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Data de Publicação 2016-06-16
Resumo As cidades na sua funcionalidade estão sujeitas a diferentes ações, e
dependem da sua capacidade de resistir ao tempo. São por isso reflexo
dos seus processos de vida. Por isso podemos afirmar que elas crescem,
desenvolvem-se e consequentemente degradam-se, mas também
recuperam das agressões de que são alvo, reabilitam-se e funcionam
consoante as solicitações por parte dos seus utilizadores. Toda e qualquer
cidade têm carácter e identidade, e, geram uma relação emocional com os
seus utilizadores...
Palavras Chave Edifícios históricos - Conservação e restauro, Edifícios - Reforma para
outro uso, Convento da Cartuxa (Évora, Portugal), Évora (Portugal) -
Edifícios, estruturas, etc.
Tipo masterThesis
Revisão de Pares Não
Coleções [ULL-FAA] Dissertações
http://repositorio.ulusiada.pt
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA
Faculdade de Arquitetura e Artes
Mestrado Integrado em Arquitetura
Realizado por:
Victor Manuel Lopes Soares
Orientado por:
Prof. Doutor Arqt. Luís Manuel Pires Pereira
Constituição do Júri:
Lisboa
2015
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
Lisboa
Novembro 2015
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
Lisboa
Novembro 2015
Victor Manuel Lopes Soares
Lisboa
Novembro 2015
Ficha Técnica
Autor Victor Manuel Lopes Soares
Orientador Prof. Doutor Arqt. Luís Manuel Pires Pereira
Título A requalificação arquitetónica de edifícios históricos e a sua conversão
em equipamento coletivo-hotel cultural: o Convento da Cartuxa como
caso de estudo
Local Lisboa
Ano 2015
LCSH
1. Edifícios históricos - Conservação e restauro
2. Edifícios - Reforma para outro uso
3. Convento da Cartuxa (Évora, Portugal)
4. Évora (Portugal) - Edifícios, estruturas, etc.
5. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitetura e Artes - Teses
6. Teses - Portugal - Lisboa
LCC
1. NA109.P8 S63 2015
Obrigado a todos que de alguma forma,
tornaram possível este meu sonho.
AGRADECIMENTOS
“Existem pessoas que marcam a nossa vida para sempre, por alguma razão, por razão
nenhuma ou por algum propósito” Obrigado a todas elas.
Ao meu orientador, Prof. Doutor Arquiteto, Luis Manuel Pires Pereira, obrigado pelo
apoio e força que me incutiu, por forma a fechar este ciclo. Obrigado por ter percebido,
o meu interesse por esta área e me ter ajudado na escolha do tema.
Aos meus Pais, pelo apoio incondicional a todos os níveis e na confiança que sempre
depositaram em mim.
Às minhas filhas Filipa e Catarina, por as ter privado de alguns momentos que deveria
estar mais presente.
Aos meus amigos Carolina e Jorge, pela presença constante e apoio incansável, nos
bons e maus momentos do meu percurso académico.
The cities in their functionality are subject to different actions and depend on its ability
to withstand the weather. They are therefore a reflection of their life processes. So we
can say that they grow, they develop and consequently degrade, but also recover from
attacks that are targeted if rehabilitate and operate according to the requests from its
users. Any city have character and identity, and create an emotional relationship with
its users. So all stakeholders and town producers should realize the best way to
intervene in their space. We are all actors in order to know the city and so we have our
function.
Due to current conditions and taking into account how cities present is urgent that in
the current context, there is the concern to rehabilitate the cities, working in their space
and in its buildings, providing them with quality and function and correcting suffered
misunderstandings by several actions that have suffered throughout his life, but with
the premise of not them remove the two values that symbolize: soul and identity. The
architect for their qualification emerges as the protagonist, taking into account their
training.
1.Introdução ………………………......................................................................………21
1.1. Objectivos ……………………………………………………………………………..21
1.2. Justificação …………………………………………………………………………... 22
1.3. Caso de estudo ……………………………………………………………………….25
1.4. Metodologia ………………………………………………………………………...... 26
1.5. Organização …………………………………………………………………………..27
Capítulo I
2. Caracterização metodológica da reabilitação de edifícios ……………………….…..29
2.1. Princípios da conservação e reabilitação …………………………………….……29
2.2. Práticas de conservação e reabilitação ……………………………………..……..34
2.3. Definição de estratégias ……………………………………………………………..35
2.4. Caso de estudo como elemento de reflexão ………………………………….…...38
2.5. Pousada de Santa Marinha da Costa - Arqto. Fernando Távora ………………..40
Capítulo II
3. História do Edifício ……………………………………………………………………..…49
3.1. Antecedentes históricos …………………………………………………...…………49
3.2. História do conjunto no séc. XX …………………………….………………..…..... 54
4. Caracterização arquitetónica e estrutural do edifício ……………………….…………59
4.1. Inspeção e diagnóstico …………………………………………………………...….59
4.2. Grau e extensão da degradação …………………………………………...…..…. 63
Capítulo III
5. Projeto ……………………………………………………………………………………...69
5.1. A metodologia como suporte da intervenção …………....………………………..69
5.2. Situação existente ……………………………………………………………….……72
5.3. Proposta de intervenção …………………………………………………………..…77
5.3.1. Conceito da intervenção ………………………………………………….……..78
5.3.2. Programa …………………………………………………………………….……83
5.3.3. Forma ………………………………………………………………………..…….84
5.3.4. Espacialidade …………………………………………………………….……….86
5.3.5. Materialidade ……………………………………………………………………. 87
6. Considerações finais …………………………………….....................................….… 91
Referências ………………………………………...................................…………….….. 95
Bibliografia ……………………………………………….................................…….…….. 99
Lista de anexos …………………………………………………...............……………… 103
A Requalificação arquitetónica de edifícios históricos e a sua conversão em equipamento coletivo - Hotel Cultural
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJECTIVOS
O século XX foi palco de profundas alterações aos mais diversos níveis em todo o
mundo.
Vivemos hoje períodos de grande revolução social. Podemos dizer que esta situação
formula e dão origem a crises de desenvolvimento e estas por sua vez criam novos
modelos de regulação social. Por isso são procuradas novas formas dessa regulação
social que assim sendo, geram movimentos de procura de novas formas de viver em
conjunto com o impacto espacial.
Sendo assim podemos afirmar que este não é um período favorável do ponto de vista
económico e social. Há que criar, portanto, novos processos num cenário
desfavorável, sendo determinante a necessidade de nos recolocarmos e ponderar
novas formas de atuação, determinando novos rumos e procedimentos que nos
permitam superar as adversidades. Estas, contudo poderão ter em conta as soluções
existentes como forma de vencer esses elementos adversos.
O homem do século XXI abarca hoje um vasto conhecimento. Além disso esse
conhecimento é suportado por meios até há bem pouco tempo impensáveis. Significa
isso para os novos desafios o homem só necessita fazer recurso à sua consciência e
agir de acordo com ela. Tendo isso em conta, pode-se afirmar que esta problemática
acaba por ser transversal nas diversas áreas de atuação do homem. O urbanismo e a
arquitetura incluídos.
Estas duas áreas são responsáveis pelo espaço que vivemos e configuram enquanto
espaço que vivemos, lugares de memórias. As cidades cresceram incaracterísticas,
muitas vezes voltando as costas para o património construído. Vimos os centros
urbanos envelhecer e esvaziar-se, contudo, hoje a reabilitação urbana faz parte das
agendas políticas tanto a nível internacional como nacional, numa perspetiva de
reorganização da cidade e do território. Começa a ser um tema presente nos diversos
âmbitos da nossa sociedade, passando por questões sociais, económicas e politicas e
portanto chegando ao domínio profissional dos arquitetos. Posto isto, podemos afirmar
que esta nova realidade alimenta discussões técnicas e filosóficas na forma e no modo
de intervir.
