
Parte 8: Guia de aplicação
1 Escopo
Esta Norma se aplica aos transformadores de potência em conformidade com a série ABNT NBR 5356
e tem por objetivo prover informações para os usuários, nos seguintes assuntos:
d) definição das grandezas nominais e das características das derivações baseados nos carrega-
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
mentos esperados;
Parte das informações é de natureza geral e aplicável a todos os transformadores de potência, porém,
várias seções tratam de aspectos e problemas que interessam apenas para especificação e utilização
de transformadores de alta-tensão e potência.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para refe-
rências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
IEC 60050-421:1990, International Electrotechnical Vocabulary (IEV) – Chapter 421: Power transformers
and reactors
IEC 60076-3:2013, Power transformers – Part 3: Insulation levels, dielectric tests and external
clearances in air
IEC 60909-0, Short-circuit current in three-phase a.c. systems – Part 0: Calculation of currents
IEC/TR 60909-1, Short-circuit current in three-phase a.c. systems – Part 1: Factors for the calculation
of short-circuit currents according to IEC 60909-0
IEC/TR 60909-2, Short-circuit currents in three-phase a.c. systems – Part 2: Data of electrical equipment
for short-circuit current calculations
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 5458.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Existem duas conexões trifásicas principais de transformador: estrela (ligação Y) e triângulo (ligação D).
Para fins específicos, particularmente em transformadores de pequenas potências, uma outra ligação
chamada zigue-zague ou Z também é usada. Várias outras ligações têm sido usadas (como “triângulo
truncado”, “triângulo estendido”, “ligação T”, “ligação V” etc.), porem em transformadores de aplicações
especiais.
f) permite a aplicação de carga monofásica com corrente de neutro (ver 4.2 e 6.8).
a) permite circulação de corrente de neutro com uma inerente baixa impedância de sequência zero
(é usado para aterramento de transformadores para criar um terminal de neutro artificial para o sistema);
b) reduz o desequilíbrio de tensão em sistemas onde a carga não é distribuída igualmente entre as fases.
A notação de ligações dos enrolamentos para transformadores segue convenções que por sua vez
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Esta seção apresenta um resumo do comportamento da corrente de neutro para diferentes combi-
nações de enrolamentos. Estas combinações são referidas como tendo “componentes de sequência
zero” de corrente e tensão. Este conceito é tratado mais adiante nas Seções 6 e 7.
A corrente de sequência zero circula com ampères-espiras equilibrados, encontrando baixa impedância
de curto-circuito no transformador. Transformadores de sistemas com esta ligação podem ainda ser
providos de enrolamento triângulo de estabilização (ver 6.7.2 e 6.8).
A corrente de sequência zero no enrolamento com neutro aterrado não tem ampères-espiras equili-
brados no enrolamento oposto, onde o neutro não esteja ligado à terra. Isto então causa uma corrente
de magnetização para o núcleo magnético controlada por uma impedância de magnetização de
sequência zero. Esta impedância é alta ou muito alta, dependendo do projeto do circuito magnético
(ver 4.3). A simetria das tensões fase-neutro é afetada e podem existir limitações para a corrente de
sequência zero permissíveis causada por aquecimento provocado pelo fluxo de dispersão (ver 6.8).
4.2.3 YNd, Dyn, YNyd (terciário para carga) ou YNy + d (terciário para estabilização sem carga)
A corrente de sequência zero no enrolamento estrela com neutro aterrado faz com que a corrente
de compensação circule no enrolamento triângulo. A impedância é baixa, aproximadamente igual à
impedância de curto-circuito da sequência positiva entre os enrolamentos.
Se existir dois enrolamentos com ligação em estrela com neutro aterrado (inclusive o caso de auto-
transformadores com neutro comum), há carregamento trifásico para corrente de sequência zero,
ver 6.3.2, 6.7.2 e 7.
enrolamento terciário com relativa baixa tensão para potência auxiliar. Isto pode ser obtido por meio
de conexão de barramento externo. A conexão externa representa um risco adicional de falta a terra
ou curto-circuito no enrolamento terciário combinado do banco.
O projeto de circuito magnético mais comum para um transformador trifásico é o núcleo em forma de
três colunas (ver Figura 1). Três colunas paralelas, verticais, estão interligadas na parte superior e
inferior por jugos horizontais.
O circuito magnético com núcleo em forma de cinco colunas (ver Figura 2) tem três colunas com
enrolamentos e duas colunas laterais sem enrolamentos, de menor seção transversal. Os jugos que
interligam todas as cinco colunas têm uma seção transversal reduzida em comparação com as colunas
centrais.
O projeto do núcleo envolvente (“shell-form” ) trifásico convencional tem uma configuração com três
colunas com enrolamentos horizontais e uma linha de centro comum (ver Figura 3). As colunas do
núcleo magnético internas aos enrolamentos têm uma seção transversal essencialmente retangular e
as partes adjacentes do circuito magnético envolvem o enrolamento como uma concha.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Um novo circuito magnético trifásico de núcleo envolvente (“shell-form” ) é um núcleo de sete colunas
no qual as colunas enroladas são dispostas de um modo diferente (ver Figura 4).
Figura 4 – Circuito magnético trifásico em sete colunas de núcleo envolvente (tipo shell)
A principal diferença entre os projetos, a ser discutida nesta Norma, reside no seu comportamento,
quando submetidos a um conjunto de tensões trifásicas assimétricas tendo uma resultante diferente
de zero, isto é, tendo um componente de sequência zero.
Esta condição também pode ser descrita iniciando por uma corrente de sequência zero sem equilíbrio
dos ampères-espiras em qualquer outro enrolamento. Esta corrente aparece como uma corrente de
magnetização para o circuito magnético e é controlada por uma impedância magnetizante por meio da
qual uma queda de tensão de sequência zero é desenvolvida.
Para uma determinada quantidade de fluxo associada a uma tensão de sequência zero aplicada,
este fluxo de dispersão externo encontra uma alta relutância, requerendo uma considerável força
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
4.3.2 Circuito magnético com núcleo em forma de cinco colunas ou núcleo envolvente (tipo
shell)
Devido aos fenômenos descritos em 4.3.1 e 4.3.2, é habitual prover estes transformadores ou banco
de transformadores com um enrolamento estabilizador ligado em triângulo (ver Seção 6).
I1
U 1 - U2
U1l1 = U2l 2 = S
U1 − U2 l 2 − l1
= =α I2
U1 l2
U1
(U1 − U2 ) l1 = U2 (l 2 − l1) = αS
U2
I1 - I2
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
4 I2
EXEMPLO Um transformador autoligado 420/240 kV, 300 MVA, é comparado com um transformador de
enrolamento separado que tem potência nominal de:
Se o autotransformador possuir um enrolamento terciário adicional não autoligado com uma potência nominal
de 100 MVA (Yn,a d 300/300/100 MVA), então seu equivalente de dois enrolamentos será:
Isto pode provocar perdas adicionais mais elevadas, como perdas parasitas no enrolamento e perdas
devido ao fluxo de dispersão nas partes mecânicas, e possivelmente até um efeito de saturação
devido à circulação de parte do fluxo de dispersão no circuito magnético. Estes efeitos restringem
o carregamento da unidade acima das condições nominais, mas isso não é detectado nos ensaios.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
A ABNT NBR 5356-7 leva em conta estes fenômenos quando diferenciam transformadores de grande
e médio porte. Autotransformadores devem ser classificados de acordo com sua potência equivalente
e impedância correspondente em porcentagem, e não pelos valores nominais de placa.
Se o ponto de neutro do transformador for destinado a ser diretamente aterrado, o nível de isolamento
necessário é muito baixo. (ver IEC 60076-3:2013, 5.5.2 ).
Pode-se alternativamente prever que nem todos os neutros de vários transformadores em uma
subestação sejam diretamente aterrados, para se reduzir as eventuais correntes de falta à terra.
Os neutros que não forem diretamente aterrados, entretanto devem ser providos de para-raios para
proteção contra impulsos transitórios. A tensão nominal e o nível de impulso do neutro devem ser
coordenados com a tensão à frequência industrial à qual o neutro não aterrado é submetido durante
uma falta à terra.
Em sistemas de extra alta-tensão com linhas aéreas longas, a possibilidade de sucessivos religamentos
monopolares pode ser melhorada com a utilização de um reator de aterramento especialmente
dimensionado. Este efeito requer um elevado nível de isolamento do neutro do transformador que
é ligado à terra via reator.
A comutação de derivações pode ocorrer também no terminal de neutro ou na junção entre os enro-
lamentos série e comum.
X
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
NOTA A regulação pelo neutro aumenta ou diminui simultaneamente o número de espiras em ambos
os enrolamentos de alta e de baixa tensão, mas a relação entre espiras é alterada. Este tipo de regulação
pode ser insuficiente no sentido de que solicita muitas espiras de regulagem para uma faixa de variações.
Entretanto, os volts por espira no transformador variam consideravelmente por meio da faixa de variação
de derivações (fluxo variável). O fenômeno se torna mais pronunciado quando a relação de transformação
se aproxima da unidade (baixo valor de α). Este efeito é minimizado por um superdimensionamento do
circuito magnético. Podem também resultar em tensões desiguais por degrau.
Para que a regulação seja organizada no ponto de interligação do transformador (terminal lado de linha
de baixa tensão), é necessário que o enrolamento das derivações e o comutador de derivações sejam
projetados com o nível de isolamento do terminal X. Estes devem ser submetidos diretamente aos
surtos transitórios de tensão provenientes de descargas ou de surtos de manobra. A Figura 7 mostra
os diferentes arranjos.
a) b) c)
X X X
Legenda
a) O número de espiras no enrolamento comum permanece sem variação. Esta é uma escolha lógica se
os sistemas de baixa tensão permanecerem relativamente constantes enquanto o sistema de alta-tensão
for mais variável.
b) Esta alternativa é a oposta de a). O número de espiras envolvendo o lado de alta-tensão do sistema
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
permanece constante, enquanto o número efetivo de espiras do lado de baixa tensão varia.
c) O número de espiras é constante no lado de alta-tensão, mas para um número específico de espiras
religadas, a relação varia mais do que no caso b). O caso b), por outro lado, permite a utilização do tipo
“mais ou menos” do enrolamento de derivações por reversão, conforme mostrado na Figura 7.
Informações adicionais relativas aos aspectos práticos de aterramento do sistema por meio do neutro
do transformador estão apresentadas em 6.1.2.
No caso geral de assimetria, a tensão ou corrente das três fases individuais tem amplitudes desiguais
e não estão defasadas igualmente no tempo (defasamento diferente de 120 graus elétricos entre
fases). A soma dos valores momentâneos pode ser diferente de zero. A representação dos fasores
é uma estrela assimétrica. A soma vetorial dos três fasores não forma necessariamente um triângulo
fechado (soma diferente de zero).
Porém, é sempre possível substituir as três variáveis assimétricas originais por uma combinação das
três componentes simétricas a seguir:
a) uma componente de sequência positiva formada por um conjunto equilibrado de tensões ou cor-
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
rentes trifásicas;
b) uma componente de sequência negativa formada por outro conjunto simétrico, mas com sequência
de fase oposta;
c) uma componente de sequência zero que tem fasor de mesma amplitude em todas as três fases
sem rotação de fase.
As duas primeiras componentes têm cada uma soma igual a zero a todo instante. A terceira componente
representa o resíduo, soma diferente de zero das variáveis originais, resultando em 1/3 em cada fase.
A vantagem do método de componentes simétricos para cálculo das tensões e correntes é que o
sistema original de três equações associadas às três variáveis desconhecidas é substituído por três
equações monofásicas separadas, com uma incógnita, uma para cada componente. Cada equação
utiliza os parâmetros de impedância ou admitância da respectiva componente.
As soluções das equações para as componentes simétricas individuais são então superpostas, fase
por fase, para obter as tensões de fase ou correntes do sistema real.
