UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Construção Civil

ASPECTOS GEOTÉCNICOS DO PROJETO DE

FUNDAÇÕES

CHRISTIAN MATOS DE SANTANA

ATRITO NEGATIVO
 PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

ZEEVAERT (1959)
JOHANNESSEN E BJERRUM (1965)
BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
ENDO ET AL. (1969)
POULOS e DAVIS (1980)
FELLENIUS (1984)
COMBARIEU (1985)
FLEMING, WELTMAN, RANDOLPH e ELSON (1992)
VELLOSO e LOPES (2002)
 INTRODUÇÃO

FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA DE CARGA

 A TRANSFERÊNCIA DE CARGA DA ESTACA AO SOLO OCORRE
EM DUAS REGIÕES:
 AO LONGO DO FUSTE: CONSEQUÊNCIA DO DESLOCAMENTO
RELATIVO ESTACA-SOLO;
 NA PONTA DA ESTACA: DECORRENTE DA PENETRAÇÃO DA
ESTACA NO SOLO.
 INTRODUÇÃO

 FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA DE CARGA

 A RESISTÊNCIA POR ATRITO LATERAL DA ESTACA É
PLENAMENTE MOBILIZADA COM DESLOCAMENTOS
RELATIVOS ESTACA-SOLO MUITO PEQUENOS.
 NÃO HÁ CONSENSO SOBRE O REAL VALOR DOS
DESLOCAMENTOS NECESSÁRIOS À PLENA MOBILIZAÇÃO
DO ATRITO LATERAL.
 INTRODUÇÃO

 FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA DE CARGA

 EXISTEM DUAS CORRENTES DE PENSAMENTO SOBRE A
ORDEM DE GRANDEZA DO DESLOCAMENTO RELATIVO
NECESSÁRIO À PLENA MOBILIZAÇÃO DE ATRITO:
i. ESSE DESLOCAMENTO RELATIVO ESTARIA ASSOCIADO A UM
VALOR DE DESLOCAMENTO, SENDO DA ORDEM DE ALGUNS
MILÍMETROS, NÃO EXCEDENDO 10 mm (VESIC, 1977);
ii. ESSE VALOR ESTARIA ASSOCIADO AO DIÂMETRO DA ESTACA,
SENDO DA ORDEM DE 0,5 A 2% DO DIÂMETRO DA ESTACA EM
ARGILAS, E DE 1 A 3% EM SOLOS GRANULARES (DÉCOURT et
al.,1998).
 INTRODUÇÃO

 FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA DE CARGA

 A RESISTÊNCIA DE PONTA É TOTALMENTE MOBILIZADA
PARA DESLOCAMENTOS DE CERCA DE 8% DO DIÂMETRO
EM ESTACAS CRAVADAS E CERCA DE 30% EM ESTACAS
ESCAVADAS, DE ACORDO COM VESIC (1977).
 AS DUAS PARCELAS DE RESISTÊNCIA DA ESTACA PODEM
SER MOBILIZADAS SIMULTANEAMENTE, MAS A PLENA
MOBILIZAÇÃO DE ATRITO LATERAL DA ESTACA OCORRE A
NÍVEIS DE DESLOCAMENTOS MUITO MENORES QUE OS
NECESSÁRIOS PARA A PLENA MOBILIZAÇÃO DE CARGA DE
PONTA.
 INTRODUÇÃO

 RELAÇÃO ENTRE RECALQUES E CARGA MOBILIZADA AO

LONGO DO FUSTE (QS), NA PONTA (QP) E A CARGA TOTAL (Q)
DE ESTACAS
 INTRODUÇÃO

 FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA DE CARGA

 O MODO DE TRANSFERÊNCIA DE CARGA DA ESTACA
AO SOLO INFLUENCIA:
 CAPACIDADE DE CARGA;
 RECALQUES;
 INTERAÇÃO ENTRE ESTACAS ATRAVÉS DO SOLO
(EFEITO DE GRUPO);
 ESSES EFEITOS SERÃO DISCUTIDOS AO LONGO
DESTE CURSO
 INTRODUÇÃO

