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Obrigações I

Fontes das obrigações:


 Negócios unilaterais
 Gestão de negócios
 Enriquecimento sem causa
 Responsabilidade civil
 Contratos

Gestão de Negócios (fonte de obrigações)


É um instituto jurídico destinado a permitir a realização de uma colaboração não
solicitada entre sujeitos privados, protegendo-se os interesses do dono do negócio e
atribuindo-se uma compensação ao gestor pelas despesas suportadas e prejuízos
sofridos.
Está prevista nos artigos 464º a 472º.
Pressupostos da gestão de negócios:
1. Assumir a direção de negocio alheio
2. No interesse e por conta do dono
3. Sem a autorização deste

 Assunção da direção de negócio alheio:


O comportamento do gestor será então a de assumir um negocio alheio, sendo que não
precisa de ser propriamente um N.J podendo ser um simples ato jurídico ou um ato
material. A gestão poderá abranger não apenas atos de mera administração, mas também
atos de administração extraordinária ou disposição. Os atos abrangidos pela gestão serão
maioritariamente de cariz patrimonial, mas também podem ser de cariz pessoal. Estão
excluídos da GN os atos contrários à lei, à ordem pública ou ofensivos dos bons
costumes, por representarem uma conduta proibida em relação ao gestor, bem como
aqueles em que não seja possível a substituição do dominus, por nesse caso não haver
qualquer utilidade para este na intervenção do gestor.

Alienidade do negócio: (464º)


 Negócios objetivamente alheios – estes correspondem a uma ingerência na
esfera jurídica do dominus, existido uma inserção ou não do negócio em esfera
jurídica alheia. (Exemplo: se alguém resolve reparar o muro da casa de um
vizinho que se encontra em risco de ruina, efetua uma ingerência no direito de
propriedade desse vizinho, sendo assim o negocio objetivamente alheio.)
 Negócios subjetivamente alheios – correspondem a situações em que o gestor
não efetua qualquer ingerência numa esfera jurídica alheia, mas em que é
possível visualizar, a partir da sua intenção, que pretende atuar para outrem. Ou
seja, o gestor age com a intenção de atribuir a outrem o resultado dessa
atividade, quer tenha havido ingerência ou não na esfera jurídica alheia, sendo
que a alienidade do negócio só se determina a partir do momento em que se
conhece a intenção do gestor, por não ser possível atribuir em termos objetivos a
pertença do negocio a outrem. Exemplo: se alguém num leilão decide arrematar
uma coleção de selos para um amigo que é colecionador, estamos perante um
negocio subjetivamente alheio.

 No interesse e por conta do dominus:


Este pressuposto de assumir a gestão “no interesse e por conta do dominus” abrange a
intenção, mas também a utilidade de gestão. Não se pode considerar atribuída ao
gestor a possibilidade de exercer a gestão quando esta não oferece qualquer utilidade
para o dominus.
1) A utilidade da gestão
Critérios de determinação do momento da utilidade da gestão:
 Utiliter coeptum – a utilidade da gestão determina-se no momento da sua
assunção.
 Utiliter gestum – a utilidade da gestão determina-se no momento da sua
conclusão.
A nossa lei optou pelo critério do utiliter coeptum, ao considera-lo como pressuposto
inicial da gestão (464º). É necessário então para a gestão, para o ser, se iniciar como
uma atividade útil, ainda que se exija que o autor da gestão a mantenha em proveito do
dono do negócio. O gestor não deverá só ter a intenção de agir no interesse de outrem
como será necessário que a atividade do gestor se apresente socialmente útil nas
circunstancias em causa, no momento em que a gestão se inicia. Os termos em que se
deve estabelecer a utilidade inicial da gestão resulta do art.º 340.º n.º 3, que só considera
lícitas as intervenções se estas se dão no interesse do lesado e de acordo com a sua
vontade presumível.
2) A intenção da gestão
O art.º 464.º ao referir que a gestão deve ser realizada por conta do dono do negócio,
vem exigir uma intenção específica do gestor de atuar para outrem. Tem de existir a
intenção de atribuir os efeitos do negócio a outrem, ou seja, a intenção do gestor de que
os resultados da sua atuação, quer em termos de benefícios, quer em termos de
prejuízos, não se destinem a ele, mas ao dono do negócio.

