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Elementos de Máquinas I

Introdução ao Projeto
Aula 1

Prof.ª Lays Gama


Departamento de Engenharia Mecânica – DEM
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Componente Curricular
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Elementos de máquinas I – 4336
Carga horária: 68 horas  34 aulas de 2 horas (aula) – 17
semanas
Periodicidade: Semestral
Ementa:
Fundamentos de projetos de elementos de união e
potência e elementos elásticos.
Objetivos:
Dimensionar e selecionar elementos de máquinas com
base na solicitação/ tensão, resistência/ critérios e
segurança do componente.
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3 Programa da Disciplina

 Parafusos atarraxantes;

 Parafusos de potência;

 Molas: helicoidais de tração, compressão e torção, planas

e feixe de molas;

 Pinos e rebites e

 Aplicações.

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4 Bibliografias

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Critério de Avaliação
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 Prova 1 100% da nota do 1ºBim (N1)


 Prova 2 100% da nota do 2ºBim (N2)

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Introdução ao Projeto
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Uma das funções mais importantes do engenheiro mecânico é
o projeto mecânico que consiste em criar ou aprimorar
equipamentos existentes buscando sempre tornar disponível o
projeto ótimo, consistente com as restrições de tempo,
dinheiro e segurança, determinadas pela aplicação do
mercado.
No projeto de máquinas,
é essencial reconhecer a
função e o desempenho
de cada peça e a
relação que estas
estabelecem umas com
as outras na máquina
como um todo.
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7 Introdução ao Projeto
O objetivo final consiste em dimensionar as peças, escolher
os materiais e processos de manufatura apropriados para
que a máquina desempenhe sua função sem falhar, para
isso fazem-se necessárias:
 Análise de forças;
 Análise de momentos;
 Análise de torques;
 Análise dinâmica;
 Análise das tensões;
 Análise das deflexões.
De cada sistema.
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8 Introdução ao Projeto
Máquina: um aparato que consiste em unidades inter-
relacionadas, modificando a força ou movimento através dos
mecanismos ou elementos de máquinas que contém.

Se a máquina apresenta
movimentos lentos e
acelerações desprezíveis,
uma análise estática basta.
Para acelerações
significativas, uma análise
dinâmica das forças é
necessária, pois as peças
se tornam “vítimas de suas
próprias massas”.
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9 Processos de Iteração em Projetos

 Em um projeto de máquinas é preciso admitir uma


configuração inicial para cada peça, utilizar suas
propriedades de inércia (massa, centro de gravidade,
momento de inércia da massa) para realizar uma análise
dinâmica e assim determinar as dimensões ótimas do
dispositivo e assim as tensões e forças resultantes.

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11 Metodologias de Projeto
Etapas de um Projeto  O método não é utilizado
1. Identificação da necessidade de forma linear, a iteração
2. Pesquisa preliminar
é necessária ao longo do
projeto para obtenção da
3. Estabelecimento do objetivo
“perfeição”.
4. Especificações de desempenho

5. Idealização e inovação

6. Análise

7. Seleção

8. Projeto detalhado

9. Prototipagem e teste

10. Produção
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12 Etapas de um Projeto
 Identificação da necessidade:
“Precisamos de uma máquina capaz de ...”
 Pesquisa preliminar:
Trata-se de reunir informações inerentes ao projeto que
possibilitem a sua solução.
 Estabelecimento do Objetivo:
Definir um objetivo claro, conciso e geral para o seu
problema, que não limite a sua criatividade  Pense em 5
formas diferentes de resolver o problema.
 Especificações de desempenho:
Definem O QUE o sistema precisa fazer de forma geral.
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13 Etapas de um Projeto
 Idealização e Invenção:
Este passo está ligado à criatividade do projetista e também
à sua frustração. Neste momento tente:
 Reunir o maior número de ideias para a solução do seu
problema (Brainstorm, analogias e inversões...);
 Não julgar a qualidade de suas ideias.
A frustração vem quando a fonte de ideias se esgota, tente:
 Relaxar a mente e deixar o subconsciente trabalhar 
Incubação.
 Análise:
Técnicas de análise mais sofisticadas deverão ser
empregadas para estudar o desempenho do projeto.
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Metodologias de Projeto
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Formulação e Cálculo do Problema
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 Solucionar problemas exige uma abordagem organizada,
bons hábitos de manutenção de registros e documentos para
que, em uma futura retomada do projeto, o trabalho possa
ser facilmente reconstruído e melhorado.