As propriedades das componentes têm as seguintes consequências práticas com relação às correntes
e tensões:
a) as três correntes de linha em um sistema não aterrado ou sem condutor de neutro têm soma igual
a zero. A transformação delas em componentes simétricas contém componentes de sequência
positiva e negativa, mas nenhuma componente de sequência zero. As correntes de um sistema,
para um enrolamento ligado em triângulo, têm esta propriedade;
b) se há corrente de neutro para terra ou pelo condutor de neutro (quatro fios), o sistema de correntes
de fase pode ter uma componente de sequência zero. Essa é uma condição normal em sistemas
de distribuição de quatro fios com cargas monofásicas conectadas entre fase e neutro. Linhas
de transmissão de alta-tensão normalmente não apresentam de forma intencional corrente de
desequilíbrio (corrente de neutro). Dentre os vários tipos de assimetrias existentes, há cargas
bifásicas que resultam em uma componente de sequência negativa, mas nenhuma componente
de sequência zero;
c) a componente de sequência zero é definida como sendo de mesma fase e amplitude nas três
fases. Uma componente de sequencia zero da corrente é, então, precisamente 1/3 da corrente
de neutro;
d) o conjunto de tensões de linha de enrolamentos ligados em triângulo tem soma igual a zero por
causa da conexão fechada e, por conseguinte, não possui nenhuma componente de tensão de
sequência zero. Mas dentro dos enrolamentos em triângulo pode circular corrente de sequência
zero, uma corrente de curto-circuito que circula ao redor do triângulo e induzida de outro
enrolamento (ver 6.5).
Os parâmetros de impedância (ou admitância) de diferentes elementos do sistema podem ser dife-
rentes para as três componentes. Na prática, equipamentos como transformadores e reatores têm
parâmetros iguais para impedância de sequência positiva e negativa. Para o transformador, estes são
os valores medidos durante os ensaios de rotina.
Os parâmetros de sequência zero de um transformador, porém, são diferentes. Pode ser que transfor-
madores que possuem valores iguais de reatância de sequência positiva tenham ainda características
diferentes de sequencia zero, dependendo do tipo de circuito magnético, da conexão e posição dos
enrolamentos, do caminho do fluxo de dispersão etc.
Em alguns casos, a impedância de sequência zero não é linear. Isto é apresentado, com referência
às características físicas do transformador, nos itens seguintes, os quais também apresentam alguns
valores estimativos para orientação geral. Se for necessário um conhecimento mais exato sobre um
transformador específico, as medições de suas características de sequência zero podem ser realizadas
como um ensaio especial, quando solicitado (ver ABNT NBR 5356-1:2007, 11.7).
Os fundamentos do método de componentes simétricas estão resumidos em 6.1 e 6.2. Foi mostrado
que a análise de fenômenos senoidais, assimétricos e lineares é realizada por meio de equações
monofásicas simultâneas, uma para cada componente. Para sequência positiva e negativa, o trans-
formador é representado por sua impedância em vazio e de curto-circuito, mas, para sequência zero,
o diagrama é em alguns casos diferente dependendo do projeto. Informações quantitativas sobre os
parâmetros são apresentadas a seguir.
ZA ZB
I ZM II
Por outro lado, um núcleo de três colunas tem uma impedância de magnetização razoável para tensão
de sequência-zero. Esta impedância não é linear com a amplitude da corrente ou tensão e varia
de projeto para projeto. O fluxo de dispersão do jugo (ver 6.4) induz a circulação de correntes parasitas
em todo o tanque. Sendo assim, há uma diferença entre transformadores de tanques corrugados
de chapas de espessura fina, e aqueles com tanques cujo tipo de chapas são utilizadas em caldeiras.
Para transformadores cujo tanque segue o mesmo padrão dos tanques tipo caldeiras, a impedância
de sequência zero é, em geral, da ordem de 0,25 p.u a 1,0 p.u. quando a corrente de neutro 3 x I0 for
igual à corrente nominal do enrolamento. Em geral, a variação da impedância em relação à corrente
é mostrada na Figura 9.
Para transformadores novos, o fabricante deve medir a impedância de sequência zero sempre que
especificado (ver ABNT NBR-5356-1:2007, 11.1.3 e 11.7).
Z0
100 %
50
0 (3 x l0)llr
0 0,5 1,0 1,5
Quando ambos os neutros dos enrolamentos do transformador estiverem ligados aos sistemas
efetivamente aterrados, a corrente de pode ser transferida entre os sistemas, encontrando uma
baixa impedância no transformador. As impedâncias do sistema não são, neste caso, maiores que a
impedância em série do transformador. Com um núcleo de três colunas, a impedância de magnetização
é moderada, porém não desprezível. A impedância equivalente do transformador é reduzida para
aproximadamente 90 % a 95 % da impedância de curto-circuito de sequência positiva. Com um núcleo
de cinco colunas, ou do tipo envolvente, não há esta redução.
Se o enrolamento do lado oposto do sistema em falta não permitir a circulação de corrente de sequência
zero, a impedância de entrada de qualquer um dos enrolamentos é a impedância de magnetização,
que é dependente do projeto do circuito magnético, como esboçado anteriormente.
Se o enrolamento do lado oposto do sistema em falta possuir seu neutro aterrado diretamente por um
elemento de impedância Zn, este é representado no diagrama por uma impedância em série adicional
igual a 3 Zn (ver Figura 10).
ZA ZB 3Zn
I Zm II
De forma similar, para o sistema II, a impedância para a corrente de sequência zero, dentro do
enrolamento B, é representada por ZB + ZC.
ZA ZB
I Zm ZC II
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
A impedância de magnetização Zm, que está também indicada na Figura 11, é normalmente desprezada
nos cálculos para esta combinação de enrolamentos. É aceitável que as impedâncias do diagrama
sejam um pouco diferentes dos valores medidos com corrente de sequência positiva. A diferença
depende do arranjo dos enrolamentos, um com relação ao outro, e normalmente fica dentro de 10 %
a 15 %.
Por várias razões, a simetria de tensões trifásicas em sistemas de transmissão sob condições
normais de serviço é mantida bastante estável e, em geral, não causa preocupação para a operação
do transformador.
Durante faltas assimétricas à terra na rede, o sistema de tensão de fase-terra contém uma componente
de sequência zero. O grau de assimetria depende do método do sistema de aterramento. O sistema
é caracterizado por um fator de aterramento que é, momentaneamente, a relação entre a tensão fase-
terra CA da fase sem falta, durante a falta, e a tensão simétrica de fase-terra antes da falta. Isto é
de grande importância com respeito à coordenação de isolamento.
Em um transformador com núcleo envolvido de três colunas (ver Figura 12), as contribuições desiguais
de fluxo das três colunas não se cancelam nos jugos. O fluxo residual de sequência zero, por sua
vez, percorre seu trajeto por fora do núcleo de ferro. Isto representa uma alta relutância e uma baixa
impedância magnetizante para tensão de sequência zero. Informações quantitativas são obtidas
conforme 6.3. Este fenômeno de fluxo magnético que sai do circuito magnético e percorre pela parte
externa do núcleo também pode ocorrer durante condições transitórias de manobra.
Em um transformador com núcleo de cinco colunas (ver Figura 12), as colunas externas não enroladas
apresentam uma baixa relutância no caminho de retorno por onde o fluxo de sequência zero pode
passar. A impedância magnetizante correspondente é alta como para fluxo normal de sequência
positiva. O mesmo se aplica para transformadores trifásicos de núcleo envolvente (shell-form) e,
naturalmente, para um banco de três unidades monofásicas separadas.
Entretanto, a corrente e tensão de sequência zero aplicadas são também influenciadas pela ligação
do enrolamento trifásico (ver 6.5 e 6.6).
A soma vetorial das tensões fase-fase de um enrolamento ligado em triângulo resulta, automaticamente,
em um valor nulo devido à ligação triângulo fechado. Alternativamente, um enrolamento em triângulo
pode ser visto como um curto-circuito com relação às tensões de sequência zero.
A corrente de sequência zero não pode circular entre os três terminais do enrolamento em triângulo
e um sistema externo. Mas uma circulação de corrente de curto-circuito pode ser induzida de outro
enrolamento (YN-ligado) (ver Figura 13). A impedância de sequência zero do transformador, vista
do outro enrolamento, tem as características de uma impedância de curto-circuito entre o outro
enrolamento e o enrolamento triângulo. Para informações quantitativas, ver 6.3.
ρ
ρ
ρ
3ρ
Em um enrolamento ligado em zigue-zague (ver Figura 14), cada coluna do transformador leva parte
do enrolamento de duas fases que têm enrolamentos com sentidos opostos. O número de ampère-
espiras da componente de corrente de sequência zero se cancela em cada coluna, sem resultar em
magnetização. A corrente encontra somente uma baixa impedância de curto-circuito, associada com
o fluxo de dispersão entre parte dos enrolamentos na coluna (ver também 6.7.3).
3ρ
A Tabela 1 indica valores aproximados da impedância de sequência zero para combinações de dois e três
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
enrolamentos quando qualquer um dos enrolamentos for excitado por um sistema. Esta Tabela, como
apresentada, é válida para projetos com enrolamentos concêntricos, numerados como (1) - (2) - (3),
sendo (1) o enrolamento mais externo. Os símbolos das ligações dos enrolamentos da primeira coluna
são escritos na mesma ordem. Não é importante definir qual enrolamento é o de alta-tensão.
Na Tabela 1, o símbolo YN indica que o neutro do enrolamento é aterrado diretamente, ou por meio
de uma baixa impedância. O símbolo Y indica que o neutro não é ligado a terra.
Valores em porcentagem, quando dados, são em relação à impedância de referência usual U2/S.
Algumas ligações são marcadas com um asterisco (*). Nestes casos, a corrente de sequência zero
no enrolamento excitado não é equilibrada por meio de corrente em qualquer outro enrolamento.
A impedância de sequência zero é então uma impedância de magnetização de valor relativamente alto
ou muito alto, dependendo do circuito magnético.
D YN – a2z12 – 6.7.2
YN YN D a1 ( z1 + z2 z3 ) a2 ( z2 + z1 z3 ) – z1 + z2 z3 z2 + z1 z3 – 6.7.2
YN D D a1 ( z1 + z2 z3 ) – – z1 + z2 z3 – – 6.7.2
YN Y D – – z13 – – 6.7.2
D YN YN – a2 ( z2 + z1 z3 ) a3 ( z3 + z1 z2 ) – z2 + z1 z3 z3 + z1 z2 6.7.2
D YN D – a2 ( z2 + z1 z3 ) – – z2 + z1 z3 – 6.7.2
O transformador recebe e transfere corrente de sequência zero entre os dois sistemas, desde que os
neutros estejam aterrados, apresentando então impedância de curto-circuito normal para a corrente.
Se não for possível a transferência da corrente de sequência zero de entrada de um sistema para o
sistema oposto, então o transformador apresenta impedância de magnetização para a corrente. Esta
impedância de magnetização é muito alta em transformadores de cinco colunas (núcleo envolvido), em
transformadores de núcleo envolvente e também em um banco de três transformadores monofásicos.
ρ
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
3ρ
Esta é a razão pela qual um transformador com enrolamento ligado em Z é utilizado para prover um
ponto neutro para ligar uma impedância de aterramento no neutro em um sistema onde o enrolamento
do transformador principal é um enrolamento em triângulo. O transformador ligado em Z é referido
como um transformador de aterramento ou de acoplamento de neutro; ver ABNT NBR 5356-6:2008,
Seção 6. A mesma função pode ser alcançada com uma combinação de enrolamentos YNd em um
transformador de aterramento.
Se o lado de Y tiver seu neutro ligado à terra (YNzn), o transformador apresenta impedância de
magnetização para sequência zero daquele lado, do mesmo modo que YNyn acima. O enrolamento Z,
que é inerentemente compensado para sequência zero, não pode prover compensação de ampères-
espiras para a corrente de sequência zero no enrolamento Y oposto.
Uma carga monofásica, em um transformador trifásico, pode ser ligada entre fases ou entre fase e
neutro.
Se a carga for ligada entre fases no transformador, o sistema de correntes nos lados primário e
secundário contém componentes de sequência positiva e negativa, mas não de sequência zero. A
distribuição das correntes de fase no lado primário do transformador depende da conexão trifásica.
Não é possível converter uma carga monofásica para uma carga trifásica simétrica no lado primário
por uma ligação particular de transformador. O carregamento permissível é referido à corrente nominal
dos respectivos enrolamentos.
