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ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

Ciclo da Água
Água: parâmetros básicos

 Concentração total de sais solúveis ou salinidade;


 Proporção relativa de sódio, em relação aos outros
cátions ou capacidade de infiltração do solo;
 Concentração de elementos tóxicos;
 Concentração de bicarbonatos;
 Aspecto sanitário;
 Aspectos de entupimento de emissores (localizada)
Salinidade
 Aumento da salinidade reduz potencial osmótico do
solo.... Reduzindo a disponibilidade de água para
as plantas.
 Unidades de medida
 ppm

 CE – condutividade elétrica (condutivímetro)


Sodicidade Toxicidade
 Deteorização da  Íons de cloro
estrutura do solo  Sódio
 Altera a capacidade de  Boro
infiltração de água no  Causam problemas de
solo clorose e queima de
 Aumento de íons de tecidos..... Morte da
bicarbonato... Aumenta plantas
os teores de sódio...
Reduz a capacidade de
infiltração de água
Aspectos Sanitários Entupimento

 Contaminações pelo  Partículas sólidas


contato com a água ou  Partículas dissolvidas
pelo consumo dos  pH > 8,0
produtos, podendo
transmitir doenças:  Ferro
 Esquistossomose
 Manganês
 Verminoses  Bactérias
Tipos de água para irrigação
 Águas superficiais
 Rios e Lagos
 Águas subterrâneas
 Aquíferos ... Extraídas mediante a construção dos poços
 Águas residuárias
 Domésticas

 Industriais Análise da
 Infiltração

 Urbanas
água
CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA
PARA IRRIGAÇÃO
Quanto à Salinização
Reposição com
água doce

Reposição com
água salobra
Mogno africano

1-A: 1,73 dS m-1 , 1-B:4,11 dS m-1 , 1-C: 6,49 dS m-1


Quanto à Alcalinização e Solidificação
Tolerância à salinidade e toxicidade
Como um solo se torna salino?
 As plantas removem do solo praticamente H20.
 ÍonsCa, Mg, Na, K
 Radicais: CO, HCO, SO...

 Afetando as plantas
 Aumenta o potencial osmótico do solo – quanto mais
salino, maior será a energia gasta pela planta para
absorver água e com ela os demais elementos.
 Toxidez – principalmente, sódio, boro e os bicarbonatos e
cloretos. Em concentrações elevadas causam distúrbios
fisiológicos nas plantas.
Salinidade e Fotossíntese

Redução
da FS

Reduz o Reduz a
crescimento Salinidade assimilação
vegetativo do CO2

Reduz a
síntese
orgânica
Fatore que contribuem para a salinização

 Clima

 Irrigação
 Em solos rasos ou com má drenagem
 Água de baixa qualidade

 Baixa eficiência do sistema de irrigação

 Manutenção inadequada dos sistema de drenagem


Experimento sobre Salinidade

 Escolher uma cultura:


 Sementes

 Mudas

 Níveis de salinidade
 0, 1, 2, 3.2, 4.4, 5.4, 6.6 g/litro de água (Richard, 1980)
 7 vasos

 Substrato:
 Solo

 Substrato
FORMAÇÃO DO SOLO
Como o solo é formado?
Como o solo é formado?
 O processo de formação do solo envolve agentes físicos
do ambiente (o vento, a água, o sol), agentes químicos
(as substâncias que ajudam na decomposição das
rochas) e agentes biológicos (desde microrganismo,
como fungos unicelulares e bactérias, até plantas e
animais).