1.2. JUSTIFICAÇÃO
Numa apreciação atual podemos dizer que as cidades são o reflexo de um passado, e
que contemplam atos de diferentes civilizações, tecnologias e filosofias, e de
diferentes imaginários, onde se constatam as atitudes dos seus construtores. Estas
cruzam culturas e ações edificadas que formaram a (in) coerência com que elas se
apresentam.
Nos tempos atuais a edificação de raiz, por diversas questões, é muito limitada, sendo
a recuperação e gestão do parque habitacional existente um meio de revitalizar e
reabilitar as cidades. Hoje, mais do que nunca, reabilitação de espaços públicos e de
edifícios abandonados é um meio para a devolução das cidades aos seus habitantes.
O arquiteto, quer pela sua formação, quer pelo domínio pluridisciplinar, é fundamental
na resposta que pressupõe uma diversidade esta tipologia de intervenção. É ele o
especialista na organização da cidade e do espaço e quem interpreta melhor a
diversidade concetual e formal.
Isto pressupõe que para o processo de desenvolvimento urbano e social, este, tem
que ser feito por um especialista dotado e acreditado na componente teórica e prática
para validar as opções tomadas, enquanto fator determinante no objeto em questão.
As questões que este tipo de intervenção levanta não deixam de ter a sua importância
e serem apaixonantes no ponto de vista dos arquitetos, sendo estes agentes
fundamentais do processo. É ele o elemento determinante, e que tem que agir em
conformidade pondo em prática as opções corretas, influenciado positivamente o
resultado desejado.
O método de conceção de cidade deve ser posto em causa e deve ser atualizado.
Levantam-se questões sobre a conceção dos espaços públicos e privado, da cidade e
do campo, interior e exterior. Questionam-se as noções de distância, de diversidade, de
mistura e densidade. Numa sociedade com práticas e necessidades cada vez mais
diversas e individualizadas, qual o papel dos equipamentos coletivos e serviços
urbanos? É importante compreender e perceber como agir e como conceber cidades
produtivas, atraentes e equitativas numa sociedade hipertexto, mediante estas
questões. (Archer, 2010, p. 78-95).
Reabilitar por meio da arquitetura é uma forma que potencia modelos mais
participados e enquadra uma realidade mais sustentável e participada.
Verifica-se assim que o que foi referido, faz parte da solução e que aplicadas em
conjunto complementam uma abordagem integrada e de adequabilidade. Para tal é
necessária uma análise séria de todos os dados sobre as características do cenário
futuro e um processo participado dos diferentes atores.
Para isso propõe-se uma intervenção no total do conjunto construído, dando destaque
ao edifício do convento e aos anexos existentes que aparentem qualidades funcionais,
espaciais e formais. O objetivo é a transformação em um hotel cultural.
Organizado por áreas temáticas da cultura portuguesa, este hotel para além de
alojamento, pretende oferecer serviços relacionado com diversas atividades culturais
que vão desde a gastronomia às artes plásticas, passando pelas artes tradicionais.
Pretende-se um conceito contemporâneo, na forma de viver as novas formas de
alojamento.
1.4. METODOLOGIA
O mais importante deste trabalho é que este funcione como reflexão sobre o tema
abordado e que forneça debates que aportem um conjunto de mais-valias para esta
temática da reabilitação. Sendo assim, procurou-se que o seu desenvolvimento fosse
feito pelo acompanhamento de diversos autores, cujo trabalho nesta área específica,
fosse inquestionável.
Para isso, fez-se uma vasta pesquisa bibliográfica e documental, tendo como base a
compilação de um espólio traduzido pelos diversos estudos existentes: monografias,
livros e artigos de revistas.
Este trabalho foi complementado pelo levantamento das construções que integram o
conjunto, determinando patologias e para isso complementando fichas próprias.
A vista “in loco” pode levar à captação de pormenores que, de outra maneira, muito
provavelmente não seriam visíveis.
1.5. ORGANIZAÇÃO
No Capítulo III, além do suporte teórico, apresenta-se o projeto em si, por meio de
processos de reabilitação atuais, apresentando a viabilidade e a definição de uma
estratégia, que valide o processo.
intelectual, que devem ser refletidas na solução a apresentar no caso de estudo que
se apresenta.
Capítulo I
Assim sendo, um dos objetivos da sua recuperação, passa por definir um léxico, que
simultaneamente preserve a linguagem que o carateriza e ao mesmo tempo uma
imagem que o situe dentro da contemporaneidade, sem contudo, esquecer toda a
legislação em vigor.
Relativamente aos processos de intervenção, há que fazer uma identificação que está
na base dos procedimentos a adotar, e que devem ser:
a) Conservação
b) Restauro
c) Reabilitação
d) Reconstrução
desrespeitadora dos materiais existentes. A sua utilização poderá ser uma mais-valia
para garantir a manutenção e preservação dos materiais tradicionais.
O tema da reabilitação é cada vez mais um tema central, sendo este um dos indícios
de que o âmbito de atuação sofreu alterações, e que aqueles que surgem hoje em
minoria formam a guarda avançada de uma postura que vencerá os preconceitos,
conduzindo a um interesse a cada momento maior e entusiasta, por este tipo de
intervenções. (Appleton, 2013, p. 30-35)
A realização das operações de reabilitação deve considerar uma série de fatores que
condicionam o processo. Estes fatores -valor patrimonial e estado de conservação-
são aspetos fundamentais a ter em conta, e portanto são premissas de suma
importância.
Perante as duas afirmações acima, podemos afirmar que muitas vezes, a opção é a
demolição do edifício, preservando somente a fachada do mesmo. Esta situação tão
frequente, nada mais é que um sinal da incapacidade do mesmo em adaptar-se às
novas exigências. Isto leva-nos a afirmar que o novo programa proposto deve ajustar-
se às caraterísticas do existente e não um obstáculo aos objetivos traçados.
A análise construtiva é, quanto a nós o segundo passo e determinante, pois irá alertar
para a existência de um conjunto de caraterísticas próprias afetas a um determinado
tipo de construção. Esta identificação valida a verificação de condicionantes para o
seu desempenho futuro.
Esta caracterização pode ser feita de variadas formas, mas o registo dos aspetos mais
relevantes, feitos a partir do levantamento arquitetónico e estrutural, determina a
caracterização tipológica e morfológica e reconhecer o tipo de construção e a sua
época da construção.
Assim sendo, o registo criterioso das anomalias verificadas, das causas e soluções
para possível intervenção, é um enorme auxilio para os projetistas. A concretização de
uma base de dados, para posterior utilização, será também um objetivo. Esta base de
dados contribuirá, para trabalhos futuros, encontrar a compatibilidade das soluções
tecnológicas, construtivas e formais permitindo garantir a qualidade atual e futura do
edifício. Muitas vezes os fenómenos e o padrão da sua causa podem determinar a sua
solução.
O presente trabalho pretende elaborar uma reflexão acerca da intervenção num objeto
com as mesmas características e ter em comum uma importância incontestável no
nosso património construído.
A abordagem ao tema é feita com base num caso de estudo: a Pousada de Santa
Marinha da Costa de Fernando Távora 1(1923-2005).