 DIAGRAMAS DE ATRITO MOBILIZADO E ESFORÇO NORMAL DE

ESTACAS
 INTRODUÇÃO

 TIPOS COMUNS DE DIAGRAMAS DE ESFORÇO NORMAL (Q)

VERSUS PROFUNDIDADE (z) E SEUS CORRESPONDENTES
DIAGRAMAS DE ATRITO LATERAL MOBILIZADO (τ) VERSUS
PROFUNDIDADE:
 INTRODUÇÃO

 NO CASO DE ESTACAS DEFORMÁVEIS A RESISTÊNCIA POR

ATRITO LATERAL É MOBILIZADA ANTES NA SUA PORÇÃO
SUPERIOR. ESSE FENÔMENO TORNA-SE MAIS EVIDENTE EM
ESTACAS LONGAS.
 INTRODUÇÃO

 COM O CONHECIMENTO DO DIAGRAMA DE ESFORÇO NORMAL

VERSUS PROFUNDIDADE DA ESTACA É POSSÍVEL CALCULAR
O ENCURTAMENTO ELÁSTICO DO SEU FUSTE (wE), COM USO
DA SEGUINTE EXPRESSÃO:
 INTRODUÇÃO
 EXERCÍCIO 1
 DE UMA PROVA DE CARGA INSTRUMENTADA FOI OBTIDO O
DIAGRAMA DE ESFORÇO NORMAL VERSUS
PROFUNDIDADE APRESENTADO ABAIXO. QUAL O
ENCURTAMENTO ELÁSTICO ESPERADO PARA ESSA
ESTACA?
ESTACA MACIÇA DE CONCRETO ø = 300mm
L = 20 m
E = 21 GPa
 INTRODUÇÃO
 O ATRITO MOBILIZADO PODE SER DE DOIS TIPOS:
 ATRITO POSITIVO: MANIFESTA-SE QUANDO A ESTACA
RECALCA MAIS QUE O SOLO AO SEU REDOR, COM O SOLO
RESISTINDO AO DESLOCAMENTO DA ESTACA (MOVIMENTO
RELATIVO DA MASSA DE SOLO PARA CIMA);
 INTRODUÇÃO
 O ATRITO MOBILIZADO PODE SER DE DOIS TIPOS:
 ATRITO NEGATIVO: MANIFESTA-SE QUANDO O SOLO AO
REDOR DA ESTACA RECALCA MAIS QUE A ESTACA, COM A
ESTACA RESISTINDO AO DESLOCAMENTO DO SOLO
ADJACENTE (MOVIMENTO RELATIVO DA MASSA DE SOLO
PARA BAIXO).
 INTRODUÇÃO
 EFEITOS DOS DOIS TIPOS DE ATRITO:
 ATRITO POSITIVO: CONTRIBUI PARA A CAPACIDADE DE
CARGA DA ESTACA;
 ATRITO NEGATIVO: TEM EFEITO DUPLAMENTE
PREJUDICIAL, JÁ QUE A PORÇÃO DE SOLO AO LONGO DO
FUSTE DA ESTACA QUE SOFRE ATRITO NEGATIVO NÃO
CONTRIBUI PARA A CAPACIDADE DE CARGA, ALÉM DE
SOBRECARREGAR A ESTACA.
 O ATRITO NEGATIVO TAMBÉM PODE OCORRER EM
ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO (COMO CORTINAS E MUROS)
E EM OBRAS SUBTERRÂNEAS (COMO RESERVATÓRIOS
ENTERRADOS E SUBSOLOS).
 INTRODUÇÃO
 EFEITOS DOS DOIS TIPOS DE ATRITO:
