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Introdução...................................................................................................................................3
Sigilo profissional.......................................................................................................................4
Sigilo na Empresa.......................................................................................................................6
Impacto do sigilo profissional no exercício de uma função.......................................................6
Conclusão..................................................................................................................................11
Bibliografia...............................................................................................................................12
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Sigilo profissional
Para Sampaio e Rodrigues (2014,p. 86), o sigilo profissional trata de uma informação a ser
protegida, impõe uma relação entre privacidade e publicidade, cujo dever profissional se
estabelece desde a se ater ao estritamente necessário ao cumprimento de seu trabalho, a não
informar a matéria sigilosa.
O sigilo profissional guarda de informações obtidas em razão do exercício profissional, de
tudo aquilo que lhe foi confiado como sigilo, ou o que veio a ser conhecido devido seu
estatuto profissional está previsto em muitos dispositivos legais.
Para Kombo (p. 22), o respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve
ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante.
Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é
obrigatória.
Para Pereira (2015), manter os sigilos da empresa é uma das características obrigatórias para
todos os profissionais.
O respeito aos segredos das pessoas, negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na
formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude
da lei, e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas.
Esse entendimento norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo profissional, em
particular o sigilo médico.
Barroco e Terra (2012, p. 92 citado por Sampaio e Rodrigues (2014,p. 88) afirmam que “o
sigilo profissional é parte de todas as profissões liberais e sua polémica decorre da
possibilidade da quebra do sigilo, pois coloca dúvidas acerca de sua justificação, em outras
palavras: em quais situações seria correto quebrar o sigilo?”
Para Dias et al (2013, p. 446) é de extrema importância manter segredo das informações do
cliente, nas situações adequadas, e preservar sua privacidade, o que remete a questões de ética
e moral, bem como aspectos relacionados à humanização dos serviços. Deve-se considerar
que, em se tratando de privacidade, não importa cor, sexo ou orientação sexual do paciente. É
um aspecto que deve contemplar, inclusive, a dimensão etária, estendendo- se desde os
recém-nascidos até as pessoas idosas. Na sociedade actual, há um conjunto muito vasto de
informações a respeito dos indivíduos e das instituições para viabilizar o atendimento aos
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pacientes, planejar a alocação de recursos e a gestão de serviços de saúde, entre outras
funções. Ante tantas informações, obtidas das mais diversas formas, ampliam-se as
possibilidades e os riscos do uso indevido e de quebra de privacidade de indivíduos e, mesmo,
de instituições.
Conceito de Profissão
Para Nalini (2009, p. 294) conceitua-se profissão como uma actividade pessoal, desenvolvida
de maneira estável e honrada, ao serviço dos outros e a benefício próprio, de conformidade
com a própria vocação e em atenção à dignidade da pessoa humana.
O exercício de uma profissão pressupõe um conjunto organizado de pessoas, com racional
divisão do trabalho, na consecução da finalidade social: o bem comum.
O espírito de serviço, de doação ao próximo, de solidariedade, é característica essencial à
profissão. O profissional que apenas considere a sua própria realização, o bem-estar pessoal e
a retribuição económica por seu serviço não é alguém vocacionado.
A profissão deve ser exercida de modo estável e honroso. Por se cuidar da concretização de
um projecto de vida, em regra, a profissão perdura durante a existência toda. A duração de
uma vida humana, malgrado os progressos da medicina, ainda é infinitamente curta. O tempo
passa rápido demais e não se dispõe de reservas infinitas dele para um jogo contínuo de
tentativas, erros e acertos profissionais.
O exercício honroso da profissão quer dizer que o profissional deverá se conduzir de acordo
com os seus cânones. Espera-se do professor que ensine, do médico que se interesse e lute
pela saúde do paciente, do enfermeiro que o atenda bem. Do condutor, que dirija com
segurança. Do pedreiro, que construa adequada e solidamente. Do advogado, que resolva
juridicamente as questões de direito postas perante seu grau.
Não se pode admitir de quem optou pela função do direito, do recto, do correto, que se porte
incorrectamente no desempenho profissional. As infracções profissionais são muito graves,
pois constituem traição do infractor ao seu projecto de vida. A um compromisso só por ele
assumido e que não soube, ou não quis, honrar.
O exercício profissional ainda deve ser de acordo com o conceito da dignidade humana. As
actividades laborais humanas não existem para movimentar a economia.
Elas são voltadas à realização das pessoas, de maneira a que se realizem integralmente,
concretizando suas potencialidades até a plenitude possível.
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Sigilo na Empresa
Para Sampaio e Rodrigues (2014,p. 89), partindo do princípio de que o ser humano é o grande
e fundamental agente da empresa, tem-se que o comportamento, o carácter de cada integrante
da empresa, desde o Presidente até o último colaborador contratado, imprimirá o estilo à
organização e sua cultura. Nesse aspecto, o papel do profissional de secretariado exerce
fundamental importância.