Se a carga for ligada entre fase e neutro no transformador, podem haver outras restrições além
das determinadas pela corrente nominal dos enrolamentos. A ABNT NBR 5356-1:2007, em 9.1,,
requer que o terminal de neutro seja sempre dimensionado para a corrente de falta à terra e para a
corrente de carga contínua através do neutro, quando especificado (esta é uma condição normal para
transformadores de distribuição). Complementando o requerido na ABNT NBR 5356-1:2007, Anexo A,
as seguintes informações devem ser fornecidas:
De acordo com o que foi descrito nas subseções anteriores, e se estas condições forem especifica-
das, o neutro de um enrolamento secundário pode em geral ser continuamente carregado como a
seguir, dependendo das ligações dos enrolamentos, do projeto do circuito magnético, e do sistema de
aterramento:
a) em um transformador Dyn, o neutro pode ser carregado com a corrente nominal do enrolamento;
b) um transformador YNyn com ambos os neutros aterrados pode ser carregado com correntes
nominais pelos seus neutros, contanto que o aterramento do sistema permita isto (com respeito
à assimetria da tensão);
e) em um transformador Yynd que tem um terciário carregável, este terciário funciona da mesma
forma como um enrolamento de estabilização (ver parágrafo anterior). Qualquer corrente circulante
no enrolamento triângulo se soma com a corrente de carga externa daquele enrolamento;
NOTA A corrente total pode ser medida se houver transformadores de corrente dentro da ligação
em triângulo do transformador.
f) um transformador Yyn sem qualquer enrolamento adicional ligado em triângulo não apresenta
uma simetria bem definida das tensões de fase. Este caso pressupõe que o neutro do primário
não é aterrado;
h) transformadores de média potência e de média tensão com esta ligação Yyn podem ser carregados
com aproximadamente 25 % da corrente nominal por 2 h, por meio de um reator de supressão
de arco, além da carga total simétrica, sem risco térmico. Estas exigências devem, porém, ser
especificamente confirmadas.
Se uma tensão de frequência industrial aplicada nos enrolamentos de qualquer coluna do transformador
é excepcionalmente alta, o material do núcleo fica saturado durante parte de cada meio-ciclo. Durante
a condição de saturação, a relutância magnética aumenta consideravelmente. A corrente magnetizante
fornecida pela fonte de potência é drasticamente aumentada apresentando picos na sua forma
de onda.
Durante fenômenos com saturação do núcleo, há também um fluxo considerável fora do núcleo
de aço magnético, entre o núcleo e o enrolamento. Isto pode induzir altas correntes parasitas nas
partes metálicas fora dos enrolamentos, resultando em aquecimentos localizados e descargas em
locais não previstos.
Porém, imediatamente após a energização, ocorre uma condição transitória de perturbação. Depen-
dendo da direção do fluxo remanente existente no circuito magnético e do ponto da onda na qual
a tensão for aplicada, a densidade de fluxo transitória pode alcançar o limite de saturação do núcleo
de aço magnético e tem que se sobrepor àquele valor, antes que a tensão aplicada troque de polari-
dade. A amplitude da corrente magnetizante transitória pode alcançar qualquer valor de pico até um
máximo que pode ser mais alto que a corrente nominal e se aproximar da corrente de curto-circuito
do transformador.
φ U φ
Caso ótimo:
Sem transiente I
φ φ
U
Máximo offset I
φ
φ
Pior caso: U
Máximo offset mais
I
remanência adversa
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
A partir da descrição do fenômeno, é evidente que é uma ocorrência aleatória que é desenvolvida
por completo só de vez em quando em várias energizações. A corrente de energização de partida do
sistema aparece com magnitude diferente em fases diferentes. Quando um enrolamento ligado em
triângulo ou um enrolamento ligado em estrela com neutro efetivamente aterrado for energizado, o
fenômeno é relacionado para cada uma coluna individual, enquanto que no enrolamento em estrela
isolado, está inicialmente envolvida a combinação de duas colunas de enrolamentos em série.
Quando ocorrer uma alta corrente de energização de partida, esta sempre se deslocada e com altas
amplitudes de somente uma única polaridade. A corrente de energização de partida possui então uma
componente c.c. que decai em menos de 1 s. O tempo de decaimento é mais longo para transformadores
que tem material de núcleo com baixas perdas e tende a ser maior para transformadores grandes.
Esta componente c.c. e o alto conteúdo de harmônicos da corrente são de grande importância para
circuitos de proteção.
Também pode causar efeitos de saturação em um transformador já em operação com qual o transfor-
mador que está sendo energizado é ligado em paralelo.
O fenômeno é acompanhado por um ruído muito forte, e dura muitos segundos, ou minutos, antes
do zumbido do retorno do transformador para a condição normal.
O valor máximo previsível da corrente de energização de partida, expresso como um múltiplo da cor-
rente nominal, depende da densidade de fluxo de operação selecionada no projeto do transformador.
Com os materiais de núcleo atuais, são encontrados valores de corrente mais altos, quando compa-
rados com os dos materiais do passado. A configuração dos enrolamentos também é importante, por
exemplo, se um enrolamento interno ou externo de um par concêntrico for energizado. O enrolamento
externo tem reatância em ar mais alta e solicitar menos corrente de energização de partida do sistema.
Um sistema de alta-tensão c.a. que seja efetivamente aterrado pelos neutros de seus transformadores
oferece um caminho de baixa resistência para a corrente continua ou aproximadamente contínua
circulando na crosta terrestre.
Correntes parasitas são correntes de retorno de terra de sistemas de tração c.c., sistemas de proteção
catódica etc. Estas correntes podem alcançar uma magnitude de alguns ampères no neutro.
Quando um transformador for submetido a essa corrente c.c. no neutro, isto resulta em uma magne-
tização c.c. do circuito magnético. A corrente de magnetização se torna fortemente assimétrica a um
nível que compensar a corrente c.c. aplicada. Esta corrente de magnetização tem também elevado
conteúdo harmônico. Estas correntes c.c. têm várias consequências:
c) as harmônicas podem ainda causar considerável sobre aquecimento por fluxo disperso.
A severidade dos fenômenos depende da capacidade da corrente c.c. de magnetizar o núcleo e tam-
bém do projeto do núcleo.
Cálculos de correntes de curto-circuito em sistemas c.a. trifásicos são descritos na IEC 60909-0,
IEC/TR 60909-1 e IEC/TR 60909-2.
A Seção 7 apresenta equações para o cálculo de correntes que circulam pelos diferentes terminais
e enrolamentos do transformador durante diferentes tipos de faltas no sistema.
Os cálculos são aplicáveis aos transformadores com ligação YN,yn,d ou Yna,d, com o terceiro enro-
lamento com ou sem carga.
Os três enrolamentos e os seus sistemas associados são identificados com números em romano,
conforme a seguir:
Os três terminais de linha de cada enrolamento são identificados com as letras maiúsculas A, B e C.
Um enrolamento de fase dos enrolamentos ligados em estrela é identificado com a mesma letra do
seu terminal de linha. Um enrolamento de fase do terciário ligado em triângulo é identificado com duas
letras, AB, BC e CA.
α2 = − − j =e 3
2 2
ZI, II (I) é a impedância em ohms por fase entre os enrolamentos I e II referentes à tensão I;
ZI, II (II) é a impedância em ohms por fase entre os enrolamentos I e II referentes à tensão II;
ZI, II é a impedância por unidade (ou porcentagem) entre os enrolamentos I e II. Esta expressão
Todas as expressões de tensões, correntes ou impedâncias por unidade ou porcentagem são identifi-
cadas com letras minúsculas em vez de maiúsculas.
A transformação do sistema de três enrolamentos em uma rede equivalente em estrela e o cálculo das
impedâncias de cada ramo, expressados na forma de por unidade, é mostrada a seguir:
As impedâncias do sistema são denotadas com índice “s” para distinguí-las das impedâncias de
curto-circuito do transformador. Elas são impedâncias de curto-circuito, como vistas do transformador.
Z0sl = kZsl
+
A impedância do sistema terciário não intervém em quaisquer dos cálculos apresentados a seguir.
Para os casos 1 a 4, as Figuras adicionais [17-b) a 20-b)] mostram o fluxo de corrente no diagrama
trifásico do transformador com as linhas do sistema associadas. As figuras mostram as conexões do
autotransformador, mas o cálculo também é válido para enrolamento com ligações independentes.
Estas Figuras [17-b) a 20-b)] também indicam o diagrama unifilar da rede de impedâncias equivalentes
para o cálculo de curto-circuito por meio do método de componentes simétricas. Esta rede de
impedâncias contém três blocos, para elementos de impedâncias de sequência positiva, negativa e
zero, respectivamente.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
IIC
IIB
IIA
IIIC
IIIB
IIIA IaIIA
Ifalha
ZIII
+
ZsI
+
ZsII
Z+ =
(Zl,ll + Zsl+ ) Zsll+
+ + Z+
Zl,ll + Zsl sll
ZIII
Z− =
(Zl,ll + Zsl− ) Zsll−
– – Zl,ll + Zsl− + Zsll
−
ZsI ZsII
(
Z 0 + Z' Zsll
Z 0 = 0ll
0
)
0 0 0
Z I Z II Zll + Z' + Zsll
0 0 0 onde
ZsI ZIII ZslI
(
Z 0 + Zsl
Z' = 0l
0 Z0
lll )
Zl + Zsl + Zlll0
0
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Figura 17 – Caso 1
Z = Z + + Z − + Z 0 = 2Z + + Z 0 (porque Z + = Z − ) (2)
A corrente na falta é
3 × Ull
3lll0 = (3)
Z
Correntes nos ramos
onde
0
0 = l 1− Z
(
lll0 = l − l sll ) 0
Zsll
Enrolamento I, fase A:
llA = 2ll+ − ll0 (9)
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
outra fase:
llB = ll0 − ll+ (10)
llC
llB
lslA llA
lllC
lllB
lfalha lllA
NOTA Este caso é análogo ao caso 1. Todas as grandezas podem ser obtidas do caso 1, substituindo
o índice I pelo II.
Zlll
+ +
Zsl Zsll
Z+ =
(Zl,ll + Zsll+ ) Zsl+
+ + Z+
Zl,ll + Zsl sll
Zlll
Z− =
( − Z−
Zl,ll + Zsll ) sl
Zsl–
–
Zsll Zl,ll + Zsl− + Zsll
−
(
Z 0 + Z' Zsl
Z 0 = 0l
0
)
Zl0 Zll0 0
Zl + Z' + Zsl
onde
0 0 0
Zsl Zlll Zsll
(
Z 0 + Zsll
Z' = 0ll
0 Z0
lll )
0 + Z0
Zll + Zsll
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
lll
Figura 18 – Caso 2
Z = Z + + Z − + Z 0 = 2Z + + Z 0 (porque Z + = Z − ) (13)
A corrente na falta é
3 × Ul
3ll0 = (14)
Z
Correntes nos ramos
Correntes de fase:
llC
llB
llA
lllA
lllB lsllB
lllC lsllC
lfalha
–
+
Zsl
+
Zsll Zsl– Zsll 0
Zsl 0
Zlll
0
Zsll
Z+ =
(Zl,ll + Zsl+ ) Zsll+ Z− =
(Zl,ll + Zsl− ) Zsll−
+ + Z+
Zl,ll + Zsl Zl,ll + Zsl− + Zsll
−
sll
(
Z 0 + Z' Zsll
Z 0 = 0ll
0
) (
Z 0 + Zsl
Z' = 0l
0 Z0
lll )
0
Zll + Z' + Zsll 0 + Z0
Zl + Zsl
onde lll
Figura 19 – Caso 3
Para este caso (ver Anexo A, caso 2), os componentes de tensão são:
V U Z
VII+ = VII− = VII0 = ll = ll × + (23)
3 3 Z
onde
1 1 1 1 Z + + 2Z 0 (porque Z + = Z − ) (24)
= ++ −+ 0= +
Z Z Z Z Z × Z0
Assim Vll Z0 Ull (25)
= + ×
3 Z + 2Z 0 3
Componentes da corrente de falta:
U U Z0
l + × Z + = ll − Vll+ = ll 1 − + (26)
3 3 Z + 2Z 0
U Z + + Z0
l + = ll ×
3 Z + ( Z + + 2Z 0 )
−
V U −Z 0
l− = ll− = ll ×
Z 3 Z +
( Z + + 2Z 0
)
Vll0 Ull −1
l0 = 0= ×
Z 3 Z + + 2Z 0
lll− = l − − l sll Z−
−
= l 1 − +
sll Zsll
0 = l0 1− Z
0
lll0 = l 0 − l sll 0
Zsll
Correntes de fase:
llA
lslB llB
lslC llC
lllA
lllB
lllC
lfalha
NOTA Este caso é análogo ao caso 3. Todas as quantidades podem ser obtidas do caso 3 alternando
os índices I e II.