 DIAGRAMAS DE ESFORÇO NORMAL (Q) VERSUS
PROFUNDIDADE (z) PARA ESTACA COM MOBILIZAÇÃO
APENAS DE ATRITO POSITIVO E PARA ESTACA COM
MOBILIZAÇÃO DE ATRITO NEGATIVO E POSITIVO:
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS CASOS EM QUE O ATRITO NEGATIVO
MANIFESTA-SE:
 ESTACAS QUE ATRAVESSAM CAMADA DE ARGILA MOLE
SOBRE A QUAL SE DEPOSITOU RECENTEMENTE UMA
SOBRECARGA, POR EXEMPLO, UM ATERRO. A ARGILA
MOLE, EM PROCESSO DE ADENSAMENTO, SOFRE
RECALQUES E SOBRECARREGA A ESTACA;
 EXEMPLO CLÁSSICO DO PROBLEMA DE ATRITO NEGATIVO
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS CASOS EM QUE O ATRITO NEGATIVO
MANIFESTA-SE:
 AMOLGAMENTO (PERDA DE RESISTÊNCIA) DA ARGILA
DURANTE O PROCESSO DE INSTALAÇÃO DA ESTACA, O
QUE PROVOCA READENSAMENTO DA ARGILA SOB PESO
PRÓPRIO, FAZENDO QUE O SOLO DESLOQUE-SE EM
RELAÇÃO À ESTACA.
 EFEITO IMPORTANTE EM ARGILAS SENSÍVEIS – NÃO É O CASO
DA MAIORIA DAS ARGILAS BRASILEIRAS.
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS CASOS EM QUE O ATRITO NEGATIVO
MANIFESTA-SE:
 REBAIXAMENTO DO N.A. EM CAMADA ACIMA DA ARGILA
MOLE, CAUSANDO ADENSAMENTO DA ARGILA POR
ACRÉSCIMO DE TENSÕES EFETIVAS E FAZENDO A ARGILA
RECALCAR EM RELAÇÃO À ESTACA.
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS CASOS EM QUE O ATRITO NEGATIVO
MANIFESTA-SE:
 ESTACAS CRAVADAS EM SOLOS COLAPSÍVEIS (SOLOS
QUE APRESENTAM REDUÇÃO DE VOLUME QUANDO
SUBMETIDOS A AUMENTO DE UMIDADE, SEM QUE
VARIE A TENSÃO QUE ESTÃO SUBMETIDOS).
 INTRODUÇÃO
 ASSIM PODEMOS CONCLUIR QUE:
 O ATRITO NEGATIVO DECORRE PRINCIPALMENTE DO
PROCESSO DE ADENSAMENTO DO SOLO E
CONSEQUENTES DESLOCAMENTOS EM RELAÇÃO A
UMA ESTACA;
 ESSE FENÔMENO, ASSIM COMO O ADENSAMENTO,
PROCESSA-SE AO LONGO DO TEMPO, ATINGINDO UM
VALOR MÁXIMO;
 DE ACORDO COM FELLENIUS (1984), O ATRITO
NEGATIVO ENTRE A ESTACA E O SOLO, DO MESMO
MODO QUE O ATRITO POSITIVO, É PLENAMENTE
MOBILIZADO A BAIXOS NÍVEIS DE DESLOCAMENTO.
 INTRODUÇÃO