 O processo de desgaste das rochas é chamado


intemperismo (de "intempérie" =condições climáticas
extremas, do latim intemperie : mau tempo, calamidade).
Solo: formação
Sistema trífásico:

Fase Sólida
Notas:
 Volume de sólidos: praticamente fixo;
 Gases e solução: dividem o espaço poroso do solo;

 Se a quantidade de solução ou a umidade do solo


aumentam ---- diminui a quantidade de gases;

 Solo: grande reservatório, a quantidade de água


depende da sua capacidade de armazenamento
(porosidade) e da umidade em que este solo já se
encontra.
Características físicas do solo:

 Cor: mais fácil de ser detectada;

 Cores escuras: alto teor de matéria orgânica;


 Vermelho: pode indicar solos de boa
drenagem;
 Amarelo: solos mal drenados;

 Cinzas ou esbranquiçados: má drenagem/sais;


Perfil do solo: horizontes
Características físicas do solo:

 Textura;
É a distribuição quantitativa das classes de
tamanho de partículas;

Éum dos mais importantes fatores na


determinação do uso do solo;

 Aspráticas de cultivo devem ser associadas com a


textura;
Triângulo Textural
Características físicas do solo:

 Estrutura: é a forma como se arranjam as


partículas, determina:
A maior ou menor facilidade de trabalho das terras;
 A permeabilidade à água;

 A resistência à erosão e

 As condições de desenvolvimento das raízes;

 Uma boa estrutura é a que tem poros e espaços


porosos bastante volumosos para aeração, infiltração
e desenvolvimento radicular das plantas.
Características físicas do solo:

 Porosidade: refere-se à proporção de


espaços ocupados pelos líquidos e gases em
relação à massa de solo.

 Difícil caracterizar a porosidade;


 A perda de porosidade está associada à:
 Redução do teor de matéria orgânica;
 À compactação e

 Ao efeito do impacto das gotas de chuva


SEM (Matéria Orgânica) COM
Características físicas do solo:

 Permeabilidade: é a capacidade que tem o


solo de deixar passar água e ar através do seu
perfil (infiltração, em mm/h);

 Esta relacionada com o tamanho, volume e


distribuição dos poros;

 É uma das mais importantes propriedades físicas


para o estabelecimento de práticas
conservacionistas.
Disponibilidade de água no solo:
 A água no solo não é estática, mas sim
dinâmica, movimentando em função do seu
gradiente de potencial entre dois pontos
quaisquer do solo;

+ seco + úmido
+ H2O
Água disponível às plantas
 Representa a quantidade de água que o solo
consegue reter ou armazenar entre a “capacidade
de campo” e o “ponto de murcha”;

 Umidade de “Capacidade de Campo” (ƟCC) – é a


quantidade de água armazenada pelo solo sem
ocorrer drenagem com a atuação da força da
gravidade.
Água disponível às plantas

 Umidade de “Ponto de murcha” (Ɵpmp) – é o grau


mínimo de umidade do solo suportável pelas
culturas, sendo que o teor de umidade a partir e
abaixo desse valor provoca o processo de murcha
permanente das plantas.

 Teor de umidade no qual o solo não pode suprir


água às plantas, em quantidade suficiente para
manter a sua turgescência;
Retenção de

água no solo

Cálculo de

água no solo??
Índices físicos do solo:
 Densidade aparente ou global (Da) – é a relação
entre a massa seca (Ms) de uma amostra de solo e o
volume (V) que ela ocupa, na condição natural.

 É usado o cilindro de UHLAND para coletar as


amostras, que são levadas para estufa de 105 a
110ºC por 24 horas e depois pesadas

 Da = Ms ------ (g/cm3)
V
Equipamentos: Trado de Uhland
 Para coleta de amostras indeformadas
Índices físicos do solo:
 Densidade aparente ou global (Dp) – é a relação
entre a massa de sólidos (massa seca) e o volume de
sólidos do solo.

 Dp = Ms ------ (g/cm3)
Vs

 Varia em torno de 2,65 g/cm3


Porosidade Total (P)
 É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o
volume total de solo (V).

 P = Vv (cm3/cm3) ou % (multiplicar por 100)


V
 Difícil medir o volume de poros – utiliza-se a
relação aproximada:
Umidade com base em volume (Ɵ)
 É a relação entre o volume de água (Va) e o volume
total (V) do solo.