 A falta de autorização:
Isto traduz a exigência de o gestor não estar legitimado ou vinculado a intervir na esfera
de outrem em razão de uma relação especifica preexistente entre ele e a pessoa em
causa. Assim se, por lei ou negocio jurídico, o gestor puder ou dever intervir na esfera
alheia não haverá gestão de negócios. Ou seja, o gestor não poderá recorrer à gestão de
negócios se estiver autorizado ou vinculado por negocio jurídico a exercer a sua
intervenção (Ex.: procuração, mandato ou prestação de serviços).

Deveres do gestor do negócio


No art. 465º, são enunciados deveres especifico do gestor de negócios para com o dono
do negócio, e no art. 466º as consequente responsabilidade em caso de incumprimento.
 Na alínea a) do art. 465º estabelece-se que o gestor deverá exercer a gestão
conformando-se com o interesse e vontade real ou presumível do nome do
negócio. Durante do exercício da gestão o gestor deverá conformar se com o
interesse objetivo do dono do negócio de modo a que objetivamente a gestão
continue a ser útil, e a vontade real do dono do negocio, se for conhecida pelo
gestor, ou a sua vontade presumível, ou seja, a vontade que o dono do negocio
teria em face das circunstâncias em causa.

Um dos problemas que surgem é quando existe divergência entre o interesse do


dono e a sua vontade real ou presumível. (Ex: quando o gestor considera que na
reparação do telhado que ameaça ruir na casa do dono do negócio, deverão ser
colocadas vigas de uma determinada madeira com melhor qualidade, mas sabe
que a vontade do dono é a de colocar uma madeira de menor qualidade e que
durará menos tempo. Segundo o professor Menezes Leitão a vontade do
dominus deve ter predominância, visto que cada um sabe melhor dos seus
próprios juízos (465º vontade real do dono).

 Outros deveres específicos são encunciados nas alíneas b), c) e d):

 o dever do gestor de avisar o dono do negócio, logo que possível, que assumiu a
gestão, evitando-se eventuais atuações concorrentes de um e outro, ou para
possibilitar que o dono interrompa a gestão assumindo-a ele. Este dever
relaciona-se com os deveres acessórios de informação e com o principio da boa
fé;
 o dever do gestor de prestar contas, nomeadamente quando a gestão cesse, seja
interrompida ou quando o dono do negócio o exigir e de prestar ainda todas as
informações relativas à gestão.

 Já a alínea e) estabelece o dever de entregar ao dominus tudo o que tenha


recebido de terceiros no exercício da gestão ou d saldo das respetivas contas,
com os juros legais relativamente às quantias em dinheiro, a partir do momento
em que a entrega haja de ser efetuada. A partir do momento em que o negócio
pertence ao dominus todos os proveitos dele resultantes devem ser-lhe
atribuídos, adquirindo este um direito de crédito sobre o gestor com esse objeto.
Havendo pluralidade de gestores, e verificando-se uma atuação conjunta do
mesmos, são solidarias as sias obrigações para com o dono do negócio.

Responsabilidade do gestor
 O art. 466º/1 vem prever que o gestor é responsável tanto pelos danos que causar
com culpa sua no exercício da gestão, como com os danos que causar com a
injustificada interrupção desta, considerando-se culposa a sua atuação sempre
que ele agir em desconformidade com o interesse ou a vontade, real ou
presumível do dono do negócio. Ou seja, se o gestor, culposamente, não
observar os deveres específicos que a lei lhe impõe no artigo 465º e, ainda como
decorre no artigo 466º/1, não observar o dever de não interromper
injustificadamente a gestão, entrará em responsabilidade obrigacional (799º/1).
Não existe um dever de continuar a gestão, mas de não a interromper
injustificadamente.

 O art. 466º/2, a lei considera culposa a atuação do gestor quando ele agir em
desconformidade com o interesse ou a vontade real do dono do negócio. Está em
causa um dever específico estabelecido no art. 465º alínea a), consequentemente
está em causa a responsabilidade obrigacional e a inobservância desse dever
presume-se culposa, nos termos do art. 799º/1. Para o presumido culpado, ilidir a
presunção, tem de demonstrar que não agiu com culpa, tem de se ter em atenção
o critério estabelecido no art. 487º/2, aplicável À responsabilidade obrigacional
por força do art. 799º/2: o critério de um bom pai de família, tendo em conta as
circunstâncias do caso concreto.

