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Obrigações I - Resumos
Obrigações I - Resumos
A falta de autorização:
Isto traduz a exigência de o gestor não estar legitimado ou vinculado a intervir na esfera
de outrem em razão de uma relação especifica preexistente entre ele e a pessoa em
causa. Assim se, por lei ou negocio jurídico, o gestor puder ou dever intervir na esfera
alheia não haverá gestão de negócios. Ou seja, o gestor não poderá recorrer à gestão de
negócios se estiver autorizado ou vinculado por negocio jurídico a exercer a sua
intervenção (Ex.: procuração, mandato ou prestação de serviços).
o dever do gestor de avisar o dono do negócio, logo que possível, que assumiu a
gestão, evitando-se eventuais atuações concorrentes de um e outro, ou para
possibilitar que o dono interrompa a gestão assumindo-a ele. Este dever
relaciona-se com os deveres acessórios de informação e com o principio da boa
fé;
o dever do gestor de prestar contas, nomeadamente quando a gestão cesse, seja
interrompida ou quando o dono do negócio o exigir e de prestar ainda todas as
informações relativas à gestão.
Responsabilidade do gestor
O art. 466º/1 vem prever que o gestor é responsável tanto pelos danos que causar
com culpa sua no exercício da gestão, como com os danos que causar com a
injustificada interrupção desta, considerando-se culposa a sua atuação sempre
que ele agir em desconformidade com o interesse ou a vontade, real ou
presumível do dono do negócio. Ou seja, se o gestor, culposamente, não
observar os deveres específicos que a lei lhe impõe no artigo 465º e, ainda como
decorre no artigo 466º/1, não observar o dever de não interromper
injustificadamente a gestão, entrará em responsabilidade obrigacional (799º/1).
Não existe um dever de continuar a gestão, mas de não a interromper
injustificadamente.
O art. 466º/2, a lei considera culposa a atuação do gestor quando ele agir em
desconformidade com o interesse ou a vontade real do dono do negócio. Está em
causa um dever específico estabelecido no art. 465º alínea a), consequentemente
está em causa a responsabilidade obrigacional e a inobservância desse dever
presume-se culposa, nos termos do art. 799º/1. Para o presumido culpado, ilidir a
presunção, tem de demonstrar que não agiu com culpa, tem de se ter em atenção
o critério estabelecido no art. 487º/2, aplicável À responsabilidade obrigacional
por força do art. 799º/2: o critério de um bom pai de família, tendo em conta as
circunstâncias do caso concreto.
A aprovação da gestão
Está prevista no art. 469º, e é o ato unilateral do dono do negócio pelo qual este exprime
sua concordância com a gestão realizada, considerando-a regular, ou seja, realizada
conforme o seu interesse e vontade. A aprovação não se confunde com a ratificação.
A aprovação da gestão implica:
Que o dono do negócio deixe de poder exigir responsabilidade ao gestor pelos
danos eventualmente decorrentes da gestão, sendo que a aprovação significa que
o dominus considera a gestão regular.
Que o dono do negócio deverá reembolsar o gestor das despesas por ele
realizadas na gestão nos termos do art. 468º/1.
Previsto no art. 472º, esta trata-se de uma situação em que o gestor gere o
negócio em causa convencido de que o mesmo é seu, quando afinal é de outrem.
(Exemplo: Ana julgando que herdara determinado prédio, faz obras de reparação
de que o mesmo carecia urgentemente, apurando-se mais tarde de que afinal o
prédio foi deixado pelo falecido a outra pessoa). Assim o gestor atua sem a
intenção de gerir negócio alheio e sem a intenção de o fazer no interesse e para
aquele que é o verdadeiro titular. Neste caso, como está previsto no art. 472º/2, a
gestão de negócios só se aplica se houver aprovação da gestão.
Apesar de o gestor iniciar a gestão sem a intenção de gerir negócio alheio, esta
pode ainda servir de interesse ao verdadeiro titular do negócio e ter
correspondido àquela que seria a sua vontade, sendo que desta forma o dominus
pode aprovar a gestão.
Se o verdadeiro dono do negócio não aprovar a gestão, o art. 472/1 2º parte,
manda aplicar as regras do enriquecimento sem causa. Porém se houver culpa do
gestor na violação de direito alheio, são aplicáveis as regras da responsabilidade
civil (art. 472º/2), sendo que estará em causa a violação de um dever genérico de
respeito pelos direitos alheios. A interferência ilícita, culposa e danosa com tais
direitos, gera a responsabilidade delitual.
Vem previsto nos artigos 473º a 482º. Há enriquecimento sem causa quando alguém,
sem causa justificativa, enriquecer à custa de outrem. Nesse caso gera-se a obrigação de
restituir : o enriquecido fica adstrito ao dever de restituir ao empobrecido aquilo com
que injustificadamente se enriqueceu.
Obrigação de restituir
O enriquecimento sem causa gera a obrigação de restituir (art.473º)O artigo 479º/1
determina que a restituição deve ser natural: deve restituir-se a própria coisa
adquirida sem causa, ou seja, o enriquecido restitui aquilo com que se enriqueceu e
aquilo por cuja falta o empobrecido se empobreceu.
Quando a reparação em espécie não for possível ou quando esta for excessivamente
onerosa para o devedor, este deve restituir o valor equivalente ao enriquecimento à
custa de outrem. Mas para isso é preciso saber a medida em que se deu o
enriquecimento à custa de outrem, pois só nessa medida há que restituir em valor.
Como se determina essa medida? COMPLETAR
A repetição do indevido
A repetição do indevido (art.473º) é objeto de um regime específico nos art. 476º
a 478º, que se reportam a 3 tipos de situações: 1) alguém realiza uma prestação
em cumprimento de uma obrigação que afinal não existe no momento da
prestação (476º); 2) alguém cumpre uma obrigação alheia na convicção errada
de que está obrigado a cumprir (477º); 3) alguém cumpre uma obrigação alheia
na convicção errada de que, apesar de saber que não é própria, está por alguma
razão vinculado a cumprir (478º).
1. Cumprimento de uma obrigação inexistente -