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16 Formulação e Cálculo do Problema
Estágio de definição:
 Defina seu problema;
 Declare os dados em um relatório de forma concisa;
 Registre as hipóteses feitas pelo projetista sobre o caso (se
o problema pode ser considerado um regime estacionário
ou não, se a aceleração é desprezível, se não serão
consideradas forças de atrito...).
Estágio preliminar do projeto:
 Decisões preliminares (a escolha do material, por
exemplo, para a aplicação do projeto)
 Elaboração do croqui do projeto (conceitos do projeto
preliminar)
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17 Formulação e Cálculo do Problema
Estágio do projeto detalhado:
 Cria-se um modelo matemático para avaliar o projeto
(diagramas de corpo livre, balanço de forças, momentos
e torques, modelos dos estados de tensão e deflexão
esperados nos locais de falha)
 Análise do projeto utilizando o modelo
 Avaliação dos resultados e iterações.

Estágio da documentação:
 Documentação do projeto do dispositivo, juntamente
com os estágios anteriores

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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
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para treinamento de cadeirantes
ESTÁGIO DE DEFINIÇÃO

 Defina seu problema: “Preciso de um mecanismo para


exercícios para atletas cadeirantes.”
 Declare os dados: Inserir dados de projeto que devem ser
atendidos.

 Peso;
 Mobilidade;
 Logística...

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19 Hipóteses:
 A entrada precisa ser tal que
o cadeirante não fique
inclinado para frente;
 A entrada no equipamento
não deve ser um obstáculo.

Hipóteses:
 O cadeirante deve conseguir sair
e entrar sozinho para a prática do
exercício;
 Para cadeirantes com movimento
dos membros superiores.

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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
para treinamento de cadeirantes
ESTÁGIO PRELIMINAR DO PROJETO

 Decisões Preliminares:

 Design

 Material para fabricação (resistência, peso, praticidade,


disponibilidade no mercado, custo...)

 Montagem (Portátil? Uso profissional?...)

 Ergonomia
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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
para treinamento de cadeirantes

 Croqui do Projeto
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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
para treinamento de cadeirantes
ESTÁGIO DO PROJETO DETALHADO
 Criação do modelo matemático para avaliação do projeto:
 Análise de resistência;
 Análise de falhas;
 Análise dos elementos;
 Estudo dos movimentos

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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
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para treinamento de cadeirantes
 Avaliação dos resultados e iterações:

 Cheque se os dados obtidos são condizentes com as

exigências de projeto.

 Havendo divergências refaça os passos necessários até a

obtenção do melhor modelo.

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Exemplo – Dimensionamento de Dispositivo
24 para treinamento de cadeirantes
ESTÁGIO DA DOCUMENTAÇÃO
 Documente os dados obtidos quando estes forem satisfatórios,
na forma de desenhos de engenharia detalhados,
especificações do material, processos de fabricação,
simulações etc.
 Se a abordagem realizada ao longo do caminho tiver sido
detalhada, basta documentar os registros realizados.

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“O projeto é um elemento constituinte da prática da
engenharia universal. Porém, a complexidade de tópicos
25 de engenharia normalmente requer que o estudante seja
submetido a um conjunto de problemas estruturados, definidos
para ilustrar um conceito particular ou conceitos
relacionados a um determinado tópico. Os problemas
deste livro são tipicamente do tipo “dados A, B, C e D,
obtenha E”.
Infelizmente, na vida real, problemas de engenharia
quase nunca são encontrados de forma estruturada, mas
na forma:
“Precisamos de algo para posicionar este objeto naquele orifício
dentro do tempo necessário para movimentar este outro”.
O engenheiro recém -graduado buscará em vão nos
livros alguma ajuda para resolver o problema. Esse
enunciado de problema não estruturado normalmente leva
ao que é frequentemente chamado de “síndrome do
papel em branco”. Engenheiros comumente se encontram
contemplando um papel em branco refletindo sobre
como começar a resolver o problema tão pouco
definido.”
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Projeto de Engenharia Auxiliado por
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Computador (CAD)
 Permitem a criação de modelos 3D com dimensões
proporcionais;
 Permitem a obtenção de propriedades de massa
rapidamente;
 Permitem a obtenção do detalhamento em vistas 2D a
partir do modelo 3D criado;
 Permite a análise por elementos finitos para análise de
tensões, vibrações, transferência de calor,
comportamento fluidodinâmico etc.
Porém, os resultados obtidos podem estar incorretos se o
problema não for bem formulado, por isso a necessidade
da compreensão sólida da teoria por detrás destes
softwares.
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27 Relatório de Engenharia
 Ao contrário do que muitos pensam, o engenheiro passa
a maior parte de seu tempo comunicando-se uns com os
outros, prestando a poio à equipe ou ao seu cliente,
escrevendo relatórios, com dados, tabelas e desenhos.

