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Profa.

Edith Beatriz Camaño Schettini

DHH – Departamento de Hidromecânica e Hidrologia


IPH – Instituto de Pesquisas Hidráulicas
UFRGS

IPH 01 107 – Mecânica dos Fluidos II (Grad.)


HIP 002 – Hidromecânica (Pós)
HIP 101 – Turbulência (Pós)

Profa. Edith Beatriz Camaño Schettini


bcamano at iph.ufrgs.br
F: 3308 7502
Engenheira em Recursos Hídricos
Fac. de Ingeniería y Ciencias Hídricas
Universidad Nacional del Litoral
Santa Fe – Argentina

Mestre em Engenharia Civil


PPG Eng. de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
IPH – UFRGS

Doutora em Mecânica de Fluidos


Institut National Polytechnique de Grenoble – INPG
Grenoble – França
Mecânica dos Fluidos

Profa. Edith Beatriz Camaño Schettini

DHH – Departamento de Hidromecânica e Hidrologia


IPH – Instituto de Pesquisas Hidráulicas
UFRGS

FLUIDO : É toda substância que não resiste esforços


(ou tensões) tangenciais ou de corte.

⇒ qualquer tensão tangencial aplicada resultará no


movimento do fluido
SÓLIDO FLUIDO

t0 t1 t2 t0 t1 t2
∆α

Mecânica dos fluidos → É o estudo dos fluidos em repouso ou


movimento e dos efeitos que decorrem de sua interação com contornos,
os quais podem ser superfícies ou outros fluidos.

Objetivos → Obter os conhecimentos básicos das propriedades dos fluidos,


dos esforços estáticos e dinâmicos, bem como das leis de conservação de
massa, quantidade de movimento e energia.
HISTÓRICO DA MECÂNICA DOS FLUIDOS
Surge com a necessidade de utilizar a água disponível na natureza.

Romanos e Incas → sistemas de canais


Asia Central → sistemas de irrigação

Princípio de Arquimedes

Canal inca Um aqueduto romano que ia das


Lagoas de Salomão
para Jerusalém

Leonardo da Vinci (1452 - 1519) → projetou e construiu o primeiro canal com


comportas (Milano), estudou o vôo dos pássaros e desenvolveu algumas
idéias sobre as forças que os sustentam.

Logo, houve um rápido desenvolvimento na Engenharia Hidráulica e da Mecânica de Fluidos teórica


Desenvolvimento da Mecânica de Fluidos e Hidráulica no tempo...
Newton (1687): lei da viscosidade

Bernoulli (1738): conservação de energia

Euler (1738): Eqs. de movimento de fluidos ideais

D’Alembert (1744): resistência ao movimento

Navier, Stokes e Poisson (1822 a 1850): equações do movimento de


um fluido real

Reynolds (1880): Análise de escoamentos turbulentos

Prandtl (1904): teoria da camada limite

Kolmogoroff, von Karman, Taylor... (Turbulência)

Yaglom, Moin, Fertziger, Lesieur...

Algumas aplicações:

• Geração de energia,
• Esforços sobre estruturas (fixas e deformáveis)
• Contaminação de corpos de água, dispersão de nutrientes,
• Análise de previsão do tempo,
• Bio-engenharia (coração artificial, respiração artificial,
fluxo sangüíneo, eletrocerdiogramas, etc.),
• Transporte de partículas (sedimentos, minério,
carvão, fumaça...),

“ENCONTRO DAS ÁGUAS”


Rios Solimões e Negro
Coração artificial:
totalmente interno e controlado por baterias

Seu coração é o motor dentro de seu corpo que


mantém tudo funcionando. Basicamente, o
coração é uma bomba muscular que mantém o
oxigênio e a circulação do sangue por
seus pulmões e corpo. Em um dia, o coração
bombeia cerca de 7.570 litros de sangue.

Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/coracao-artificial.htm

DUNAS NO DESERTO

Campo de pressão
em torno de um
AREIA “MODELADA” PELO VENTO
veículo lançador
de satélites.

Plataforma petroleira
Escoamento ao redor de obstáculos: esteiras

http://www.youtube.com/watch?v=7KKFtgx2anY&feature=related

Esteira de vórtices atrás de um cilindro:


http://www.youtube.com/watch?v=_AJgEa2dbJU&feature=related

Simulação numérica direta (DNS) – Re = 300


Para uma esfera de diâmetro D, imersa em um escoamento de velocidade V,
com propriedades ρ e µ, a força de arraste F está dada por:

F = f(V, D, ρ, µ).

