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Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Junho de 2014
Mariana Monteiro Martins
Ficha Catalográfica
CDD: 658.5
Agradecimentos
Palavras-chave
Construção de poços marítimos; construção sequencial; construção
seriada; abordagem probabilística; incerteza; indicadores.
Abstract
the results and to compare issues, as total well campaign duration, production
ramp up, fluid exchange and drilling rig adjustments. These same issues were
analyzed after adding probability distribution in each strategy´s schedules and
realizing a Monte Carlo simulation. The results showed the importance of
evaluating different types of sequencing well activities seeking to reduce total well
construction duration.
Keywords
Offshore well construction; sequential drilling; batch drilling; probabilistic
approach; uncertainty; indicator.
Sumário
1 Introdução 12
1.1. Objetivos da Pesquisa 14
1.1.1. Objetivo Geral 14
1.1.2. Objetivos Específicos 14
1.1.3. Motivação 15
1.2. Encaminhamento da Pesquisa 15
6 Análise de Resultados 74
6.1. Resultados Determinísticos 74
6.1.1. Análise da Duração da Campanha 75
6.1.2. Análise de Troca de Fluidos 76
6.1.3. Análise de Ajuste da Sonda 77
6.1.4. Análise de Entrada dos Poços em Produção (Ramp Up) 78
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7 Conclusões e Recomendações 86
8 Referências Bibliográficas 90
1
Introdução
1.1.
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Objetivos da Pesquisa
1.1.1.
Objetivo Geral
1.1.2.
Objetivos Específicos
1.1.3.
Motivação
1.2.
Encaminhamento da Pesquisa
Esta pesquisa possui, além deste capítulo introdutório, mais seis capítulos
descritos a seguir.
O Capítulo 2 apresentará os principais conceitos envolvidos no
desenvolvimento das atividades de construção de poços (atividades de
16
2
Desenvolvimento das Atividades de Construção de Poços
2.1.
Atividades de Perfuração
operadas hidraulicamente por meio remoto e uma vez fechadas, permite que a
equipe de sonda tenha condições de recuperar o controle do poço.
A Figura 5 ilustra dois exemplos, um com uma plataforma semi-
submersível (esquerda) e outro com navio sonda (direita), apresentando o riser
de perfuração conectado ao BOP e este conectado a cabeça de poço.
2.2.
Atividades de Completação
1
Canhoneio é uma operação em que, por meio de cargas explosivas, são
realizadas perfurações de orifícios no revestimento, cimento e formação adjacente de
forma a estabelecer um canal de fluxo entre a formação e o interior do poço (Fernández,
Pedrosa Junior e Pinho, 2009).
23
2.3.
Recursos e Logística
2
Árvore de Natal Molhada é um equipamento submarino composto por um
conjunto de válvulas operadas remotamente por acionadores hidráulicos, sensores de
pressão e temperatura. É instalado na cabeça do poço de completação molhada, no leito
marinho (Fernández, Pedrosa Junior e Pinho, 2009).
26
2.3.1.
Sonda Marítima
2.3.2.
Logística
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2.4.
Incertezas e Riscos no Contexto de Construção de Poços Marítimos
2.4.1.
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presença de riscos que ele consegue estimar, com certa precisão, suas
consequências e sua probabilidade de ocorrência (known-unknowns).
riscos é definir como será o gerenciamento de riscos durante toda a vida útil do
projeto. É neste momento que se decide como os demais processos irão
acontecer.
Já o processo de identificação dos riscos consiste na determinação dos
riscos que irão afetar o projeto, sejam eles oportunidades ou ameaças. Cada
risco identificado deve ter documentado suas características.
A etapa de análise de riscos contempla tanto a realização da análise
qualitativa quanto a quantitativa. O objetivo da análise qualitativa é priorizar os
riscos identificados na etapa anterior, através das combinações de suas
probabilidades e impactos. Já a análise quantitativa visa avaliar os efeitos dos
riscos priorizados em todos os objetivos do projeto, atribuindo números a essa
análise. Essa análise pode ser determinística ou estocástica.