 Fora dos deveres específicos consagrados no art. 465º e do dever de não


interromper injustificadamente a gestão, 566º/1, está em causa um dever geral de
respeito: se o gestor, em violação de direitos subjetivos ou de interesses
juridicamente protegidos do dono do negócio, culposamente, lhe causar danos,
responderá então, no domínio de responsabilidade delitual, nos termos gerais do
art. 483º: com efeito, o gestor, por o ser, não está legitimado a violar esses
direitos e interesses do dono do negócio. A culpa também deverá ser aferida de
acordo como critério do art. 487º/2.

Deveres do dono do negócio para com o gestor


O art. 468º estabelece os deveres do dono do negócio para com o gestor. Os deveres do
dono do negócio em face do gestor, variam consoante se trate de uma gestão regular
(exercida em conformidade com o interesse e a vontade, real ou presumível, do dono do
negócio) ou uma gestão irregular (exercida em desconformidade com o interesse e a
vontade, real ou presumível, do dono do negócio).
 Se a gestão foi regular (568º/1), o dono do negócio deve reembolsar o gestor de
todas as despesas suportadas e indemnizado dos prejuízos que haja sofrido (art.º
468.º/1). Não é atribuída nenhuma remuneração pela sua atuação, a menos que
tal corresponda à sua catividade profissional (art.º 470.º).
 Se a gestão foi irregular (568º/2) o dono do negócio tem de responder perante o
gestor segundo as regras do enriquecimento sem causa previstas nos artigos 473º
e ss.

A aprovação da gestão
Está prevista no art. 469º, e é o ato unilateral do dono do negócio pelo qual este exprime
sua concordância com a gestão realizada, considerando-a regular, ou seja, realizada
conforme o seu interesse e vontade. A aprovação não se confunde com a ratificação.
A aprovação da gestão implica:
 Que o dono do negócio deixe de poder exigir responsabilidade ao gestor pelos
danos eventualmente decorrentes da gestão, sendo que a aprovação significa que
o dominus considera a gestão regular.
 Que o dono do negócio deverá reembolsar o gestor das despesas por ele
realizadas na gestão nos termos do art. 468º/1.

Posição do dono do negócio face a terceiros

 A gestão traduzida na prática de atos materiais e a gestão traduzida na


prática de atos jurídicos
1. Se a gestão houver traduzido apenas em atos materiais realizados pelo gesto,
naturalmente que não tem qualquer projeção sobre terceiros, tudo se
passando no âmbito da relação do dono do negócio com o gestor. (Ex: se o
gestor é a pessoa habilidosa, que tinha materiais e conhecimentos para
consertar ele mesmo o telhado e o consertou, a sua atuação como gestor foi
meramente material e não envolveu terceiros.)
2. Se a gestão houver traduzido a prática de atos jurídicos como contratos já
não está só em causa a relação do dono do negócio com o gestor mas
também a posição do dono do negócio em face dos terceiros que contrataram
com o gestor. Tendo em conta o art. 471º há que distinguir entre a atuação
do gestor em nome do dono negócio (gestão de negócios representativa) e a
atuação do gestor em nome próprio (gestão de negócios não representativa).