 É dada em cm3/cm3, ou em %
Umidade com base em peso (U)
 É a relação entre a massa de água (Ma) e a massa
seca (Ms) do solo.

 É dada em g/g , ou em %

 Lembrete: Ma = Va, pois 1,0 grama de água equivale a 1,0 cm3


Atividade:
 1) Uma amostra de solo apresentou uma massa seca
de 300g, e ocupa um volume de 250 cm3. Determine
a densidade aparente ou a global do solo?

 2) Calcule a porosidade de um solo com densidade


aparente de 1,2 g/cm3?

 3) Calcule a umidade com base em peso de um solo.


Sendo que sua amostra úmida pesou 500g, após 24
horas na estufa a 110ºC pesou 420g.
Métodos de determinação da umidade

 Método da estufa
 Sonda de neutrôns
 Resistência elétrica
 Tensiômetros
 Sensores
Método da estufa ou Gravimétrico
 Amostrar o solo,
 Pesar (determinar a sua umidade gravimétrica),
relacionando a massa de água com a massa de
sólidos da amostra,
 Desvantagem - necessita de 24 horas ou mais para
obter o resultado.
 Contudo, é o método-padrão para calibração dos
métodos indiretos.
TDR – sensor de solo
Tensiômetros
Construindo... Irrigás
 Tensão crítica da
cultura

 Até 25kPa
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO
Cálculo da água disponível no solo
 Disponibilidade total de água (DTA)

 DTA – mm/cm de solo


 Ɵcc - umidade de capacidade de campo com base em massa (%)
 Ɵpmp – umidade de ponto de murcha permanente com base em
massa (%)
 Da – g/cm3
Capacidade Total de Água no Solo (CTA)

 CTA - dada em mm
 Z – é a profundidade efetiva do sistema radicular
(cm), em que se concentra 80% das raízes
Profundidade efetiva do sistema radicular (Z)

Hortaliças Cereais
Culturas Profundidade
(cm) Culturas Profundidade (cm)
Alface 15-30 Cereais 50 – 100
menores
Batata 25-60
Feijão 20- 40
Cebola 25-60
Milho 30 - 60
Ervilha 50-70
Trigo 20 - 40
Melão 20-40
Milho doce 30-50
Pepino 35-50
Tomate 25-70
Capacidade real de água no solo (CRA)

 Tabela: Fator de disponibilidade de água no solo.


Grupo de Culturas Valores de f Adota-se
f = 0,5
Verduras e legumes 0,2 a 0,6
Frutas e forrageiras 0,3 a 0,7
Grãos e algodão 0,4 a 0,8

 Significa quantos mm de água são realmente utilizados


pela cultura em cada cm de solo (mm/cm)
Irrigação Real Necessária (IRN)
 Casos:

 Sem considerar chuva: IRN ≤ CRA


 Considerando a chuva: IRN ≤ CRA – Pe

 Pe
– precipitação efetiva (quantidade de água
que chegou na zona radicular)
Irrigação total Necessária (ITN)

 Ea – é a eficiência de aplicação do sistema de


irrigação. Em geral, nos sistemas por aspersão
Ea = 60% ou 0,6
 Dada em mm.
Atividade: 3
 Determine a ITN (Irrigação Total Necessária) para a
cultura do sorgo, conforme as seguintes condições.
Considere a eficiência da irrigação (Ea) igual a 60%.
 Solo:

 θcc = 27%
 θpmp = 14%
 Da = 1,29 g/cm3
 Z = 45 cm
 f = 0,4
Atividade 4:
 Determine a ITN, utilizando os seguintes dados:

 θcc = 34%
 θpmp = 20%
 Da = 1,25 g/cm3
 Z = 0,5 m
 f = 0,5
 Ea = 75%
 Sem chuva

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