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Introdução

A evolução dos sistemas de distribuição de energia com as smart grid’s implementadas em


suas diversas fases e conceitos é uma realidade e uma necessidade para as distribuidoras de
energia no Brasil. Esta transformação acarreta em um número maior de equipamentos
supervisionados remotamente e/ou tele comandados nas redes de distribuição de média
tensão e com a maior utilização de religadores proporciona uma maior flexibilidade nas
manobras de recomposição da rede na busca da melhora nos indicadores de continuidade [1]
onde, aliando a função de proteção da rede de distribuição possibilita o monitoramento em
tempo real pelo centro de operações – CO. Permite assim conhecer a condição do
equipamento quanto ao seu estado (ligado, desligado); e quanto a proteções atuadas (50, 51,
51N, etc); e juntamente a permissão de comandos remotos. Desta forma o CO tem a
possibilidade de monitorar a condição real da rede de operação de média tensão
possibilitando realizar a identificação de defeitos rapidamente realizando manobras a fim de
minimizar a quantidade de clientes sem energia elétrica. Desta forma a quantidade de clientes
afetados pela falta de energia é reduzido, bem como a região para identificação do defeito
pela equipe de campo é restrita. Este monitoramento somente pode ser realizado através dos
sistemas de comunicação entre os religadores, que estão dispostos na rede de distribuição de
média tensão, e o sistema de supervisão e aquisição de dados – SCADA (do inglês Supervisory
Control and Data Acquisition) utilizado pelo CO.

A comunicação dos religadores e chaves telecomandas com o SCADA na RGE é realizada na sua
maioria com uso de modens de telefonia GPRS ou 3G, devido a viabilidade financeira no uso
em larga escala, tendo em vista seu custo reduzido na aquisição do equipamento e na
contratação do serviço mensal de dados aliado a ampla cobertura existente. Esta análise é
válida em comparação a outros sistemas de comunicação como rede Mesh; satélite; rádio
ponto-a-ponto entre outros. A cobertura das redes de telefonia celular é realizada com a
instalação de estações rádio base – ERB’s, também denominadas de antenas de telefonia. As
ERB’s são responsáveis por fornecer o sinal aos equipamentos em sua área de cobertura e
retransmitir as solicitações para as centrais que depois são enviadas para o destino. Estas
estações operam de forma ininterrupta através de alimentação externa, como fonte principal,
e de forma alternativa se utilizam de baterias como alimentação secundária na falta da
alimentação primária. Na falha do sistema de backup ocasiona a perda do sinal da ERB,
acarretando perda da comunicação com os dispositivos que se encontram em sua área de
cobertura e que estão conectados a esta estação. Esta falha causa a perda da comunicação
com os religadores telecomandados que estão conectados a ERB e que poderiam ser a solução
para a recomposição da energia elétrica, provocando um aumento no tempo de atendimento
devido a necessidade de utilização de equipes locais para realização de manobras.

Num contexto em que as distribuidoras de energia brasileiras trabalham, onde os


investimentos precisam ser assertivos [2] e um fluxo de caixa restritivo, investimentos
vultuosos para substituição/modernização geral de todos os equipamentos pode ser
inviabilizada. Com estas dificuldades que, aliadas a problemas de ausência de cobertura de
telefonia em localidades fronteiriças, a empresa RGE, como grupo CPFL, buscou a utilização de
modens de comunicação via satélite a fim de melhorar a disponibilidade da comunicação, que
também apresentassem melhoras nos indicadores de duração equivalente de interrupção por
unidade consumidora (DEC). Este artigo tem como objetivo apresentar os critérios para eleger
os 520 equipamentos que receberão esta solução bem como análise financeira utilizada para
viabilizar o projeto que apresenta um elevado custo operacional.
Escolha da Solução de Comunicação

As tecnologias para comunicação remota apresentam uma gama variada de produtos e


soluções desde sistemas proprietários a sistemas open source, que permitem conectar um ou
vários equipamentos a um mesmo dispositivo. A escolha da solução teve como critérios:

 Menor custo global de solução;


 Atendimento a qualquer ponto do estado do RS;
 Sem necessidade de aquisição de infraestrutura adicional para instalação;
 Entrega total no ano de 2019.

Dentre as soluções já utilizadas e testadas pelo grupo CPFL, a tecnologia adotada foi a de
comunicação via satélite. Esta comunicação é realizada com a instalação de um dispositivo
junto ao religador, denominado modem satelital, que é responsável por propiciar a
comunicação entre o sistema de monitoramento do centro de operações e o IED.