A etapa de planejar respostas aos riscos envolve identificar e
estabelecer ações para alavancar as oportunidades e reduzir as ameaças ao
projeto. No caso de ameaças, essas ações podem ser estabelecidas de forma a
evitar (eliminar) que o evento aconteça, de mitigar, ou seja, diminuir o impacto de
um evento de risco e/ou a sua probabilidade ou até mesmo de aceitar o risco,
aceitando assim suas consequências.
Por último, o processo de monitorar e controlar os riscos visa garantir
que as três etapas anteriores ocorram conforme o planejado, implementando
planos de resposta a riscos, monitorando os riscos identificados e residuais,
identificando novos riscos e avaliando a efetividade do processo em todo o
projeto.
31
2.4.2.
Análise de Incertezas e Riscos em Construção de Poços
3
Estratégias de Construção de Poços
3.1.
Construção Sequencial dos Poços
3.2.
Construção de Poços Seriada
3.2.1.
Conceito e Características Gerais
fase, um projeto com apenas três poços e cada um com três fases será
explicado através das Figuras 16, 17, 18 e 19.
água.
Esse agrupamento de cabeças de poço forma o denominado cluster, ou
como também é conhecido, drill center. A formação de clusters ajuda a reduzir o
tempo gasto com deslocamentos da sonda entre os poços. Podem existir
projetos que possuam mais de um cluster. Conforme comentado por Martin,
Walters e Woodard (2010), para o caso de projetos que tenham uma quantidade
considerável de poços é desejável a formação de diversos clusters para fazer
melhor uso dessa estratégia de perfuração. E nesses casos, é recomendável
que a série ocorra de cluster para cluster para minimizar as movimentações de
sonda entre os clusters.
Ainda sobre clusters, segundo os autores, os poços devem ser alocados
de forma a dar flexibilidade para a perfuração seriada, permitindo a
movimentação e acesso da sonda de perfuração a todas as cabeças de poço,
minimizando assim os riscos de operação com a sonda.
Cabe ressaltar que ao realizar a construção em série considerando um só
bloco (apenas um cluster), o tempo total de construção dos poços será mais
rápido do que se existirem diversos clusters, pois reduziria algumas
movimentações de descida e subida de BOP e riser e otimizaria a logística e
utilização de recursos, como o gerenciamento dos fluidos, por exemplo. Porém,
ter diversos clusters trás flexibilidade de reservatório, ou seja, através do
conhecimento adquirido no primeiro cluster, alterações podem ser realizadas nos
demais clusters de forma a obter os melhores resultados.
41
3.2.2.
Considerações Sobre a Perfuração Seriada
• Logística eficiente.
• Supervisão efetiva.
• Rápida implantação das mudanças necessárias.
O projeto detalhado por Blikra et al. (2002), apesar de mais simples, pôde
destacar também as vantagens da realização das perfurações dos poços em
série. O projeto englobou 3 poços, realizando seriada nas seções estruturais de
36” (condutor) e 17 ½” (superfície). A distância entre as cabeças de poços foram
delimitadas em 10 m para permitir movimentação da sonda sem problemas com
a ancoragem. Algumas das vantagens dessa operação em série foram:
• Obtenção de uma curva de aprendizado através da perfuração das
mesmas seções três vezes em cada série pela mesma equipe de
perfuração.
• Uso da mesma sonda de perfuração.
• Redução das operações e de custos de logística.
• Perfuração de todas as seções com água do mar, sem necessidade
de mudança da lama.
• Perfuração das seis seções antes da primeira necessidade de
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descida de BOP.
• Devido a proximidade das cabeças de poço, houve redução do
tempo de manobra com o BOP, pois ele foi movimentado em baixo
da água.
Outro caso de sucesso a ser citado foi descrito por Valdez e Fleece (2005).
