Você está na página 1de 21

ARTIGO CIENTÍFICO

Percepção dos Consumidores de Serviços de Beleza em Relação às normas de


Biossegurança Utilizadas em Estabelecimentos de Beleza em Itajaí/SC.

Eni Marilza Maia de Souza1 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da


Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Paloma Marchi2 - Acadêmica do Curso de Cosmetoloogia e Estética da Universidade do Vale


do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina

Janine Maria Pereira Ramos Bettega3 – Orientadora; Professora do Curso de Cosmetologia e


Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos
1
eniestetic@hotmail.com
2
palomamarchi@hotmail.com
3
Janine_mpr@yahoo.com br
RESUMO

Atualmente, percebe-se uma exigência cada vez maior dos consumidores dos serviços de
Cosmetologia e Estética com relação à qualidade dos serviços prestados, sendo de fundamental
importância neste contexto a observação das normas e condutas de Biossegurança. Tanto
profissionais quanto consumidores dos serviços de beleza, seja em salões, clínicas de estética,
spas e afins, estão vulneráveis a uma série de riscos, que podem ser físicos, químicos e
biológicos, inerentes aos procedimentos que envolvem as atividades desta área. A falta de
conscientização e até mesmo de conhecimento sobre as condutas necessárias para evitar
contaminações em estabelecimentos de beleza, aumenta o risco de contágio. As medidas de
higiene, assepsia, esterilização e desinfecção adequadas dos materiais utilizados durante a
realização das atividades da área de Cosmetologia e Estética são indispensáveis. Dentre estas
medidas inclui-se o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e coletiva (EPC’s), a
higienização das mãos sempre antes e depois de cada procedimento, a correta limpeza,
desinfecção ou esterilização dos materiais utilizados e o gerenciamento correto de resíduos
gerados. Este trabalho tem como objetivo apresentar informações sobre a percepção dos
freqüentadores de estabelecimentos de beleza sobre as condutas e normas de Biossegurança e
seus diversos aspectos, através da aplicação de um questionário que foi distribuído em
estabelecimentos de beleza na cidade de Itajaí/SC. De acordo com a pesquisa realizada observou-
se que os clientes que frequentam os salões não tem conhecimento a respeito das funções de
Biossegurança.

Palavras-chaves: Biossegurança. Conscientização do consumidor. Cosmetologia e Estética.


INTRODUÇÃO

A preocupação com a beleza e a juventude é responsável pela formação de um grande


público que procura constantemente os serviços de Cosmetologia e Estética. Este público, que
atinge diversas faixas etárias, sexos e raças, vem se tornando cada vez mais exigente e informado.
Surge, em conseqüência disso, a necessidade da formação de profissionais capacitados e
especializados, cuja atuação profissional seja fundamentada em princípios científicos e éticos; um
profissional preparado, atento às novas tendências e munido de conhecimentos científicos,
abandonando o empirismo que há algum tempo atrás era tão comum nesta área. A Biossegurança,
segundo Hinrichsen (2004, p.4), consiste no conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Os
profissionais e consumidores dos serviços de beleza, devem estar cientes que estão vulneráveis a
uma série de riscos, que podem ser físicos, químicos e biológicos, inerentes aos procedimentos
que envolvem essas atividades.
Esses riscos, por sua vez, podem ser eliminados ou minimizados através de condutas
guiadas por normas de Biossegurança, que abrangem uma série de cuidados, incluindo limpeza
do estabelecimento e mobiliários, desinfecção e assepsia de utensílios, esterilização dos artigos,
uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC’s) e equipamentos de proteção individual
(EPI’s), descarte correto de material contaminado; também a higienização e assepsia das mãos do
profissional.
O profissional de beleza e estética deve ter em mente que possui forte influência sobre
seus clientes, fornecedores, funcionários e parceiros. Com seu comportamento ajuda a construir
padrões de conduta e influencia o ambiente a sua volta. Tais ações fortalecem o espírito de
cidadania e agregam valor à profissão de Estética frente à sociedade, o que irá se refletir em
aumento de oportunidades de mercado. As práticas exercidas nos estabelecimentos de beleza
envolvem riscos de infecções ameaçadores à saúde, tanto para os clientes, quanto aos
profissionais. Portanto, deve-se salientar a importância das normas de Biossegurança.
Sendo assim, este trabalho destaca a necessidade do profissional obter maiores
informações sobre a percepção e observação de seus clientes com relação a diversos aspectos de
Biossegurança. O objetivo desta pesquisa é analisar o nível de conhecimento que os
consumidores de serviços de beleza possuem em relação às normas de Biossegurança na cidade
de Itajaí/SC, compilando dados estatísticos que podem servir de fonte de pesquisa bibliográfica
na área de Cosmetologia e Estética. A partir das informações obtidas, foi elaborado um folheto
contendo algumas diretrizes de Biossegurança aplicáveis aos estabelecimentos e aos
freqüentadores destes estabelecimentos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Um dos principais objetivos da Política Nacional de Relações de Consumo é proteger a


saúde e a segurança dos consumidores, sendo este objetivo um direito básico do consumidor:
“Art. 6º -são direitos básicos do consumidor: 1- a proteção da vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos
ou nocivos (...)”.