“Você pode ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas


ninguém saberá disso se você não puder comunicar suas
ideias claramente e de forma concisa.”

 Se você não pode explicar o que fez, é porque


provavelmente não compreendeu. Escreva seus projetos
em forma de relatórios de engenharia.
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28 Equipe de Projeto do Produto
 A tradução das necessidade do consumidor,
estabelecimento de metas de marketing, as pesquisas
de suporte para tomada de decisão comercial é feita
pelos especialistas de marketing.
 A criação inicial do produto funcional e seu conceito
visual, unidos à estética e ergonomia são tarefas dos
desenhistas industriais.
 A identificação das características de engenharia e
suas especificações, ligadas aos desejos do consumidor
e as metas de marketing para um produto prático,
fabricável, seguro, confiável e de custo efetivo, são
responsabilidades do engenheiro projetista.
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29 Equipe de Projeto do Produto

A equipe deve se perguntar:


 O que o consumidor deseja?
 Todas as preferências do consumidor têm a mesma
importância?
 As necessidades percebidas na entrega significam uma
vantagem competitiva?
 Como o produto pode ser efetivamente modificado?
 Como as propostas de engenharia influenciam as necessidades
percebidas pelo consumidor?
 Como as modificações na engenharia afetam outras
características?
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Forma e Função; Estética e Ergonomia
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Além de assegurar que as especificações técnicas sejam
atingidas e que o produto é atraente para o consumidor, o
projetista também precisa ter certeza de que a configuração e
o controle da máquina proposta corresponderão às
capacidades humanas de desempenho do operador.
É preciso pensar nas
características do sistema para
máquinas que se adaptem aos
potenciais atribuídos aos usuários.
Deve haver conhecimentos sobre
antropometria, psicologia do
comportamento humano e a
integração desses fatores de
forma a conseguir uma máquina
produtiva e segura.
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32 Os coeficientes de segurança e as
normas de projeto

 Coeficiente de segurança: é sempre uma relação entre


uma propriedade que danifica de forma irreversível a
peça e a propriedade esperada em serviço (Ex.:
Resistência/ Tensão atuante).

 Esse coeficiente deve sempre ser superior a 1, para que


a tensão sobre a peça seja menor que sua resistência e
assim, a fala não ocorrer.

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 Idealização do produto
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34  Projeto x Produto

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A escolha do coeficiente de segurança
35 A magnitude de Coef. De Segurança – N depende de vários fatores como:
 Nível de confiança no modelo o qual os cálculos são baseados;
 Conhecimento das possíveis variações de carga em serviço;
 Confiança nas informações de resistência dos materiais disponíveis.

 O coef. De segurança para materiais frágeis geralmente é cerca de 2x maior


que o para materiais dúcteis na mesma situação, pela possibilidade de
fratura repentina.
 O engenheiro projetista deve estar sempre a par das normas e padrões. Ex:
ASME; ANSI; ASM; ASTM...
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36 Ética no projeto de engenharia
 O engenheiro tem o DEVER de proteger o bem-estar e
saúde pública, atuando com o mais alto nível de
honestidade e integridade em seu exercício profissional,
associada à qualidade, confiabilidade e segurança de
seus projetos.

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37 Unidades de Medida

 No cálculos de qualquer projeto, o sistema de unidades

empregado deve ser consistente!

 Força, massa, comprimento e tempo são unidades BASE e

todas as demais devem ser obtidas a partir destas, sendo

chamadas de unidade DERIVADA.

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