A eleição deste projeto está em consonância com a opção da dissertação. Ambos são
edifícios históricos e conventuais, que ao longo do tempo foram objeto de obras,
incluindo subtrações, adições, reconstruções, apresentando além de tudo uma
proximidade tipológica.
Retomando a opção, podemos afirmar que este edifício antes da intervenção estavam
praticamente votados ao abandono, e em ruina parcial. A intervenção sofrida visou
sobretudo a sua reconversão, sendo Santa Marinha da Costa, reconvertido a pousada,
sendo hoje considerada uma obras de relevo dentro do panorama da arquitetura
portuguesa do século XX, traduzindo-se numa obra de arquitetura de incontestável
cunho de autor e de sólido relevo na arquitetura contemporânea portuguesa e
internacional.
Brandi2 (1906-1988) e O Culto Moderno dos Monumentos, livro de Aloïs Riegl3 (1858-
1905).
Resulta desta análise uma sustentação das opções tomadas e decisões que
configuram as ações da intervenção. Cada caso é visto como único para Brandi,
dificultando assim a eleição de normas e regras fixas. Salvaguarda o conhecimento
profundo da história do objeto em causa, sobretudo a sua matéria e a sua estética.
Esse conhecimento deve ser sempre acompanhado pelo conhecimento crítico e assim
definir as opções e ações consequentes a partir de um juízo prévio.
Estes valores patentes num monumento histórico, faz com que se compreendam e
avaliem os possíveis conflitos, possibilitando uma crítica analítica das metodologias,
estratégias e escolhas a adotar numa intervenção de recuperação. Para Riegl o
absoluto e a rigidez de normas são negados, contemplando variadas soluções para
cada caso.
Tendo como base os contributos destes dois autores é aberto um espaço para uma
postura crítica e formulação de juízos de valor na intervenção em património, surgindo
como possíveis abordagens metodológicas, resultando num projeto de arquitetura
A sua igreja -elemento que se destaca no conjunto- aparece referenciada no século XI,
levantando-se a hipótese de que o conjunto tivesse origem anterior, tal como vieram
provar os vestígios encontrados no claustro do mosteiro. No século VI e VII, terá
albergado um templo suevo-visigótico e no século IX é edificada a Igreja, por iniciativa
da condessa Mumadona a igreja consagrada a Santa Marinha da Costa, que passaria
a fazer parte do Mosteiro da Costa, fundado em 1154 sob o patrocínio da rainha D.
Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques.
Esta obra foi realizada porque nela instalar-se-ia a sede do Condado Portucalense,
obrigando a construção de um grandioso edifício e a reedificação da Igreja. Apesar
das contradições relativas á fundação, sabe-se que no séc. XII, este estava entregue
aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho quando se inicia uma nova reconstrução.
Esta era a matéria existente e na qual Fernando Távora se baseou, fazendo uma
leitura objetiva do legado, sem contudo ser dominado por preconceitos, atuando de
uma forma que o resultado assumisse um compromisso na identidade da arquitetura.
Assim, podemos verificar que o projeto de Fernando Távora afirma uma metodologia
com premissas e objetivos que correspondem a uma das abordagens mais influentes
no debate cultural sobre intervenções no património que desde então se realiza em
Portugal.
Assim sendo podemos verificar que o conjunto do mosteiro onde sobressai a Igreja
assume, através da sua volumetria, relevante posição na leitura do todo.
O novo corpo de quartos (no total de 31) em forma de um “L” insere-se no terreno, de
forma contida. Do exterior, esta nova construção, surge como um plano cuja caixilharia
já não remete para qualquer ideia de transparência, ou de mobilidade, ou até de
manifesto estrutural.
A intenção de encaixar este novo elemento na topografia nada mais é que a intenção
objetiva de não retirar o protagonismo ao volume existente.
Este corpo além dos quartos, irá albergar as áreas de serviço como a cozinha,
lavandaria e áreas dependentes, as áreas técnicas, o refeitório, as instalações
sanitárias e balneários para o pessoal de serviço.
Será este corpo o principal protagosnista do projeto.
Távora trabalha e molda a preexistência, usa como material de projecto, relê a história
e aceita as diferentes intervenções anteriores, restaurando, corrigindo ou mesmo
alterando, num sentido crítico de manter a leitura do edifício e das suas fases
anteriores. (Coelho, 2011 p. 56)
É certo que a pousada introduzirá novo uso no velho mosteiro, mas é certo, também,
que se os homens fazem as casas, as casas fazem os homens, o que justifica a
manutenção, no novo edifício, de uma escala e de um ritual de espaços que,traduzindo
a presença de um passado que seguramente não volta, aqui se recordam e utilizam
pela actualidade do seu significado. (Costa, 1993 p. 116)
Para Távora a opção de cultivar a diferença e a rutura define-se como um método que
sentitiza duas vertentes complementares.
Capítulo II
3. HISTÓRIA DO EDIFÍCIO
A Ordem dos Cartuxos foi fundada por São Bruno5 de Colônia (1035-1101), monge
alemão, de família nobre. Sacerdote amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims,
considerado inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral de
Reims, até que, cinquentenário e cônego amadureceu a inspiração de servir a uma
Ordem religiosa. Após uma experiência de vida solitária iria para a região de Grenoble
onde o bispo, o futuro São Hugo, oferecer-lhe-ia um lugar solitário nas montanhas da
sua diocese. No mês de junho de 1084 o mesmo bispo conduziu Bruno e seis colegas
ao deserto do maciço montanhoso de Chartreuse (Cartuxa) que dará seu nome à
Ordem. Ali constroem seu eremitério formado com algumas casinhas de madeira que
se abrem a uma galeria, que permite aceder sem sofrer demasiado pela intempérie do
tempo aos lugares de vida comunitária: A igreja, o refeitório e o Capítulo. Após alguns
anos de vida solitária, Bruno foi chamado pelo Papa Urbano II para exercer funções na
Sede Apostólica, em Roma.
Perante este fato, a sua comunidade, considerando que não poderia existir sem ele,
pensou primeiramente em separar-se, mas finalmente deixou-se convencer por
continuar a vida na qual tinham sido formados. Conselheiro do Papa, Bruno não se
sentia à vontade na Corte Pontifícia. Bruno, viria a permanecer somente uns meses
em Roma. Com a aprovação do Papa fundaria o novo eremitério nos bosques da
Calábria, ao sul da Itália, com alguns novos colegas.
Bruno para seus congéneres, era considerado um modelo vivo, apesar de não ter
escrito nenhuma regra monástica para eles. Após a sua morte, os seus sucessores,
permaneceram naquele lugar, e guiando-se pela experiência foram criando
Os primeiros estatutos seriam elaborados por Guigo que seriam o texto da Regra
cartusiana. Com o correr do tempo verificaram-se outras adições ou modificações
necessárias, adaptando-se às novas condições de tempos e lugares.
Estes monges vivem sem ter nada como próprio, apesar de conservar a propriedade e
disposição de seus bens. Ao fim de sete anos fazem os votos definitivos e também
concretizam a doação perpétua.
6 O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, foi convocado no dia
25 de Dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII.
Este mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O
Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o
papado de Paulo VI.
Em 1598, D. Filipe II obteve do Papa Clemente VII a bula 'Circa Curam' com a licença
para atribuí-la aos frades cartuxos, instalados na Travessa dos Brunos, na Pampulha.