Usando a análise dimensional, chegamos à relação :


F  ρ VD 
cA = 2 2
= f1   = f1 (Re )
ρV D  µ 
f1 pode ser determinada experimentalmente e Re é um parâmetro do escoamento
(Re = número de Reynolds).

http://www.youtube.com/watch?v=7KKFtgx2anY&feature=related

Transporte de partículas (sedimentos, minério, carvão, fumaça...)

Escoamento ao redor de corpos


Simulação em túnel de vento

Escoamento ao redor de obstáculos: esteiras


Jabulani: a protagonista do mundial da FIFA 2010...

Qual é a
influência da
rugosidade da
superfície da
bola?

Condição de não-deslizamento:

A primeira camada de fluido junto à parede,


tem a velocidade da parede (velocidade relativa nula).

http://www.youtube.com/watch?v=cUTkqZeiMow

Principal/MecaFlu/Apresentações
• Prandtl (1904)
→ Conceito de CAMADA LIMITE
Prandtl estabeleceu um elo essencial
entre o movimento de um fluido ideal
e de um fluido real para fluidos com
baixa viscosidade.

Simulações numéricas de escoamentos

Vôo planado - libélula

http://www.youtube.com/watch?v=ZNdTt-ZNndA
Exemplo de interação fluido – estrutura

C/Users/Beatriz/Videos/Dowload.../Sculling - Vertical Sculling

Exemplos de interação fluido – estrutura

Ponte sobre o Rio Takoma – Washington - USA


Modelo reduzido da Ponte Roberto Marinho em São Paulo
LAC – Lab. de Aerodinâmica das Contruções – EE – UFRGS

Como principais efeitos nocivos da cavitação podem considerar-se:


– A alteração das características hidrodinâmicas do escoamento;
– A produção de fenômenos de ruído e vibrações;
– A erosão das fronteiras sólidas em contacto com o líquido.
• Cavitação

Previsão do tempo
Furacão Catarina
Março 2004

Temperatura crítica
~ 27ºC
Março 2004

Erupção de vulcão no sul de Chile


Revisão: unidades e sistemas

Dimensões ou Grandezas fundamentais:

• Comprimento L
• Massa M
• Tempo t
• Intensidade da corrente elétrica I
• Temperatura T (θ)
• Quantidade de matéria η
• Intensidade luminosa I

Sistemas de Unidades:
• Sistema Internacional (oficial do Brasil)
• Sistema Técnico
• Sistema Inglês

Grandezas básicas e derivadas

Revisão: unidades e sistemas


Revisão: homogeneidade dimensional

Princípio de homogeneidade dimensional

Uma equação é dimensionalmente homogênea quando


seus diferentes termos têm todos a mesma dimensão.

Exemplo:
Soma de Bernoulli:
p V2
+ + z = Cte.
γ 2g
Nesta equação, todos os termos tem dimensões de comprimento

Eq. De Manning:
1 2 / 3 1/ 2
V= Rh I
n

Quais das seguintes operações podem ser feitas?


1- 1 kg + 500 g
2- 5 kg + 300 W
3- 100cm / 5s

Exemplos:
1- Transformar 9,8 m/s2 a ft/s2
2- Transformar 400 in3/dia a L/min
3- Transformar 101.325 Pa a lbf/in2
4- Qual é o fator de correção para passar de psi a Pa?
5- Qual é a relação entre hp e W?
Revisão: Cálculo vetorial

r r r
Soma de vetores: a+b = c → ai + bi = ci r r
cr +b
r r r a
Subtração de vetores: a−b = d → ai - bi = di r
r −b
r r
a b d

r r
Produto escalar de vetores: b a
r r r r r r θ
a ⋅b = φ ⇒ ∑ a ib i = φ ou a ⋅ b = a b cos θ r
proj ar b
i =1,3
r r r r
Produto vetorial de vetores: ar × b = v v r
r r b
b × a = −v θ r
r r r r a
a × b = a b sin θ r
−v