– – 0
+
Zsl
+
Zsll Zsl Zsll Zsl0 Z0lll Zsll
Z+ =
(Zl,ll + Zsll+ ) Zsl+ Z− =
(Zl,ll + Zsll− ) Zsl−
+ + Z+
Zl,ll + Zsll Zl,ll + Zsl− + Zsll
−
sl
(Z 0 + Z') Zsl0 (
Z 0 + Zsll
Com Z' = ll
0 Z0
lll )
Z0 = l Zll0 + Zsll
0 + Z0
Zl0 + Z' + Zsl
0 lll
onde
1 1 1 1 Z + + 2Z 0 (porque Z + = Z − ) (35)
= ++ −+ 0= +
Z Z Z Z Z × Z0
Assim
Vl Z0 U (36)
= + 0
× l
3 Z + 2Z 3
Ul Z + + Z0
l+ = ×
3 Z + ( Z + + 2Z 0 )
−
V U −Z 0
l− = l− = l ×
Z 3 Z +
( Z + + 2Z 0
)
Vl 0 Ul −1
l0 = 0= ×
Z 3 Z + + 2Z 0
Z+
l sl+ = l + × + (38)
Zsl
Z− Z+
l sl− = l− × − = l− × +
Zsl Zsl
0 Z0
l sl = l0 × 0
Zsl
Correntes de fase:
+ +Z
Com Z + = Zsl (l, ll) , impedâncias referidas ao sistema II.
Zsll ll
ll(lll) = llll × + (52)
Zsl + Zl+ + Zsll
+ + Z+
ll
a) mesma relação do ângulo de fase - índice horário de conexão (as possíveis combinações adicio-
nais são mencionadas a seguir);
a) não é aconselhável combinar transformadores com valor de potência muito diferentes (mais
do que 1:2). A impedância relativa natural para projetos otimizados varia com o tamanho do
transformador;
c) as consequências de pequenas diferenças nos dados não podem ser superestimadas. Por exemplo,
não é necessário ter exatamente as mesmas tensões de comutação dos dois transformadores em
paralelo. Os degraus de comutação normalmente são tão pequenos que permitem uma operação
razoável mesmo em derivações distintas. Entretanto, deve-se tomar cuidado quando os degraus
de comutação são grandes (ver 8.2 e 8.3).
Em cada quadro, um ou dois números relativos às horas do relógio indicam a permutação. Isto
significa, por exemplo, que se os terminais secundários de um transformador com índice horário 1
forem renomeados simplesmente por uma permutação cíclica (X2 torna-se X1, X3 torna-se X2 e X1
torna-se X3), o defasamento é alterado em 120°, tornando-se índice horário 5.
Consequentemente, transformadores com ligações cujos índices horários diferem em 4 ou 8 podem ser
ligados em paralelo após permutação cíclica das ligações à linha em qualquer lado do transformador.
É até mesmo possível combinar transformadores que possuem índice horário 1 ou 5 com
transformadores com índice 11 ou 7, invertendo a sequência de fases em ambos os lados de um dos
transformadores.
Não são recomendadas conexões paralelas de Dyn e Yzn por causa das diferentes propriedades de
impedância da sequência zero.
Permutação cíclica
Hora do relógio 0 (4 e 8 por permutação)
3
2
1
3
2
1
3
2
1
Hora 1 5
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
11 1
Sequência inversa e
permutação cíclica
Yd11 Dy11 Yy11
3
2
1
Yy6 Dd6 Dd6 5 11
Hora
11 5
Se dois transformadores com relações de tensão ligeiramente diferentes forem ligados em paralelo
e energizados, uma corrente circula entre os transformadores. A amplitude aproximada desta corrente
é avaliada como apresentado a seguir.
A diferença entre as tensões induzidas sem carga Ua e Ub no lado oposto dos transformadores é
representada como uma fração p da tensão média. Esta tensão média é assumida aproximadamente
igual à tensão nominal Ur.
Ua + Ub Ua − Ub
p = (Ua − Ub ) ≈ (56)
2 Ur
Esta diferença de tensão gera uma corrente circulante pela soma das impedâncias dos dois transfor-
madores em paralelo. Como estas impedâncias são predominantemente indutivas, a corrente circu-
lante também é indutiva.
EXEMPLO Quando p = 0,01 da tensão nominal, e z = 0,1 por unidade (p.u.), a corrente circulante é 1/20
da corrente nominal. Esta corrente indutiva combina-se vetorialmente com a corrente de carga. A diferença
aritmética entre as correntes resultantes nos dois transformadores se torna bastante pequena contanto que o
fator de potência da carga seja relativamente alto. Esta condição é de fato menos relevante do que se supõe
frequentemente.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
A análise indica a ordem de magnitude da corrente que circula enquanto os comutadores dos dois transfor-
madores estão fora de ajuste de um passo durante uma operação de comutação de mestre-comandado.
Sob certas condições, podem ser utilizados, até mesmo deliberadamente, ajustes fora da faixa para
compensar a parte reativa de uma corrente circulante causada por valores distintos de impedância de
curto-circuito (ver as subseções seguintes).
Quando dois transformadores tiverem impedâncias de curto-circuito iguais, isto significa que eles
apresentam a mesma queda de tensão para carregamento igual por unidade (corrente de carga igual
em porcentagem da corrente nominal, ou igual potência de carga em porcentagem da potência nomi-
nal). Se ligados em paralelo, eles compartilham a carga em proporção aos seus valores relativos de
potência nominal.
Como na seção anterior, os dois transformadores a e b com potência nominal Sra e Srb, e impedâncias
relativas za e zb, com mesma relação e uma carga a ser compartilhada S, as unidades têm para Sa e
Sb respectivamente:
Sa S Sb S
= ; = (59)
Sra z z
Sra + a × Srb Srb Srb + b × Sra
zb za
b: Srb = 20 MVA, zb = 12 %
Sa = 10 × 1, 01 ≈ 10 MVA; Sb = 20 × 0, 84 ≈ 17 MVA
O transformador a está carregado a plena carga, enquanto que o transformador b carrega somente 84 %
da sua potência nominal. Teoricamente a capacidade de carga desta combinação é assim reduzida em
aproximadamente 10 % quando comparado com o que seria possível se a carga tivesse sido compartilhada
idealmente. Isto deve, porém, ser considerado bastante razoável, se for uma questão de combinação de
transformadores já existentes.
De acordo com a ABNT NBR 5356-1, a tolerância na impedancia de curto-circuito especificada para um
transformador novo na derivação principal é 7,5 % a 10 % do valor declarado. Para outra derivações,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
A ABNT NBR 5356-1:2007, 6.5, trata dos diferentes modos de especificar impedância para um
transformador com comutador de derivações. Esta subseção salienta que uma especificação completa
da variação de impedância pela faixa de derivação estabelece o arranjo de enrolamentos de uma
maneira bastante restritiva.
A Figura 22 ilustra o padrão de variação típico da impedância para um transformador com um enrola-
mento de derivação separado e em série com o enrolamento principal de alta-tensão. O enrolamento
de derivação pode ser colocado adjacente ao enrolamento principal de alta-tensão, conforme a
Figura 22-a) ou com o enrolamento de baixa tensão inserido entre eles, conforme a Figura 22-b).
2 1
1 2
Tapes subtraindo Tapes somando
Tapes somando Tapes subtraindo
HV HV
a)a) Enrolamento
Enrolamento de
de baixa
baixa tensão
tensão não
não está
está entre
entre b)b)Enrolamento
Enrolamentodedebaixa
baixatensão está entre
tensão está entreo o
oo enrolamento de alta-tensão e de derivação
enrolamento de alta-tensão e de derivação enrolamento de alta-tensão e de derivação
enrolamento de alta-tensão e de derivação
Legenda
(1) variação da impedância, em ohms, do lado do enrolamento sem derivação (baixa tensão)
(2) variação da impedância, em ohms, do lado do enrolamento de derivação (alta-tensão)
A Figura 22 é igualmente válida para um transformador de núcleo envolvido (core-form), com enro-
lamentos concêntricos, e para um transformador de núcleo envolvente (shell-form), com enrolamen-
tos empilhados axialmente. Como exemplo, comparando dois transformadores de núcleo envolvido
(core-form) com o seguinte arranjo de enrolamentos, a partir do núcleo para fora, tem-se:
a) baixa tensão - enrolamento principal de alta-tensão – enrolamento de derivação, ver Figura 22-a);
b) enrolamento de derivação – baixa tensão – enrolamento principal de alta-tensão, ver Figura 22-b).
Conforme a faixa de tensão e potência nominal, os fabricantes adotam preferencialmente uma ou outra
solução. Entretanto, é preciso observar que cada uma das duas alternativas apresentam tendências
opostas de variação de impedância por meio da faixa de derivação.
A variação das espiras ativas do enrolamento de derivação causa a variação do perfil do fluxo de
dispersão e da permeância de dispersão correspondente do transformador. Quando o enrolamento
de derivação estiver adjacente ao enrolamento de alta-tensão (AT) [ver Figura 22-a)], a permeância
aumenta quando as espiras de regulação forem inseridas em soma com o enrolamento principal
e diminui quando as espiras de regulação forem inseridas em subtração. Quando o enrolamento
de derivação não estiver adjacente ao enrolamento principal de alta-tensão (AT) [ver Figura 22-b)],
o efeito da variação de espiras na tendência da permeância de dispersão é exatamente invertido.
Além disso, a variação da permeância de dispersão é pequena para o arranjo da Figura 22-a) e mais
importante para o arranjo da Figura 22-b).
As afirmações anteriores são representadas na curva (1) das Figuras 22-a) e 22-b). Há uma pequena
variação da impedância para o arranjo da Figura 22-a) e uma variação mais significativa para o arranjo
da Figura 22 b).
Estes assuntos têm particular importância para análise detalhada das correntes de curto-circuito, que
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
As definições da ABNT NBR 5356-1 relativas à potência e tensão nominal do transformador implica
que a potência nominal seja a potência de entrada, e que a tensão de operação aplicada aos terminais
de entrada da potência ativa (terminais do enrolamento primário) não podem, à princípio, exceder
à tensão nominal (ver a ABNT NBR 5356-1:2007, 5.1, Nota).
A máxima tensão de saída sob carga é portanto a tensão nominal (ou tensão da derivação) menos a
queda de tensão. A potência de saída à corrente e tensão nominal de entrada é, a princípio, a potência
nominal menos a potência consumida no transformador (potência ativa de perdas e potência reativa).
Na América do Norte, o MVA nominal é baseado na manutenção da tensão nominal secundária por
meio da aplicação de sobretensão necessária no enrolamento primário para compensar a queda
de tensão do transformador para a corrente secundária nominal e um fator de potência atrasado de
80 % ou maior. Utilizando esse método, a diferença prática no cálculo da regulação não é significativa.
A Equação 67 apresenta esta contradição.
O circuito equivalente convencional do transformador contém uma impedância série linear (para um
transformador de múltiplos enrolamentos, o circuito equivalente contém uma rede de impedâncias) por
meio do qual se desenvolve uma queda de tensão. A impedância série é identificada com a impedância
de curto-circuito medida no ensaio de rotina do transformador (ver medição da impedância de curto-
circuito e das perdas em carga da ABNT NBR 5356-1:2007, 11.4). A queda de tensão é independente
da tensão real já que a corrente de magnetização, dependente da tensão, é desprezada nos cálculos.
Z = R + jX
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Por convenção, a impedância é expressa na forma relativa, como uma fração da impedância de
referência Zref do transformador, em porcentagem. A impedância relativa é dada por:
z = r + jx
onde
Z U2
z = 100 e Zref = ref
Zref Sref
Uref é a tensão do enrolamento para o qual Z e Zref estão referidas (a menos que especificado de
outra forma, Uref é a tensão nominal do enrolamento mas, se for considerado uma derivação diferente
da principal, a tensão de referência pode ser a tensão dessa derivação). Sref é o valor da potência
de referência para o par de enrolamentos considerados. Essa é normalmente a potência nominal de
qualquer um dos enrolamentos do par, mas o valor de referência deve ser sempre informado para
evitar mal-entendidos.
Para transformadores trifásicos, Z e Zref são impedâncias por fase (ligação em estrela equivalente); ver
ABNT NBR 5356-1:2007, 3.7.1. De acordo com a ABNT NBR 5356-1, o valor relativo ou percentual
da impedância é admitido ser único e o mesmo, independente de qual dos dois enrolamentos for
energizado e qual for curto-circuitado no ensaio.
A notação segue as convenções dos números complexos sob a forma polar (valor absoluto |S| e
argumento ∠S ou ϕ) ou com parte real e imaginária P e jQ, como mostrada a seguir:
Esta carga pode ser expressa como uma impedância de carga ZL (ohms por fase):
U2
ZL = 2 (cosφ + j senφ ) (61)
S
A carga também pode ser descrita como uma corrente de carga I2, junto com o ângulo de fase ϕ da
carga (o ângulo de fase entre tensão terminal U2 e corrente I2).
Zr
I2
U20 U2 Zr = |Z| . φ
P + jQ
O transformador em vazio tem tensão secundária U20. Com a carga conectada, a tensão secundária
muda para U2.
Usando a notação de impedância, a relação entre U2 e U20 se torna (ver Figura 23).