Eles analisaram a estratégia de perfuração seriada no campo de Atlantis no
Golfo do México. Após o programa, 4 poços foram construídos. Seguem abaixo
alguns pontos considerados extremamente importantes:
sul da China. Esse desenvolvimento havia uma característica diferente, que era
a disposição de 24 poços em um padrão circular. Várias questões como as já
citadas acima se repetem para este caso, como por exemplo, os desafios
logísticos e operacionais, implementações de lições aprendidas e
desenvolvimento de práticas recomendadas, maximização da curva de
aprendizado através de operações repetidas, entre outros. Eles enfatizam que o
sucesso para esse tipo de operação requer uma forte dedicação da equipe, um
planejamento sólido e uma comunicação clara. Além disso, entendem que
materiais, barcos, logística e a sonda são componentes chave para o processo e
possuem igual importância.
Como pode ser visto, todos esses projetos que executaram a estratégia de
perfuração seriada obtiveram sucesso em sua implantação adotando iniciativas
muito semelhantes. Em resumo, pode-se destacar as iniciativas relacionadas a:
planejamento adequado; operações de logística eficientes; tecnologia e práticas
de perfuração apropriadas; supervisão efetiva; processo eficiente de gestão de
mudanças; comunicação e envolvimento de todos no processo. Essas questões
são refletidas na redução das durações e consequentemente nos custos do
46
3.3.
Considerações Sobre as Duas Estratégias
Com base no que já foi exposto sobre as duas estratégias, nesta seção
será feita uma análise comparativa dos dois métodos, evidenciando suas
diferenças em termos de características e ganhos.
As questões identificadas devem ser levadas em consideração ao escolher
a melhor estratégia a ser adotada. Os itens que serão detalhados e suas
criticidades (relacionadas a importância desse item para a obtenção dos
benefícios da estratégia), encontram-se na Tabela 1.
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Planejamento
Logística
Gestão de Mudança
ser destacado é que a estratégia seriada requer uma rápida resposta aos
problemas e uma rápida implementação de mudanças, cooperação,
comunicação e trabalho em equipe, uma vez que terá menos tempo para iniciar
a mesma atividade no poço seguinte (Boodoo, Dwarkah e Rajnauth, 2003).
Já a Coordenação de Recursos Críticos para a entrada dos poços em
produção é mais crítica para a estratégia sequencial. Como nessa estratégia
executa-se a construção poço a poço, conforme for finalizando um poço este já
estará apto a entrar em produção, então alguns materiais críticos para permitir a
produção do poço devem estar sincronizados para chegarem a tempo de não
atrasar a entrada do poço em produção, como por exemplo, uma árvore de natal
molhada. Assim, essa coordenação de solicitação e chegada dos recursos
críticos para a entrada dos poços em produção se torna mais crítica para a
estratégia sequencial, uma vez que os poços serão concluídos mais rapidamente
do que os poços da estratégia seriada, que é feita por blocos. Então para a
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Curva de Aprendizado
Troca de Fluidos
Ajuste da Sonda
Duração da Campanha
finalizados por cluster e com base nos resultados do primeiro cluster pode-se
alterar o posicionamento dos poços dos demais clusters.
Dependendo do momento de Chegada da UEP à Locação, uma
alternativa torna-se mais favorável à outra. Por exemplo, se existe a
possibilidade de se iniciar a campanha dos poços tendo uma folga até a chegada
da UEP, a questão de entrada rápida dos poços em operação não irá interferir
no tipo de estratégia a ser definida, pois os poços, mesmo que prontos, terão
que ser abandonados temporariamente até a chegada da UEP. Então neste
caso realizar os poços em série não prejudicará os objetivos da Companhia.
Porém, se a UEP estiver pronta no local esperando somente a finalização dos
poços de forma a começar a produção, a estratégia sequencial pode ser a mais
indicada. Então a estratégia a ser adotada deve estar alinhada com a previsão
de chegada da UEP à locação.
Com base nas características e vantagens apresentadas de cada
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4
Metodologia para Comparação das Estratégias
Considerando Análise de Risco
quantitativa.
4.1.
Criação de Cronograma
4.2.