Este convento foi construído em terrenos doados por D. Simoa Godinho8, filha de um
dos primeiros colonos de S. Tomé e Príncipe, casada com o fidalgo D. Luis de Almeida
e após a sua morte em Lisboa em 1594, deixaria a Santa Casa da Misericórdia como
sua principal herdeira. Nesses bens, deixa a quinta em Laveiras para a fundação de
um convento. A partir do início do século XVII a Ordem cartusiana, passaria a dispor
de um segundo convento em Portugal -a primeira seria em Évora- agora em Laveiras.
7 O facto de a Cartuxa ter sido construída para os frades de São Bruno, no vale da Ribeira de
Barcarena, e da doadora ter fundado uma capela na igreja da Conceição Velha (na qual
repousam os seus restos mortais), em Lisboa, sob a invocação de Nossa Senhora da
Misericórdia, justifica que ao mosteiro fosse dada a designação de 'Valles Misericordiae', e que
a igreja tenha sido dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a São Bruno.
8 Nascida em S. Tomé, no seio de uma família rica de fazendeiros, acabaria mais tarde, já
casada com o fidalgo Luís de Almeida, por vir viver para a capital do reino, onde viria a
expressar o seu carácter profundamente humano através de inúmeras obras de solidariedade,
nomeadamente junto da Misericórdia
Entre 1613 e 1621 o ermitério foi ampliado num local ligeiramente a Oeste do
existente, decorrendo a sua construção até 1736.
Com a extinção no século XIX das ordens religiosas pelo regime liberal, a Ordem da
Cartuxa fechou os dois mosteiros que detinha em Portugal11, obrigando a que os
monges da Cartuxa de Lisboa se pusessem em fuga, abandonando a clausura e
seguindo a pé pelo país em busca de porto seguro12.
10 Em 1758, o padre-cura Francisco dos Santos Pereira, ao aludir a Laveiras, entre outras
localidades da região, logo após o terramoto, referia a ermida de Nossa Senhora de Porto
Seguro, que pertencia aos Monges de São Bruno, lugar de romagens.
11 Em 1823, pela Lei de 24 de Outubro a Ordem da Cartuxa foi reduzida a uma casa
(permanecendo a de Évora), tendo sido feito o inventário de bens móveis e imóveis do
mosteiro entre os quais dos da botica, do cartório, da livraria, e das terras de que a ordem
dispunha em Povos, Laveiras, Caxias, Loures, Frielas, Apelação, Colares e Sintra, e ainda das
propriedades em Lisboa, nomeadamente o hospício na Rua Direita do Salitre. No entanto, a
supressão não chega a concretizar-se.
12A Cartuxa de Évora fechou no ano seguinte, em 1834, após o fecho compulsivo e a expulsão
dos monges da congregação
13 Pela mesma portaria foi proposto que o Frei José Felix fosse integrado na comunidade do
Pelas condições do lugar, caraterizado por um curso de água, áreas de terreno com
potencialidades agrícolas, um vasto olival e ainda uma pedreira onde se exploravam
inertes e cal, esta estava em condições de albergar os jovens e ainda fornecer um
conjunto de atividades ligadas ao ensino nas áreas de horticultura, pomologia,
jardinagem, viticultura e artes de construção civil.
Contudo, o projeto de Augusto de Oliveira não viria a ser construído. Só mais tarde, e
já com a direção do centro a cargo do Dr. José Guardado Lopes e após a criação da
Comissão das Construções Prisionais, pelo Ministério das Obras públicas, foi possível
elaborar o plano das novas ampliações. Para isso foi nomeada uma comissão da qual
faziam parte o Prof. Doutor José Beleza dos Santos e os arquitetos Pedreira de
Almeida e Rodrigues Lima, tendo como assistente técnico, representante dos Serviços
Jurisdicionais de Menores, o próprio diretor do Reformatório Dr. José Guardado Lopes.
Este projeto viria a ser construído, surgindo o novo complexo do Reformatório Central
de Lisboa para internar centenas de jovens, estes, ordenados por idades e pelas
penas a cumprir, tornando-se assim, na maior estrutura do género e no mais moderno
reformatório nacional. Para além da execução de obras de recuperação das antigas
Oficinas, foram construídos mais alguns edifícios a Este do convento, dos quais uma
enfermaria nova, Cozinha/Refeitório e três unidades de acolhimento.
O Centro Educativo Padre António de Oliveira, que chegou a albergar cerca de 500
jovens, foi a maior instituição do género a nível nacional, vê-se hoje encerrado.
De uma forma geral a metodologia pode variar, contudo, para este trabalho, optou-se
pela seguinte:
Serão estas ações a permitir um diagnóstico que deve sustentar as futuras ações de
intervenção sobre o edifício, que poderão ser de reabilitação, restauro ou de
substituição ou demolição de elementos. Caso seja necessário pode-se ainda
estabelecer novas medidas de apoio ao diagnóstico.
1 - Introdução;
8 – Estimativa de custos;
9 – Conclusão.
A estratégia a seguir num processo com estas características vai depender em muito
da qualidade das soluções propostas e da estimativa orçamental global. (Freitas, 2012,
p.26-27)
Infiltrações
acidentais
Erros de
construção
Infiltrações
acidentais
Erros de
construção
1. Vistoria Externa
1.2. Recalque no piso dos passeios, nos alçados frontal e tardoz e alçados laterais.
2. Cobertura
A área interna, necessita uma atenção especial nas questões que podem contribuir
para a degradação e o comprometimento da vida útil da edificação. A seguir são
apresentadas as patologias identificadas:
Por meio de uma análise visual constataram-se diversas patologias nos pisos da
edificação, a saber:
3.2.1. Patologia presente nas paredes nas regiões próximas as janelas e portas. Tal
fato deve-se à atuação de sobrecargas, ocasionando a entrada de água (humidade) e
a deterioração.
3.2.2. “Cantos vivos” danificados: verifica-se vários “cantos vivos” (quinas) quebrados
nas paredes que comprometem o sistema de pintura. Essas patologias são geradas
pelo atrito e impactos de equipamentos e utensílios utilizados incorretamente.
3.2.4. Inclinação inadequada dos peitoris das janelas: as janelas, em praticamente sua
totalidade, apresentaram peitoris com inclinação para região interna. Como não existe
pingadeira tem-se o retorno da água de chuva e consequentemente a deterioração da
argamassa de revestimento e da pintura.
Capítulo III
5. PROJETO
Cada unidade do tempo que nos alcança revela-nos o nosso posicionamento num
determinado contexto ético e estético. Em consequência e face à elevada acumulação
nos últimos dois seculos de tantos bens patrimoniais, quer em grandes unidades
urbanas, edifícios notáveis e como também em espaços públicos de sociabilização,
que destino temos para eles na atualidade? Farão sentido ainda na nossa vida atual?
Todos têm lugar? Temos critérios objetivos e subjetivos válidos para suportar as
escolhas para o presente e para o futuro? Atualmente para sermos modernos temos de
incorporar parte ou o todo antigo herdado? E com que critérios e expressões? O
património humaniza a sociedade? Mas então o que é o património e que importância
tem efetivamente nas nossas atuais vidas? Existe um ideal de património só porque
existe património? O património é a alma nostálgica do homem perante si próprio?
(Mestre, 2012, p. 9)
Só uma atitude critica, nos pode levar a desenhar uma estratégia com garantias, num
quadro da reabilitação e valorização do património. É assim que podemos almejar um
objetivo que se pretende sério e para o qual o arquiteto deve estar informado.
Numa primeira fase, há que realizar um trabalho de campo, cujo objetivo deve ser
fazer um levantamento exaustivo do edificado e das suas características, onde deve
constar a idade do edifício, o seu estado, as condições de salubridade, o seu carácter
espacial, a qualidade, o número pisos, espaços e a sua função. Esta informação é
obtida em levantamento no local e registada e documentada, em fichas próprias.
