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DEFESA

FITOSSANITÁRIA

Noções de comércio internacional, legislação fitossanitária brasileira e pragas quarentenárias


O que são pragas?
Conceito adotado pelo MAPA:

Qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes


patogênicos nocivos aos vegetais ou produtos vegetais
NIMF 05

Portanto, o termo praga compreende animais (insetos, ácaros,


nematóides), doenças (fungos, bactérias, vírus) e plantas daninhas.
Pragas na agricultura
• Conjunto de pragas conhecidas
• Pragas que nunca foram detectadas – ameaça constante!
Defesa vegetal
• Visa salvaguardar a produção agrícola dos danos causados por pragas

• Constituída por um conjunto de práticas que visa prevenir, controlar


ou erradicar pragas capazes de provocar danos econômicos às
lavouras e seus produtos

• Tem o objetivo de promover e implantar programas e ações de defesa


agropecuária, contribuindo para a defesa do agronegócio, segurança
alimentar e acesso a mercados

• Princípio da exclusão
Estratégias da Defesa Vegetal
O que fazer para evitar a entrada de uma praga?

Caso a entrada aconteça, o que fazer para que a praga não se estabeleça?

Se a praga se estabelecer, como evitar que ela se dissemine para outras partes
do país?

Se a praga se disseminar, o que fazer para conviver com o problema, de forma


a manter os sistemas de produção competitivos e sustentáveis?
Estratégias da Defesa Vegetal
O que fazer para evitar a entrada de uma praga?

“É mais econômico utilizar instrumentos para evitar a


entrada de pragas, do que utilizar métodos de controle
após a introdução e o estabelecimento das mesmas em
uma região.”
Estratégias da Defesa Vegetal
Caso a entrada aconteça, o que fazer para que a praga não se estabeleça?
Capacidade de
adaptação, taxa de
crescimento, Se a praga se estabelecer, como evitar que ela se dissemine para outras partes do país?
desenvolvimento
de resistências,
etc... Se a praga se disseminar, o que fazer para conviver com o problema, de forma a manter
os sistemas de produção competitivos e sustentáveis?
Estratégias da Defesa Vegetal
O que fazer para evitar a entrada de uma praga?

PRIORIZAÇÃO

PROBABILIDADE PERIGO

CHANCES DE OCORRER DANOS CAUSADOS

A defesa vegetal visa diminuir a probabilidade de introdução da praga e propor


ações de diminuição do impacto para garantir a estabilidade da produção
Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.51, n.5, 2016.
Comércio Internacional
• 1991 – Criação do Mercosul

• 1999 – Instrução Normativa no 38 cria a Lista de Pragas


Quarentenárias

• Obrigatoriedade da notificação ao DSV

• Invasão biológica passa a ter conotação de segurança nacional


Praga quarentenária Praga de importância econômica potencial
para área em perigo, onde ainda não está
presente, ou, quando presente, não se
encontra amplamente distribuída e está sob
controle oficial
Praga quarentenária Presente Praga quarentenária presente no território
nacional, porém não amplamente distribuída
e sob controle oficial
Praga quarentenária Ausente Praga quarentenária não presente no
território nacional
Praga regulamentada Praga quarentenária ou não quarentenária
regulamentada
Praga não quarentenária regulamentada Praga não quarentenária, presente no
território nacional. Afeta o uso proposto de
plantas para plantio, com impacto econômico
inaceitável
Políticas Fitossanitárias Internacionais
Acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995,
são a base legal para a regulamentação do sistema de comércio
internacional. Podem ser:
• Acordo sobre a Agricultura Orienta Políticas para mercado
• Acordo sobre medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) Orienta
critérios que norteiam a ação dos governos na ação de normas
fitossanitárias
• Visa garantir que as medidas fitossanitárias não sejam utilizadas como
barreiras para proteger interesses econômicos
Políticas Fitossanitárias Internacionais
• Regulamento do comércio internacional das commodities

• Cada País signatário do SPS possui sua Organização Nacional de


Proteção Fitossanitária (ONPF)

• No Brasil é o ONPF é o Departamento de Sanidade Vegetal (DSV),


vinculado à Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA
Políticas Fitossanitárias Internacionais
• O Brasil também é signatário da Convenção Internacional para a
Proteção dos Vegetais (CIPV) – Tratado multilateral (182 membros)
que cooperam para prevenir e combater pragas através das Normas
Internacionais de Medidas Fitossanitárias

• Ainda, o Brasil participa do Comitê de Sanidade Vegetal do Conesul


(COSAVE), uma organização regional de proteção fitossanitária que
tem por objetivo fortalecer a integração regional, harmonizar
procedimentos para facilitar o comércio do bloco
Política Fitossanitária Brasileira
• Iniciou em 1934 com a criação do Decreto 24.144, que estabelece
procedimentos referentes à importação e exportação de vegetais,
comércio e trânsito de vegetais, erradicação e combate a pragas,
desinfecção e desinfestação de vegetais