Identificação dos Riscos
4.3.
Análise de Risco
4.3.1.
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Análise Qualitativa
4.3.2.
Análise Quantitativa
Uma das técnicas mais tradicionais para lidar com decisões e análise de
risco sob incerteza é a simulação de Monte Carlo (Coelho et al., 2005). Segundo
Williamson, Sawaryn e Morrison (2006), devido a grande quantidade de
influências incertas ou não conhecidas interferindo nas estimativas de poços,
este método torna-se bastante favorável para aplicação. Desta forma, a análise
quantitativa a ser realizada nesta dissertação será através da simulação de
Monte Carlo, e por isso esse método será mais explorado na Subseção 4.3.3.
É importante ressaltar que, mesmo com as melhores ferramentas de
análise de risco disponível no mercado, os resultados obtidos através da
simulação serão muito dependentes da qualidade dos dados que deram entrada
nesta ferramenta. Então, a etapa de levantamento e análise dos dados é
fundamental e um bom tempo deve ser dedicado a ela para que se possa de fato
confiar nos resultados. Cunha (2004) acredita que esse aspecto é provavelmente
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4.3.3.
Simulação de Monte Carlo
poço), por seção (perfuração total de cada fase do poço) e por atividade
(perfuração, revestimento e cimentação). Cada uma tem suas vantagens e
desvantagens e elas devem ser analisadas cuidadosamente. Quanto maior a
quebra do escopo, mais fácil a análise particular de riscos e incertezas, porém
mais suscetível estará a esquecimento de atividades importantes e de problemas
com correlações dos dados (Williamson, Sawaryn e Morrison, 2006).
b) Coleta de Dados
Para realizar a quantificação das incertezas, será necessária uma coleta
de dados. O conjunto de dados a ser utilizado deve ser grande o suficiente para
representar uma gama de desempenhos e resultados e para minimizar os efeitos
de uma amostragem pequena. Os dados possuem uma grande importância para
a representatividade e coerência dessa análise, então esta só deve ser iniciada
quando tiver uma quantidade razoável de dados disponíveis, com qualidade e
organizados de maneira objetiva (Accioly e Martins, 1992).
Além disso, esse conjunto deve incluir características análogas àquelas
que se pretende estimar, para que os resultados possam ser representativos.
Uma vez em posse dos dados, estes devem ser analisados para verificar sua
consistência e neste momento algumas situações devem ser evitadas, conforme
destacado por Williamson, Sawaryn e Morrison (2006).
Deve-se evitar eliminar pontos considerados não usuais, fora da curva
(outliers), especialmente em estimativas de poços, pois esses pontos podem
representar riscos ou oportunidades e merecem ser investigados.
61
estimativa deve ser considerada uma distribuição, mesmo não tendo sido
identificado nenhum risco, uma vez que essa variação é inerente à própria
estimativa. A incerteza pode ser inserida no modelo incorporando-a na
distribuição das durações das atividades ou como um evento de risco, que seria
o segundo caso.
No caso de eventos probabilísticos, eles geralmente são modelados
através de distribuições discretas (define-se valores específicos que podem
ocorrer e sua probabilidade de ocorrência), provenientes da análise qualitativa,
histórico de eventos ou opinião de especialistas (Accioly e Gonçalves, 2008).
A aplicação de distribuições torna a incorporação de incertezas muito mais
realista. Porém, para isso é necessário que sejam contempladas no modelo as
distribuições que melhor ajustem e representem os dados. A forma de ajuste de
uma distribuição de probabilidade varia a depender de como foram obtidos os
dados, se por histórico ou por opinião de especialistas.
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5
Modelagem do Estudo de Caso
Esse capítulo visa apresentar o estudo de caso a ser analisado. Para tal, o
capítulo foi dividido da seguinte forma: Seção 5.1 detalhará as premissas
adotadas e o que estará fora do escopo; Seção 5.2 apresentará as
características dos dados coletados de duração dos poços; Seção 5.3 definirá o
sequenciamento estabelecido para construção dos poços nas estratégias
sequencial e seriada; Seção 5.4 explicará as considerações feitas para
realização da análise de risco; e, Seção 5.5 detalhará a estrutura proposta para
os cronogramas das estratégias sequencial e seriada.