Nas edificações mais antigas, com métodos de construção tradicional, surge por
diversas vezes a repetição do sistema construtivo, facilitando a identificação de
Após uma exaustiva, análise é necessário determinar o que será melhor manter, o que
se deve reabilitar ou o que já não é possível reabilitar pelo facto de se encontrar num
grau de degradação bastante avançado.
Esta atitude implica ter em conta a função a que se destina o edifício, seja ela
diferente ou não, tendo em conta que qualquer edifico pode receber uma nova função.
Como premissa da reabilitação de um edifício passa por resolver todos os seus
problemas e patologias, procurando, numa lógica de beneficiação do edifício, a
melhoria do seu desempenho funcional ou procurando novas funções.
Como premissa desta ideia, está o que consideramos estratégico na relação deste
equipamento com a coletividade onde está inserido. Independentemente da sua
função, os equipamentos coletivos qualificam uma localidade, tornam-se pontos
centrais e de reunião das populações e de atração de novos habitantes. Poder-se-á
afirmar que são além de serem elementos fundamentais no desenvolvimento de uma
sociedade, estabelecem um estatuto a uma localidade.
Esta área limitada por uma grande cerca tem duas entradas, uma a Nascente/Sul e
outra a Sul/Poente, sendo esta ultima a entrada principal.
Em 2003, foi realizado um projeto que implicou a demolição dos dois pavilhões que se
encontravam no terreno a Sul do CEPAO, que iriam integrar a nova Cidade Judiciária.
Este projeto não teria persecução devido ao incumprimento variado,
fundamentalmente não cumprindo regras do Plano director Municipal de Oeiras,
mantendo-se o terreno até hoje sem qualquer ocupação.
A riqueza dos lugares que constituem as cidades atuais, está diretamente relacionado
com a diversidade e com a unidade, possibilitando várias leituras sobre um conjunto
de questões que se levantaram a parir da sua organização ao longo do tempo.
Neste contexto, o projeto assume-se com “um facto” perseguindo uma resposta ao
programa e sobretudo ao lugar.
As premissas podem remeter para as palavras de Mies van der Rohe quando afirma
que é certo que a arquitetura depende dos feitos, mas o seu verdadeiro campo de
atividade é o reino do significado, Espero que compreendam que a arquitetura não tem
nada que ver com a invenção das formas. Não é um jogo para crianças pequenas ou
grandes. A arquitetura escreveu a história das épocas e nomeou-as. A arquitetura
depende do seu tempo, é a cristalização da sua estrutura interna, é o lento
aperfeiçoamento da sua “forma”.
Assim sendo, foi objetivo que a forma a construir, se defina como figura, com um claro
valor semântico que remeterá para as dimensões percetivas do “objeto”.
Como conceito final podemos referir que tudo está na génese da própria Ordem.
“o costume da tranquila escuta do coração, que deixe entrar a Deus por todas
suas portas e sendas”…estatuto 4.2.
Toda a nova ala de quartos foi criada segundo este conceito. Todos eles estão
separados entre si e ligados por um pano de vidro, que proporciona ao utente uma
noção de aparece/desaparece.
O quarto relaciona-se com um jardim que está semi fechado ( tal como uma gaiola de
madeira), que poderá assegurar a tal “solidão exterior”.
- O Claustro Grande
- Lugares Comunitários
- Talheres
Os volumes que configuram toda a forma surgem numa relação que pretende uma
multiplicidade interpretativa do lugar, referenciando o largo e a sua envolvente.
Assim obtém-se uma massa que funciona por densidade, solidez e estabilidade
surgindo como elemento privilegiado da representação, onde as condições tectónica e
espacial se subordinam ao carácter do objeto.
Assim, foi pensado faze-lo através de um bloco sobre-elevado, que tem como função
na proposta, os “Atelieres-Núcleo de Empresas”. Estes, são complementados por uma
varanda, igualmente fechada com um ripado de madeira colocado na vertical.
Talheres. “os talheres que fazem mais ruídos” (carpintaria, forja, etc) zonas mais
afastadas do resto do mosteiro para não turvar o silêncio.
Por forma a manter o mesmo conceito, foi pensado ao nível do piso -1,instalar todos
os espaços dedicados a workshops das mais diversas atividades. Espaços que na
situação atual, já se encontravam bem delineados, tendo só que se prever instalações
sanitárias e reformular acessos.
5.3.2. PROGRAMA
Piso -1
1 - Espaços Comerciais
2 - Serviços de Apoio
3 - S.P.A.
4 - Oficina de Culinária
5 - Oficina de Cerâmica
6 - Oficina de Pintura
7 - Oficina de Escultura
8 - Oficina de Artesanato
9 - Oficina de Cestaria
10 - Oficina de Música
11 - Oficina de Restauro
12 - Oficina de Design e Moda
13 - Cozinha de Apoio ao Restaurante
14 - Instalações sanitárias de Funcionários
Piso 0
1 - Quartos
2 - Quartos com “Mezzanine”
3 - Serviços Gerais
4 - Zonas de Estar
5 - Restaurante
6 - Serviços de Apoio
7 - Sala de Conferências
8 - Instalações Sanitárias Públicas
9 - Recepção
10 - Serviços Administrativos
11 - Sala de Reuniões
12 - Igreja
13 - Sala de Exposições Temporárias
14 - Cafetaria/Biblioteca
Piso 1
1 - Ateliers-Núcleo de Empresas
2 - Salas de Reuniões
3 - Receção
4 - Arrumos
5 - Sala de Grandes Eventos
6 - “Mezzanines”
5.3.3. FORMA
A Igreja em conjunto com a ala adjacente e o próprio claustro, ocupa uma posição
central e constitui-se como signo identificador do edifício e estabelece o percurso
regrador do conjunto. É a partir dela que se faz a ligação interior/exterior, procurando
desse modo a fixação de espaços, criando os lugares internos.
Este novo espaço organiza e consolida o claustro, funcionando como “vazio”, não
visível do exterior, fazendo contudo a agregação dos corpos.
Este resulta numa unidade volumétrica, com a adição deste fragmento físicos pontual,
intencionalmente projetado no sentido da unidade formal. A utilização do material-
betão branco, na construção da superfície é concordante com a unidade formal
pretendida para a totalidade do conjunto.
5.3.4. ESPACIALIDADE
Esta opção parte de uma lógica funcional, criando limites na utilização do edifício, ou
seja, o espaço privado não é permeável a uma utilização do público em geral. A igreja
mantém a sua identidade e será aberta ao culto.
A nível do Piso -1, todo o espaço ocupado pelo grande espaço vazio será ocupado
pela área comercial e pelas oficinas fundamentalmente. Na parte coberta (espaços
comerciais) o recurso a iluminação zenital enriquece plasticamente a cobertura do
grande Páteo (Claustro).
5.3.5. MATERIALIDADE
O efeito da inércia térmica e permitem uma interação positiva com o clima em muitas
outras vertentes. Tudo passa pela construção de edifícios com estruturas pesadas
(paredes, pavimentos e coberturas), muito bem isoladas termicamente, que permitam
uma relação direta (por armazenamento e radiação) com o ambiente interior.
As paredes interiores com aplicação de wallmate sobre betão no qual são aplicadas
placas de pladur garantem uma permeabilidade de respiração. Os vãos das paredes
exteriores e os existentes nos pátios interiores permitem a saída do vapor do interior
(elemento habitual em edifícios desta tipologia) para o exterior dos edifícios.
