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PROPRIEDADES MECANICAS DE COMPÓSITOS DE

FIBRAS DE SISAL E MATRIZ POLIURETANA PARA USO EM


REFORÇO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA

Ricardo Fernandes Carvalho1, Carlito Calil Júnior2*

1
Universidade Federal da Bahia - UFBA, Campus de Salvador, Salvador-BA
2*
Universidade de São Paulo – USP, Campus de São Carlos, São Carlos, SP, calil@sc.usp.br

Este trabalho apresenta a caracterização de propriedades mecânicas de compósitos de tecidos trançados com fibras de
sisal. As fibras naturais têm sido estudadas como substitutas das fibras sintéticas, aproveitando as relações entre custo e
desempenho mecânico, além dos aspectos ambientais favoráveis. Os resultados obtidos nos ensaios realizados são a
força máxima de ruptura, a rigidez e as curvas força x deformação de amostras produzidas a partir de um tecido
manufaturado, originalmente destinado à decoração de ambientes e impregnado com três resinas diferentes - duas
resinas de poliuretana derivada da mamona e outra resina epóxi. Também são realizados análises microscópicas da
estrutura de cada compósito com a finalidade de avaliar o método de impregnação, o modo de ruptura e as relações da
microestrutura com o desempenho mecânico. Os resultados obtidos indicam desempenho mecânico comparável entre a
resina epóxi e a resina poliuretana mas também indica a necessidade de otimizar o processo de impregnação.

Palavras-chave: aplicações estruturais, sisal, poliuretana, compósitos.

Mechanical properties of composites of sisal fabrics and polyurethane matrix for use in reinforcement wood
structures

This work presents the mechanical properties characterization of fabrics composites braided with sisal fibers. The
natural fibers have been studied as substitutes of the synthetic fibers taking advantage of the relationships between cost
and mechanical behavior, besides the favorable environmental aspects. The results obtained are the maximum force of
rupture, the rigidity, and the curves it forces x deformation of samples produced from a manufactured fabric used to the
decoration and impregnated with three different resins; two resins from the castor oil and one epoxy resin. Microscopic
analyses of the structure of each composite were also accomplished to compare the impregnation method, rupture way
and relationships of the microstructure with the mechanical behavior. The results indicate similar mechanical behavior
between epoxy and one component polyurethane resins. But it showed indicates the need to optimize the impregnation
process also.

Keywords: structural applications, sisal, polyurethane, composites materials.

Introdução
O uso de fibras naturais como reforço de polímeros em compósitos em substituição a fibras
sintéticas como a fibra de vidro têm apresentado bastante interesse dos pesquisadores devido às
vantagens como o custo efetivo, a baixa densidade, a elevada resistência específica, e também por
ser um recurso renovável. O uso sistemático das fibras sintéticas nas indústrias de alta densidade
tecnológica e de elevado valor agregado como a indústria naval, aeronáutica, espacial, esportiva de
alto desempenho, entre outras, já há bastante tempo fornecem grande impulso às pesquisas deste
material. Por outro lado, o uso das fibras naturais como material de reforço é registrada pela história
desde a antigüidade, mas apenas recentemente o estudo científico desta solução vem sendo
incrementado. A pesquisa do uso de recursos renováveis utilizando resinas derivadas de plantas
como o amido de milho e o óleo de mamona, por exemplo. O Instituto de Química de São Carlos
têm desenvolvido sistemas poliuretanos a partir do óleo de mamona, e estes sistemas têm
apresentado após a cura elevado desempenho de aderência à madeira, estabilidade em presença de
água e alta resistência ao risco. O uso previsto da técnica em desenvolvimento é o reforço de
estruturas de madeira. A reabilitação de estruturas de madeira com compósitos têm sido aplicada
tanto em construções antigas, com interesse econômico cultural e turístico relevante, quanto em
sistemas pré-fabricados. Neste trabalho, são apresentados os resultados obtidos de estudos
comparativos de desempenho entre dois sistemas poliuretanos derivados do óleo de mamona e um
sistema epóxi, todos utilizados como impregnantes num tecido de fibras de sisal.