Biossegurança no estabelecimento
Em qualquer estabelecimento de beleza deve haver uma estrutura que assegure o
desenvolvimento correto das atividades ali desenvolvidas e que vise a segurança e saúde tanto
para o cliente, quanto ao profissional.
Conforme Resolução n.50 de 21/02/2002 da ANVISA, todos os estabelecimentos deverão
possuir em suas dependências pisos e paredes de superfície lisa, composta de material compacto,
impermeável e lavável, além possuir instalações devidamente conservadas e asseadas. Deve-se,
ainda, haver um planejamento adequado sobre a disposição dos mobiliários a fim de manter uma
boa circulação, limpeza e manutenção. Os mobiliários devem ser feitos de material impermeável
à água e resistente a ação de desinfetantes. A iluminação precisa ser adequada para todas as
atividades, sendo recomendável um bom grau de claridade no nível das superfícies de trabalho,
enviando-se reflexos e/ou luz ofuscante.

Limpeza e desinfecção do ambiente de trabalho


A limpeza e desinfecção do ambiente devem estar de acordo com as normas de
Biossegurança, visando sempre o bem estar da relação profissional-cliente. O sucesso de um
processo de limpeza e/ou desinfecção do ambiente, incluindo chão, pisos, paredes, bancadas,
móveis e equipamentos depende de uma variedade de fatores relativos à natureza, estrutura
fisiológica e antigenicidade dos microrganismos, bem como da estrutura química, concentração,
tempo de exposição e mecanismo de ação antimicrobiana dos agentes químicos utilizados. Os
microrganismos variam quanto à susceptibilidade aos agentes químicos, em função de diversos
fatores acima mencionados (GUNDALINI, 1997). Um número considerável de agentes químicos
é utilizado nos estabelecimentos de saúde e beleza, sendo os mais utilizados: etanol 70%,
hipoclorito de sódio em concentrações de 1 a 5% e clorhexidine a 2%. Entretanto não existe um
desinfetante que atenda a todas as necessidades desejadas. Na escolha do desinfetante deve-se
levar em consideração aspectos como: ação, toxidade, estabilidade, finalidade e natureza do
material a ser tratado (NESTER et al, 1998).
Segundo Teixeira e Valle (1996, p. 139), desinfecção é um processo que diminui o
número de microrganismos patogênicos de seres inanimados, mas não necessariamente os
esporos, tornando-os livres da maioria das formas microbianas patogênicas. A atividade
antimicrobiana é diretamente relacionada ao número de microrganismos presentes. Quanto maior
a carga, maior o tempo de exposição necessário para destruí-la. Assim, uma limpeza prévia
escrupulosa, visando reduzir o número de microrganismos, é de grande interesse para o processo
de desinfecção.

Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em estabelecimentos de beleza


O consumidor de serviços de beleza deve estar consciente da existência de uma série de
riscos físicos, químicos e biológicos a que pode estar sujeito, caso o profissional da área da
beleza não tenha cuidados de prevenção básicos, como higiene, assepsia e esterilização dos
artigos utilizados em sua profissão. Relacionando as doenças patogênicas que podem ser
ocasionadas por contaminação direta do profissional e do cliente, destacam-se as micoses (de
pele e anexos cutâneos), hepatite (B e C), AIDS, além de outras doenças.
A limpeza dos artigos e utensílios antes da desinfecção e/ou esterilização é de suma
importância para a eficácia dos últimos processos. A limpeza consiste na remoção da sujidade de
qualquer superfície, diminuindo a quantidade de microrganismos existentes, e deve ser realizada
em água corrente, com detergente e ação mecânica ( RAZABONI, 2004).
De acordo com o Ministério da Saúde (2004, p. 11), os artigos podem ser classificados da
seguinte maneira:
- ARTIGOS CRÍTICOS: São artigos destinados à penetração através da pele e mucosas
adjacentes. Fica indicado sempre a esterilização com todas as etapas que incluem este processo.
- ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS: São os que tem contato com pele ou mucosa íntegras, mas que
para garantir seu múltiplo uso devem passar pelo reprocessamento na forma de desinfecção de
alto nível ou esterilização.
- ARTIGOS NÃO-CRITICOS: Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra. Devem ser
desinfetados, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado.
Esterilização, segundo Razaboni (2004), é um processo que elimina todos os
microrganismos: esporos, bactérias, vírus, fungos e protozoários. A esterilização refere-se à
completa eliminação de patógenos, agentes biológicos com capacidade de reprodução ou
potencial infeccioso.
A desinfecção é feita por desinfetantes e antissépticos, enquanto a esterilização pode ser
realizada através do calor seco (estufa ou forno Pasteur) ou de calor úmido (autoclave)
(RAZABONI, 2004). O calor úmido utiliza a temperatura de 121 a 132 °C sob pressão, em tempo
de 15 a 30 minutos e tem como vantagem o fácil manuseio, enquanto que o calor seco utiliza a
temperatura de 170 °C por 1 hora ou 2 horas a 160 °C – sem interrupções durante o processo.
Em estabelecimentos de beleza, artigos como alicates, espátulas, palitos de inox, tesouras
e pinças devem ser esterilizados, seguindo rigorosamente o processo, evitando assim o risco de
contaminação tanto para o profissional quanto aos clientes. Outros artigos como pentes, escovas
entre outros, devem ser submetidos aos processos de limpeza e desinfecção através de produtos
específicos.