O perfil desse profissional, diante do cenário actual, exige que se adeqúe à nova realidade:
administrando a velocidade, a escassez de recursos, o volume de informações, pressão de
tempo, o impacto das mudanças em razão das novas tecnologias, além de garantir a boa
imagem da instituição.
A pessoa, com todas as características que lhe são inerentes, tem um cunho específico que a
distingue: sua identidade.
Para Whitaker e Cavalcanti (2010) um dos valores que contribuem para que se mantenha esse
clima de respeito em uma organização é o sigilo. A informação confidencial ou privilegiada
acerca da vida das pessoas e das empresas, que chega ao conhecimento de alguém, por força
do cargo ou função que desempenha, deve ser mantida sob reserva. O sigilo, portanto, é
também um valor na empresa, que não conflitua com a exigência da transparência.
A atitude profissional mais assertiva é a de procurar não ir além do que é necessário para o
cumprimento do objectivo profissional e, estando imerso nele, pensar sobre “dizer ou não
dizer”. Poder-se-ia, também, questionar acerca da troca de informação que alegadamente não
prejudicaria terceiros. Mas o ato de partilhar o que foi apropriado, no exercício da profissão,
sem autorização da fonte, por si só, já constitui um preceito eticamente reprovável, podendo
gerar dúvidas acerca do que deve e não deve ser mantido em sigilo. Assim, parece ser mais
adequado que o cuidado seja canalizado para uma comunicação restrita apenas ao necessário
interesse do direito do autor.
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O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na
formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Documentos, registos contábeis, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais,
dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação pode representar sérios
problemas para a empresa ou para os clientes do profissional.
É necessário que o médico tenha conhecimentos acerca das determinações legais que
fundamentem a sua conduta, no caso de eventual necessidade de quebra de sigilo, posto que
esta questão se distingue pelo seu carácter relativo, mesmo quando submetida à apreciação
jurídica, levando em consideração as peculiaridades de cada um. Desse modo, a decisão de
quebra do sigilo médico deve ser pautada pela reflexão e prudência, devido às repercussões
éticas, penais e civis associadas a esse procedimento.
A grande razão de ser do sigilo médico é a protecção à intimidade, à vida privada e à honra,
constitucionalmente garantidas em nosso ordenamento, preceito que remonta às épocas
antigas, já constando do juramento de Hipócrates que “o que, no exercício ou fora do
exercício e no comércio da vida, eu vir ou ouvir, que não seja necessário revelar, conservarei
como segredo”, sendo assim uma das reservas morais da medicina e que, felizmente, conta
com protecção legal.
A atitude profissional mais assertiva é a de procurar não ir além do que é necessário para o
cumprimento do objectivo profissional e, estando imerso nele, pensar sobre “dizer ou não
dizer”. Poder-se-ia, também, questionar acerca da troca de informação que alegadamente não
prejudicaria terceiros.
Mas o ato de partilhar o que foi apropriado, no exercício da profissão, sem autorização da
fonte, por si só, já constitui um preceito eticamente reprovável, podendo gerar dúvidas acerca
do que deve e não deve ser mantido em sigilo. Assim, parece ser mais adequado que o
cuidado seja canalizado para uma comunicação restrita apenas ao necessário interesse do
direito do autor
Sigilo médico
O sigilo médico é o silêncio que o profissional da medicina está obrigado a manter sobre
factos de que tomou conhecimento no exercício da sua actividade, e que não seja imperativo
divulgar. O segredo médico é o facto que não deve ser revelado. A obrigação do sigilo médico
nos dias de hoje, na perspectiva da bioética, terá paradigmas distintos dos existentes na época
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hipocrática, tendo como pressuposto a ideia de que a profissão médica pela sua natureza
estará sujeita a uma mais rigorosa conduta.
A passividade do ordenamento jurídico perante tal fenómeno determinaria a rendição do
direito ante um novo culto da desigualdade pelo que a invocação do sigilo ao segredo médico
tem toda a sua legitimidade.
Hoje o sigilo médico é uma condição essencial para o relacionamento entre o médico e o seu
doente, baseando-se no interesse moral, social e profissional, pressupondo uma base de
verdade e de mútua confiança. O silêncio exigido aos médicos tem a finalidade de impedir a
publicidade sobre certos factos, cuja revelação traria prejuízos aos interesses morais e até
económicos dos doentes.
A privacidade de um indivíduo é, pois, uma mais-valia que consagra a defesa das liberdades e
garantias dos cidadãos e a segurança das relações privadas. A Declaração Universal dos
Direitos Humanos assegura mesmo o direito de cada pessoa ao respeito pela sua vida privada.