Seleção dos Religadores

Utilizando a base cadastral GIS de equipamentos da companhia foram obtidos todos os


religadores com as seguintes informações:

1. Número Operativo – identificador único do equipamento;


2. Tipo de Utilização – equipamento opera como proteção ou chave;
3. Estado Normal – estado normal que o equipamento opera com a rede em descanso,
normal aberto (NA) ou normal fechado (NF);
4. Tipo de rede – tipo de rede que o equipamento protege entre urbana ou rural;
5. Alimentador 1 – alimentador em que se encontra o equipamento;
6. Alimentador 2 – alimentador secundário em que se encontra o equipamento, no caso
de operação NA;

Foram associados novos campos a fim de auxiliar nos critérios de escolha dos equipamentos,
onde a partir do relatório de comunicação de todo o mês de março/2019, foram obtidos os
índices de comunicação de cada equipamento que possui telecomando. Tendo em vista a
migração dos sistemas de monitoramento de metade dos religadores, foi necessário realizar a
normalização das informações. Desta forma foram acrescidos os campos de média
comunicação do equipamento (COMM Eqpto) e média de comunicação da região (COMM Região),
além do campo Região.

Como o objetivo é o de melhorar a disponibilidade de comunicação independentemente da


condição das ERB’s e consequentemente melhorar os indicadores de continuidade dos
conjuntos em que estão instalados, é incluído o DEC dos conjuntos em que cada equipamento
está associado. No caso dos religadores que possuem indicação de Alimentador 1 (DECConjunto1)
e Alimentador 2 (DECConjunto2), caso dos religadores NA’s, fora obtido os indicadores dos dois
alimentadores envolvidos. Incluído o DEC do alimentador (DECAL1 e DECAL2), item não avaliado
pelo órgão regulador mas que o sistema da RGE apresenta como um indicador interno para
fins de comparação e tomada de ação. Os valores de DEC foram todos normalizados a partir do
DEC Global da RGE, mantendo assim todos os indicadores numa mesma base. Com estas
informações foi realizada a primeira avaliação a partir da equação 1.

Índice=DEC AL + DECConjunto + Estado +Tipo Rede + ( 1−COMM ) (1)


Onde:
DECAL – maior DEC dentre DECAL1 e DECAL2 dos AL’s do equipamento;
DECConjunto – maior DEC dentre DECConjunto1 e DECConjunto2 dos conjuntos do equipamento;
Estado – valor para ponderar o estado natural do equipamento onde:
 NA – valor é 1 (um);
 NF = valor é ½ (um meio).
TipoRede – valor para ponderar o tipo de rede que o equipamento está inserido, sendo:
 Rural – valor é 1 (um);
 Urbana – valor é ½ (um meio).
COMM – menor valor percentual entre a comunicação do equipamento (COMM Eqpto) e a
comunicação da região COMMRegião.

Validação

Dado o índice para cada equipamento e posterior ordenação decrescente, os resultados foram
avaliados como um todo. A partir da indicação dos índices de cada equipamento foi possível
verificar que equipamentos que apresentam problemas sistemáticos de perda de comunicação
em desarmes não estavam na lista de prioridade, de forma óbvia devido a este indicador na
estar comtemplada na função objetivo Equação (1). Utilizando o conhecimento de operadores
sênior, foi solicitado que os mesmos avaliassem os primeiros 2000 religadores e indicassem
quais equipamentos de interligação historicamente são prioritários, devido a grande
quantidade de clientes salvos mas que, devido a recorrentes problemas de falta de
comunicação quando de um desarme (Oper).

Alterada a função Índice para Índice Novo com a inclusão do peso da importância para operação,
elevando a importância desta avaliação, fazendo com os resultados fossem elevados na
potência 2.

Índice Novo=¿ ¿ (2)


Onde:

DECAL – maior DEC dentre DECAL1 e DECAL2 dos AL’s do equipamento;


DECConjunto – maior DEC dentre DECConjunto1 e DECConjunto2 dos conjuntos do equipamento;
Estado – valor para ponderar o estado natural do equipamento onde:
 NA – valor é 1 (um);
 NF = valor é ½ (um meio).
TipoRede – valor para ponderar o tipo de rede que o equipamento está inserido, sendo:
 Rural – valor é 1 (um);
 Urbana – valor é ½ (um meio).
COMM – menor valor percentual entre a comunicação do equipamento (COMM Eqpto) e a
comunicação da região COMMRegião.
Oper – Indicador de falha de comunicação sucessiva em desarmes, se SIM = 2, se NÃO = 1

Aliado a avaliação de Oper, fora avaliado se havia a necessidade de associar, junto ao


equipamento interligação, outro religador (NF) devido a necessidade de alteração do modo de
operação ou desligamento por restrição técnica. Desta forma foram criados grupos, onde o
índice dos equipamentos é dado pelo equipamento de maior índice, desta forma foram criados
grupos dos IED’s com um único índice.