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5.1.
Premissas Gerais
1
Base Adaptadora de Produção (BAP) é o primeiro equipamento instalado na
cabeça de poço, concebido para alojar o tubing hanger (que sustenta a coluna de
produção), receber e travar a ANM e receber os hubs de conexão das linhas de
produção e de controle, permitindo que o poço esteja em condições de produção
(Fernández, Pedrosa Junior e Pinho, 2009).
66
5.2.
Característica dos Dados
o Horizontais e produtores;
o Brocas de 36”, 17 ½”, 12 ¼” e 8 ½”;
o Revestimentos de 36” (condutor jateado), 13 3/8”
(superfície) e 9 5/8” (intermediário);
o Comprimento até cada fase: sapata do 36” 1.970 m, sapata
do 13 3/8” 2.540 m e sapata do 9 5/8” 3.280 m;
o Profundidade medida final de aproximadamente 4.400 m,
considerando pequenas variações de +/- 20 metros.
5.3.
Sequenciamento das Atividades
5.4.
Considerações para a Análise de Riscos
seria o valor mais provável, a distribuição triangular deve ser escolhida para os
casos que se tem uma amostra pequena de dados.
Com base nisso, os valores a serem considerados no estudo de caso para
as distribuições triangulares equivaleriam aproximadamente aos percentis2 P10,
P50 e P90 de uma distribuição de tempos perdidos, que seriam os valores de
mínimo, mais provável e máximo, respectivamente. Caso a variabilidade seja
pequena é possível se ajustar os valores definidos, mas o que se procurou fazer
é evitar valores muito extremos de NPT. Desta forma, foi considerado razoável a
utilização de valores P10 e P90.
Assim, as seguintes considerações serão feitas:
• Para o valor determinístico das durações dos cronogramas será
utilizado o valor médio das distribuições.
• Para as atividades de completação inferior e superior serão
consideradas as seguintes variações nas durações para a
distribuição triangular:
o Otimista: Tempo Produtivo + NPT mínimo de 15%
o Mais Provável: Tempo Produtivo + NPT de 25%
o Pessimista: Tempo Produtivo + NPT máximo de 40%
• Para as atividades no cronograma relativas à perfuração e DMM
(sem movimentação do BOP no fundo) em ambas as estratégias e
2
Percentil (Pn) é um valor, no qual, por definição, existe uma probabilidade de n%
de um valor escolhido aleatoriamente de uma gama de dados se encontrar abaixo dele.
Por exemplo, falar que o P50 é de X dias significa que 50% das durações encontram-se
abaixo do valor X (Williamson, Sawaryn e Morrison, 2006).
71
5.5.
Modelagem do Cronograma
6
Análise de Resultados
6.1.
Resultados Determinísticos
6.1.1.
Análise da Duração da Campanha
6.1.2.
Análise de Troca de Fluidos
6.1.3.
Análise de Ajuste da Sonda
6.1.4.
Análise de Entrada dos Poços em Produção (Ramp Up)
Outra análise importante a ser feita está relacionada a entrada dos poços
em produção, também conhecida como ramp up.
A Figura 32 apresenta para cada estratégia a data de entrada dos 6 poços
em produção.
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6.2.
Simulação de Monte Carlo e Resultados
6.2.1.
Análise de Risco para a Duração da Campanha
6.2.2.
Análise de Risco para a Entrada dos Poços em Produção (Ramp Up)
P1, P2 e P4, pouco impacto nos poços P3 e P6. O maior impacto foi para o poço
P5, que ficou inconclusivo.
Para entender quais são as atividades de entrada que mais impactam na
entrada de um poço em produção em ambas as estratégias, foi feita uma análise
de sensibilidade, apresentada na Figura 37. A análise será apresentada somente
para um poço, pois a resposta é semelhante nos demais poços.