Experimental
Os materiais utilizados foram o tecido de sisal e as resinas de impregnação. O sisal foi
fornecido pela Associação dos Pequenos Agricultores do Município de Valente - BA (APAEB), as
resinas poliuretanas foram desenvolvidas e fornecidas por grupos de pesquisa do Instituto de
Química de São Carlos (IQSC/SP) e a resina epóxi adquirida comercialmente. O tecido selecionado
é produzido industrialmente, identificado comercialmente como EB (telinha), destinado à decoração
de ambientes com um arranjo formado pelo urdume bidirecional de fios simples, intercalado pela
trama unidirecional de fios duplos todos com 2mm, configurando nesta direção 3 vezes mais fios
que na direção perpendicular. Portanto, o tecido selecionado pode ser descrito como direcional. A
gramatura do tecido é de 1394g/m2. O adesivo poliuretano (PU) bicomponente à base de mamona
(Ricinos communis) foi desenvolvido por pesquisadores do grupo de Química Analítica e
Tecnologia de Polímeros (LQATP) do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São
Paulo. A resina é composta de pré-polímero e poliol e o equilíbrio estequiométrico da mistura afeta
as características do material. O tempo em aberto da mistura variou entre 15 a 25 minutos em
função da temperatura ambiente. O sistema epóxi utiliza a proporção de mistura em massa de
100:33 (resina:endurecedor), comercialmente disponíveis e identificadas como AR300 e AH-30,
respectivamente. Segundo o fornecedor, o sistema apresenta as propriedades físicas (mistura a
25°C) e mecânicas (após cura completa) relacionadas abaixo.
Tabela 1. Algumas características da resina epóxi. Fonte: Barracudatec (2003).
Propriedades Valor Unidades e observações
Viscosidade 900 - cps -
Gel time 30 - min -
Resistência à flexão 10,1 - MPa -
Resistência à compressão 15,1 - MPa -
A poliuretana monocomponente é fornecida com o a mistura entre pré-polímero e poliol já
equilibrada estequiometricamente e, ainda fluida, a resina apresenta aparência levemente amarelada.
Carlo e Polito (2002) relatam que o uso de aceleradores aumento o desempenho mecânico da resina
endurecida.
Tabela 2. Algumas características da resina poliuretana mono componente. Fonte: Carlo e Polito (2002)
Propriedades Valor Unidades e observações
Viscosidade Brookfield 75,20 Cps
Densidade 0,96 g. cm-3
Solventes Ésteres e Aromáticos
Teor de -NCO 2,20 % sobre sólidos
Teor de Sólidos 35 %
Os corpos de prova foram confeccionados a partir de amostras do tecido com as seguintes
características geométricas: largura 30mm, comprimento 250mm e espessura 3mm. As mostras de
tecido foram secas em estufa por 24 horas a 1053C e após a retirada da estufa, foram
imediatamente impregnadas por imersão. A mistura da poliuretana bicomponente foi realizada em
ambiente fechado para evitar a incorporação de ar durante o processo. A mistura e a impregnação
manual exigiram atenção sobre o tempo em aberto de cada resina. A cura foi realizada sob
temperatura e pressão ambientes, durante 7 dias. As metodologias adotadas na confecção dos
corpos de prova e na condução dos ensaios de tração foram orientadas pela a norma americana
ASTM D3039 (1997), que estabelece procedimento para a realização de ensaios de tração em
materiais compósitos. A velocidade de deslocamento das garras da prensa foi limitada a 2mm/min.
As dimensões dos corpos de prova foram 30mm x 250mm, maiores do que os limites mínimos

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recomendados, pois o tecido é manufaturado a partir de cordas com diâmetros de 2mm. O
equipamento utilizado na realização dos ensaios foi a máquina digital DARTEC do LaMEM
(Laboratório de Madeiras e Estruturas de Madeiras), com capacidade nominal de 100kN. Para as
microscopias óticas foram utilizados microscópio metalográfico e lupa ótica, ambos acoplados a um
sistema de formação de imagens em meio eletrônico. A preparação dos exemplares para a
microscopia foi realizada de maneira a se obter uma lâmina intermediária do compósito.

Resultados
Os resultados obtidos para cada matriz estão apresentados a seguir, inicialmente o aspecto físico dos
exemplares e os ensaios de tração e, em seguida, as respectivas microscopias.
Compósito poliuretana bicomponente - tecido de sisal
A figura 1 abaixo apresenta o aspecto visual do compósito sisal-poliuretana bicomponente (PU2),
observa-se a formação intensa de bolhas em decorrência do processo de polimerização, sob pressão
e temperatura ambientes.