U2 ZL
= (63)
U20 ZL + ZT
A regulação é definida como a diferença aritmética:
1
B2
((1 + A) )
2 −
+ B2 2 = 1 − A + A2 − +
2
A regulação é, portanto:
B2 B2
∆U2 = U2 A + + ; ∆U2 = U20 A − A2 + + (68)
2 2
A queda de tensão é uma diferença de primeira ordem e as expressões entre parênteses são, por
sua vez, as diferenças de segunda ordem, dependendo se o cálculo é baseado na tensão terminal U2
ou na tensão equivalente em vazio U20. Este refinamento é usualmente desprezível (ver o exemplo
numérico nas subseções seguintes).
A queda de tensão aritmética, ∆U2, conforme definida, é em geral consideravelmente inferior ao valor
absoluto |I2ZT| da queda de tensão vetorial I2ZT , que também representa a diferença do ângulo de
fase entre U20 e U2. O valor absoluto da queda de tensão vetorial é independente do ângulo de fase
ϕ da carga.
∆U 2
U 20
I2 j XT
U2
φ φ
I2
I2 RT
Para transformadores de potência de grande porte, a componente reativa da impedância série é muito
maior que a componente resistiva. Tipicamente XT apresenta valores entre 5 % a 20 %, enquanto RT
é inferior a 1 %.
Se o ângulo de fase for negativo (carga puramente ou parcialmente capacitiva), a queda de tensão
pode se tornar negativa. A tensão secundária, então, se eleva para um valor superior ao em vazio,
quando a carga é conectada.
A relação S/Sr é a relação entre o carregamento real sobre a potência nominal e esta é também a
relação entre a corrente real de carga e a corrente nominal.
S
EXEMPLO 50 % de carregamento, isto é, = 0, 5 , x = 15 %, r = 0,7 %, cos ϕ = 0,8 indutivo.
Sr
Se cos ϕ = 0,8, sen ϕ = 0,6, a expressão da relação de tensão é portanto:
1 + 0,50 (0,15 × 0,6 + 0,007 × 0,8) + j 0,50 (0,15 × 0,8 – 0,007 × 0,6) = 1+ 0,048 + j 0,058
O diagrama unifilar equivalente de um transformador de dois enrolamentos, o qual está em acordo com
as definições e ensaios da ABNT NBR 5356-1, está apresentado na Figura 23. Uma extensão análoga
para um transformador de mais de dois enrolamentos é mostrada na Figura 25. A Figura 25 indica um
par de terminais primários, por meio dos quais a potência ativa é fornecida ao transformador, e um
conjunto de enrolamentos de saída: secundário e terciário. O diagrama apresenta a admitância de
magnetização conectada aos terminais de entrada. Transformadores ideais representando a relação
entre os diferentes enrolamentos em vazio estão conectados ao circuito linear de impedâncias séries
que, para um transformador de n-enrolamentos, contém n(n-1)/2 elementos independentes.
1 2 n1
Enrolamentos de saída
Os elementos em estrela são combinações algébricas de quantidades físicas. É possível que um dos
elementos seja uma reatância negativa. Isso é tipicamente o caso de um elemento associado a um
enrolamento que está fisicamente situado entre os outros dois.
A separação de resistências em elementos em estrela implica que as perdas em carga medidas para
diferentes combinações de dois enrolamentos sejam alocadas em enrolamentos individuais. Este
procedimento é convencionalmente aceito, mas tem precisão duvidosa para grandes transformadores
onde as perdas parasitas nos enrolamentos e perdas devidas aos fluxos de dispersão em outras partes
são de importância considerável. Estes componentes de perdas não se prestam bem às combinações
lineares, conforme os procedimentos simples apresentados nesta Norma.
Em 9.6 está descrito como as impedâncias série em um transformador de três enrolamentos são
medidas como combinações dos enrolamentos tomados dois a dois e então atribuídos para cada um
dos três enrolamentos separados por uma transformação linear para formar uma configuração em
estrela. Deve ser ressaltado que se trata apenas de um artifício matemático, sem significado físico
para a impedância série de um enrolamento individual, uma vez que a impedância existe apenas entre
os enrolamentos.
Estas medições podem ter sido tomadas com correntes nos enrolamentos que correspondem a dife-
rentes valores de potência de referência, pois a potência nominal do enrolamento terciário tem nor-
malmente um valor mais baixo. Para a transformação a seguir é conveniente corrigir as medições para
uma base comum de potência de referência, S’, pela proporção do quadrado da corrente:
Para uma determinada combinação de carga, com correntes reais nos enrolamentos iguais a IH, IX,
IT, a perda resultante para cada enrolamento é novamente proporcional ao quadrado de corrente (ou
potência) dos valores de referência citados anteriormente. A perda em carga resultante PK para todo
o transformador é a soma destes valores de perdas atribuídos para cada um dos três enrolamentos:
2 2 2
I I I
PK = H × P'H + X × P' X + T × P'T (71)
I'H I' X I'T
O algoritmo para cálculo da perda combinada de três enrolamentos é válido para transformadores
monofásicos e trifásicos, e não somente para transformadores de enrolamentos separados como
também para transformador de três enrolamentos no qual dois enrolamentos são autoligados
(autotransformadores).
A atribuição das perdas em carga para enrolamentos fisicamente separados, com o objetivo de
determinar a elevação de temperatura de cada enrolamento sob uma combinação específica de
carregamento, é mais complexa para um transformador autoligado. Isto ocorre pois os enrolamentos
fisicamente separados do par de enrolamentos autoligados não são os mesmos que apresentados
no transformador com enrolamentos separados. É necessário estudar os enrolamentos fisicamente
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
separados do par autoligado, enrolamento série (S) e enrolamento comum (C) no lugar do enrolamento
de alta-tensão e do enrolamento de tensão intermediária.
Os enrolamentos série têm uma tensão UH – UX = αUH, onde sua corrente é l’H.
A potência de referência equivalente para o enrolamento físico autoligado não é S’, mas αS´.
As três combinações de perdas dos enrolamentos tomados dois a dois, todas referidas à potência
passante S’ são ilustradas na Figura 27. A corrente real no enrolamento C é diferente nos três casos.
I’H I’H
I’H I’X
I’C
I’H I’X
I’T I’T
1 1 − α
lC = l'C = αl' X lC = l' X = l'C lC = l'H = (1 − α ) l' X = l'
α α C
Como pode ser visto na Figura 27, as perdas dos enrolamentos tomados dois a dois podem ser atri-
buídas aos respectivos enrolamentos por meio das relações:
P'HX = P'S + P'C (73)
1 − α
P'HT = P'S + P'C + P'T
α
1 2
P' XT = P'C + P'T
α
Para determinar as perdas no enrolamento comum, é necessário calcular a corrente neste enrolamento:
lC = l X − l H
IX e IH normalmente não estão em fase durante um caso de carregamento trifásico com uma carga
independente no enrolamento terciário.
Mas o número de espiras é proporcional à respectiva tensão nominal ou à tensão de derivação. Então:
Esta relação contém apenas os valores absolutos das potências. As relações entre fases estão implí-
citas nas expressões deduzidas.
UH
I Hα
I HU H φ φ
T
IT U
T
IT U
IC U
IXUX X
O exemplo a seguir tem por objetivo demonstrar passo a passo como o cálculo de regulação pode ser
feito de um modo simplificado por aproximações adequadas.
A tensão de entrada no enrolamento primário é assumida como sendo igual à tensão nominal deste
enrolamento. O enrolamento secundário alimenta uma carga de 75 MVA com fator de potência de
0,8 indutivo. O enrolamento terciário é carregado com um banco de capacitores com potência nominal
de 15 MVA na tensão nominal do enrolamento terciário.
A carga no enrolamento terciário é assumida como sendo de um banco de capacitores com impedância
fixa. Para esta carga, a corrente é diretamente proporcional à tensão nos terminais e a potência reativa
gerada pelo banco varia proporcionalmente ao quadrado da tensão.
Contudo, nota-se que isto é uma representação puramente matemática do transformador como
uma caixa preta. Isto reflete o comportamento como medido nos terminais do transformador, mas os
valores não representam um modelo físico de reatâncias e perdas para cada enrolamento. O ponto
T da estrela é fictício. O valor negativo da reatância do terminal (I) indica que, no exemplo, esse
enrolamento está localizado fisicamente entre os outros dois enrolamentos (II) e (III).
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
II II
%
%
,55
77
0,2
12
-1,55 % 0,099 %
I T I T
14
0,6
,75
13
X≈Z
%
III III
Em seguida, utilizar um método de aproximações sucessivas. Este método é aplicado para cálculo
manual e ilustra a importância relativa dos diferentes parâmetros.
Primeira aproximação: Assumindo a tensão nominal nos terminais de saída, calcular a queda de
tensão e a potência de entrada resultante no transformador.
Segunda aproximação: Corrigir as tensões de saída com as quedas de tensão calculadas na primeira
aproximação e recalcular os parâmetros de carregamento apropriadamente (as correntes de carga
são implícitas, dependendo da tensão real). Obter a potência da carga e a queda de tensão corrigidas.
Para cada ramo de impedância equivalente em estrela, as seguintes relações são usadas. Valores em
pu estão indicados entre parênteses:
S U
[i ] = r
Sr U
Nota-se que nessas equações, a potência reativa Q é positiva para carga reativa (ramo II) e negativa
para carga capacitiva (ramo III). A reatância de curto-circuito [X] é negativa no ramo I e positiva para
os ramos II e III, ver Figura 29.
Primeira aproximação
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Ramo (II)
Ramo (III)
Ramal (I)
Tensão resultante
Segunda aproximação
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
As tensões nos terminais obtidas na primeira aproximação são utilizadas em substituição às tensões
nominais (1,000 por unidade).
Ramo (II)
b) queda de tensão, ramo (II) 0,6 × 0,1255 × 1,001 = 0,075 por unidade.
A tensão no enrolamento terciário aumenta quando o banco de capacitores for ligado (queda de ten-
são negativa). Como o banco de capacitores tem uma impedância fixa, a corrente aumenta proporcio-
nalmente com a tensão, e a potência reativa gerada aumenta com o quadrado da tensão. Os novos
valores são:
Ramo (III)
Ramo (I)
Se for feita uma terceira iteração, a alteração na tensão resultante será da ordem de 0,001 pu. Neste
nível de precisão numérica, entretanto, a aproximação do modelo básico do transformador e do pro-
cedimento de cálculo não são mais desprezíveis.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Cálculo manual de perdas em carga com carregamento simultâneo após segunda iteração:
9.9 Exemplo de cálculo das perdas no carregamento simultâneo e alocação das perdas
por enrolamento para autotransformadores de três enrolamentos
Considera-se para o exemplo o autotransformador 350/350/120 MVA YNauto d ONAF cujas tensões
nominais são 380 kV, com derivações 132/ 33 kV.
As medições das perdas entre cada par de enrolamentos e recalculadas para a temperatura de refe-
rência fornecem os seguintes resultados:
b) H,T 330/33 kV, 120 MVA, 255 kW (350 MVA → 2169 kW);
c) X,T 330/33 kV, 120 MVA, 233 kW (350 MVA → 1982 kW).
Em c), os dois resultados envolvendo o terciário também foram recalculados para o valor (não realístico)
comum de referência da potência S’ = 350 MVA.
De acordo com a Equação 74, a alocação das perdas de referência para os três enrolamentos físicos
torna-se:
1
P'S = (1, 4 × 1118 + 0, 6 × 2169 − 0, 6 × 1982) = 838, 7 kW
2
1
P'C = (0, 6 × 1118 − 0, 6 × 2169 − 0, 6 × 1982) = 279, 3 kW
2
1
P'T = ( −1118 + 2169 + 0, 2 × 1982) = 1206, 2 kW
2
( T H)
2 = (1 − α ) S 2 − αS 2 + αS 2
SC X
As perdas alocadas nos três enrolamentos físicos, e a perda combinada para o carregamento
simultâneo dos três enrolamentos, tornam-se:
175 2 60 2
P = PS + PC + PT = × 838, 7 + 0, 2 827 × 279, 3 + × 1206, 2
350 350
= 209,7 + 79,0 + 35,4 = 324,1 kW
Comparação:
O cálculo direto da perda combinada para o carregamento simultâneo dos três enrolamentos de
acordo com a Equação 70 fornece:
1
P'H = (1118 + 2169 − 1982) = 652, 2 kW
2
1
P' X = (1118 − 2169 + 1982) = 465, 5 kW
2
1
P'T = ( −1118 + 2169 + 1982) = 1516, 5 kW
2
A perda combinada total para o carregamento simultâneo é:
0,25 × 622,5 + 0,25 × 465,5 + 0,0294 × 1516,5 = 163,1 + 116,4 + 44,6 = 324,1 kW,
Isto é, o mesmo valor total de perdas, mas com uma subdivisão fictícia entre os enrolamentos físicos
(série, comum e terciário).