De acordo com o nosso código Deontológico, o médico deverá guardar segredo de todos os
factos de que tenha conhecimento em consequência da sua actividade, zelando para que os
seus colaboradores ou membros da equipa de saúde que integra, se comportem em
conformidade com as regras do segredo profissional, cabendo-lhe esclarecer esses mesmos
membros, quanto ao carácter confidencial das informações clínicas.
Mesmo que o segredo médico pertença ao doente, há que considerar que essa reserva de
informações é relativa, pois aquilo que se protege não é a vontade exclusiva de um
isoladamente, mas sim a tutela do bem comum ou seja os interesses de ordem pública e a
estabilidade social. O que se proíbe é a revelação ilegal, que tenha como motivação a má-fé, a
leviandade ou interesses pouco claros. Entende-se por dever legal por outro lado, a quebra do
segredo por obediência ao que está regulado em lei, e o seu não cumprimento constituirá
crime.
No que concerne ao segredo médico, poder-se-á dizer que poucas serão as situações
apontadas na norma, de que é exemplo, a notificação de doenças transmissíveis.
Justa causa e dever legal são pois coisas distintas, considerando-se dever legal aquilo que está
claramente definido na lei. Não haverá infracção por quebra do segredo médico, quando tal se
verifique a pedido do doente maior e capaz, ou dos seus representantes legais em situação
contrária.
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Sigilo bancário
Para o Boletim da República (2014, p. 36) no artigo 24, é proibida a divulgação, a revelação
ou utilização de informação sobre factos ou elementos respeitantes à vida de instituições de
crédito e sociedades financeiras ou às relações destas com os seus clientes, cujo conhecimento
advenha exclusivamente do exercício de funções ou da prestação de serviços. Os nomes dos
clientes, as contas, os movimentos e outras operações financeiras estão especialmente sujeitos
a segredo. Os factos ou elementos das relações do cliente com as instituições de crédito e
sociedades financeiras podem ser reveladas, mediante autorização expressa do cliente.
No caso das decisões em saúde, elas somente serão tomadas em esfera de efectiva autonomia,
assegurando-se que nelas não interfira, como factor determinante, o temor do impacto social
causado por um virtual conhecimento de dados que apenas deveriam ser revelados pelo
paciente a quem interessasse e no momento e extensão que lhe conviesse. O sigilo lhe
permitirá, nesse caso, exercer plenamente seu direito à individualidade, à diversidade e às
liberdades constitucionais, mediante a garantia da aquiescência ou recusa sigilosas, bem como
a devida e prévia informação e elucidação das perspectivas envolvidas.
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Essa situação tem, como exemplo frequente, o caso dos testemunhas de Jeová, quando o
paciente capaz é consultado acerca da permissão ou não para receber sangue. Sua recusa
consciente a tal conduta – possibilidade que também defendemos – deve ser observada
mediante a garantia do integral sigilo, inclusive quanto ao acesso aos dados e eventual
autorização consignados em prontuário, a fim de assegurar a resposta mais fidedigna possível,
porquanto somente à sua consciência o paciente deve contas da decisão tomada. Com efeito,
talvez diante da garantia de absoluta confidencialidade de sua decisão, o paciente se
dispusesse a autorizar procedimento acerca do qual não se sente à vontade para aceitar em
público, submetendo-se, antes dos ditames de sua consciência, ao julgamento exterior, mesmo
que dos entes mais próximos.
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Conclusão
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Bibliografia
BOLETIM DA REPÚBLICA (2014). 8.º SUPLEMENTO. IMPRENSA NACIONAL DE
MOÇAMBIQUE, E.P.
DIAS, Orlene Veloso (2013). Segredo profissional e sua importância na prática de
enfermeiros e odontólogos. Montes Claros/MG, Brasil.
KOMBO, Kombo Ernesto. Ética profissional. Beira, UCM.
NALINI, José Renato (2009). ETICA GERAL E PROFISSIONAL. 7ª Edição, São Paulo,
Editora Revista dos Tribunais.
PEREIRA, Grasielly. Quais são as características essenciais de um bom profissional?
Recuperado em https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/quais-so-as-caractersticas-essenciais-
de-um-bom-profissional/ 2 de setembro de 2015
SAMPAIO, Simone Sobral, RODRIGUES, Filipe Wingeter (2014). Ética e sigilo
profissional. São Paulo, UFSC.
VILLAS-BÔAS, Maria Elisa (2015). O direito-dever de sigilo na protecção ao paciente.
Salvador, Universidade Federal da Bahia.
WHITAKER, Maria do Carmo, CAVALCANTI, Thais Novaes (2010). Ética e sigilo na
empresa e os profissionais de secretariado. São Paulo.
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