Com os materiais aplicados garante-se que a maior parte das paredes e tetos tenham
capacidade para interagir (absorver e devolver) com parte da humidade que se
encontra suspensa no ar, resultante de atividades humanas. Utilizam-se tintas
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para isso há que perceber as atuais transformações a que as cidades estão sujeitas,
definindo modelos de gestão num contexto de organização social.
Cabe então aos projetistas através da sua cultura e conhecimento, perceber de que
forma poderá manter presente, as memórias do passado.
Uma conclusão a que se chegou após a realização deste trabalho é que a aposta na
reabilitação e reconversão de edifícios é uma aposta premente e com futuro. Um dos
principais é a renovação e revitalização do património edificado: reabilita-se um
edifício já existente e, ao atribuir-lhe uma nova função, como a de equipamento
Não há dúvidas que este tipo de reconversão de usos tem sido bastante bem sucedido
no sentido, em que há uma procura no mercado deste tipo de unidades. Este tipo de
intervenção apresenta a grande vantagem de possibilitar a recuperação de um
conjunto em estado de abandono e degradação.
Uma parte do conjunto foi alvo de obras de restauro, bem como na reorganização e
adaptação dos espaços às novas funções, conferindo-lhes novas características e
novos usos imprescindíveis para o decorrer das novas atividades, tendo em vista
manter a originalidade do edifício. No intuito de gerar espaços mais cómodos e à
implementação do novo programa perante aos espaços existentes, a tipologia original
sofre ligeiras alterações, devido à conjugação com os espaços propostos na
ampliação.
Para o novo corpo, optou-se por uma solução de estrutura base formada por sapatas,
pilares, vigas e paredes em betão armado. Esta eleição de materiais, bem como a
disposição destes espaços seguiram um modelo que facilmente se enquadraria com a
intervenção ao existente.
Espera-se, através deste trabalho, obter resultados que possam contribuir para uma
reflexão para a conservação do património, bem como das consequências das
atitudes com relação à conservação dos mesmos, proporcionando, no futuro,
reabilitações mais objetivas.
REFERÊNCIAS
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ZEVI, Bruno (1957) - História da arquitectura moderna. 2.ª ed. Buenos Aires : Emecé
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BIBLIOGRAFIA
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Lisboa, para a obtenção do grau de Mestre.
TOSTÕES, Ana (1997) - Os verdes anos da arquitectura portuguesa dos anos 50.
Porto : FAUP Publicações.
LISTA DE ANEXOS
Des.06 – Alçados
Des.07 – Cortes
Des.08 – Alçados
Des.09 – Cortes
Des.10 – Cortes
Reconhecendo o contributo dos indivíduos e das instituições que, ao longo de três anos,
participaram na preparação da Conferência Internacional sobre Conservação “Cracóvia
2000” e na sua Sessão Plenária com o título “o património cultural como fundamento do
desenvolvimento da civilização”, os signatários, participantes na Conferência
Internacional sobre Conservação “Cracóvia 2000”, conscientes dos profundos
significados associados ao património cultural, submetem aos responsáveis pelo
património os seguintes princípios como orientação dos seus esforços na salvaguarda
desses bens culturais.
PREÂMBULO
Este processo não pode ser objeto de uma definição redutora. Apenas se pode indicar
o modo segundo o qual pode ser identificado.
OBJETIVOS E MÉTODOS
b) possuem uma espacialidade interna, que constitui um dos seus valores essenciais.
Embora a aplicação in situ de novas tecnologias possa justificar-se para uma boa
conservação dos materiais originais, estas devem ser constantemente controladas
tendo em conta os resultados obtidos, o seu comportamento ao longo do tempo e a
possibilidade da sua eventual reversibilidade.
GESTÃO
11. A gestão das cidades históricas e do património cultural em geral, tendo em conta
os contínuos processos de mudança, transformação e desenvolvimento, consiste na
adoção de regulamentos apropriados, na tomada de decisões, que implicam
necessariamente escolhas, e no controlo dos resultados. Um aspeto essencial deste
processo, é a necessidade de identificar os riscos, de antecipar os sistemas de
prevenção apropriados e de criar planos de atuação de emergência. O turismo cultural,
apesar dos seus aspetos positivos para a economia local, deve ser considerado como
um risco.
FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
MEDIDAS LEGAIS
ANEXO: DEFINIÇÕES
a)Património: é o conjunto das obras do homem nas quais uma comunidade reconhece
os seus valores específicos e particulares e com os quais se identifica. A identificação
e a valorização destas obras como património é, assim, um processo que implica a
seleção de valores.
DEFINIÇÕES
CONSERVAÇÃO
Art.4 - Para a conservação dos monumentos é essencial que estes sejam sujeitos a
operações regulares de manutenção.
Art.5 - A conservação dos monumentos é sempre facilitada pela sua utilização para fins
sociais úteis. Esta utilização, embora desejável, não deve alterar a disposição ou a
decoração dos edifícios. É apenas dentro destes limites que as modificações que sejam
necessárias efetuar poderão ser admitidas.
RESTAURO
SÍTIOS HISTÓRICOS
Art.14 - Os sítios dos monumentos devem ser objeto de um cuidado especial, por forma
a assegurar que sejam tratados e apresentados de uma forma correta. Os trabalhos de
conservação e restauro a efetuar nesses locais devem inspirar-se nos princípios
enunciados nos artigos precedentes.
ESCAVAÇÕES
PUBLICAÇÃO
INTRODUÇÃO
Claro que não chega declararem-se os princípios; eles têm que ser aplicados. No futuro,
o Concelho da Europa irá dedicar os seus esforços a um estudo aprofundado sobre as
formas e os meios de aplicação destes princípios em cada país diferente, ao firme
melhoramento das leis e dos regulamentos existentes e ao desenvolvimento da
formação vocacional neste campo. A Carta Europeia do Património Arquitetónico foi
adotada pelo Comité de Ministros do Concelho da Europa e foi solenemente proclamada
no Congresso sobre o Património Arquitetónico Europeu, reunido em Amsterdão entre
21 e 25 de Outubro de 1975. O Comité de Ministros, considerando que o objetivo do
Concelho da Europa é conseguir uma maior unidade entre os seus membros para as
questões relativas à salvaguarda, e concretizar os ideais e princípios que são seu
património comum; Considerando que os estados membros do Concelho da Europa que
aderiram à Convenção Cultural Europeia e, em 19 de Dezembro de 1954, se
comprometeram, à luz do Artigo 1 dessa convenção, a tomar as medidas apropriadas
para salvaguardarem e para encorajarem o desenvolvimento de outras contribuições
nacionais para o património cultural Europeu comum; Reconhecendo que o património
arquitetónico, uma insubstituível expressão da riqueza e da diversidade da cultura
Europeia, é partilhado por todos os povos, e que todos os Estados Europeus devem
mostrar uma solidariedade real para com esse património; Considerando que o futuro
do património arquitetónico depende largamente da sua integração no contexto da vida
dos povos, bem como do peso que lhe for dado no planeamento regional e urbano, e
nos esquemas de desenvolvimento; Tendo em atenção a Recomendação da
Conferência Europeia de Ministros responsáveis pela preservação e reabilitação do
património cultural de monumentos e sítios, reunida em Bruxelas, em 1969, e a
Recomendação 589 (1970) da Assembleia Consultiva do Concelho da Europa,
apelando por uma carta relacionada com o património arquitetónico; Declara a sua
determinação em promover uma política comum Europeia e uma ação concertada para
a proteção do património cultural baseadas nos princípios da conservação integrada;
Recomenda que os governos dos estados membros empreendam os necessários
passos legislativos, administrativos, financeiros e educacionais para implementarem
uma política de conservação integrada, bem como para despertarem o interesse público
por essa política, tendo em consideração os resultados da campanha do Ano Europeu
do Património Arquitetónico, organizado em 1975 sob os auspícios do Concelho da
Europa; Adota e proclama os princípios da seguinte carta, delineada pelo Concelho do
Comité Europeu para os Monumentos e Sítios:
Incluídos entre os de mérito extraordinário, podem ter uma atmosfera que lhes
proporcione a qualidade de obras de arte, aglutinando diferentes períodos e estilos num
conjunto harmonioso. Esses grupos também devem ser preservados. O património
arquitetónico é uma expressão da história e ajuda-nos a compreendermos a relevância
que tem o passado para a vida atual.