Revisão: Cálculo vetorial

∂ r ∂ r ∂ r
Operador NABLA: ∇= i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
∂f r ∂f r ∂f r
GRADIENTE de uma função escalar f : grad (f ) = ∇f = i+ j+ k
∂x ∂y ∂z

r r ∂u ∂u y ∂u z
DIVERGÊNCIA de uma função vetorial : div (u ) = ∇ ⋅ u = x + +
∂x ∂y ∂z
r r r
i j k
r r
ROTACIONAL de uma função vetorial : rot (u ) = ∇ × u = ∂∂x ∂∂y ∂∂z
ux uy uz

∂22 ∂2 ∂2  Função escalar : ∇ 2f


LAPLACIANO : ∇ = 2+ 2+ 2 
∂x ∂y ∂z 2r
Função vetorial : ∇ u
Revisão: Derivadas de funções de várias variáveis

Seja f = f(x,y,z,t) (função escalar ou vetorial)


∂f
• derivada parcial: = f x′ y,z,t cons tan tes
∂x y,z,t cons tan tes

• derivada total: se x = x(t), y = y(t), z = z(t),


df ∂f dx ∂f dy ∂f dz ∂f
= + + +
dt ∂x dt ∂y dt ∂z dt ∂t

•derivada substancial ou material:

se dx/dt = u, dy/dt = v, dz/dt = w (componentes da velocidade):

Df ∂f ∂f ∂f ∂f
= +u +v +w
Dt ∂t ∂x ∂y ∂z
... mais integrais ...

Mecânica dos Fluidos

Profa. Edith Beatriz Camaño Schettini

DHH – Departamento de Hidromecânica e Hidrologia


IPH – Instituto de Pesquisas Hidráulicas
UFRGS
Introdução

FLUIDO : É toda substância que não resiste esforços


(ou tensões) tangenciais ou de corte.

⇒ qualquer tensão tangencial aplicada resultará no


movimento do fluido
SÓLIDO FLUIDO

t0 t1 t2 t0 t1 t2
∆α

Mecânica dos fluidos → É o estudo dos fluidos em repouso ou


movimento e dos efeitos que decorrem de sua interação com
contornos, os quais podem ser superfícies ou outros fluidos.

Objetivos → Obter os conhecimentos básicos das propriedades


dos fluidos, dos esforços estáticos e dinâmicos, bem como das leis
de conservação de massa, quantidade de movimento e energia.

Propriedades dos Fluidos

Hipótese do contínuo: consideramos o fluido como uma substância


contínua quando a menor dimensão do problema é muito maior que
o percurso livre médio das moléculas que compõem o fluido.

Propriedades: Característica de uma substância que se mantém


invariante para um dado estado.

Extensivas (dependem da massa do corpo)


Ex.: peso, energia

Propriedades
Intensivas (não dependem da massa do corpo)
Ex.: viscosidade, densidade, pv
Propriedades dos Fluidos

ρ: massa específica
γ: peso específico
v: volume específico
d = ρ/ρo: densidade
β: compressibilidade
E: módulo de elasticidade volumétrico (E = 1/β)
pv: pressão de vapor (cavitação)
σ: tensão superficial
µ: viscosidade (absoluta, molecular, dinâmica)
ν = µ/ρ: viscosidade cinemática
Pressão de vapor: pv
Temperatura
da água (ºC) 0 4 10 20 30 40 50 60 100

Pressão de
vapor da água 0,062 0,083 0,125 0,239 0,433 0,753 1,258 2,033 10,33
(mca)
Pressão de
vapor da água 607 812 1223 2338 4236 7366 12306 19888 101052
(Pa)

Cavitação

• Cavitação
Como principais efeitos nocivos da cavitação podem considerar-se:
– A alteração das características hidrodinâmicas do escoamento;
– A produção de fenômenos de ruído e vibrações;
– A erosão das fronteiras sólidas em contacto com o líquido.

Tensão Superficial
Tensão superficial: σ
Ângulo de contato: θ

O líquido não
molha a parede
sólida.

O líquido molha
a parede sólida.

Superfície hiper-hidrofóbica

V i s c o s i d a d e : Viscosidade é definida como a resistência


que um fluido oferece ao seu próprio movimento.

A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto é, das forças de coesão
entre moléculas relativamente juntas. Desta maneira, enquanto a viscosidade dos
gases cresce com o aumento da temperatura, nos líquidos ocorre o oposto.