 ASSIM PODEMOS CONCLUIR QUE:

 O ATRITO NEGATIVO É PRINCIPALMENTE UM PROBLEMA DE
RECALQUE DA FUNDAÇÃO, POIS NÃO PODE LEVAR A
ESTACA À RUPTURA POR PERDA DE CAPACIDADE DE
CARGA DO SOLO, JÁ QUE ESSA RUPTURA SERIA
PRECEDIDA DE GRANDES RECALQUES DA ESTACA E APÓS
CERTO NÍVEL DE RECALQUE HÁ INVERSÃO DO SENTIDO DO
ATRITO, SENDO NOVAMENTE MOBILIZADO ATRITO
POSITIVO;
 ENTRETANTO, O ATRITO NEGATIVO PODE PROVOCAR
DANOS À ESTRUTURA DA QUAL A ESTACA É FUNDAÇÃO
POR CONTA DOS ACRÉSCIMOS DE RECALQUES, OU AINDA,
LEVAR A ESTACA À RUPTURA ESTRUTURAL.
 INTRODUÇÃO
 PONTO NEUTRO
 HÁ UMA PROFUNDIDADE NA QUAL OS RECALQUES DA
ESTACA E DO SOLO SÃO IGUAIS, ONDE NÃO HAVERÁ
DESLOCAMENTO RELATIVO ENTRE A ESTACA E O SOLO,
CHAMADA DE PONTO NEUTRO.
 ACIMA DO PONTO NEUTRO MANIFESTA-SE ATRITO
NEGATIVO.
 ABAIXO DO PONTO NEUTRO MANIFESTA-SE ATRITO
POSITIVO.
 INTRODUÇÃO
 PONTO NEUTRO