Limpeza e assepsia das mãos


Outro processo importantíssimo dentro das condutas de Biossegurança é a higienização
das mãos. Oppermann e Pires (2003, p.9) citam que a lavagem rotineira das mãos com água e
sabão, elimina além da sujidade visível ou não, a maioria dos microrganismos que se aderem à
pele durante o desenvolvimento de atividades, mesmo estando a mão enluvada. A lavagem das
mãos é a principal medida de bloqueio da transmissão de germes. Devemos lavar as mãos
sempre, antes de iniciarmos uma atividade e logo após seu término [...].

Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Proteção Coletiva (EPC’s)


Os consumidores dos serviços de beleza devem estar cientes e exigir que todo o
profissional da área faça uso de EPIs durante alguns procedimentos específicos como: limpeza de
pele, depilação, manicura (o) e pedicura (o), podologia, aplicação de produtos cosméticos,
quando estão expostos a uma grande variedade de microrganismos que podem causar doenças
infecto-contagiosas e também quando manuseiam produtos tóxicos como amônia e outros.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego em sua Norma Regulamentadora 6 – da
portaria 3.214/1978, é considerado Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo
ou produto, de uso individual utilizado pelo profissional, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do profissional e do cliente. Estas barreiras
protetoras evitam o contato direto com microrganismos e matéria orgânica. São exemplos de
EPIs: luvas, gorros, aventais, óculos de proteção e máscaras.
- Gorro: o uso do gorro oferece uma barreira mecânica para a possibilidade de contaminação dos
cabelos, através de secreções que possam espirrar, além de evitar que microrganismos possam
colonizar os cabelos do profissional. Guandalini et al (1997,p.13) citam que os gorros devem ser
descartados em lixo contaminado, devendo ser trocados em atendimentos sempre que houver
necessidade devido ao suor e as sujidades.
- Avental: fornece uma barreira de proteção e reduz a oportunidade de transmissão de
microrganismos. Previne a contaminação da roupa dos profissionais, protegendo a pele da
exposição a fluidos como sangue, exsudatos e secreções orgânicas. Devem, ser trocados sempre
que houver sujidade e contaminação visível. Seu uso deve ser restrito ao local de trabalho e nunca
guardado com objetos pessoais.
- Máscara: a máscara representa uma importante forma de proteção das mucosas da boca e do
nariz contra ingestão ou inalação de microrganismos e alguns tipos de produtos químicos. A
máscara representa uma das importantes medidas de proteção individual, pois protege a vias
superiores contra microrganismos presente durante a fala , tosse ou espirros.
- Óculos de Proteção: segundo Guandalini et al (1997, p.17), os óculos de proteção devem ser
usados para evitar que o sangue, exsudatos (como pus ou secreções como a saliva) e partículas
atinjam os olhos do profissional durante o atendimento, visto que os olhos possuem menor
barreira de proteção que a pele. Os óculos devem ser fechados lateralmente, lavados e
desinfetados.
- Luvas: sua utilização é uma medida de proteção tanto para o profissional quanto ao cliente,
sempre que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, mucosas e tecidos. Devem
ser trocadas a cada cliente. De acordo com Guandalini et al (1997, p.18) as luvas servem como
barreira mecânica para as mãos, sendo consideradas como uma “segunda pele”. As mãos devem
ser lavadas antes e após calçar as luvas, que devem ser descartadas a cada procedimento em lixo
contaminado.
Na realização de determinados procedimentos em estabelecimentos de beleza, como
estética facial, a alta rotatividade no atendimento e o contato profissional-cliente muito próximo e
prolongado, fazem com que o risco de exposição do esteticista a microrganismos provenientes do
cliente e vice-versa, ocorra por meio de secreções como a saliva; fluídos como sangue, exsudatos
provenientes da extração de acnes ou por meio de lesões na pele, seja aumentado
(SHMIDLIN,2005). Portanto, em procedimentos como este, a maioria dos EPIs citados devem
ser utilizados.
Os kits de primeiros socorros devem estar disponíveis em todos os setores e constar de
material necessário para tratamentos de pequenos ferimentos na pele ocorridos na área de
trabalho. Os funcionários devem ser treinados para a utilização, visando sempre a proteção contra
uma possível emergência.
Os extintores de incêndio nos estabelecimentos de beleza devem estar visíveis, bem
sinalizados, em local acessível a todos e com sua carga hidrostática válida. Extintores de incêndio
para produtos químicos (extinores PQS de pó), eletricidade (extintores a gás CO2) e para papéis
(extintores de água comprimida).