Assim, a Figura 37 apresenta dois gráficos de tornado que ranqueiam as
atividades que mais impactam na construção de um determinado poço, para a
estratégia sequencial e seriada.
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7
Conclusões e Recomendações
posicionamento das cabeças de poço dos poços. Esse item depende do objetivo
da empresa com o projeto, permitindo uma flexibilidade no posicionamento das
cabeças de poços de forma a maximizar o fator de recuperação de óleo e gás do
campo. Uma análise adicional para se avaliar essa questão poderia ser a
inclusão das possíveis curvas de produção e dos custos de cada estratégia de
forma a permitir a geração do VPL dos projetos, incluindo na análise de VPL o
impacto da entrada de poços em produção em diferentes momentos.
Como o estudo de caso só compreende as atividades de construção dos
poços, também não foi considerada na análise a data de chegada da UEP à
locação, as chegadas de recursos críticos como dutos para interligar o poço a
plataforma e equipamentos como árvore de natal molhada, o compartilhamento
de recursos, como por exemplo, ter um conjunto de sondas para atender uma
carteira de projetos ao invés de ter uma sonda dedicada para o projeto, entre
outros. Então a incorporação de outros itens no projeto de forma a torna-lo mais
completo e real com as dificuldades do dia a dia pode influenciar nos resultados.
Além dessas questões, outro item a ser melhor desenvolvido é a análise
de risco que pode ser mais rigorosa. Podem ser feitas mais análises de
estresses nas durações, além de tentar inserir riscos mais apropriados a cada
uma das alternativas, incluindo análises diferentes para casos de projetos pós-
sal e pré-sal. Não existem muitos casos reais de construção seriada na
Petrobras que permitissem a identificação de riscos e a construção de
distribuições mais adequadas, principalmente relacionados a logística,
planejamento e gestão de mudanças.
89
Outra análise que pode ser feita é comparação desses resultados com os
resultados de um projeto híbrido, onde são aplicadas ambas as estratégias,
sequencial e seriada.
Por fim, mesmo com as simplificações feitas, pode-se concluir que a
estratégia seriada apresentou melhores resultados em termos de redução da
duração do projeto quando comparada a estratégia sequencial, podendo se
tornar uma excelente alternativa para determinados tipos de desenvolvimentos
de projetos marítimos de óleo e gás.
Para projetos de pós-sal, a estratégia seriada pode vir a se tornar uma
tendência para o desenvolvimento de poços nos projetos futuros. Isso ocorre
devido ao grande conhecimento já adquirido nessas áreas, cujas laminas d´água
não são ultraprofundas e geralmente possuem menos complexidade, permitindo
a aplicação da estratégia seriada sem maiores problemas.
Para projetos do pré-sal, a estratégia seriada pode se tornar uma
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tendência em um futuro próximo para as duas primeiras fases dos poços, que
ainda não requerem a instalação do BOP. Já para as fases seguintes, o fato das
cabeças de poços terem que estar posicionadas pertos uma das outras, para se
obter o ganho da movimentação do BOP por debaixo da água, exige na maioria
das vezes uma trajetória de perfuração mais complexa dos poços, sendo
necessários que eles sejam direcionais e muito inclinados. Trajetórias complexas
de poços para o pré-sal trazem riscos ainda maiores para a construção de
poços, adicionando assim mais risco para uma região que ainda é pouco
conhecida e consequentemente tem muita incerteza. Desta forma, ainda está
muito cedo para afirmar que a estratégia seriada será uma alternativa altamente
viável para o pré-sal.
90
8
Referências Bibliográficas
BLIKRA, H.; ANDERSEN, R.; HOSET, H.; VESTVIK, J.; BERG, H. Cost-
Effective Subsea Drilling Operation on the Smallest Norwegian Field
Development. IADC/SPE Drilling Conference, Dallas, Texas, 2002.
CHAPMAN, C.; WARD, S. Project Risk Management. John Wiley & Sons
Ltd, Second Edition, 389 pages, 2003.