Pelo contrário, é uma lógica relativamente complicada determinar de uma maneira adequada valores
numéricos para as características nominais e de derivação que sejam suficientes, mas não desneces-
sariamente elevados, para uma série de requisitos de carregamento em condições reais de operação.
Observa-se que existe uma vasta gama de combinações de variáveis de operação, enquanto as
características especificadas representam apenas um conjunto de valores de referência. Este conjunto,
entretanto, deve englobar todas as condições de operação permitidas.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Um procedimento sistemático recomendado para essa análise é descrito a seguir e ilustrado por um
exemplo prático.
Não há a intenção de esgotar completamente a análise para cada caso particular em que um trans-
formador com derivações possa ser especificado, o que seria contra os princípios de uma boa norma-
lização. Em normas nacionais, é comum prover tabelas de características nominais recomendadas.
Nas padronizações de normas específicas, existem tabelas que estabelecem séries de valores prefe-
renciais de potência nominal, combinados com tensões nominais e faixas de derivação aos níveis de
tensão usuais adaptadas para os diferentes valores de tensão dos sistemas.
Sistemas de transmissão e distribuição bem planejados são projetados e operados de tal forma que as
variações observadas na tensão de operação com carga leve ou pesada são bastante pequenas. Isto
é conseguido por meio de uma estrutura adequada de níveis máximo e mínimo de tensão do sistema
e pela correta gestão do fluxo de potência reativa. A largura da faixa de derivações necessária para o
controle da relação de tensão sob condições normais de operação é, portanto, relativamente estreita.
Entretanto, é prudente considerar condições anormais como, por exemplo, quando algum componente
do sistema (linhas, transformadores) torna-se indisponível. Sob estas condições de emergência, ou de
operação em contingência, pode haver a necessidade de uma larga faixa de variação de relação de
tensão do transformador.
Também é possível que regiões diferentes do sistema, ou de sistemas adjacentes, com a mesma
tensão-padrão do sistema, sejam tradicionalmente operadas em níveis de tensão ligeiramente
diferentes. Assim, para tornar possível o intercâmbio destes transformadores, pode ser necessária
uma faixa maior de derivação.
Todavia, uma ampla faixa de derivação em um transformador representa não apenas um aumento no
custo de produção e em alguns casos um aumento nos valores de perdas, mas também um aumento
considerável da complexidade do projeto e do risco de falha em operação, por exemplo, por causa de
uma tensão transitória por meio do enrolamento de derivações. Isso resulta na necessidade de isola-
ção adicional e algumas vezes de um comutador mais caro.
Contrária a esta argumentação de considerações conflitantes, é evidente que não existe uma reco-
mendação universal para a faixa de regulação que possa ser apresentada nesta Norma. O exemplo a
seguir, que ilustra o método de análise, é apenas um estudo de caso particular de um sistema elétrico
de uma região industrial e não uma recomendação geral.
Deve-se notar que esta terminologia considera o enrolamento principal como sendo um conjunto formado
por todas as espiras associadas a uma das tensões do transformador (ver ABNTNBR 5356-1:2007,
3.3.1). O enrolamento pode ser constituído de vários cilindros ou discos separados. Se o enrolamento
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
possuir derivações, isto significa que este é reconectável de forma que o seu número efetivo de espi-
ras pode ser alterado.
Uma derivação no contexto da ABNT NBR 5356-1 é uma noção abstrata significando uma determinada
conexão do enrolamento. É identificada por um número efetivo e específico de espiras e uma tensão
de derivação específica. A tensão de derivação está relacionada a uma derivação específica assim
como a tensão nominal está para a derivação principal.
Como o enrolamento de derivações é projetado fisicamente, não faz parte da presente discussão.
O enrolamento de regulação pode ser projetado para ser um enrolamento fisicamente separado,
conectado com a parte principal do enrolamento. A conexão pode ser tanto permanente ou variável
por meio de comutador. Termos como “linear”, “mais-menos” e “grosso-fino” referem-se às diferentes
alternativas de arranjos de regulação.
Não importa para esta discussão se, além dos dois enrolamentos principais, o transformador possui um
enrolamento de estabilização ou um pequeno enrolamento auxiliar com potência nominal insignificante.
Desta forma, um transformador com múltiplos enrolamentos e com fluxo de potência simultâneo por
meio de dois ou mais pares de enrolamentos está fora do escopo da presente análise.
A direção na qual a potência ativa está fluindo entre os dois enrolamentos tem de ser conhecida. Se o
fluxo for reversível, os dois casos devem ser estudados separadamente.
Deve ser também conhecido, antes da análise ser concluída, qual dos dois enrolamentos é o enrola-
mento com derivações. Em geral, ele é determinado por considerações técnicas e pelo projeto-padrão
do fabricante mais do que pelas condições da instalação planejada (ver também 8.4).
A análise considera primeiro todos os diferentes tipos de carregamento, representando os limites das
faixas de variações conhecidas. Cada caso é definido pelos valores de potência ativa e reativa ou
potência aparente e fator de potência da carga. Há também uma faixa de valores de tensões de ope-
ração, nos terminais de ambos os enrolamentos, dentro dos quais é possível efetuar o carregamento.
Os valores de tensão secundária sobre todas as condições de carga devem ser substituídos
pelas tensões equivalentes em vazio acrescidas da queda de tensão no transformador. Para esse
procedimento, que é descrito em detalhes ao longo deste guia, é necessário conhecer ou assumir o
valor da impedância de curto-circuito do transformador.
No caso mais simples, a especificação é definida para uma condição de carga leve ou em vazio e para
uma condição em carga pesada.
Em casos mais complicados, como transformadores de grande porte expostos a diferentes tipos de
carregamento e para aplicações específicas, é recomendado que a discussão sobre a especificação
do transformador seja realizada com o fabricante. Esta discussão deve ser baseada nos casos
identificados de carregamento antes que os valores nominais sejam estabelecidos na especificação
de compra.
Este fato é porque uma especificação prematuramente estabelecida para o transformador pode
acarretar em dificuldades técnicas desnecessárias ou em projetos antieconômicos relativos ao arranjo
do enrolamento.
a) para cada caso de carregamento, a corrente de carga deve ser calculada na potência de saída
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
d) os valores máximos e mínimos de relação de tensão são calculados para cada caso de carrega-
mento e os valores-limites são registrados. Esta necessariamente pode não ser uma combina-
ção diagonal das tensões extremas, porque as tensões primárias e secundárias não variam em
direções opostas percorrendo toda a faixa entre as condições de carga leve e carga pesada,
[ver Figura 30-b)];
Nesta fase, os seis parâmetros necessários ao projeto elétrico do transformador são determinados,
conforme a seguir:
Dando continuidade, é necessário saber qual é o enrolamento com derivações, conforme a seguir:
a) tensão nominal no enrolamento sem derivações será determinada pela máxima tensão naquele
lado do transformador, ver Figura 30-c);
b) faixa de tensões de derivação no enrolamento com derivações pode então ser determinada
pela correlação entre a tensão e os parâmetros da relação de transformação conforme
mostrado em detalhes a seguir, ver Figuras 30-c) e 30-d). Isto conduz frequentemente a uma
especificação de derivações de acordo com o princípio da variação da tensão combinada (ver
ABNT NBR 5356-1:2007, 6.2, e comentários adicionais a seguir);
A menos que especificado em contrário, todas as derivações devem ser especificadas para plena
potência (ver ABNT NBR 5356-1:2007, 6.2 e 6.3). Porém, para evitar superdimensionamento do trans-
formador, pode ser útil divergir desta regra geral. Assim, o incremento das tensões de derivações no
enrolamento com derivações pode ser delimitado na extremidade para a faixa de derivações acima da
nominal (variação de tensão combinada). Da mesma forma, o incremento das correntes de derivação
na extremidade das derivações abaixo da nominal é delimitado pela aplicação da máxima corrente
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
de derivação. Isto significa que os valores de potência de derivação para os valores extremos de
derivação são reduzidos em comparação com os valores da faixa intermediária que correspondem
à potência nominal do transformador.
Estes diferentes passos são detalhados com um exemplo prático nas subseções seguintes.
Junto com a descrição do método na sua forma geral, a demonstração é feita com um exemplo prático.
EXEMPLO Transformação de um sistema 115 kV para um sistema de 20 kV. A tensão primária varia de
107 kV até o máximo valor permissível, Um, do sistema, que é 123 kV. A tensão secundária deve ser de 20 kV
em vazio, elevando a 22 kV em vazio para compensar a queda de tensão no transformador para a corrente a
plena carga que é especificada para 1 000 A (A tensão secundária real de operação é então 21 kV se a queda
de tensão no transformador for 1 kV).
Para simplificação, é assumido desde o início que o enrolamento de alta-tensão é o enrolamento primário
que recebe potência ativa do sistema. Este enrolamento é também o enrolamento de derivação. O
enrolamento de baixa tensão não possui derivações. Em seguida, é feita a referência para “primário”
e “secundário” quando necessário ou “derivação” e “sem derivação” quando necessário.
Consequentemente se torna fácil conduzir as análises seguindo o mesmo princípio, mesmo que o
transformador seja um transformador elevador ou se o enrolamento de baixa tensão for o enrolamento
com derivação.
NOTA Os cálculos de regulação de tensão e tensão equivalente em vazio não são detalhados nesta
Seção, apenas são referenciados para complementação.
O carregamento no lado secundário é (S, ϕ) a uma tensão U2 nos terminais secundários do transfor-
mador. A corrente de carga correspondente é calculada facilmente. A carga representa também uma
impedância igual a ZL:
U2 U2
ZL = 2 = 2 (cosφ + j senφ )
S S
Onde S for dado em MVA, U2, em kV e ZL, em ohms. A equação é válida tanto para carga monofásica
quanto trifásica.
Cada um dos exemplos de carregamento contém também uma indicação das tensões ou faixa de
tensões aplicadas no lado primário ou secundário, nas quais a carga pode ser alimentada. As tensões
do lado secundário são convertidas para a tensão equivalente em vazio de acordo com 10.4.1. Então
os valores das relações de espiras correspondentes podem ser encontrados. As relações mais altas
e mais baixas são anotadas. Não é necessariamente U1 máx./U20 mín. e U1 mín./U20 máx. 1, como
indicado na Figura 30-b).
U U
nmáx. = 1 máx. ; nmín. = 1 mín.
U20 U20
As relações extremas indicam a largura relativa da faixa de derivação exigida. Se este valor se tornar
extremamente elevado, pode ser aconselhável voltar e examinar criticamente as suposições iniciais
relativas ao caso de carregamento. Ao término do procedimento, a faixa pode ser modificada para
algum padrão de notação existente.
A tensão nominal do enrolamento sem derivações, U2r, é a princípio a mais alta-tensão verificada para
qualquer condição de carga naquele enrolamento [tensão aplicada, se for o primário, tensão induzida
equivalente, se for o secundário, [ver Figura 30-c)].
A ABNT NBR-5356-1 estabelece que um transformador deve ser capaz de operar continuamente
sem dano com 5 % de sobretensão. Isto não tem significado para ser utilizado sistematicamente
em condições de serviço normal. Deve ser reservado para casos relativamente raros de serviço sob
períodos limitados, por exemplo, para o serviço de emergência ou pico máximo de carga. Se um caso
de elevado carregamento for utilizado em uma análise deste tipo, é apropriado arredondar a tensão
nominal para os limites inferiores dentro desta faixa de tolerância.
b) o transformador é capaz de operar a vazio com a tensão primária requerida para a condição a) ou
110 % da tensão nominal, o que for maior, sem exceder as elevações de temperatura garantidas.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
EXEMPLO Neste exemplo, a tensão secundária nominal (enrolamento sem derivações) deve ser 22 kV.
Um
n
má
x.
U1 máx.
U20 máx. U4 ín
. U3
nm
Figura 30 (continua)
U5
n
má U1 máx.
x.
U2r
U2r
U1r
Derivação principal U1r U6
.
ín
m
n
U1 mín.
U1 mín. U20 mín.
A menor tensão necessária de derivação é U1mín. = nmín. × U2r [ver Figura 30-c)].
Este é o caso se o princípio de variação da tensão com fluxo constante (VTFC) for seguido, mas não
é necessariamente assim.