Pela oferta das condições corretas para o desenvolvimento de uma larga gama de
atividades, as nossas cidades e aldeias antigas favorecem a integração social. Elas
podem se adaptar novamente a uma benéfica diversidade de atividades e a uma mistura
social mais satisfatória.
Legal
Administrativo
Financeiro
Técnico
Constatando que em muitos países falta uma legislação suficientemente eficaz e flexível
que diga respeito ao património arquitetónico e a suas relações com o planeamento
físico-territorial.
A Conferência Geral recomenda aos Estados Membros que levem esta recomendação
ao conhecimento das autoridades nacionais, regionais e locais, assim como às
instituições, serviços ou órgãos e associações interessados na salvaguarda dos
conjuntos históricos ou tradicionais e seu entorno a Conferência Geral recomenda aos
Estados Membros que lhe apresentem, nas datas e na forma que ela determinar,
relatórios sobre a maneira como aplicaram a presente recomendação.
DEFINIÇÕES
Entre esses "conjuntos", que são muito variados, podem-se distinguir especialmente os
sítios pré-históricos, as cidades históricas, os bairros urbanos antigos, as aldeias e
lugarejos, assim como os conjuntos monumentais homogéneos, ficando entendido que
estes últimos deverão, em regra, ser conservados em sua integridade.
PRINCÍPIOS GERAIS
16- Os efeitos legais das medidas de proteção a edificações e terrenos deveriam ser
levados ao conhecimento público e registradas em um órgão oficial competente.
18- Dever-se-ia estabelecer, nos níveis nacional, regional ou local, uma relação dos
conjuntos históricos ou tradicionais e sua ambiência a serem salvaguardados. Essa
relação deveria indicar prioridades para facilitar uma alocação racional dos limitados
recursos disponíveis para fins de salvaguarda. As medidas de proteção, de qualquer
tipo, que tiverem carácter urgente, deveriam ser tomadas sem esperar que se
estabeleçam planos e documentos de salvaguarda.
19- Deveria ser feita uma análise de todo o conjunto, inclusive de sua evolução espacial,
que contivesse os dados arqueológicos, históricos, arquitetónicos, técnicos e
económicos. Deveria ser produzido um documento analítico destinado a determinar os
imóveis ou os grupos de imóveis a serem rigorosamente protegidos, conservados sob
certas condições, ou, em circunstâncias absolutamente excecionais e
escrupulosamente documentadas, destruídos, o que permitiria às autoridades
suspender qualquer obra incompatível com esta recomendação. Além disso, deveria ser
realizado, com a mesma finalidade, um inventário dos espaços abertos, públicos e
privados, assim como de sua vegetação.
32- Dado o conflito existente na maior parte dos conjuntos históricos ou tradicionais
entre o trânsito automobilístico, por um lado e a densidade do tecido urbano e as
características arquitetónicas por outro, os Estados Membros deveriam estimular e
ajudar as autoridades locais a encontrar soluções para esse problema. Para consegui-
lo e para favorecer o trânsito de pedestres, conviria estudar com extremo cuidado a
localização e o acesso dos parques de estacionamento não só dos periféricos como dos
centrais, e estabelecer redes de transporte que facilitem ao mesmo tempo a circulação
dos pedestres, o acesso aos serviços e o transporte público. Numerosas operações de
reabilitação, tais como, entre outras, a instalação subterrânea de redes elétricas e de
outros cabos, que seriam demasiadamente onerosas se fossem feitas separadamente,
poderiam ser, então, coordenadas fácil e economicamente com o desenvolvimento da
rede viária.
34- Nas zonas rurais todos os trabalhos que implicarem uma degradação da paisagem,
assim como quaisquer mudanças nas estruturas económicas e sociais deveriam ser
cuidadosamente controlados para preservar a integridade das comunidades rurais
históricas em seu ambiente natural.
35- A ação de salvaguarda deveria associar a contribuição da autoridade pública à dos
proprietários particulares ou coletivos e à dos habitantes e usuários, isoladamente ou
em grupo, cujas iniciativas e participação ativa deveriam ser estimuladas. Uma
cooperação constante em todos os níveis deveria, portanto, ser estabelecida entre as
coletividades e os particulares, especialmente através dos seguintes meios:
informações adaptadas aos tipos de pessoas atinentes; pesquisas preparadas com a
participação das pessoas interrogadas; criação de grupos consultivos nos órgãos de
planeamento; representação dos proprietários, dos habitantes e dos usuários, a título
consultivo, nos órgãos de decisão, de gestão e de revitalização das operações
relacionadas com os planos de salvaguarda, ou criação de órgãos de economia mista
que participem da execução.
38- A ajuda pública, em qualquer das formas descritas nos parágrafos seguintes,
deveria pressupor as intervenções da coletividade, onde for necessário e conveniente,
e levar em consideração o custo adicional da restauração, ou seja, o custo suplementar
imposto ao proprietário em relação ao novo valor venal ou locativo do edifício.
39- Em geral, esses investimentos públicos deveriam servir, antes de mais nada, para
conservar os edifícios existentes, particularmente as habitações de baixa renda e
somente aplicar-se a novas construções na medida em que elas não constituírem uma
ameaça à utilização e às funções dos edifícios existentes.
41- Dotações especiais deveriam ser previstas nos orçamentos dos órgãos públicos ou
privados para a proteção dos conjuntos históricos ou tradicionais ameaçados por
grandes obras públicas ou privadas e pela poluição. As autoridades públicas deveriam
prever igualmente dotações especiais para a reparação dos danos causados pelos
desastres naturais.
47- Para aperfeiçoar a competência dos especialistas e dos artesãos necessários e para
fomentar o interesse e a participação de toda a população no trabalho de salvaguarda,
os Estados Membros deveriam adotar as medidas que se seguem, de acordo com sua
competência legislativa e constitucional.
52- O estudo dos conjuntos históricos deveria ser incluído no ensino em todos os níveis
e, particularmente, no de história, para inculcar no espírito dos jovens a compreensão e
o respeito às obras do passado e para mostrar o papel desse património na vida
contemporânea. Esse ensino deveria utilizar amplamente os meios audiovisuais e as
visitas aos conjuntos históricos ou tradicionais.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
O Conselho Europeu de Urbanistas (CEU) está confiante que durante o séc. XXI a
Europa irá progredir para uma integração plena. Nesta perspetiva, o CEU apresenta
uma Visão partilhada e coletiva sobre o futuro das cidades europeias, como fundamento
da Nova Carta de Atenas 2003 (parte A). Trata-se de uma Visão de uma rede de
cidades, em que estas:
Ficarão ligadas entre si por uma multitude de redes, plenas de conteúdos e de funções
úteis;
A Nova Carta de Atenas 2003 dirige-se sobretudo aos urbanistas profissionais que
trabalham na Europa e a todos os que se interessam por este tipo de trabalho, a fim de
os orientar nas suas ações, de modo a assegurar maior coerência na construção de
uma rede de cidades com pleno significado e a transformar as cidades europeias em
cidades coerentes, a todos os níveis e em todos os domínios.