A geração do novo índice e a associação em grupos apresentou um novo conjunto de


priorização que foi novamente avaliado. Nesta nova lista de religadores com os índices
atualizados foram indicados para substituição os 520 primeiros para alteração da tecnologia de
comunicação por satélite.

Análise Financeira

Baseado nos equipamentos indicados para substituição, se fez necessário realizar uma análise
financeira a fim de tentar viabilizar a compra, instalação e pagamento de pacote mensal destes
520 modens satelitais. Na Tabela 1 podemos verificar a diferença em termos financeiros entre
a tecnologia atualmente utilizada e o satélite
Tabela 1 - Comparação financeira da contratação entre tecnologias para 1 (uma) unidade

Módulo Pacote de Plano


Dados Mensal
Telefoni R$ 676,32 30 MB R$ 15,00
a
Satélite R$ 6.500,00 100 kB R$ 265,00

Os custos de aquisição do módulo satelital podem ser aplicados como investimento, mas o
pacote do plano mensal é um custo operacional. Desta forma a viabilidade econômica
necessita apresentar um ganho financeiro na contratação deste tipo de serviço, tendo em vista
uma diferença 17,67 vezes entre o pacote mensal do satélite comparado ao de telefonia.
Assim a análise foi baseada a partir do possível custo evitado com compensações financeiras a
partir da redução da quantidade de cliente interrompidos - CI. Esta análise foi iniciada da
seguinte forma:

1. Identificação da estrutura de equipamentos telecomandados em que os


mesmos estão inseridos – hierarquia da rede considerando somente
equipamentos telecomandados desde o alimentador 1 até o alimentador 2
quando existente;
2. Eventos atribuídos aos equipamentos no mês de referência (março/19) –
somente eventos emergenciais, que não foram caracterizados como situação
de emergência;
3. Data e Hora do evento (formato dd/mm/aaaa hh:mi:ss);
4. Quantidade de clientes interrompidos (CI) de cada evento;
5. Tempo total do evento;
6. Quantidade de cliente hora interrompido (CHI) de cada evento;
7. Índice de comunicação de cada equipamento na janela de +/- 3min do horário
de início do evento.

Baseado nas informações obtidas, para cada estrutura identificada pode-se obter N eventos, e
para cada evento há avaliação do índice de comunicação de cada equipamento
telecomandado da estrutura. Com estas informações atribuímos que: equipamento com
comunicação < 80% indica equipamento indisponível; equipamento com comunicação >= 80%
indica equipamento disponível.

A partir da determinação da disponibilidade do equipamento para realização do atendimento


de cada evento por parte do operador pode-se inferir se a melhora da disponibilidade
acarretaria em possíveis ganhos de CI, ou seja, se em um evento com 3500 CI onde um
religador encontrava-se indisponível, se o mesmo estivesse disponível seria possível salvar a
quantidade de clientes a jusante deste equipamento, reduzindo o CI total do evento. Havendo
ganho de CI, um novo CHI é calculado com base no tempo total do evento, se o CHI Novo <
CHIOriginal adota-se o CHINovo juntamente com a diferença entre o CHI Original e o CHINovo obtem-se o
CHISalvo.

Ilustrando a análise, o circuito dado pela Figura 1 apresenta a estrutura de equipamentos


telecomandados com interligação entre os alimentadores SNA25 e SBC15.