Gerenciamento de Resíduos

A preocupação com o descarte de resíduos gerados em estabelecimentos de beleza, como


o lixo tóxico (lixo químico), o lixo contaminado com fluídos orgânicos (lixo biológico), o lixo
comum e o lixo reciclável, também faz parte das condutas e normas de Biossegurança.
A ANVISA, através da RDC 306 (2004), dispõe sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Este gerenciamento constitui em um conjunto de
procedimentos planejados e implementados a partir de bases científicas, técnicas e normativas
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos gerados, estabelecer um
encaminhamento seguro de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores e do meio
ambiente.
A manejo dos resíduos é entendido como a ação de gerenciar os mesmos em aspectos
intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes
etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte e destino final (tratamento do
resíduo).
Os resíduos gerados estão classificados nos seguintes grupos:
- Grupo A: resíduos biológicos resultantes de atividades que envolvam microrganismos vivos ou
atenuados, ou secreções e material biológico, como algodões, gazes, lençóis, cabelos, ceras e
outros materiais. Este tipo de resíduo deve ser acondicionado em saco constituído de material
resistente a ruptura, a punctura e vazamento, impermeável, respeitando os limites de peso de cada
saco, sendo proibido o esvaziamento e reaproveitamento, utilizando-se de símbolo e frase Risco
biológico.
- Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar riscos à saúde pública
ou ao meio ambiente, dependendo de suas característica de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxidade. Este material deve ser acondicionado em saco constituído de material
resistente a ruptura, a punctura e vazamento, impermeável, respeitando os limites de peso de cada
saco, sendo proibido o esvaziamento e reaproveitamento, utilizando-se de símbolo e frase Risco
químico.
- Grupo D: são resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Devem ser separados em
sacos de lixo normal, impermeáveis e obedecendo a capacidade máxima de preenchimento
estabelecido pelo fabricante. Não precisam necessariamente ser identificados, mas se for o caso
devem ser identificados utlizando-se o código de cores e suas correspondentes nomeações,
baseadas na Resolução CONAMA nº 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável: azul
(papel), amarelo (metais), verde (vidros), vermelho ( plástico) e marrom (orgânicos).
- Grupo E: resíduos perfuro-cortantes ou escarnificantes. Ex. agulhas, lâminas de barbear, bisturi
(podológico). As agulhas descartáveis devem ser desprezadas imediatamente após seu uso, sendo
proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manual. Devem ser acondicionadas em
recipientes constituídos de material rígido e resistente. A sua identificação deve ser com o
símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição pérfuro-cortante.
METODOLOGIA
Este trabalho constitui-se em uma pesquisa bibliográfica associada a um levantamento de
dados sobre o conhecimento dos consumidores dos serviços de beleza, em relação às normas de
Biossegurança. O trabalho utilizará como metodologia um estudo quantitativo, cujos dados serão
coletados a partir da aplicação de um questionário.
O questionário aplicado é do tipo fechado, sendo constituído de 12 questões sobre
diversos tópicos de Biossegurança em Cosmetologia e Estética a serem observados pelos
consumidores de serviços de beleza (anexo 1). Após preenchimento do questionário, os
participantes receberam um folheto informativo, que foi repassado como contra-partida. Este
folheto (anexo 2) contém informações claras e concisas sobre as questões abordadas no
questionário, como uma forma de conscientização da população que busca este tipo de serviço.
O universo da pesquisa envolve os clientes de cinco salões de beleza situados em
Itajaí/SC, devidamente cadastrados nos órgãos públicos, como prefeitura e ANVISA e que
mostraram interesse em participar deste trabalho. Em média, circulam cento e setenta clientes ao
mês em cada um dos cinco salões, totalizando 850 clientes.
A amostra foi composta a partir deste universo, com margem de erro de cinco por cento, o
que remete a um total de duzentos e setenta e dois questionários, sendo cinqüenta e quatro para
cada estabelecimento. Não foi feita comparação entre as respostas obtidas entre os clientes dos
cinco salões, devido à homogeneidade do público-alvo. Somente foram incluídos na análise os
questionários legíveis e preenchidos em sua totalidade.
A análise dos dados foi realizada através do programa Excel 5.0/95, com a elaboração de
gráficos e tabelas que permitiram apresentar de forma clara e sucinta os resultados obtidos. Após
analisadas, as questões propostas no questionário foram discutidas com base em literatura
científica, normas técnicas e resoluções.
Para Martins e Danaire (1990) citados por Labes (1998). “A estatística é uma parte da
matemática aplicada que fornece métodos para a coleta, a organização, a descrição, a análise e a
interpretação de dados quantitativos e a utilização destes dados para a tomada de decisões”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Do universo teórico de 850 consumidores que circulam em 5 salões credenciados em