O exemplo na Figura 30-c) mostra o caso no qual o VTCF conduz a uma máxima tensão de derivação
não realista, podendo ser até mais elevada do que a tensão máxima do equipamento, Um, aplicável
pelo sistema (tecnicamente, não há qualquer limitação em termos de saturação do núcleo, mas a
sobretensão não é permitida no sistema a partir do ponto de vista da coordenação do isolamento).
A máxima relação de transformação não pode ser combinada com a tensão plena nominal de um
enrolamento sem derivações. As maiores derivações de tensão acima da tensão nominal somente
podem ser utilizadas com tensão secundária reduzida.
Isto significa que o transformador está especificado de acordo com o princípio da variação combinada
de tensão (VCT) (ver ABNT NBR 5356-1:2007, 6.2). O ponto de mudança (ver Figura 31) é chamado
“derivação de tensão máxima”. Derivações superiores àquele ponto têm potência de derivação reduzida.
A tensão do enrolamento na derivação máxima limitada pode ser expressa por uma relação de trans-
formação nu em relação com a tensão nominal do enrolamento sem derivações.
Tensão de derivação
U1r
U1 máx. = nu U2r
(nu < nmáx.)
U2r
nmh nr nu nmáx.
Mas não é admissível; teríamos que introduzir uma derivação de tensão máxima em 123 kV.
NOTA No entanto, para operação em vazio, são permitidas tensões que dependam de uma faixa de
derivações maiores que 123 kV.
Neste estágio, é possível fixar a tensão nominal do enrolamento primário no meio da faixa da relação de
4,864 a 6,150, ou seja, 5,507. Então, 5 507 × 22 = 121,15 kV.
Deve ser notado que a corrente nominal e a potência nominal são definidas para regime contínuo.
A potência nominal para regime contínuo é usualmente utilizada como referência para a impedância
e perdas (ver ABNT NBR 5356-1:2007, 5.1 e 5.2). Também está relacionada à elevação de temperatura
em regime contínuo. A carga real, por outro lado, usualmente é variável ao longo do dia e do ano.
É possível ocorrer um carregamento temporário acima da potência nominal, o que pode afetar a faixa
de regulação de tensão exigida para o transformador.
O problema de como converter uma carga variável no tempo para uma carga equivalente em regime
contínuo é tratado na ABNT NBR 5356-7, aplicável aos transformadores imersos em líquido isolante.
A potência de carga contínua requerida representa um valor específico de corrente de carga. Este
valor é maior quando a tensão de operação for baixa e o transformador deve ser dimensionado
considerando esta necessidade. O valor máximo ocorre em um enrolamento sem derivações para
o caso de carregamento com a corrente nominal deste enrolamento (no exemplo, é o enrolamento
secundário de baixa tensão).
Esta corrente nominal, em conjunto com a tensão nominal, determina o valor da potência nominal Sr.
Neste estágio, o valor calculado é arredondado, se necessário.
EXEMPLO A corrente secundária de carga foi especificada inicialmente como 1 000 A, independentemente
da tensão de operação no secundário do transformador. Esta corrente é a corrente nominal do enrolamento
secundário (sem derivações).
A corrente nominal do enrolamento primário com derivações é calculada pela relação de transformação
na derivação principal: 1 000/5,507 = 181,6 A.
Mas este não é o dimensionamento da corrente do enrolamento primário. A maior corrente ocorre na derivação
de mínima tensão, na relação 107/22 kV: 4,864.
Em princípio, a potência nominal é aplicada em pelo menos uma parte considerável da faixa
de derivações. No enrolamento com derivações, isto significa que as correntes das derivações variam
de maneira inversamente proporcional às tensões das derivações.
Na extremidade inferior da faixa de derivações, isto algumas vezes pode resultar em valores
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Pode então ser decidido limitar a variação em um determinado ponto, chamado de derivação
de máxima corrente. A partir daquele ponto, os valores de corrente de derivação são mantidos constantes
no enrolamento com derivações e os valores de corrente correspondentes para o enrolamento sem
derivação consequentemente decrescem. Estas derivações têm então uma potência de derivação
reduzida (ver Figura 32).
A opção de utilizar uma derivação de corrente máxima na faixa de derivação abaixo da nominal (limitando as
derivações de corrente do enrolamento primário) não é utilizada neste exemplo.
UA
100
UB
CFW VFW
100 IB
IA
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
100
SAB
90 100 110
Fator de derivação
NOTA 1 O índice A se refere ao enrolamento com derivações. O índice B se refere ao enrolamento sem
derivações.
NOTA 2 O ponto de mudança de VTFC (fluxo constante) para VTFV (fluxo variável) é mostrado na faixa de
derivações positiva. Isto constitui uma derivação de tensão máxima UA constante, não aumentando para as
derivações acima do ponto de mudança.
NOTA 3 Adicionalmente, um ponto opcional de corte na máxima corrente de derivação é indicado na faixa
abaixo da tensão nominal das derivações (IA constante, não ascendente, para as derivações abaixo da
derivação de corrente máxima).
Nesta fase, a máxima e mínima relação de tensão já foram encontradas. Entre estas duas relações
são colocados os pontos para a comutação de tensão e de corrente no enrolamento de derivações.
Ao longo dos pontos de comutação, se aplica a potência nominal. Fora desta faixa, a potência de
derivação reduz gradualmente em ambos os lados.
A derivação principal é colocada entre a faixa da potência total de derivação, de preferência no ponto
central da faixa de variação.
A tensão e a corrente da derivação principal são deste modo consideradas como valores nominais
para o enrolamento de derivações.
Após isso, a estrutura da tabela de derivações está completa e então deve ser adequada à quantidade
padronizada de posições disponível no comutador referente a um padrão de porcentagem de derivação.
EXEMPLO Para o transformador do exemplo, os valores arredondados resultantes adequados para uma
ordem de compra são:
a) potência: 38 MVA;
Os parâmetros do transformador que é considerado nesta Seção podem ser igualmente tabulados como
mostrado na Tabela 4. Esta Tabela também indica um possível resultado final para o qual o transformador
pode ser especificado, isto é, com uma pequena alteração na derivação principal de tensão e o uso de
16 degraus, comutador de 17 posições.
a seguir, sendo que a derivação no lado de baixa tensão foi escolhida em função da otimização
do projeto do autotransformador. A faixa de derivação é estabelecida em função da faixa de tensão
operativa do lado da baixa tensão e alta-tensão:
IB
X1
UA
IA
HoXo
A Tabela 5 indica os valores de tensão, corrente e potência nos enrolamentos com o autotransformador
operando como abaixador.
Neste exemplo, a faixa de regulação é definida para atender às tensões secundárias (BT) operando
em vazio.
A parte da faixa de operação trabalha com o princípio de variação de tensão por fluxo constante –
VTFC, e a outra parte da faixa com o princípio de variação de tensão por fluxo variável – VTFV. A este
tipo de operação chamamos de variação combinada de tensão – VCT.
Variação combinada
900
UB
800
600
500
UA
400
300
200
84 86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110 112 114
Legenda
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Tensão na AT Tensão na BT
O índice A indica o enrolamento com derivação.
Esta Seção indica as precauções que devem ser observadas quando um transformador para uso
geral convencional de médio porte é usado como transformador para conversores. Existem duas
considerações:
Um transformador com o seu enrolamento primário energizado por meio de um circuito inversor pode
ter uma forma de onda de tensão bastante complexa, variando com o tempo. De forma geral, a
variação do fluxo no núcleo, sendo uma função integral da tensão aplicada, é menos distorcida que a
forma de onda da tensão.
O parâmetro essencial da tensão que determina o valor da amplitude da densidade de fluxo é o seu
valor médio e não o seu valor eficaz.
A forma de onda real da tensão deve ser informada com o pedido para este tipo de aplicação. Redução
de potência devido à tensão normalmente não é necessária.
Muitos circuitos inversores trabalham com uma frequência diferente da fornecida pelo sistema, às
vezes até mesmo com frequência variável. Isto deve ser claramente mencionado na especificação.
Um problema especial pode ser a assimetria da forma de onda aplicada pelo inversor devido à imper-
feição do controle de disparo. Isto pode levar à saturação por causa da componente contínua.
Uma forma de onda distorcida de corrente traz um aumento das perdas adicionais no transformador
devido às correntes parasitas nos enrolamentos (eddy loss) e outras correntes parasitas nas partes
mecânicas metálicas (stray loss). Ambas as perdas estão relacionadas com o quadrado do tempo
derivado do fluxo de dispersão, e este por sua vez, é proporcional à corrente do enrolamento. Outro
efeito da corrente distorcida é um nível de ruído audível maior do transformador que contém sons de
frequências maiores.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
O aumento de perda adicional causa uma elevação média de temperatura maior. Isto pode ser
desaconselhável devido ao aumento do risco de falha em função de uma temperatura de ponto quente
maior. Estas questões são tratadas em 11.3 a 11.6.
O cálculo de perdas por correntes parasitas nos enrolamentos normalmente é feito por meio do
espectro harmônico que será submetido na operação.
Para enrolamentos fabricados com condutores de seção circular ou retangular, as perdas específicas
por correntes parasitas aumentam com o quadrado da frequência. A contribuição devido a harmônica
j, tendo um valor eficaz de corrente de Ij em ampères, pode ser escrita como sendo:
Pej = const × (j × Ij )2
A perda total Pe por corrente parasita no enrolamento devido ao espectro completo da corrente pode
então ser expressa como um múltiplo da perda por corrente parasita na frequência fundamental, Pe1,
a qual pode ser obtida pelo cálculo convencional. Valores típicos para relação Pe/Pe1 estão na faixa
de 2 a 3, quando a carga for um conversor com corrente contínua bem alisada. Conversores trifásicos,
em princípio, contêm somente certos harmônicos. Os harmônicos mais altos são reduzidos por causa
do alisamento da forma de onda ideal por meio da reatância de comutação.
A teoria e as estimativas dadas anteriormente se referem somente aos enrolamentos com condutores
de seção circular ou retangular. Transformadores com enrolamento completo em chapas apresentam
uma concentração de corrente na direção das extremidades do enrolamento em chapa e, portanto, a
teoria é mais complicada. Se este transformador for aplicado para alimentar um conversor, o fabricante
deve ser questionado para confirmar se o projeto é adequado.
Estas perdas são mais difíceis de prever do que as perdas por correntes parasitas nos enrolamentos.
Elas ocorrem dentro dos materiais ferro-magnéticos (aço do núcleo ou aço estrutural) e a penetração é
um fenômeno não linear que não se aplica corretamente à análise de superposição. Perdas adicionais
em partes mecânicas são importantes em transformadores conversores de grande porte e especiais,
e geralmente têm pouca influência quando um transformador convencional pequeno é utilizado para
alimentar um conversor.
A perda adicional combinada (perda por correntes parasitas nos enrolamentos mais as perdas adicio-
nais nas partes mecânicas) para corrente nominal senoidal pode ser determinada no ensaio de rotina
de curto-circuito medindo as perdas para uma série de frequências. Este procedimento identifica a
parte das perdas que é dependente do quadrado da frequência e a parte que é diretamente proporcio-
nal à frequência. A proporção entre os dois depende do projeto.
A perda adicional combinada esperada para a forma de onda de um conversor encontra-se tipicamente
na faixa de 1,5 a 2 vezes a perda correspondente determinada com corrente senoidal durante o ensaio
de rotina do transformador.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Do ponto de vista de elevação média de temperatura, pode ser aconselhável restringir a corrente
contínua permissível em serviço do transformador para ligeiramente abaixo da corrente nominal,
de forma que a perda total I2R mais as perdas adicionais alimentando um conversor não ultrapassem
as perdas com corrente senoidal nominal.
As Seções relativas aos ensaios nas diferentes partes da ABNT NBR 5356 contêm regras sobre como
as medições originais devem ser avaliadas e corrigidas quando o ensaio tiver sido realizado sob
condições diferentes das condições de referência ou com grandezas de ensaio diferentes dos valores-
alvo originalmente especificados.
Quando o resultado do ensaio for expresso como um valor numérico (e não somente como um veredito
sobre suportar ou não um procedimento de ensaio), ele não é um número exato, mas, sim, contém uma
incerteza. A margem de incerteza depende da qualidade das instalações de ensaio, particularmente
seu sistema de medição, da habilidade do pessoal e das dificuldades de medição apresentadas pelo
objeto de ensaio.
O resultado do ensaio apresentado deve ser a estimativa mais correta possível, baseada nas medições
que foram realizadas. Este valor deve ser aceito. A margem de incerteza não pode ser envolvida no
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
julgamento de atendimento a garantias sem tolerância positiva ou com faixas de tolerâncias para
dados de desempenho do objeto de ensaio.