Figura 1. Aspecto visual do compósito Sisal-PU2


Na figura abaixo (figura 2) estão apresentados os resultados de tração dos 7 exemplares de
compósito PU2-sisal, na qual pode ser observado que 3 exemplares só atingiram o limite da
capacidade de carga com deslocamentos bastante significativos, além dos 20mm.
TRAÇÃO EM TECIDOS DE SISAL - Impregnados com mamona bi-componente
3,2

3,0

2,8

2,6

2,4

2,2

2,0
Força (kN)

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00
Deslocamento (mm)

Figura 2.Tração em compósito sisal-poliuretana bicomponente derivada da mamona


Na figura 3, apresentam-se os mesmos resultados do ensaio de tração com os deslocamentos
limitados em 20 mm, também se apresenta a média das resistências máximas obtidas (2kN).

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TRAÇÃO EM TECIDOS DE SISAL - Impregnados com mamona bi-componente
3,2

3,0

2,8

2,6

2,4

2,2
2,0 kN
2,0

Força (kN)
1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00

Deslocamento (mm)

Figura 3. Tração com deslocamento limitado em compósito sisal-poliuretana bicomponente derivada da mamona
Compósito poliuretana monocomponente - tecido de sisal
A figura 4 abaixo apresenta o aspecto visual do compósito poliuretano monocomponente (PU1) –
sisal. Observa-se novamente a formação de bolhas na superfície, embora em menor intensidade, em
relação à poliuretana bicomponente.

Figura 4. Aspecto visual do compósito Sisal-PU2


Na figura 5, são apresentados os gráficos do ensaio de tração (força x deslocamento) em compósitos
de poliuretano monocomponente-sisal além da média das resistências máximas obtidas (3,7kN).
5,5

5,0

4,5
4,1kN
4,0

3,5
Força (kN)

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Deslocamento (mm)

Figura 5. Tração em compósito de sisal-PU1


Em seguida, foi realizada a investigação microscópica para se obter uma melhor avaliação da
distribuição de vazios formados no processo. A imagem da lâmina intermediária do compósito
PU1-sisal está apresentada abaixo nas figuras 6a e 6b, nas quais pode-se observar a formação de
vazios (1) decorrente do processo de polimerização. Os vazios observados foram aprisionados no

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interior dos volumes de resina, entre os fios de sisal que formam o tecido. A forma observada dos
vazios é esférica

(a) (b)
Figura 6. Microscopia ótica do compósito PU1 – sisal. (a) tramissão (b) reflexão

Compósito epóxi - tecido de sisal


A figura 7 abaixo apresenta o aspecto visual do compósito sisal-epóxi, observa-se que visualmente
não há, ou é discreta e localizada, a formação de bolhas.
2mm

Figura 7. Aspecto visual do compósito epóxi - sisal


Na figura 8 abaixo os resultados do ensaio de tração em compósitos de epóxi-sisal e a média das
resistências máximas obtidas (4,1kN).
5,5

5,0

4,5
4,1kN
4,0

3,5
Força (kN)

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Deslocamento (mm)

Figura 8. Tração de compósito epóxi – sisal


A imagem da lâmina intermediária do compósito epóxi-sisal está apresentada abaixo na figura 9, na
qual pode-se observar a formação de vazio próximos à superfície dos fios de sisal vazios (1),
aprisionados no processo impregnação e cura. A forma observada dos vazios também é esférica

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1mm

Figura 9. Microscopia ótica do compósito epóxi – sisal


A descrição estatística dos resultados obtidos, tanto das resistências quanto dos deslocamentos estão
apresentados na tabela 3 e na figura 10, abaixo.
Tabela 3. Resumo de Resistências e deslocamentos na tração
Ensaio de tração PU1 Epóxi
Quantidade de exemplares 9 10
Máxima 4,51 5,40
Média 3,65 4,08
Resistência
Mínima 2,74 2,96
(kN)
Desvio Padrão 0,652 0,809
CoV. 17,84% 19,84%
Deslocamento Máximo 9,06 7,39
(mm) Mínimo 5,16 4,59

