TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

GABINETE DO CONSELHEIRO ROBSON MARINHO

TC-000936/010/03 - fls.389

SENTENÇA

Processo: TC-000936/010/03
Contratante: Empresa Municipal de Desenvolvimento
Habitacional de Piracicaba - EMDHAP
Contratada: Edson Casari Uliana, Maria Francisca Uliana
e Outros.
Objeto: Aquisição de área.
Em exame: Cumprimento de decisão
Responsável: Sr. Barjas Negri, Prefeito Municipal de
Piracicaba.

Vistos.
A Colenda Segunda Câmara, em Sessão de 30
de maio de 2006, julgou irregulares a dispensa de
licitação e o Contrato, aplicando à espécie o disposto no
inciso XV e XXVII do artigo 2º da Lei Complementar nº
709/93.
Com o trânsito em julgado da decisão
proferida em sede recursal, expedi ofício ao Senhor Barjas
Negri, Prefeito Municipal de Piracicaba (fls.310),
encaminhando cópia de peças dos autos com vistas à adoção
das referidas providências.
Em virtude do noticiado pelo Executivo
acerca da instauração de sindicância, aguardou-se o prazo
de 425 dias para a conclusão dos trabalhos, findo os quais
juntou-se às fls.245/382 dos autos o Relatório Final da
Comissão Sindicante, encerrado em 22/11/2009.
Pronunciando-se sobre o acrescido, a
ilustre SDG sustenta que o posicionamento conclusivo da
sindicância não teve o cunho de alcançar o objetivo ao qual
se destinou, isto porque a conclusão do Relatório foi no
sentido do arquivamento da sindicância por se tratar de
matéria de ordem técnica que já teria sido examinada por
esta Corte de Contas, “com pareceres favoráveis à
legalidade do certame licitatório”.
Ressalta que não foi essa a compreensão
deste Tribunal que, em todas as fases processuais,
asseverou a irregularidade da concorrência e do contrato,
ante a restritividade imposta pelo critério de qualificação
economia consignando no Edital.
É o relatório. Decido.
Acompanho a conclusão expendida pela SDG.
Verifica-se no presente caso que a Administração pautou o
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procedimento da Sindicância na rediscussão do mérito dos
processos ao invés de apurar a responsabilidade de quem deu
causa às irregulares que motivaram decisão desfavorável
desta Corte já transitada em julgado.
Entende que a conduta evidencia o
descumprimento de decisão deste Tribunal de Contas, e dá
ensejo à aplicação de sanção pecuniária ao responsável, nos
termos da Lei Orgânica deste Tribunal.
Posto isso, com fundamento no artigo 104,
§1º, da Lei Complementar n. 709/93, aplico ao Sr. Barjas
Negri, Prefeito Municipal de Piracicaba, multa no valor
correspondente a 100 (cem) UFESP’s, a ser recolhida junto
ao Fundo de Despesa deste Tribunal no prazo de 30(trinta)
dias, a contar do trânsito em julgado da presente decisão.
Decorrido o prazo sem a adoção das
providências determinadas, proceda-se à notificação do
responsável por A.R.
Desde logo, autorizo aos interessados vista
e extração de cópia no Cartório deste Gabinete, observadas
as cautelas legais.
Publique-se.
Ao Cartório para as providências cabíveis.

GC, em 5 de maio de 2011.

Robson Marinho
Conselheiro

hcr/