- -
- -
- - PONTO NEUTRO
+ +
+ +
+ +
+ +
+ +
+ +
 INTRODUÇÃO
 PONTO NEUTRO
 A DETERMINAÇÃO DO PONTO NEUTRO PODE SER FEITA
TRANÇANDO-SE PERFIS DE RECALQUE DO TERRENO POR
EFEITO DO ADENSAMENTO, E DE RECALQUE ESPERADO DA
ESTACA. O PONTO DE INTERSEÇÃO DOS DOIS PERFIS É O
PONTO NEUTRO.
 INTRODUÇÃO
 PONTO NEUTRO
 PERFIS DE RECALQUE VERSUS PROFUNDIDADE, DO SOLO
(wS x z) E DA ESTACA (wP x z)
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS FATORES QUE AFETAM O VALOR DO
ATRITO NEGATIVO
 TIPO DE MATERIAL DA ESTACA: AFETA O ATRITO
ESTACA-SOLO;
 MÉTODO DE INSTALAÇÃO: INFLUI NO GRAU DE
AMOLGAMENTO E NO ESTADO DE TENSÕES DO SOLO;
 TIPO DE ESTACA;
 EFEITO DE GRUPO;
 COMPRESSIBILIDADE DO SOLO;
 ESPESSURA DA CAMADA COMPRESSÍVEL.
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS FATORES QUE AFETAM O VALOR DO
ATRITO NEGATIVO
 INCLINAÇÃO DA ESTACA: EM ESTACAS INCLINADAS,
ALÉM DA PARCELA DE ADERÊNCIA ESTACA-SOLO,
EXISTE UMA CONTRIBUIÇÃO DO PESO DO SOLO
SOBRE A ESTACA, GERANDO FLEXÃO;
 INTRODUÇÃO
 POR SER UMA SOLICITAÇÃO A MAIS PARA O
ESTAQUEAMENTO, O ATRITO NEGATIVO PODE
ENCARECER A FUNDAÇÃO NA MEDIDA QUE REDUZ A
CARGA DE TRABALHO DAS ESTACAS, CONSEQUENTENTE
AUMENTANDO SUA QUANTIDADE OU DIMENSÕES.
 EXISTEM DIVERSAS FORMAS DE, PELO MENOS,
MINIMIZAR O EFEITO DO ATRITO NEGATIVO NAS
ESTACAS.
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS FORMAS DE REDUÇÃO DO ATRITO
NEGATIVO
 PRÉ-CARREGAMENTO DA CAMADA COMPRESSÍVEL
ANTES DA INSTALAÇÃO DE ESTACAS
 FAZ COM QUE A MAIOR PARTE DOS RECALQUES DO
SOLO OCORRAM ANTES DA INSTALAÇÃO DAS ESTACAS;
 JÁ QUE O PRÉ-CARREGAMENTO DEVE SER MANTIDO
DURANTE UM CERTO TEMPO, ESSA MEDIDA PODE
AFETAR O CRONOGRAMA DA OBRA.
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS FORMAS DE REDUÇÃO DO ATRITO
NEGATIVO
 ENCAMISAMENTO DA ESTACA COM TUBO DE MAIOR
DIÂMETRO;
 UTILIZAÇÃO DE ESTACAS TRONCO-CÔNICAS
O SOLO SE SEPARA DA ESTACA À MEDIDA QUE ESSA
RECALCA, DE MODO A NÃO TRANSFERIR ATRITO
NEGATIVO.
 UTILIZAÇÃO DE ESTACAS DE PEQUENO DIÂMETRO
 INTRODUÇÃO
 PRINCIPAIS FORMAS DE REDUÇÃO DO ATRITO
NEGATIVO
 PINTURA NA ESTACA
 NO BRASIL TEM-SE APLICADO CAMADA BETUMINOSA NA
SUPERFÍCIE DE ESTACAS SUJEITAS A ATRITO NEGATIVO.
 É IMPORTANTE QUE A PINTURA SEJA FEITA APENAS
ACIMA DO PONTO NEUTRO, EVITANDO-SE UMA PERDA
AINDA MAIOR DE CAPACIDADE DE CARGA.
 INTRODUÇÃO
 CARGA ÚLTIMA CONSIDERANDO-SE O ATRITO
NEGATIVO
 SEGUNDO A NBR 6122/2010 (PROJETO E EXECUÇÃO
DE FUNDAÇÕES), A CARGA DE RUPTURA DE UMA
ESTACA SUJEITA A ATRITO NEGATIVO SERÁ:
QULT ≥ 2(Q+Qn)
SENDO:
QULT = CARGA ÚLTIMA DA ESTACA (SUBTRAÍDA A PARCELA
DE RESISTÊNCIA LATERAL NO TRECHO SUJEITO AO ATRITO
NEGATIVO);
Q = CARGA DE TRABALHO;
Qn = CARGA MOBILIZADA PELO ATRITO NEGATIVO.
 INTRODUÇÃO
 CARGA ÚLTIMA CONSIDERANDO-SE O ATRITO
NEGATIVO
 DE ACORDO COM A NBR 6122/2010, QUANDO O ATRITO
NEGATIVO FOR UMA SOLICITAÇÃO DE VALOR
SIGNIFICATIVO, RECOMENDA-SE A REALIZAÇÃO DE
PROVAS DE CARGA EM ESTACAS DE COMPRIMENTO
TAL QUE O ATRITO POSITIVO POSSA SER
CONSIDERADO IGUAL AO ATRITO NEGATIVO NAS