Itajaí/SC, com uma margem de erro de 5%, totalizaram-se 272 questionários, sendo 54 para cada
estabelecimento. Houve uma perda de 135 questionários, o que se deveu ao preenchimento
incorreto ou incompleto, chegando-se ao número final de 137 questionários que puderam ser
trabalhados.
De acordo com as respostas obtidas nos questionários aplicados, observou-se que 51%
dos entrevistados não conhecem o significado das normas de Biossegurança (tabela 1).
Biossegurança, segundo Cruz (2003) consiste em um conjunto de ações voltadas para a
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a
saúde do homem, dos animais e das plantas, do ambiente ou da qualidade dos trabalhos
envolvidos. Porém, ao deparar-se com a segunda questão do questionário (anexo 1), a qual
menciona aspectos como limpeza, desinfecção e esterilização, uso de materiais descartáveis,
utilização de EPIs pelos profissionais da área da beleza, 98% dos consumidores afirmam que se
preocupam com esses aspectos. Isto significa que os entrevistados se preocupam com esses itens,
mas não relacionam-nos com as normas de Biossegurança. Os profissionais da área devem
orientar melhor seus clientes sobre a adoção de normas de Biossegurança em seus
estabelecimentos, mostrando e explicando as medidas adotadas.
Quanto às medidas de Biossegurança adotadas nos estabelecimentos de beleza, 92% dos
entrevistados (n=126) responderam que observam se o local é ventilado, 96% (n=131)
responderam que observam se o local é iluminado e 82.% observam os revestimentos de pisos e
paredes. A RDC 50 (2002) preconiza que os estabelecimentos da área da saúde devem ser bem
iluminados, ventilados e construídos com materiais lisos e resistentes a produtos químicos
desinfetantes. O público-alvo demonstrou estar atento a essas questões básicas de Biossegurança.
Com relação à limpeza e sanitização do ambiente, item imprescindível aos
estabelecimentos de beleza, 99% (n=136) dos entrevistados observam a limpeza do chão, 96%
(n=132) observam a limpeza dos banheiros, 98% (n=134) responderam que observam a limpeza
das bancadas e 93% (n=128) observam a limpeza dos equipamentos mobiliários em geral. O
sucesso de um processo de limpeza e/ou desinfecção do ambiente, incluindo chão, pisos, paredes,
bancadas, móveis e equipamentos depende de uma variedade de fatores relativos à natureza,
estrutura fisiológica e antigenicidade dos microrganismos, bem como da estrutura química,
concentração, tempo de exposição e mecanismo de ação antimicrobiana dos agentes químicos
utilizados (GUNDALINI, 1997).
Quanto ao uso de materiais descartáveis utilizados pelos profissionais, 74% (n=101)
observam o descarte de algodões e gazes, 60% (n=82) observam o descarte das lixas, 58% (n=80)
observam o descarte de palitos, 71% (n=97) observam o descarte de protetores de bacias para
mãos e pés, 45% (n=61) observam o descarte de lençóis e 63% (n=86) observam o descarte de
ceras de depilação, demonstrando, ainda uma relativa falta de atenção dos consumidores com
relação à utilização de utensílios descartáveis pelos profissionais.
A questão relacionada à utilização de métodos de esterilização de artigos críticos como
alicates, pinças e espátulas, 72% (n=107) dos entrevistados afirmam ter conhecimento destes
métodos, enquanto que 28% (n=30) não conhecem. Estes artigos críticos devem ser
rigorosamente limpos e esterilizados nos estabelecimentos de beleza, a fim de evitar propagação
de microrganismos e infecções tanto em clientes quanto em profissionais. Segundo Razaboni
(2004), esterilização é um processo que elimina todos os microrganismos: esporos, bactérias,
vírus, fungos e protozoários, podendo utilizar calor seco (estufa ou forno Pasteur) ou de calor
úmido (autoclave).
A higienização rotineira das mãos do profissional antes e depois dos procedimentos é um
processo simples e barato, que evita a propagação de contaminação cruzada, mas é neglicenciado
pela maioria dos profissionais da área da beleza. Durante a pesquisa, 80% (n=110) dos
entrevistados observam a higienização das mãos dos profissionais antes e depois de cada
procedimento, sendo que 20% (n=27) não observam, sendo um percentual ainda elevado de não
observância deste procedimento.
A utilização de EPIs pelos profissionais da área da beleza constitui uma barreira protetora
capaz de evitar o contato direto com microrganismos e matéria orgânica, protegendo os
profissionais e clientes durante o tratamento estético. Algumas atividades da área da beleza
requerem o uso de EPIs, como manicura (o), pedicura (o) e podologia, estética facial, depilação,
entre outros. Entre os 137 entrevistados, 57% (n=78) observam o uso de máscara pelos
profissionais, 82% (n=112) observam o uso de jalecos, 76% (n=104) observam o uso de luvas e
34% (n=46) observam o uso de gorros.
Quanto ao uso de equipamentos de proteção coletiva, 50% (n=69), observam a presença
de extintores de incêndio, e 32% (n=44) observam a existência de kits de primeiro socorros nos
estabelecimentos. Apesar de ser um item obrigatório nos estabelecimentos de beleza, a presença
de extintores nos estabelecimentos é pouco observada pelos clientes.
Os estabelecimentos de beleza são geradores de diversos tipos de resíduos, tais como
resíduos químicos (frascos de tinturas, alisantes capilares e outros), resíduos biológicos, como
ceras usadas, EPIs, lençóis, algodões e gazes contaminadas com material orgânico; resíduos
recicláveis, além de resíduos pérfuro-cortantes, como agulhas e navalhas. Segundo a RDC 306
(2003), todo estabelecimento gerador é responsável pela segregação, armazenamento,
identificação e descarte adequados dos resíduos. Dos consumidores entrevistados 29% (n=40),
afirmam que observam a separação do lixo químico, 26% (n=36), observam a separação do lixo
biológico, 30% (n=41) observam a separação do lixo reciclável e 28% (n=38) observam a
separação do lixo pérfuro-cortante. Esta pesquisa comprova o descaso da população consumidora
de serviços da beleza quanto ao destino do lixo gerado.
De uma forma geral, os entrevistados demonstraram que se interessam e observam pela
maioria dos itens relacionados à Biossegurança nos estabelecimentos de beleza, como a
preocupação com a ventilação, iluminação e revestimento do estabelecimento, limpeza e
sanitização do ambiente, uso de artigos descartáveis, observação dos métodos de esterilização de
artigos, utilização de EPIs. Outras questões de Biossegurança são pouco observadas pelos
consumidores, como o gerenciamento de resíduos e utilização de EPCs.