Entretanto, uma condição para aceitação de um ensaio por completo é que as medições propriamente
ditas têm que satisfazer certos requisitos de qualidade. Declarações de limites de incerteza
devem ser disponibilizadas e devem ser respaldadas por uma rastreabilidade documentada (ver
ABNT NBR ISO 9001).
Rastreabilidade das medições significa que uma cadeia de calibrações e comparações tenham sido
feitas, por meio das quais a validade das medições individuais possam ser rastreadas aos padrões
nacionais e internacionais de unidades mantidos em instituições reconhecidas de metrologia.
A evidência desta rastreabilidade deve conter os seguintes itens:
a) informação certificada sobre erros (erros de amplitude e de ângulo de fase) dos componentes
do sistema de medição (transdutores de tensão, corrente e potência, divisores de tensão e de
corrente (shunt), instrumentos indicadores ou registradores etc.).
As subseções 12.3 e 12.4 indicam a importância particular dos erros de ângulo de fase para
medições de perdas em carga em função do baixíssimo fator de potência do transformador curto-
Os itens da ABNT NBR 5356-1 que tratam dos ensaios contêm certas limitações em relação à
forma de onda de tensão de forma geral e, particularmente, para ensaios em transformadores em
vazio.
Estas exigências conduzem aos requisitos complementares para a fonte de ensaios, sua
impedância interna e conexão.
Isto tem que ser conhecido e levado em consideração. Se a supervisão direta da forma de onda
durante ensaios individuais não for realizada, informações sistemáticas derivadas de estudos
especiais devem estar disponíveis;
Isto estaria baseado em investigações sobre o ruído de fundo aleatório e sinais errôneos que
entram no sistema de medição por meio de capacitâncias parasitas ou indução magnética ou
queda de tensão nos cabos ou nas blindagens de cabos, com possibilidade de conduzir corrente
de terra circulante. A investigação envolve tipicamente a simulação de um ensaio com a potência
de ensaio real, mas abrindo ou curto-circuitando as entradas de sinal do sistema de medição,
movendo ou deslocando componentes e aplicando uma blindagem ou aterramento adicional de
uma forma inteligente e sistemática;
d) análise de erros sistemáticos e incertezas nas medições para o tipo específico de ensaio em
questão, baseado nas alíneas a) a c).
Esta análise deve conter um procedimento analítico racional, tendo-se em conta a interação e
combinação de diferentes fontes de erro sistemático e incertezas aleatórias.
A análise deve distinguir entre incerteza aleatória e erro sistemático e fazer uma afirmativa com
relação a como erros individuais diferentes estão combinados, combinação em quadratura de
diferentes efeitos (raiz quadrada da soma de quadrados), ou adição linear (erro máximo possível).
A análise deve conter os seguintes detalhes:
e) o setor de ensaios deve ter rotinas para manutenção constante da qualidade das medições. Isto
deve ser feito com rotinas de verificação e aferição regulares tanto para componentes como para
o sistema completo.
Isto pode envolver comparações funcionais internas entre os sistemas alternativos, verificando a
estabilidade e reaferição periódica dos componentes como indicado na alínea a).
O método para determinação de perdas em carga é indicado na ABNT NBR 5356-1:2007, 11.4.
As perdas em carga são representadas pela parte resistiva das impedâncias série do circuito equiva-
lente do transformador. A impedância série é considerada linear. Isso significa que é suposto que as
perdas em carga variem com o quadrado da corrente. A medida da corrente de ensaio é uma fonte de
erro para a determinação das perdas.
A variação das perdas com a temperatura é também considerável. A ABNT NBR 5356-1:2007, Anexo D,
descreve como devem ser tratadas as perdas I2R e perdas adicionais, quando as perdas em carga
forem recalculadas para a temperatura de referência do enrolamento. Erros na medição preliminar
da resistência e na avaliação da temperatura nos enrolamentos durante a medição das perdas
consequentemente contribuem no erro de avaliação dos valores das perdas, válidos na temperatura
de referência. Advertências são feitas na ABNT NBR 5356-1:2007,11.4.
Um exemplo típico:
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
Durante o ensaio, a tensão, a corrente e a potência ativa são medidas usando-se sistemas de medição
que contêm transdutores que adaptam altos valores de tensão e de corrente para os instrumentos de
medida. Sistemas convencionais incluem transformadores de medição do tipo indutivo, para tensão
e corrente para alimentar instrumentos indicadores do tipo eletromecânico. Sistemas de medição de
tecnologia mais moderna utilizam transformadores de corrente especiais de dois estágios ou fluxo zero,
divisores capacitivos de tensão, amplificadores de bloqueio, wattímetros multiplicadores eletrônicos
digitais etc. Tipos diferentes de sistemas de medição apresentam características diferentes em relação
aos erros de medidas, mas é geralmente válida a observação de alguns princípios gerais. As perdas
a serem medidas são, por definição, P = U × I × cosϕ.
O erro relativo composto é obtido aplicando o logaritmo natural em ambos os lados da equação e
então derivando:
∂P ∂U ∂l sinφ
= + − × ∂φ
P U l cosφ
O ângulo de fase ϕ entre os fasores de tensão V e de corrente I é próximo a π/2 (90° indutivos). O fator
de potência cos ϕ é um número pequeno. Reescreve-se o coeficiente de ∂ϕ:
−
sinφ
=
(1 − cos2φ )2 ≈
1
cosφ cosφ cosφ
P ∂P ∂P
P
Q
∂φ
cos φ
Este é um número muito maior do que uma unidade, o que indica que um certo erro relativo na
estimativa do ângulo de fase (em radianos) resulta em um erro relativo muito maior na estimativa
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
das perdas, enquanto erros relativos na amplitude da tensão e da corrente não são amplificados.
A Figura 35 a) ilustra isto. A envoltória de incerteza na estimativa das perdas em função do fator de
potência da impedância do transformador geralmente tem, portanto, a forma indicada na Figura 35 b).
O valor numérico deste pequeno deslocamento angular (novamente em radianos) é ωL/R, onde L
é a indutância da bobina de tensão e R é o total das resistências em série no instrumento e outras
possíveis resistências externas. A defasagem deste wattímetro é representada por δω.
Se o ângulo de fase original entre a tensão e a corrente no objeto de ensaio for ϕ, o ângulo de fase
mostrado no wattímetro é:
φ' = φ + δu − δi − δ ω = φ + δφ
Se o erro total do ângulo de fase δϕ for positivo, então o fator de potência estimado, cosϕ’, é menor
que o valor correto, cosϕ. A correção das perdas medidas tem sinal positivo:
1 δφ
P = P' ≈ P' 1 +
δφ cosφ
1 −
cosφ
Convencionalmente, os erros dos ângulos de fase são expressos em submúltiplos de graus elétricos:
π
1 min = = 0, 291 × 10 −3 rad
180 × 60
EXEMPLO Um transformador tem cos ϕ = 0,03. Um erro total do ângulo de fase de 3 min então resulta
em um erro relativo de aproximadamente 3 % nas perdas medidas:
3 × 0, 291
× 10 −3 = 2, 91 × 10 −2 ≈ 3 %
0, 03
Na prática, erros de ângulo de fase causados por transformadores de potencial e de corrente são
difíceis de serem avaliados corretamente.
Outra dificuldade surge do fato de que quando instrumentos analógicos são usados, a deflexão do
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
wattímetro é, normalmente, apenas uma pequena fração da escala, mesmo que um instrumento
especial de baixo fator de potência seja utilizado.
A incerteza relativa aleatória da leitura é portanto tão grande que pode encobrir pequenos erros siste-
máticos conhecidos. Desta forma, a validade do valor corrigido (com os erros sistemáticos conhecidos
removidos), não será melhor do que aquela com a leitura incorreta.
Considerando tudo isso, temos que, quando um sistema de medição convencional do tipo descrito for
usado em um ensaio, é muito difícil de estabelecer correções confiáveis, que levariam os resultados
a um nível superior de precisão.
A medição não pode ser facilmente rastreável às normas a menos que uma aferição direta seja rea-
lizada com uma regulagem específica do conjunto de medição utilizado para um ensaio específico.
Caso contrário, a estimativa das incertezas possíveis deve ser feita de maneira conservadora, baseada
nos limites totais para os componentes individuais do sistema e na incerteza da observação da leitura
dos instrumentos.
Entende-se que um sistema de medição avançado deve conter transdutores de corrente de dois
estágios ou fluxo zero, geralmente circuitos divisores de tensão capacitivos, amplificadores eletrônicos
de bloqueio e circuitos ajustáveis de compensação de erro, transdutores eletrônicos de potência
digitais.
É característico destes sistemas que estes componentes individuais devem ser ajustados e aferidos
contra padrões de alta precisão para que seus erros sistemáticos se tornem insignificantes em
comparação às outras faixas de incertezas aleatórias restantes. A carga do instrumento é eliminada
como fonte de erro por causa dos amplificadores de saída.
O erro de ângulo de fase resultante para o sistema completo pode ser da ordem de 100 µrad a
200 µrad (0,3 min a 0,6 min). Com estes sistemas, um erro máximo total de ± 3 % pode ser atingido
para a determinação de perdas com um fator de potência de 0,02 ou até mesmo menor.
Um cálculo global da incerteza é realizado para toda a faixa de dados do objeto de ensaio ou para
os parâmetros das faixas individuais dos componentes. A aferição deve ser mantida por inspeções
regulares, por exemplo, contra outro sistema portátil usado apenas para este fim.
Sinais de baixo nível de potência aparecendo dentro de avançados sistemas de medição fazem com
que seja particularmente importante, que o sistema de medição seja meticulosamente verificado
contra perturbações de campos eletromagnéticos etc. no momento da instalação [ver 12.2-c)].
A medição das perdas em vazio difere da medição das perdas em carga para um mesmo transformador
em função do fator de potência ser consideravelmente maior e que a corrente no ensaio é fortemente
distorcida.
As perdas em vazio são, a princípio, referidas às tensões senoidais não distorcidas nos terminais
do transformador. A ABNT NBR 5356-1:2007, 11.5, fornece um critério para uma forma de onda
satisfatória, baseada na comparação entre as leituras de dois voltímetros, medindo o valor médio e o
eficaz, respectivamente.
Isto implica em não somente requisitos de forma de onda em vazio da fonte de ensaio, mas também
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
em sua impedância interna, pela dificuldade da forma de onda de corrente e em sua conexão.
A corrente em vazio e a potência crescem rapidamente com a tensão aplicada. Portanto, a medição
e o ajuste da tensão são críticos e contribuem implicitamente para a incerteza na determinação das
perdas.
Isto é melhor especificado na ABNT NBR 5356-1, que as ligações de um transformador trifásico devem
ser feitas de modo que as tensões aplicadas nas diferentes fases dos enrolamentos sejam o mais
senoidais possíveis.
Os casos mais difíceis, tanto no que diz respeito aos requisitos de potência de ensaio (distorção na
forma de onda da tensão) quanto na medição de potência, aparecem geralmente quando são ensaia-
dos grandes transformadores monofásicos.
Anexo A
(informativo)
U = U +; U − = U0 = 0
U − V + = l +Z + (A.1)
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
−V − = l − Z −
−V 0 = l 0 Z 0
VA = V + + V − + V 0 (A.2)
VB = α 2V + + αV − + V 0
VC = αV + + α 2V − + V 0
lA = l + + l − + l 0 (A.3)
lB = α 2l + + αl − + l 0
lC = αl + + α 2l − + l 0
lB = lC = 0 (A.4)
− l 0 = α 2l + + αl − = αl + + α 2l − (A.5)
∴l+ = l − = l0 = l
VA = 0 (A.6)
∴V + + V − + V 0 = 0
Combinando as Equações A.5 e A.6 com a soma da Equação A.1:
U
l+ = l − = l0 = + (A.7)
Z + Z − + Z0
VB = VC = 0 (A.8)
−V 0 = α 2V + + αV − = αV + + α 2V −
∴V + =V− =V0 =V
U V
l+ = + − +
Z Z
V
l− = − −
Z
V
l0 = − 0
Z
U 1 1 1
lA = l + + l − + l 0 = + − V + + − + 0 = 0
Z Z Z Z
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #185875@368352# (Pedido 783487 Impresso: 04/02/2021)
U
∴V = + × Z (A.9)
Z
1 1 1 1
e = + + − + 0
Z Z Z Z
U V U Z U U × Z
l + = + − + = + 1 − + = + − (A.10)
Z Z Z Z Z (Z + )2
U ×Z
l− = +
Z × Z−
U × Z
l0 = + 0
Z ×Z
Bibliografia