ESTACAS DA OBRA. A PROVA DE CARGA PODE SER
FEITA A TRAÇÃO, DESDE QUE A ESTACA TENHA
ARMADURA ADEQUADA.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 PODE SER FEITA POR MEIO DE MÉTODOS ANALÍTICOS OU
MÉTODOS NUMÉRICOS. NESSE CURSO APENAS SERÃO
DESCRITOS COM DETALHES OS MÉTODOS ANALÍTICOS.
 A ESTIMATIVA DE ATRITO NEGATIVO É FEITA DE FORMA
DIFERENTE PARA ESTACAS ISOLADAS E GRUPOS DE
ESTACAS.
 SUA QUANTIFICAÇÃO É COMPLEXA UMA VEZ QUE É
NECESSÁRIO CONHECER-SE O DESLOCAMENTO DO SOLO E
DA ESTACA, E O DESLOCAMENTO DE UM DEPENDE DO
DESLOCAMENTO DO OUTRO.
 OS RESULTADOS DOS DIVERSOS MÉTODOS ANALÍTICOS DE
PREVISÃO DE ATRITO NEGATIVO PODEM SER
SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES NO COMPORTAMENTO
DE GRUPOS DE ESTACAS SOB EFEITO DE ATRITO
NEGATIVO:
 NO CASO DE GRUPOS DE ESTACAS POUCO AFASTADAS
OS EFEITOS DO ATRITO NEGATIVO SÃO MENOS
ACENTUADOS, JÁ QUE O RAIO DA MASSA DE SOLO QUE
TENDE A ARRASTAR CADA ESTACA PARA BAIXO É
LIMITADO PELAS OUTRAS ESTACAS DO GRUPO.
 A FORÇA DE ARRASTE MÁXIMA NAS ESTACAS DO
GRUPO DECRESCE SIGNIFICATIVAMENTE À MEDIDA
QUE O ESPAÇAMENTO ENTRE ESTACAS DECRESCE.
 A REDUÇÃO DA FORÇA DE ARRASTE NÃO DEPENDE
SUBSTANCIALMENTE DO NÚMERO DE ESTACAS DO
GRUPO, DESDE QUE O GRUPO TENHA MAIS QUE 9
ESTACAS.
 AS ESTACAS INTERNAS DO GRUPO DESENVOLVEM
MENOR FORÇA DE ARRASTE QUE AS EXTERNAS.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES NO COMPORTAMENTO DE
GRUPOS DE ESTACAS SOB EFEITO DE ATRITO
NEGATIVO:
 PARA GRUPOS DE ESTACAS COM BLOCO DE COROAMENTO
RÍGIDO, É POSSÍVEL QUE FORÇAS DE TRAÇÃO SE
DESENVOLVAM NA PARTE SUPERIOR DAS ESTACAS
EXTERNAS, EM VIRTUDE DO ATRITO NEGATIVO.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO SIMPLIFICADO
 MÉTODO ANALÍTICO QUE CONSIDERA O PONTO NEUTRO
SITUADO NA BASE DA CAMADA DE MATERIAL
COMPRESSÍVEL.
 NÃO É CAPAZ DE CONSIDERAR O EFEITO DA PRESENÇA DE
OUTRAS ESTACAS.
 CONSIDERA O ATRITO NEGATIVO OCORRENDO NA
CONDIÇÃO DRENADA, JÁ QUE TRATA-SE DE UM FENÔMENO
QUE SE DESENVOLVE COM O PROCESSO DE
ADENSAMENTO.
 O ATRITO NEGATIVO MOBILIZADO DEPENDE DO
DESLOCAMENTO RELATIVO ENTRE A ESTACA E O SOLO,
DESSA FORMA, ESSE TIPO DE METODOLOGIA É CAPAZ
APENAS DE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO MÁXIMO
MOBILIZADO.
 PODE ESTIMAR VALORES DE CARGA MOBILIZADA POR
ATRITO NEGATIVO MAIORES QUE OUTROS MÉTODOS.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO SIMPLIFICADO
 JOHANNESSEN E BJERRUM (1965) MOSTRARAM QUE O
ATRITO NEGATIVO É PROPORCIONAL À TENSÃO EFETIVA
DO SOLO AO REDOR DA ESTACA, DESSE FORMA O ATRITO
UNITÁRIO NEGATIVO PODE SER DADO POR:
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO SIMPLIFICADO
 O ESTADO DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES NO ENTORNO DA
ESTACA DURANTE A OCORRÊNCIA DO ATRITO NEGATIVO É
BASTANTE COMPLEXO, POR ISSO É COMUM CONSIDERAR:
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO SIMPLIFICADO
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 2
 CALCULAR A CARGA DE ATRITO NEGATIVO DA ESTACA
ABAIXO.