Tabela 1. Resultados obtidos em entrevista aos consumidores de estabelecimentos de beleza em


Itajaí/SC sobre a percepção na utilização de requisitos de Biossegurança nestes estabelecimentos.
GERAL
SIM (%) NÃO (%)
Conhecimento sobre o significado das normas de Biossegurança 51 49
Preocupação com itens como limpeza, desinfecção e esterilização, uso 98 2
de materiais descartáveis, utilização de jalecos, luvas e outros
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos profissionais da
área da beleza
ESTABELECIMENTO
Ventilação 92 8
Iluminação 96 4
Revestimento de pisos e paredes 82 18
LIMPEZA E SANITIZAÇÃO DO AMBIENTE
Chão 99 1
Banheiros 96 4
Bancadas 98 2
Equipamentos e mobiliário em geral 93 7
DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE ARTIGOS
Observação no uso de artigos descartáveis:
Lixas 60 40
Palitos 58 42
Protetores de bacias para pés e mãos 71 29
Lençóis 45 55
Algodões e gazes 74 26
Ceras de depilação 63 37
Conhecimento dos métodos de esterilização de artigos críticos 72 28
UTILIZAÇÃO DE EPIs e EPCs
Observação da higienização das mãos do profissional 80 20
Observação do uso de EPIs pelo profissional
Máscaras 57 43
Jaleco 82 18
Luvas 76 24
Gorros 34 66
Observação do uso de EPCs no estabelecimento
Extintores de incêndio 50 50
Kits de primeiros socorros 32 68
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS
Químico (frascos de produtos químicos como: tinturas, alisantes capilares) 29 71
Biológico (ceras usadas, EPI’s, lençóis, algodões e gazes contaminadas com 26 74
material biológico).
Reciclável 30 70
Pérfuro-cortante (agulhas e navalhas) 28 72
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Encontrou-se resistência por parte de alguns estabelecimentos de Itajaí em participar da