A figura 10 apresenta graficamente a média, a amplitude do desvio padrão e 1,67 vezes as


amplitudes deste mesmo desvio.
6,0

±1.96*Desvio Padrão
5,5 ±1.00*Desvio Padrão
Média
5,0

4,5

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0
EPOXI PU_1

Figura 10. Diagrama de intervalos dos valores de resistência dos compósitos

Discussão
Os modos de ruptura dos compósitos são bastante diferentes do modo de ruptura dos tecidos. A
ruptura do tecido de sisal, pode ser compreendida como resultado das rupturas localizadas, de uma
ou poucas fibras, e a posterior redistribuição de esforços entre as fibras próximas que passam a
atuar sob novos níveis de tensão. No caso do tecido, a transferência dos esforços entre as fibras
ocorre apenas pela interação física entre fibras adjacentes. A ruptura do tecido pode ser atribuída
tanto à ruptura do conjunto de fibras da seção rompida quanto à perda da interação mecânica das
fibras decorrente da torção aplicada na produção dos fios. A forma de ruptura do compósito

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poliuretano bicomponente-sisal foi semelhante à ruptura em tecidos não impregnados,
caracterizando-se pelo deslocamento excessivo antes da ruptura do material. As impregnações com
as resinas poliuretanas não resultaram num material visualmente satisfatório. A formação de bolhas
superficiais altera as características estéticas do tecido de sisal, sendo a estética um valor a ser
considerado em diversas aplicações de reabilitação de estruturas de madeira. O desempenho
mecânico da poliuretana bicomponente também foi fortemente influenciado pela presença de
vazios. Em relação ao desempenho da impregnação com epóxi, a poliuretana monocomponente
apresentou um desempenho comparável. A tabela 4 apresenta a comparação estatística ente as
resistências médias obtidas, considerando o grau de significância adotado (5%) não se pode atribuir
diferença significativa entre as médias obtidas.
Tabela 4.Comparação estatísticas das resistências médias
Desvios t
N Médias GL t
Padrão observado
EPOXI 10 4,078 0,809 1,254 17 1,740
PU 1 9 3,652 0,652

Tomando-se como referência às seções nominais dos compósitos (30mmx3mm) as tensões


correspondentes às resistências médias são de 45,3MPa para o compósito impregnado com epóxi e
40,6MPa para o compósito impregnado com a poliuretana monocomponente. Estas são resistências
superiores às registradas pela literatura para madeiras das coníferas (pinus sp).Os vazios
apresentaram um formato esférico, exceto quando limitados pelo próprio tecido. Pode-se observar
pela microscopia que o tamanho dos vazios aprisionados pela resina epóxi são bem menores que os
aprisionados pela resina poliuretana monocomponente.

Conclusões
A aplicação prevista deste material na reabilitação de estruturas de madeiras introduz critérios
estéticos para aceitação do material. A formação ou aprisionamento de bolhas superficiais visíveis
limita a aplicação em arquitetura das poliuretanas, com as técnicas empregadas neste trabalho. O
tecido utilizado foi desenvolvido para aplicações em decoração e portanto a eficiência dos
compósitos pode ser aumentada a partir do desenvolvimento de tecidos específicos para o reforço
estrutural. Os resultados obtidos demonstram o potencial da substituição de compósitos usuais com
fibras sintéticas e resinas epoxídicas por compósitos de fibras de sisal e resinas derivadas da
mamona, resultando em produtos menos agressivos ao meio ambiente tanto na produção como na
destinação final. Outros métodos de preparação, impregnação, moldagem dos compósitos devem ser
investigados de forma a diminuir a quantidade de vazios e tendo em vista as condições de
aplicabilidade no canteiro de obra.

Agradecimentos
CAPES - Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
APAEB - Associação dos Pequenos Agricultores do Município de Valente – BA.
IQSC – Instituto de Química de São Carlos.

Referências Bibliográficas
CARLO, E.; POLITO, W. L. (2002). Sobre o desenvolvimento, aplicação e
caracterização de um novo material poliuretano monocomponente baseado em óleo de
vegetal com processo de cura pela umidade do ar. Apresentação em CD.
ARAÚJO, L. C. R. (1992). Caracterização química, térmica e mecânica de poliuretanas
elastoméricas baseadas em materiasi óloequímicos. São Carlos. Dissertação (mestrado).
Instuto de Física Químicade são carlos - usp.

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American Society for Testing and Materials (1995). ASTM D3039-95 - Standard Test Method for
Tensile Properties of Polymer Matrix Composite Materials. Philadelphia.

CARVALHO, R.F.(2001) Compósito de poliuretana e fibras vegetais para reabilitação estrutural e


funcional de estruturas de madeira, Tese de doutorado. EESC/USP. Orientador: Carlito Calil Junior

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