• Lei 8.171/91 dispões sobre a política agrícola


Política Fitossanitária Brasileira
• Decreto 5.741/06 organiza o Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade SUASA – estrutura a Defesa Agropecuária em termos
organizacionais e espaciais de maneira verticalizada, designando
competências para as instâncias superior (União), intermediárias
(Estados) e locais (Municípios)
Política Fitossanitária Brasileira
Em resumo, os princípios fundamentais são:

• Decreto 24.144/34
• Lei 8.171/91
• Decreto 5.741/06
• Convenção Internacional de Proteção de Vegetais (CIPV)
• Acordos Sanitário e Fitossanitário (SPS)
PRINCÍPIOS DO ACORDO SPS E DA CIPV
Princípio CIPV
Soberania As partes têm autoridade soberana, conforme os acordos
internacionais aplicáveis, para prescrever e adotar medidas
fitossanitárias para a proteção da sanidade vegetal dentro de
seus territórios e para determinar o nível apropriado de
proteção fitossanitária
Necessidade As partes contratantes podem aplicar medidas fitossanitárias
somente quando forem necessárias para evitar a introdução
e/ou disseminação de PQs ou para limitar o impacto
econômico de PNQRs
Manejo de Risco As partes contratantes deverão aplicar medidas fitossanitárias
com base em uma política de manejo de risco, reconhecendo
que o risco de disseminação e introdução de pragas sempre
existe na importação de plantas, produtos de origem vegetal e
outros artigos regulamentados
Princípio CIPV
Manejo de Risco As partes contratantes deverão aplicar medidas
fitossanitárias com base em uma política de manejo de
risco, reconhecendo que o risco de disseminação e
introdução de pragas sempre existe na importação de
plantas, produtos de origem vegetal e outros artigos
regulamentados
Transparência As partes contratantes deverão disponibilizar as
informações pertinentes às outras partes
Impacto mínimo As partes contratantes deverão aplicar medidas
fitossanitárias com impacto mínimo ”... as menos
restritivas disponíveis, que resultem em mínimo
impedimento ao movimento internacional de pessoas,
produtos básicos e meios de transporte”
Princípio CIPV
Modificação Devem ser determinadas com base em Análise de Risco de
Pragas nova ou atualizada. As partes não devem modificar
as medidas fitossanitárias arbitrariamente mas deverão
garantir que sejam modificadas ou removidas caso sejam
desnecessárias
Harmonização As portes devem cooperar no desenvolvimento de normas
harmonizadas
Não-discriminação As partes devem aplicar medidas fitossanitárias sem
discriminação caso possuam a mesma condição
fitossanitária
Princípio CIPV
Justificativa Técnica As partes deverão justificar tecnicamente as medidas
fitossanitárias ”... com base nas conclusões obtidas com a
utilização de uma Análise de Risco de Pragas ou outro
exame comparável”.
Cooperação As partes contratantes devem cooperar mutuamente para
alcançarem os objetivos da CIPV
Equivalência As partes contratantes importadoras devem reconhecer
como equivalentes as medidas fitossanitárias alternativas
propostas pelas partes contratantes exportadoras, quando
estas medidas demonstrarem atingir o nível apropriado de
proteção determinado pela parte contratante importadora
Quarentena vegetal
Quarentena vegetal
• Em 1660, na França, foi feita a primeira lei de quarentena de plantas

• No Brasil, iniciou com o decreto 24.114/1934 – MAPA pode condicionar ou


proibir a importação vegetal de países suspeitos ou assolados por pragas

• Princípios básicos: proibição, interceptação e eliminação das pragas, em


sistemas de pré-entrada, entrada e pós entrada.

• Para serem efetivas, as medidas necessitam ter sua base no sentido da


antecipação; contar com a atenção de importadores comerciais e do
público em geral
Quarentena vegetal
Medidas que norteiam as quarentenas são sustentados por leis
internacionais

- devem ser baseadas em princípios biológicos


- o propósito não deve ser confundido com barreiras tarifárias. Provas
científicas de risco devem ser apresentadas
- leis e processos devem ser dinâmicos e revistos continuamente
- legislação compreensível e cooperação entre autoridades e público
em geral
Quarentena vegetal
• Análise oficial – laboratórios credenciados pelo MAPA

• Tratamentos prévios de desinfestação e desinfecção, tanto do


importador como do exportador, assim como tratamentos que visem
a erradicação de contaminantes posteriores à interceptação

• As quarentenas não devem ser ”tecnicamente estáticas”; métodos e


equipamentos devem ser atualizados constantemente. Automação e
biotecnologia são altamente desejáveis
• Operações de quarentena devem ser em instalações fiscalizadas pelo
MAPA, conforme a IN 29 de 24 de agosto de 2016

• Página.
• http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/sanidade-vegetal/quarentena

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