Você está na página 1de 60

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CURSO DE AGRONOMIA

BACTERIOLOGIA DE PLANTAS

Profª. Renata Silva Canuto de Pinho


BACTERIOLOGIA DE PLANTAS

Histórico

• Microbiologia - mikros (pequeno), bio (vida), logos (estudo)

• Micro-organismo - origem: 4 bilhões de anos


Histórico
 Microrganismos < 0,1 mm
 Antony Van Leeuwenhoek 1632-1723
Histórico
Antony Van Leeuwenhoek 1680
 microscópio: glóbulos vermelhos, protozoários, algas,
leveduras e bactérias
 1820: microscópio composto
BACTERIOLOGIA DE PLANTAS

Histórico
 Geração espontânea ou abiogênese
 Félix Archimède Pouchet (1800-1872)
 1859  Extensivo relato

 Biogênese
 PASTEUR (1822-1895)
 1861  Ar contem micróbios
TYNDALL (1820-1895)
 1877 Infusões de vegetais e grãos secos
ROBERT KOCH (1876)
 Bacillus antracis x Postulados
BACTERIOLOGIA DE PLANTAS

Histórico

 1869 F. M. DRAENERT: (Alemão) Brasil - Bahia


Podridão do Topo ou estria vermelha P. rubrilineans

 1882 - THOMAS J. BURRIL Americano


Queima da pereira e macieira - Micrococcus amylovorus

 1883 - WALKER - Holandês


Amarelecimento do jacinto - Bacterium hyacinthi
THOMAS J. BURRIL (1839-1916)
1899 - 1902

ERWIN F. SMITH

Queima da pereira e macieira – Erwinia amylovora

Tumor ou galha da roseira - Agrobacterium tumefasciens

Murcha das solanáceas – Ralstonia solanacearum


ERWIN SMITH (1854-1929)
Bacteriologia de plantas no Brasil

 Pai da Bacteriologia de Plantas no Brasil

1957 – CHARLES F. ROBBS - UFRRJ


Importância econômicas das bacterioses de
plantas

 Gravidade das enfermidades


 Facilidade de disseminação
 Dificuldades de controle

É técnica e economicamente inviável curar a planta


infectada.
Exemplo de bacterioses de plantas que causam
sérias perdas no Brasil

 Murcha bacteriana – Ralstonia solanacearum


Exemplo de bacterioses de plantas que causam
sérias perdas no Brasil

 Cancro cítrico – Xanthomonas axonopodis pv. citri


Bactérias como seres procariotos

 Bactérias são micro-organismos muito pequenos (1 a 2 µ)

 Passado: pouca ênfase em anatomia e morfologia


 Dias atuais: novos e potentes microscópios
Formas das células bacterianas

Bastonetes retos
Espirilo

Monococos Espiroqueta

Monococos Bastonetes retos Espirilo Espiroqueta


Arranjamento das células bacterianas

Streptococos

Estafilococos
Estreptobacilus
Coloração, tamanho das colônias e
pigmento
Anatomia e morfologia da célula bacteriana
Cápsula

 Camada mais externa


 Formada principalmente de polissacarídeos
 Exopolissacarídeos EPS
 Não essencial a vida
CÁPSULA
CÁPSULA
Funções da cápsula

 Aderência
 Proteção contra condições adversas
 Patogenicidade
 Reconhecimento bactéria-planta
Ralstonia solanancearum e plantas de fumo
Flagelos

 Estruturas alongadas, delgadas e sinuosa


 Conferem motilidade à célula bacteriana
 Formados da proteína flagelina
Tipos de inserção de flagelos
Pilus

 Estrutura que participa da recombinação bacteriana.

 Durante a conjugação, conecta duas células, de modo que um


plasmídeo ou fragmento de DNA possa ser transferido de uma
célula bacteriana para outra.
Fímbrias

 Presentes na maioria das bactérias.

 Bem menores que flagelos e os pili.

 Natureza protéica.

 Possivelmente ajudam na adesão e formação de biofilmes.


Parede celular

 Localizada externamente a membrana plasmática.

 Formada de peptídeoglicano.

 Corresponde a 20% do peso total da célula.

 Dois grandes grupos: Gram-positivas e as Gram-negativas.


Gram-positivas

 Parede é menos permeável.

 Formada de peptídeoglicano (40% a 90% do peso seco).

 Uma só camada.
PAREDE CELULAR - Gram positiva

ÁCIDO
LIPOTEICÓICO

PEPTIDO-
GLICANO

MEMBRANA
CITOPLASMÁ-
TICA
Gram-negativas

 Parede é mais permeável.

 Peptídeoglicano (5% a 10% do peso seco).

 Duas camadas: externa e rígida.

 Presença de lipopolissacarídeos (LPS).


Gram positiva Gram negativa
Membrana citoplasmática

 Permeabilidade seletiva.

 10 a 20% de toda proteína da célula.

 Funções: regulação do transporte, síntese da parede celular,


replicação do genoma bacteriano, geração de energia, etc.
MEMBRANA CITOPLASMÁTICA
FOSFOLIPÍDEO
Mesossomos

 Invaginações ou dobras da membrana citoplasmática.

 Secreção de enzimas.

 Atividades respiratórias.

 Possivelmente envolvidos na replicação do DNA.


MESOSSOMO

CROMOSSOMO
Citoplasma

Denso, viscoso, granuloso, com afinidade por diversos tipos de


corantes.

 Constituído de: água, carboidratos, aminoácidos, proteínas,


lipídios e elementos orgânicos.

 Contém material genético, ribossomos, mesossomos, grânulos,


plasmídeos e pigmentos.
Inclusões

 Material de reserva.

 Grânulos de poli-β-hidroxi-butirato ou PβHB, importante na


taxonomia do gênero Pseudomonas.

Presença de PβHB
Ribossomos

 Síntese de proteínas.

 Compostos de ácido nucléico e material protéico.

 Estruturas visadas pelos antibióticos que atuam inibindo a


síntese proteica.
Material genético

 DNA

 Não se encontram envolvidos por uma membrana.

 Único cromossomo circular enrolado e densamente adensado.

 Tamanho variável.
Plasmídeos

 Descobertos na década de 50.

 Filamentos circulares de DNA.

 Auto-replicativo.

 Codificam para caracteres não essenciais à vida da célula.

 Podem ser perdidos ou transferidos.


Plasmídeos

 Auto-replicação
 Auto-transferência
 Resistência a antibióticos
 Resistência a metais pesados
 Resistência a drogas
 Produção de alguns pigmentos
 Síntese de toxinas (algumas)
 Metabolismo de certos compostos
 Síntese de antibióticos
 Produção de bacteriocinas
 Alguns casos de fitopatogenicidade
Plasmídeos e tumores
Plasmídeos e síntese de fitohormônios
Literatura recomendada

ROMEIRO, R.S. Bactérias Fitopatogênicas. 2° ed. Viçosa: UFV, 2005. 417 p.


Capítulos: 1, 2 e 3.

Você também pode gostar