N.A. NA BASE DO ATERRO

d = 0,40 m
γNAT1 = 20,0 kN/m3 (ATERRO)
γNAT2 = 16,0 kN/m3 (ARGILA)
CONSIDERAR AINDA:
 O ATERRO DE GRANDE DIMENSÕES;
 PONTO NEUTRO NA BASE DA CAMADA ARGILOSA.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 3
 CALCULAR A MÁXIMA CARGA DE TRABALHO DA ESTACA
DO EXEMPLO ANTERIOR COM BASE NAS PRESCRIÇÕES DA
NBR 6122 /2010.
ADOTAR Qu = 1600 kN
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 4
 EXPERIMENTOS DE BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
 NESSE TRABALHO SÃO APRESENTADOS CASOS DE ESTACAS
SUBMETIDAS A ATRITO NEGATIVO NA NORUEGA.
 FORAM ESTUDADAS ESTACAS INSTRUMENTADAS, CRAVADAS
ATRAVÉS DE ESPESSAS CAMADAS DE ARGILA MOLE.
 NOS CASOS ESTUDADOS FORAM DEPOSITADOS ATERROS
SOBRE A CAMADA ARGILOSA POUCO ANTES DA INSTALAÇÃO
DAS ESTACAS.
 APÓS ALGUNS ANOS DA CRAVAÇÃO DAS ESTACAS FORAM
OBSERVADAS CARGAS TÃO ALTAS (DE ATÉ 400 tf) A PONTO DE
LEVAR ALGUMAS ESTACAS À PLASTIFICAÇÃO.
 TAMBÉM FORAM RELATADOS RECALQUES DE ATÉ 200 cm NAS
ESTACAS.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 4
 EXPERIMENTOS DE BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
 EM HERØYA / NORUEGA, UM DOS CASOS ESTUDADOS, SERIAM
INSTALADAS ESTACAS TUBULARES METÁLICAS COM PONTA
ESPECIAL PARA CRAVAÇÃO EM ROCHA.
 ESSAS ESTACAS SERVIRIAM DE FUNDAÇÃO PARA UMA
INDÚSTRIA QUÍMICA.
 FOI CONSTRUÍDO UM ATERRO SOBRE A CAMADA ARGILOSA
ANOS ANTES DA INSTALAÇÃO DAS ESTACAS.
 NA ÉPOCA DA CRAVAÇÃO DAS ESTACAS ERAM REGISTRADOS
RECALQUES DO ATERRO DE 15 A 25 cm POR ANO.
 COMO ERAM ESPERADAS ALTAS CARGAS DE ATRITO NEGATIVO
NAS ESTACAS, OS CONSULTORES DO PROJETO SUGERIRAM
TRÊS MEDIDAS PARA MINIMIZAR O EFEITO:
 PINTURA BETUMINOSA;
 LAMA BENTONÍTICA;
 PROTEÇÃO CATÓDICA.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 4
 EXPERIMENTOS DE BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
 PARA AVALIAR QUAL A MELHOR OPÇÃO E ESTUDAR O
FENÔMENO FORAM CRAVADAS CINCO ESTACAS.
 ESTACA A – SEM PROTEÇÃO;
 ESTACA B – COM PINTURA BETUMINOSA;
 ESTACA C – COM PROTEÇÃO CATÓDICA;
 ESTACA D – COM LAMA BENTONÍTICA;
 ESTACA E – ESTACA MAIS CURTA PARA ESTUDAR ATRITO
ESPECIFICAMENTE NO TRECHO DE ATERRO.
 1,5 ANOS APÓS A INSTALAÇÃO DAS ESTACAS, A ESTACA “A”,
QUE OBTEVE O PIOR DESEMPENHO, ESTAVA SUBMETIDA A UMA
CARGA DE ATRITO NEGATIVO DE 120 tf, ENQUANTO A ESTACA
“B”, QUE OBTEVE O MELHOR DESEMPENHO, ESTAVA SUBMETIDA
A UMA CARGA DE 10 tf.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 4
 EXPERIMENTOS DE BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
 ESQUEMA DE EXPERIMENTO EM HERØYA
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 4
 EXPERIMENTOS DE BJERRUM, JOHANNESSEN e EIDE (1969)
 CALCULAR O ATRITO NEGATIVO MÁXIMO NA ESTACA “A”,
ADOTANDO AS SEGUINTES PREMISSAS:
 A ESTACA “A” NÃO FOI SUBMETIDA A QUALQUER TIPO DE
PROTEÇÃO CONTRA O ATRITO NEGATIVO;
 CONSIDERAR PONTA DA ESTACA NA PROFUNDIDADE DE 30 m E
DESPREZAR POSSÍVEIS DANOS;
 ADOTAR: βξATERRO = 0,30; βξARGILA = 0,25;
 ATERRO DE 8,00 m DE ESPESSURA;
 N.A. A 7,00 m DA SUPERFÍCIE DO TERRENO;
 d = 0,30 m;
 γATERRO = 20,0 kN/m3;
 γARGILA = 16,0 kN/m3.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 5
 CASO DE OBRA – ATRITO NEGATIVO EM PAREDE DE
ESTACAS-PRANCHAS
 CALCULAR ATRITO NEGATIVO POR METRO LINEAR DE CORTINA
DE ESTACAS-PRNCHAS, ADOTANDO COMO PREMISSAS:
 A AÇÃO CAUSADORA DO ATRITO NEGATIVO É A
SOBRECARGA QUE ATUARÁ NA SUPERFÍCIE DO TERRENO;
 ADOTAR: βξAREIA = 0,40; βξARGILA = 0,25;
 U = 1,22 m POR METRO LINEAR DE PAREDE
 γAREIA = 18,0 kN/m3;
 γARGILA = 16,0 kN/m3;
 COTA DA SUPERFÍCIE DO TERRENO = 2,50 m;
 COTA DO N.A. = 0,00 m;
 COTA TOPO DA CAMADA ARGILOSA = -15,00 m;
 COTA BASE DAS ESTACAS PRANCHAS = -19,50 m.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 5
 CASO DE OBRA – ATRITO NEGATIVO EM PAREDE DE
ESTACAS-PRANCHAS
 SEÇÃO TRANSVERSAL DA PAREDE DE ESTACAS-PRANCHAS