Segundo Potter e Wiggertt (2004), a viscosidade pode ser imaginada como a


“aderência” interna de um fluido.

Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das


moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as moléculas passam
umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças intermoleculares e
menor é a viscosidade.
Viscosidade:
• A viscosidade joga um papel fundamental na geração de turbulência.

• A viscosidade é responsável pela perda de energia em fluidos em movimento


(como escoamentos em canais e dutos).

Viscosidade:
• A viscosidade joga um papel fundamental na geração de turbulência.

• A viscosidade é responsável pela perda de energia em fluidos em


movimento (como escoamentos em canais e dutos).

tempo t tempo t+∆t

τ u + ∆u ∆θ τ u + ∆u

∆y

τ u τ u

 ∆θ ∆u
 = ∂u
temos que  ∆t ∆y ⇒ τ=µ
 τ α ∆θ ∂y
 ∆t
Viscosidade absoluta Viscosidade cinemática
ν = µ/ρ

A membrana sinovial é a mais


interna das camadas da cápsula
articular e forma um saco fechado
denominado cavidade sinovial. É
abundantemente vascularizada e
inervada sendo encarregada da
produção de líquido sinovial.
Discute-se que a sinóvia é uma
verdadeira secreção ou um ultra-
filtrado do sangue, mas é certo
que contém ácido hialurônico que
lhe confere a viscosidade
necessária a sua função
lubrificadora.
Sobre o Número de Reynolds, citamos a Wikipédia:

”A grande importância do número de Reynolds é que permite avaliar o


tipo do escoamento (a estabilidade do fluxo) e pode indicar se flui de
forma laminar ou turbulento.

Para o caso de um fluxo de água num tubo cilíndrico, admite-se os


valores de 2.000 e 3.000 como limites.

Fluxo laminar:
• Fluxo de sangue no cérebro ~ 100
• Fluxo de sangue na aorta ~ 1000

Fluxo turbulento:
• Pessoa nadando ~ 4×106
• Avião ~ 1×107
• Baleia azul ~ 3×108
• Um grande navio (RMS Queen Elizabeth 2) ~ 5×109

Escoamento Viscoso - Não-viscoso


Um fluido cuja viscosidade é considerada nula, é chamado de não-viscoso ou perfeito.
Um escoamento de fluido não-viscoso ou perfeito é chamado de escoamento ideal.

Fatores a serem levados


em consideração:

- distância à parede,

- condição de não-
deslizamento (velocidade
relativa nula à parede).

CAMADA LIMITE
Escoamento Viscoso - Não-viscoso
Fatores a serem levados em consideração:
- distância à parede,
- condição de não-deslizamento (velocidade relativa nula à parede)
CAMADA LIMITE

Viscosidade: µ

Fluidos newtonianos e não-newtonianos

Os fluidos newtonianos são aqueles em que a


viscosidade não varia com a força aplicada
Viscosímetros

T = torque
R = raio
Ω = veloc. angular

Viscosímetro "Fungilab" Visco Ball


Viscosimetro "Fungilab"

Viscosímetro de caída de bola basado en el sistema de medida


Höppler que se utiliza para determinar la viscosidad de líquidos
Newtonianos y gases. Los resultados obtenidos se determinan
como viscosidad dinámica (mPa.s) Sistema internacional.
Cumple con normativas DIN 53015 e ISO 12058.
Alta precisión a través de la visibilidad de la bola caída.
Tiempo de test mínimo debido a la precisión del retorno de la
bola.
Muestra herméticamente sellada dentro del tubo durante el
proceso.
Diferentes rangos de medición.
Rango de viscosidad: 0.5 - 105 mPas.s (cP)
Rango de temperatura: -20º C hasta +120º C
Reproductibilidad: +0.5%
Comparabilidad: +1%
Bolas 1, 2 y G de vidrio de borosilicato
Bolas 3 y 4 de aleación de níquel
Bolas 5 y 6 de acero inoxidable
Rango de medida
Bola 1: de 0.6 hasta 10
Bola 2: de 7 hasta 130
Bola 3: de 30 hasta 700
Bola 4: de 200 hasta 4800
Bola 5: de 1500 hasta 45000
Bola 6: +7500
Se provee con 6 bolas, termómetro de control -1 a +26ºC,
herramientas de limpieza, hoja de calibración y manual de
instrucciones.
Garantía un año.

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