pesquisa, provavelmente por se sentirem ameaçados pelo não cumprimento de normas e condutas
de Biossegurança. Dificuldades também foram encontradas no preenchimento dos questionários:
muitos não foram respondidos em sua totalidade, e, em outros, encontraram-se respostas
contraditórias, invalidando muitos questionários.
Durante a realização deste trabalho de pesquisa, percebeu-se a preocupação dos
consumidores de serviços da beleza com relação a diversos aspectos relacionados à
Biossegurança, embora aproximadamente metade dos entrevistados não saibam o significado do
termo Biossegurança.
A maioria dos consumidores de serviços de beleza demonstrou observar aspectos
relacionados à iluminação, ventilação, revestimento de pisos, paredes e mobiliários, à limpeza e
sanitização do estabelecimento, higienização das mãos do profissional e demonstraram conhecer
os métodos de esterilização, porém, constatou-se que a maioria dos freqüentadores não estavam
atentos ao uso de produtos descartáveis pelo estabelecimento, principalmente lixas de unha,
palitos e lençóis descartáveis. Também ocorreu a inobservância da utilização de EPIs pelos
profissionais, especialmente gorros e máscaras. Quanto à utilização de EPCs, como extintores de
incêndio e Kits de primeiros socorros, percebeu-se negligência por parte dos entrevistados. O
resultado obtido durante a pesquisa com relação ao gerenciamento de resíduos gerados nos
estabelecimentos de beleza comprova o descaso dos consumidores com o comprometimento do
profissional da beleza com relação à separação, identificação e descarte do lixo produzido.
Estes resultados não devem, porém, desencorajar o profissional da beleza quanto à adoção
de normas de Biossegurança. Ao contrário, o profissional deve implantar e seguir estas condutas
em seu estabelecimento, divulgando e esclarecendo as dúvidas do consumidor. O profissional
deve mostrar e explicar as medidas que adota em seu estabelecimento, utilizando-as como um
diferencial. A prática de conscientização do consumidor com relação às condutas de
Biossegurança agrega valor às atividades realizadas pelo profissional desta área, pois o trabalho
realizado dentro dos padrões de higiene demonstra capacitação, conhecimento e profissionalismo.
Esta pesquisa demonstrou que o consumidor ainda não possui “olhos críticos” para
perceber todas as medidas que devem ser adotadas nos estabelecimentos de beleza, sendo, ainda,
facilmente seduzido por um “lay-out” bonito e moderno e pela comodidade do atendimento
domiciliar, que, com certeza não adota todas as normas necessárias, como esterilização de artigos
críticos.
Além de segurança aos profissionais e clientes, um estabelecimento que adota as normas
de Biossegurança deve ser reconhecido pelo consumidor e este deve estar ciente do valor
agregado a este serviço. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser trilhado, tanto por
profissionais quanto por clientes para que a implantação das normas de Biossegurança seja
implantada de fato nos estabelecimentos de beleza e para que o consumidor destes serviços
realmente dê o devido valor aos estabelecimentos que adotam essas condutas.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS

ANVISA – Regulamento técnico para gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, RDC


306,07/12/2004.

ANVISA - Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação


de projetos físico de estabelecimentos assistenciais de saúde. RDC nº 50, de 21/02/2002.

GUNDALINI, L. S. et al. Como controlar a infecção na odontologia. Londrina: Gnatus, 1997.

HINRICHSEN, S.L.Biossegurança e controle de infecções. São Paulo: MEDSI, p.4, 2004.

LABES; E.M. Questionário: do planejamento à Aplicação na pesquisa. Chapecó: Grifos,1998.

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Coordenação de controle de infecção Hospitalar. Processamento


de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. 2. ed. Brasília, 2004.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de exposição Ocupacional - Recomendações para


atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional e material biológico: HIV e Hepatites
B e C. Brasília, 2004. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/data/documentos/storedDocuments/%7BB8F5DAF-23AE-4891-AD36-
1903553A3174%7B9475AA3B-8D39-451F-96B1-
61E3043837788%7D/manual_acidentes%final.pdf. Acessado em 24/08/2007.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR 06 – Equipamentos de Proteção


Individual – EPI. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_06.pdf . Acessado em:
24/08/2007.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR 23 –Proteção contra Incêndios
(123.000-0). Disponível em:
http://wwww.mte.gov.br/legislação/normas_regulamentadoras/nr_23.asp> Acessado em:
24/08/2007.

NESTER, E.W. et al. Microbiology: a Human Perspective. 2ed. Bostons, Massachusetts:


McGraw-Hill,1998.

OPPERMANN,C.M; PIRES,L.C. Manual de Biossegurança para Services de Saúde, Porto


Alegre: PMPA/SMS/GGVS,2003.

RAZABONI; A.M. Biossegurança. São Paulo. Disponível em:


<http:www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/biossegurança/biossegurança.pdf. acesso
em 21 de Agosto de 2007.

SHMIDLIN, K. C. S. Biossegurança na Estética: Equipamentos de proteção Individual – EPI’s.


Revista Personalitê. São Paulo, Ano VIII, n.44, p.80-101, Dez.2005/Jan.2006.
VALLE, S.;TEIXEIRA,P. Biossegurança: Uma abordagem Multidisciplinar. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Fiocruz,1996.
ANEXOS
QUESTIONÁRIO

Você tem conhecimento sobre o significado das normas de Biossegurança?


SIM ( ) NÃO ( )

Você se preocupa com itens como limpeza, desinfeção e esterilização, uso de materiais
descartáveis, utilização de jalecos, luvas e outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)
pelos profissionais da área da beleza?
SIM ( ) NÃO ( )

Você consumidor de serviços de Cosmetologia e Estética, ao freqüentar esses estabelecimentos


observa:

COM RELAÇÃO AO ESTABELECIMENTO

Se o local é ventilado?
SIM ( ) NÃO ( )

O local é iluminado?
SIM ( ) NÃO ( )

Os pisos e paredes são revestidos e laváveis?