AREIA

ARGILA ARENOSA

ARGILA

ARGILA
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO DE ENDO ET AL. (1969)
 MÉTODO ANALÍTICO BASEADO EM RESULTADOS DE
INSTRUMENTAÇÃO DE ESTACAS METÁLICAS EM ESCALA
REAL NO JAPÃO.
 AS ESTACAS ESTUDAS FORAM CRAVADAS ATRAVÉS DE
CAMADA COMPRESSÍVEL E TINHAM PONTA ASSENTE EM
AREIA.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO DE ENDO ET AL. (1969)
 OS AUTORES DEMONSTRAM EXPERIMENTALMENTE QUE O
PONTO NEUTRO SITUA-SE ENTRE 0,73 E 0,78 DO
COMPRIMENTO DA ESTACA NA CAMADA COMPRESSÍVEL.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO DE ENDO ET AL. (1969)
 O MÉTODO É CAPAZ APENAS DE ESTIMAR O ATRITO
NEGATIVO MÁXIMO MOBILIZADO.
 CONSIDERA O ATRITO NEGATIVO DA ESTACA NA ARGILA
COMO OCORRENDO NA CONDIÇÃO DRENADA.
 É CAPAZ DE LEVAR EM CONTA O COMPORTAMENTO
DIFERENCIADO DE ESTACAS COM PONTA ABERTA E
FECHADA.
 SEGUNDO ENDO ET AL. (1969), OS VALORES DE K.tan()
ESTARIAM ENTRE 0,30 E 0,35.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODO DE ENDO ET AL. (1969)
 OS AUTORES PROPÕEM QUE O VALOR MÁXIMO DO ATRITO
NEGATIVO PODE SER DADO POR:
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 EXERCÍCIO 6
 CALCULAR A CARGA DE ATRITO NEGATIVO DA ESTACA
ABAIXO, ADMITINDO AS SEGUINTES PREMISSAS:

ESTACA DE PONTA ABERTA

N.A. NA BASE DO ATERRO
d = 0,40 m
CONSIDERAR O ATERRO DE GRANDE DIMENSÕES
γNAT1 = 20,0 kN/m3 (ATERRO)
γNAT2 = 16,0 kN/m3 (ARGILA)
K1.tan(1) = 0,35 (ATERRO)
K2.tan(2) = 0,30 (ARGILA)
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 OUTROS MÉTODOS ANALÍTICOS IMPORTANTES
 DE BEER E WALLAYS;
 COMBARIEU;
 POULOS E DAVIS.
 ESTIMATIVA DO ATRITO NEGATIVO
 MÉTODOS NUMÉRICOS
 SÃO FERRAMENTAS IMPORTANTES NA ESTIMATIVA DE
ATRITO NEGATIVO, JÁ QUE PERMITEM ESTUDAR O
FENÔMENO LEVANDO EM CONTA OS DESLOCAMENTOS DO
ELEMENTO DE FUNDAÇÃO E DO SOLO, ALÉM DE SEUS
EFEITOS NO ESTADO DE TENSÕES DO SOLO.