 A gestão de negócios representativa


No caso da gestão de negócios representativa, o art. 471º 1ª parte, manda aplicar
aos negócios celebrados pelo gestor em nome do dono do negócio, o art. 268º,
que rege sobre a representação sem poderes. Neste caso a atribuição de poderes
representativos só pode ocorrer à posteriori, com eficácia retroativa, pelo
instituto da ratificação. Esta consiste no ato pelo qual o dono do negócio se
apropria dos efeitos jurídicos dos negócios celebrados
pelo gestor em nome daquele. Ou seja, ou o dono do negócio ratifica o contrato
ou o negócio jurídico em causa, ou não o faz.
1. Se ratificar, tal equivale à atribuição de poderes representativos ao
gestor, ainda que à posteriori, mas com efeitos retroativos à pratica do
ato jurídico pelo gestor (art. 268º/1 e 2): tudo se passa como se ao gestor
tivesse sido passada a procuração para o ato, atribuindo-lhe poderes que
representativos, pelo que o contrato é eficaz, repercutindo-se os efeitos
na esfera do dono do negocio.
2. Se o dono do negócio não ratifica a prática do gestor o mesmo não
produz efeitos (art. 268º/2): por o ato ter sido praticado pelo gestor não
em nome próprio, mas em nome do dono do negócio, sem que chegue a
haver poderes representativos , uma vez que o dono do negócio não
ratifica o contrato.

 A gestão não representativa


Se a gestão de negócios traduzida na prática de atos jurídicos não tiver sido
representativa, e o gestor tiver praticado o ato em seu próprio nome não
invocando fazê-lo em nome do dono do negócio, então como se dispõe no art.
471º 2ª parte, são aplicáveis as regras do mandato sem representação previsto
nos artigos 1180º e ss.
Desse modo, ao celebrar em nome próprio o negócio jurídico, o gestor adquire
os direitos e assume as obrigações dele resultantes (1180º). Mas depois deverá
transferir para o dono do negócio os direitos assim adquiridos (1181º/2). No que
respeita às obrigações o dono do negócio terá de as assumir: ou através da
assunção de dívida (595º) ou se isso não for possível, entregando ao gestor as
quantias necessárias para ele as cumprir ou reembolsando-o das despesas que ele
tenha efetuado para cumprir as obrigações (1182º).

Gestão de negócio alheio julgado próprio

Previsto no art. 472º, esta trata-se de uma situação em que o gestor gere o
negócio em causa convencido de que o mesmo é seu, quando afinal é de outrem.
(Exemplo: Ana julgando que herdara determinado prédio, faz obras de reparação
de que o mesmo carecia urgentemente, apurando-se mais tarde de que afinal o
prédio foi deixado pelo falecido a outra pessoa). Assim o gestor atua sem a
intenção de gerir negócio alheio e sem a intenção de o fazer no interesse e para
aquele que é o verdadeiro titular. Neste caso, como está previsto no art. 472º/2, a
gestão de negócios só se aplica se houver aprovação da gestão.
Apesar de o gestor iniciar a gestão sem a intenção de gerir negócio alheio, esta
pode ainda servir de interesse ao verdadeiro titular do negócio e ter
correspondido àquela que seria a sua vontade, sendo que desta forma o dominus
pode aprovar a gestão.
Se o verdadeiro dono do negócio não aprovar a gestão, o art. 472/1 2º parte,
manda aplicar as regras do enriquecimento sem causa. Porém se houver culpa do
gestor na violação de direito alheio, são aplicáveis as regras da responsabilidade
civil (art. 472º/2), sendo que estará em causa a violação de um dever genérico de
respeito pelos direitos alheios. A interferência ilícita, culposa e danosa com tais
direitos, gera a responsabilidade delitual.

Enriquecimento sem causa (fonte de obrigações)

Vem previsto nos artigos 473º a 482º. Há enriquecimento sem causa quando alguém,
sem causa justificativa, enriquecer à custa de outrem. Nesse caso gera-se a obrigação de
restituir : o enriquecido fica adstrito ao dever de restituir ao empobrecido aquilo com
que injustificadamente se enriqueceu.

Pressupostos do enriquecimento sem causa:


1. Existência de um enriquecimento de uma pessoa;
2. Obtenção desse enriquecimento à custa de outrem;
3. Ausência de uma causa justificativa para o enriquecimento.