SNA 25 847775 847771


Qtde Clientes Qtde Clientes Qtde Clientes
469 1016 720
Alimentador Religador Religador
NF NF Religador
847763
NA

SBC 15 847722 847728


Qtde Clientes Qtde Clientes Qtde Clientes
95 531 182
Alimentador Religador Religador
NF NF

Figura 1 - Alimentador da Análise

A partir da estrutura, pode-se verificar a quantidade de clientes entre cada trecho. Na Tabela 2
o evento 3001605122 com os dados para avaliação, indicando o equipamento que ficou
desligado. Indicando a quantidade de CI afetados, tempo total do evento e o CHI.
Tabela 2 - Dados do Evento 3001605122

Tipo Nº
Equipament Equipament Duraçã
Nº Evento Classe Início do Evento o o CI o CHI
12/03/2019
3001605122 Emergencial Alimentador SNA25 2127 1,75 3.730,30
16:10

O evento indica que o defeito foi extinto pelo equipamento geral do alimentador SNA25. A
utilização de equipamentos telecomandados tem por finalidade de auxiliar o operador a
segregar o trecho sob defeito, permitindo que os demais clientes sejam manobrados e
supridos por outra fonte VER FONTE. A Figura 2 demonstra o local do defeito do evento,
representado pelo raio.

SNA 25 847775 847771


Qtde Clientes Qtde Clientes Qtde Clientes
469 1016 720
Alimentador Religador Religador
NF NF Religador
847763
NA

SBC 15 847722 847728


Qtde Clientes Qtde Clientes Qtde Clientes
95 531 182
Alimentador Religador Religador
NF NF

Figura 2 - Indicação do Local do Defeito do Evento 3001605122

Neste caso, a atuação esperada do operador, no momento do desarme seria:


1. Desligar o RL 847775;
2. Ligar o RL 847763;

Verificando a Tabela 3, podemos avaliar a condição da comunicação de cada religador +/- 3min
do momento do desarme. Onde os religadores estavam, com exceção do 847763, todos sem
comunicação.
Tabela 3 - Condição de comunicação dos equipamentos envolvidos no evento

Média de Equipamentos
Comunicação SBC15 847722 847728 847763 847771 847775 SNA25
3min após evento 100% 0% 0% 100% 0% 0% 100%
Dia do evento 100% 23% 0% 95% 37% 0% 100%
Mês do evento 100% 30% 0% 65% 71% 54% 100%

Dado o ÍndiceNovo, para a estrutura apresentada na Figura 1, a Tabela 4 apresenta os


equipamentos indicados para receberam a substituição da tecnologia de comunicação por
satélite. Note que conforme indicado anteriormente, estes 3 equipamentos formam um grupo,
onde o ganho para este alimentador se dará quando o grupo estiver instalado.
Tabela 4 - Equipamentos Indicados para Substituição dos Modens

Estado Grupo Alimentador Alimentador Modem Novo


Equipamento Normal ÍndiceNovo 1 2 Atual Modem
847763 NA 17,1677 2 SNA25 SBC15 GSM/GPRS Satélite
847722 NF 17,1677 2 SBC15 GSM/GPRS Satélite
847775 NF 17,1677 2 SNA25 GSM/GPRS Satélite

A Tabela 5 apresenta a expectativa de média de comunicação para os equipamentos.


Lembrando que somente os religadores 847722, 847763 e 847775 recebem os novos modens,
os demais permanecem iguais.
Tabela 5 – Expectativa de Comunicação dos Equipamentos com Satélite

Média de Equipamentos
Comunicação
SBC15 847722 847728 847763 847771 847775 SNA25
3min após evento 100% 97%* 0% 97%* 0% 97%* 100%
Dia do evento 100% 99%* 0% 99%* 37% 99%* 100%
Mês do evento 100% 100%* 0% 100%* 71% 100%* 100%
*Baseado na pior disponibilidade dos sistemas via satélite

Os equipamentos apresentando a performance esperada conforme Tabela 5, as manobras


indicadas para segregação do trecho sob defeito poderiam ser executadas em tempo de pisca
(<3min). A Tabela 6 apresenta os dados da expectativa dos indicadores do evento 3001605122
quando da substituição da tecnologia de comunicação
Tabela 6 – Expectativa do evento 3001605122 com o modem satélite

Nº CI Duração CHI CI CHI


Nº Evento CHI Salvo
Device Original Original Salvo Remanescente
3001605122 SNA25 2127 1,75 3.730,30 1736 3.044,57 685,73

A redução da quantidade de clientes interrompidos é baseado na oportunidade de que o


operador, ao ocorrer o desarme, poderá realizar a manobra de transferência de, no caso do
exemplo citado, 1736 clientes. Pelo fato do mesmo poder comandar os religadores 847775 e
847763.