Para ser coerente com estes princípios, os espaços naturais do Continente europeu
deverão ser efetivamente protegidos contra a extensão e a multiplicação das redes
urbanas, tanto pela conjugação de medidas de proteção e estímulo, como pela
promoção pública da tomada de consciência sobre o valor e a necessidade absoluta da
sua salvaguarda e valorização.
4. Alterações urbanas
Tendências
A cidade não é uma entidade edificada contínua, densa, mas inclui sempre uma
variedade de formas e espaços urbanos. O desenvolvimento das cidades e das regiões
não é só o resultado de técnicas modernas de planeamento do espaço, mas também o
resultado de desenvolvimentos informais e não planeados do passado. O contexto para
o desenvolvimento futuro das cidades está a mudar. As tecnologias de informação e de
comunicação permitem comunicações mundiais diretas e imediatas. A acessibilidade
física progrediu imenso, como consequência da melhoria das infraestruturas,
nomeadamente no que diz respeito ao transporte de pessoas e bens sobre redes
otimizadas e bem geridas que se estendem rapidamente. Os sistemas tendem a
funcionar com mais eficácia, a custos reduzidos, gerando novas soluções e novas
formas e modelos urbanos.
A crescente disparidade entre os diferentes grupos terá como resultado não somente
alterações nas políticas urbanas, mas também nas grandes zonas desfavorecidas,
contrastando com os esquemas de desenvolvimento sofisticados para as novas
atividades económicas e quarteirões residenciais bem mantidos, destinados a grupos
privilegiados.
São necessárias novas regras para o desenho e composição urbana, onde as partes
antigas e novas das cidades devem ser planeadas de maneira coerente para oferecer
soluções apropriadas, ligando sempre o passado ao futuro. É preciso também que
existam laços contínuos entre os espaços livres e os espaços construídos – às
diferentes escalas territoriais desde o quarteirão à cidade, e das redes de cidades ao
território global da Europa. As formas urbanas devem integrar uma mistura social e
urbana e devem contribuir para uma melhor qualidade de vida. O lazer na cidade pode
tornar-se uma combinação de ambientes virtuais e físicos, com possibilidades ainda
desconhecidas.
O papel do urbanista é hoje mais exigente que nunca. Requer capacidades acrescidas
em matéria de composição urbana, de síntese, de gestão e de administração, para
desenvolver todas as etapas do processo do planeamento do território. Exige uma
aproximação humanista e científica e a procura de um consenso social, sempre no
respeito pelas diferenças individuais e decisões políticas, para conseguir pôr em prática
a implementação, gestão, monitorização e revisão dos planos e programas.
Convencer todos os atores a partilhar uma visão comum e de longo prazo, para a sua
cidade ou região, acima dos interesses e objetivos individuais.
10.70 10.52
UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
10.18
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
Planta do piso -1
14.53
14.64 14.64
14.64
14.45
14.68
14.70
14.47
14.66 14.66
14.47
14.55 14.54
UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
14.60
PLANTA PISO 0
ARQUITETURA
14.60
14.45
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
Planta do piso 0
17.71
17.20
17.20
14.45
14.70
14.47
14.66 14.66
14.47
14.55 14.54
UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
14.60
PLANTA PISO 1
ARQUITETURA
14.60
14.45
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
20.33
20.10
PLANTA PISO 2
ARQUITETURA
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
Planta do piso 2
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
9.92
14.32
13.94
10.18
ARQUITETURA
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
7.99 7.99
7.60
CORTE A-A
23.14
20.10
19.22 19.22
CORTE B-B
17.60 17.71
17.20
ARQUITETURA
14.53 14.55 14.60 14.45 14.62
14.33
10.70
9.55
CADEIRA:
7.99
PROJETISTA:
Victor Soares
CORTE C-C PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
17.20
Cortes
14.64 14.68 14.54 14.54 14.62
10.52
10.18
CORTE D-D
FLUXO HOTELEIRO
comerciais
arrumos
PLANTA PISO -1
arrumos
HOTELEIROS
PLANTA PISO -1
FLUXO CULTURAL
UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
PLANTA PISO 0
ARQUITETURA
CADEIRA:
14.44
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
PLANTA PISO 0
14.70
14.47 14.32
14.47
CONVENTO DA CARTUXA
14.66
14.47
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
PLANTA PISO 1
PROGRAMA FUNCIONAL
Planta do piso 0
PLANTA PISO -1
LEGENDA
1 ESTACIONAMENTO
2
3 CONVENTO
ARQUITETURA
3
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
2 Caxias - Oeiras
FASE:
1
2
11.05
11.00
1 1
11.05
11.05 3
11.00
2 11.05
Gabinete Gabinete Gabinete Gabinete
12 09.92
10.52
10.70 UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
09.55
PLANTA PISO -1
4 14 ARQUITETURA
5 6 7 8 9 10 11
10.85 10.85 10.85 10.85 10.85 10.85 10.85
13 CADEIRA:
10.18
07.99 07.99 07.99 07.99 07.99 07.99 07.99 07.99
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
1 CONVENTO DA CARTUXA
2 LOCAL:
14.33
13
14.33
14.53 8
14 14.44
14.64
14.51
14.45
14.32
12 14.47 14.32
CLAUSTRO GRANDE
14.47
CLAUSTRO
PEQUENO
14.66 14.66 14.66
8
7 11
6 6 8 14.47
14.33
9 10 10
14.55 14.54 UNIVERSIDADE LUSIADA DE LISBOA
FACULDADE DE ARQUIETURA E ARTES
corredor de acesso aos quartos 14.60 14.60
PLANTA PISO 0
2 2 2 2 2 2 2
3
2 2 2 2 2 ARQUITETURA
4
14.30 14.45
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
3 Caxias - Oeiras
4 ZONAS DE ESTAR FASE:
5 RESTAURANTE
6
7
Planta do piso 0
8
9
10
11 DATA DESENHO: ESCALA:
17.20
5
17.20
14.45
14.30
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
3 Caxias - Oeiras
4 ARRUMOS FASE:
5 SALA PARA GRANDES EVENTOS
Planta do piso 1
20.33
20.10
20.40
19.22
PLANTA PISO 2
ARQUITETURA
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
Planta do piso 2
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
PROFESSOR:
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
10.18
ARQUITETURA
CADEIRA:
PROJETISTA:
Victor Soares
14.10 PROFESSOR:
9.92
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
CORTE A-A
20.10
19.22 19.22
CORTE B-B
ARQUITETURA
20.33 CADEIRA:
17.68 17.90
17.20
PROJETISTA:
14.38 14.53 14.55 14.60 14.60 14.45
14.33 14.33
14.30
Victor Soares
11.00 11.05 11.00
10.70 PROFESSOR:
9.55
7.99
CORTE C-C
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
FASE:
Cortes
17.68
17.20
11.00
CORTE E-E
ARQUITETURA
CADEIRA:
PROJETISTA:
10.52
10.18
CONVENTO DA CARTUXA
LOCAL:
Caxias - Oeiras
CORTE D-D
FASE:
Cortes