 Enriquecimento de uma pessoa


Previsto no art. 473º. A noção de enriquecimento envolve uma vantagem de caráter
patrimonial. O enriquecimento não tem o sentido corrente de se ter mais riqueza mas
trata-se antes de uma vantagem que, em razão de dado fato, se projeta num
património.
Existe uma valorização do património quando aumenta o seu ativo (aquisição de um
bem novo ou aumento do valor de um direito existente) ou diminui o seu passivo
(exoneração de uma dívida).
Existe também uma vantagem patrimonial concreta (aquisição específica) e não um
incremento patrimonial global.
Será enriquecimento: aquisição de direitos subjetivos (reais ou de crédito), extinção
de situações passivas (obrigações ou ónus reais), poupança de despesas, obtenção da
faculdade de disposição sobre um bem alheio (aquisição tabular), obtenção de posse
e de vantagens patrimoniais não materiais (prestação de serviços e utilidades
imateriais).
 À custa de outrem
O enriquecimento de uma pessoa deverá ter ocorrido à custa de outra pessoa. Ao
enriquecimento de uma pessoa corresponderá o empobrecimento de outra, havendo
uma relação entre o enriquecimento e o empobrecimento. A noção de
empobrecimento é a de haver um sacrífico patrimonial, um prejuízo patrimonial: o
empobrecimento traduz-se na diminuição do ativo ou no aumento do passivo de um
património de um património ou na frustração do aumento do ativo ou da
diminuição do passivo.

 Sem causa justificativa


O enriquecimento tem de acontecer sem causa justificativa ou legítima. Há
deslocações patrimoniais sem haver razões justificativas para o mesmo.

Características do enriquecimento sem causa:


1. Obrigação de restituir;
2. Caráter subsidiário do enriquecimento sem causa;
3. Prescrição do direito à restituição.

 Obrigação de restituir
O enriquecimento sem causa gera a obrigação de restituir (art.473º)O artigo 479º/1
determina que a restituição deve ser natural: deve restituir-se a própria coisa
adquirida sem causa, ou seja, o enriquecido restitui aquilo com que se enriqueceu e
aquilo por cuja falta o empobrecido se empobreceu.
Quando a reparação em espécie não for possível ou quando esta for excessivamente
onerosa para o devedor, este deve restituir o valor equivalente ao enriquecimento à
custa de outrem. Mas para isso é preciso saber a medida em que se deu o
enriquecimento à custa de outrem, pois só nessa medida há que restituir em valor.
Como se determina essa medida? COMPLETAR

 A subsidiariedade do enriquecimento sem causa


Segundo o art. 474º não há lugar à restituição por enriquecimento quando a lei
facultar ao empobrecido outro meio de ser indemnizado ou restituído. A restituição
por enriquecimento só opera subsidiariamente. Este modo de restituição so poderá
ocorrer quando não houver outros institutos ou regimes específicos (tipo
responsabilidade civil) a que o empobrecido possa recorrer para obter a restituição.
Também quando existe outro meio de restituição, mas não for possível recorrer a ele
por motivos de prescrição ou caducidade, pode-se recorrer ao enriquecimento sem
causa.
 A prescrição do direito à restituição por enriquecimento
Tendo em conta o art. 482º o direito à restituição por enriquecimento sem causa
prescreve no prazo de prescrição de 3 anos a contar da data em que credor
(empobrecido) teve conhecimento dele e da pessoa que é responsável, sem prejuízo
do prazo de prescrição ordinária, se tiver decorrido o respetivo prazo a contar do
enriquecimento (o prazo de prescrição ordinária é de 20 anos, art. 309º).

Tipos de enriquecimento sem causa:


1. Enriquecimento por prestação;
2. Enriquecimento poe intervenção;
3. Enriquecimento por despesas realizadas em benefício doutrem;
4. Enriquecimento pode desconsideração de um património intermédio.

 Enriquecimento por prestação


Dá-se um enriquecimento por prestação quando alguém realiza uma prestação a
outrem sem que haja causa jurídica que legitime a receção da prestação. As três
situações previstas no art. 473º/2, são de enriquecimento por prestação.

 A repetição do indevido
A repetição do indevido (art.473º) é objeto de um regime específico nos art. 476º
a 478º, que se reportam a 3 tipos de situações: 1) alguém realiza uma prestação
em cumprimento de uma obrigação que afinal não existe no momento da
prestação (476º); 2) alguém cumpre uma obrigação alheia na convicção errada
de que está obrigado a cumprir (477º); 3) alguém cumpre uma obrigação alheia
na convicção errada de que, apesar de saber que não é própria, está por alguma
razão vinculado a cumprir (478º).
1. Cumprimento de uma obrigação inexistente -

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