Anualizado

Realizando a análise para todas as estruturas em que os 520 equipamentos estão inseridos
com os eventos do mês de março de 2019 foi possível obter o CHI Salvo para cada tipo de
equipamento envolvido (Alimentador e Religador) que se encontra na Tabela 7.
Tabela 7 - Resultados de Março/19

 Classificação Total CHI Qtde CHI Equipamentos CHI Salvo


Religador 1.043.578,00 909 140.134,90 77.823,24
Alimentador 606.083,20 300 141.835,40 28.497,16

Para contabilizar 12 meses foi utilizada a proporção de eventos totais pelos eventos nos
alimentadores e religadores com modem satélite junto com proporção de CHI Salvo. A Tabela 8
apresenta os valores mensais avaliados e por último o DEC que este CHI salvo representa para
a companhia.
Tabela 8 - Proporção de CHI Salvo para 12 meses

Período CHI Eventos Total CHI Salvo Total


jun/18 511.043,75 230.734,81
jul/18 104.092,83 46.997,62
ago/18 172.826,81 78.030,82
set/18 419.216,07 189.274,87
out/18 593.506,24 267.966,39
nov/18 264.784,76 119.549,57
dez/18 511.043,75 230.734,81
jan/19 725.729,56 327.664,85
fev/19 594.825,33 268.561,96
mar/19 281.970,30 106.320,40
abr/19 220.862,18 99.718,65
mai/19 148.544,98 67.067,64
Total 2.032.622,39
DEC* 0,7167
*Expectativa de ganhos para eventos idênticos aos contabilizados

Obtendo a expectativa de DEC através do total de CHI salvo é realizada a valoração com base
no DEC total da companhia e dos montantes pagos em compensações. Onde se obtêm o valor
do DEC unitário e aplica-se a proporção pelo DEC salvo. Utilizando os dados de 2018

2018
Total de Compensação R$ 38.132.163,09
Total de Compensação FEC -R$ 2.248.075,62
R$ 35.884.087,47
DEC RGE (2018)** 15,6778617
R$ por Hora DEC R$ 2.288.838,12

Retorno Modem Satélite* R$ 1.640.600,24


Custo anual Satélite R$ 1.653.600,00
* Expectativa de retorno com base em repetição de eventos
** DEC com dia Crítico

Conclusão

O desafio de agregar novas tecnologias para melhorar a disponibilidade de equipamentos de


operação é grande em sistemas de distribuição no modelo de negócio brasileiro. A relação
custo x benefício precisa ser mensurada a fim de garantir a viabilidade destes novos recursos,
mas a dificuldade em garantir o retorno financeiro neste tipo de análise do investimento é
elevada pois há inúmeras variáveis que não estão sob gestão da companhia, como o caso do
clima. A análise foi realizada com base em dados do passado, o que não garante que os
mesmos eventos ocorrerão nos mesmos locais com o mesmo impacto.

O uso de diversas fontes dados para coletar as informações da condição dos equipamentos,
DEC aliado ao conhecimento dos operadores auxiliou na geração do Índice dos equipamentos
para a tomada de decisão. A avaliação dos índice de comunicação nos desarmes comprovaram
da necessidade das substituição dos modens nos pontos indicados. Foram inúmeros os
questionamentos sobre o método utilizado, isto devido a que equipamentos com elevados
índices de comunicação diários e mensal foram eleitos para sofrerem alteração de sua
tecnologia em detrimento de outros que possuem baixo índice. Isto aconteceu devido ao
objetivo do projeto é o de reduzir a quantidade de clientes interrompidos, melhorando a
disponibilidade das comunicações no momento de um evento.

O projeto com validade de 2 anos apresentou uma viabilidade financeira, com pequena
diferença entre e o ganho previsto e os custos mensais associados. O cronograma de
instalação dos 520 módulos tem prazo de conclusão em março/2020 onde novas análises de
ganho serão executadas a fim de avaliar os resultados e avaliar novas iniciativas.

[1] D. P. Bernardon, M. Sperandio, V. J. Garcia, L. N. Canha, A. da R. Abaide, and E. F. B.


Daza, “AHP Decision-Making Algorithm to Allocate Remotely Controlled Switches in
Distribution Networks,” IEEE Trans. Power Deliv., vol. 26, no. 3, pp. 1884–1892, Jul.
2011.
[2] B. N. Soares, A. da Rosa Abaide, and D. Bernardon, “Methodology for prioritizing
investments in distribution networks electricity focusing on operational efficiency and
regulatory aspects,” in 2014 49th International Universities Power Engineering
Conference (UPEC), 2014, pp. 1–6.

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