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Uma vez convidado, o colaborador pode escolher se pretende prestar o serviço ou não. Com a
aceitação, o empregador, ao efetuar os créditos, deverá efetuar o pagamento do contrato,
incluindo o bônus proporcional, férias entre outras obrigações trabalhistas. Já se a convocação
não ocorrer no período planejado, o trabalho não receberá nada pelo período.
VANTAGENS
Talvez a palavra não seja exatamente essa "desvantagem", mas é necessário repensar o modo
operante. As empresas precisam entender que o trabalhador intermitente pode começar a ter
mais empresas solicitando seu serviço e que, em uma possível recusa em executá-lo em uma
solicitação, não pode ser entendido como rebelião. Hoje, se isso acontecer, a empresa se
despede e é isso. Então o relacionamento tem que ser mais profissional.
Por outro lado, as pessoas que buscam esse modo de trabalhar precisarão ser mais "donos" de
suas carreiras, horários e finanças. Haverá essa independência e terá sucesso no mercado, que
tem a noção de que o relacionamento entre empresa e funcionário será ainda mais comercial
onde "eu tenho horas para vender e isso lhe interessa" e onde "eu, como empresa, compro
horas disponíveis em sua agenda de acordo com minha necessidade. "
PERFIL
O perfil desse profissional intermitente, em geral, tende a ser de pessoas que desejam
flexibilidade de horas, gostam de trabalhar sem uma rotina baseada no relógio e estão
disponíveis para atuar nos dias em que o mercado tradicional não está acostumado e , muito
importante, são pessoas que gostam de estar nesta linha de frente.
Eu diria que o trabalhador intermitente seria um perfil entre o trabalhador "informal" (não o
entende como pejorativo) e o microempreendedor / trabalhador independente. É o cidadão
que deseja ter todos os direitos garantidos pelos serviços prestados, no entanto, ele também
não quer ser um microempreendedor.
Por fim, indico que as empresas e trabalhadores interessados neste tópico tentem descobrir
mais sobre o assunto. Há muito material emergente e, quanto mais informados, mais negócios
e oportunidades surgirão. Aproveite o que o mercado oferece!
Uma das mudanças presentes na Lei no 13.467 / 2017, a Reforma Trabalhista, que mais
desfigura a Lei Trabalhista Brasileira como a conhecemos hoje, é o trabalho sob regime de
contrato intermitente. Se a principal motivação para essa reforma é "modernizar" as relações
capital-trabalho em nosso país (nas palavras dos empregadores), ou seja, "flexibilizar" as
cláusulas de natureza não disponíveis nos contratos de trabalho, garantindo a efetividade dos
direitos fundamentos sociais para os trabalhadores, tal figura jurídica criada modifica
profundamente o ser do trabalho, como está presente hoje na CLT [Consolidação das Leis do
Trabalho, órgão legal que compila toda a legislação trabalhista brasileira], colocando em risco
a garantia constitucional de um salário decente e mínimo.
“Art. 443. O contrato de trabalho individual pode ser acordado de maneira tácita ou expressa,
verbal ou por escrito, por um período determinado ou indeterminado ou para a prestação de
trabalho intermitente.
(...)
Além disso, nessa nova forma de contrato de trabalho, deve-se esclarecer que o funcionário é
chamado para trabalhar com três dias de antecedência, momento em que é informado do dia
a ser cumprido. O funcionário pode aceitar ou não a ligação. O pagamento é realizado de
acordo com o trabalho realizado, observados os períodos de prestação do serviço, que podem
ser horas, dias ou meses. O período de inatividade não é considerado tempo disponível, de
modo que a empresa não possui obrigações trabalhistas com o empregado nesse período.
Outra inovação nas relações de trabalho com essa instituição é que, nos termos do artigo 452-
A, §4, aumentado para o CLT por esta lei, o empregador terá o poder de convocar o
empregado para trabalhar e desistir da execução do serviço sem justa causa, pagando apenas
50% da remuneração que seria devida, ou seja, possibilitando o pagamento de um valor
inferior ao salário mínimo proporcional.
Como você pode ver, com este novo contrato, de contornos não publicados até o momento na
legislação trabalhista brasileira, há uma grande quebra de dois pilares do Direito do Trabalho:
uma quebra da presunção de que os contratos de trabalho têm prazo indeterminado e A
jornada de trabalho deixa de ser sinônimo de tempo disponível para o empregador,
restringindo-se ao tempo de trabalho realmente fornecido.
Portanto, em vez de o contrato de trabalho por prazo indeterminado ser a regra nas relações
capital-trabalho e na legislação trabalhista brasileira, sendo outras modalidades apenas de
aplicação suplementar, a regulamentação do contrato de trabalho intermitente pode
incentivar sua adoção de forma destacada, tornando-se a regra, a principal forma de
contratação em vigor no Brasil, com pagamento de salário proporcional ao período trabalhado,
em vez do contrato de trabalho a termo ou por prazo indeterminado, não representando
adequadamente uma alternativa ao desemprego ou à informalidade já existentes, como
afirmam as vozes do setor empresarial.