SIM ( ) NÃO ( )

COM RELAÇÃO À LIMPEZA E SANITIZAÇÃO DO AMBIENTE

Você observa a limpeza do ambiente:


Chão SIM ( ) NÃO ( )
Banheiros SIM ( ) NÃO ( )
Bancadas SIM ( ) NÃO ( )
Equipamentos Imobiliários em geral SIM ( ) NÃO ( )

COM RELAÇÃO À ASSEPSIA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS

Você tem conhecimento quanto ao material utilizado pelos profissionais, se são descartáveis?
Quais?
SIM ( ) NÃO ( )
( ) Lixas ( ) Palitos ( ) Protetores de bacias para pés e mãos
( ) Lençóis ( ) Algodões e gazes ( ) Ceras de depilação

Você conhece os métodos de esterilização utilizado para objetos como alicates, pinças, espátulas?
SIM ( ) NÃO ( )
QUANTO À UTILIZAÇÃO DE EPI’s E EPC’s

Você observa a higienização das mãos do profissional antes e depois de qualquer procedimento?
SIM ( ) NÃO ( )

Você observa o uso de equipamentos de proteção individual ( EPI’s) nesses estabelecimentos?


Quais?
Máscara SIM ( ) NÃO ( )

Jaleco SIM ( ) NÃO ( )

Luvas SIM ( ) NÃO ( )

Gorros SIM ( ) NÃO ( )

Você observa equipamento de proteção coletiva (EPC’s) no local?


Extintores SIM ( ) NÃO ( )

Primeiros socorros SIM ( ) NÃO ( )

COM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

Você observa no local a separação do lixo?


SIM ( ) NÃO ( )--------------- ( ) Químico (frascos de produtos químicos como: tinturas,
alisantes capilares).
( ) Biológico (ceras usadas, EPI’s, lençóis, algodões e gazes
contaminadas com material biológico).
( ) Reciclável
( ) Perfuro-cortante ( Agulhas e navalhas)
Modelo de folheto informativo distribuído aos participantes da pesquisa.
Você participou de uma pesquisa realizada pelas acadêmicas Paloma e Eni do Curso de
Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí intitulado - “Percepção dos
Consumidores de Serviços de Beleza em Relação às normas de Biossegurança Utilizadas em
Estabelecimentos de Beleza em Itajaí/SC”.
A preocupação da saúde dos profissionais-clientes na área de cosmetologia e estética é muito grande, por isso deve
haver a a observação mais atenta e enfocada nas normas de biossegrança. A Biossegurança, consiste no conjunto
de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A qualidade dos serviços
prestados evidencia a necessidade da padronização das atividades realizadas em centros de tecnologia em beleza,
sendo os consumidores destes serviços devem saber que as condutas dentro de normas de Biossegurança
asseguram ao profissional-cliente a prática correta de suas atividades, minimizando os riscos químicos, físicos e de
contaminação biológica. Estes devem ser os cuidados observados nos estabelecimentos:

• Área: • A assepsia, desinfecção e esterilização dos


O local deve ser bem iluminado e ventilado. Os artigos:
pisos e paredes devem ser revestidos de material - As toalhas devem ser de uso individual ( para cada cliente), e
resistente e lavável. Deve haver um local para a devem estar perfeitamente limpas, e de preferência desinfetadas
preparação das químicas. Os sanitários devem ser - Materiais perfuro-cortantes, como alicates espátulas, pinças e
separados para os clientes e funcionários. outros devem apresentar-se estéreis, de preferência em estufa (170
ºC por uma hora) ou autoclave (121 ºC por 15 minutos, a 1atm).
• limpeza do ambiente Proucure saber qual é o método de esterilização utilizado pelo
O consumidor deve perceber o ambiente limpo e estabelecimento de beleza que você freqüenta!
agradável, principalmente sanitários, bancadas, - Os lençóis que cobrem as macas devem ser trocados a cada
equipamentos, chão e mobiliários em geral. cliente. De preferência, devem ser descartáveis.
- Alguns artigos de uso individual devem ser descartáveis: lixas e
palitos de unha, algodões e gazes, protetores para bacias de
• Gerenciamento de Resíduos: manicuro e pedicuro, ceras de depilação.
Observe se o estabelecimento tem a preocupação - As escovas e pentes de cabelo e os pincéis de maquiagem e
em separar, identificar e descartar corretamente
“tinturas” devem estar limpos e desinfetados a cada utilização.
os resíduos gerados, especialmente resíduos
químicos ( frascos de produtos químicos como: • A utilização de EPI (Equipamento de
tinturas, alisantes capilares), e biológicos (ceras
usadas, EPI’s, lençóis, algodões e gazes
Proteção Individual) e EPC (Equipamento de
contaminadas com material biológico) e Proteção Coletiva):
recicláveis. A higienização das mãos do profissional é fundamental antes de
qualquer procedimento. Observe se o profissional faz uso dos
seguintes EPI’s:
O estabelecimento que se -Jaleco
preocupa com o meio ambiente, - Luvas (em procedimentos de manicuro-pedicuro, na aplicação de
é um estabelecimento confiável! produtos químicos como tinturas e alisantes, ácidos e outros, em
procedimentos faciais e depilação)
AGRADECEMOS A TODOS OS - Máscara e óculos de proteção: ( em procedimentos que envolvem
CONSUMIDORES DOS SERVIÇOS DE produtos químicos como alisantes e tinturas e proximidades cliente-
BELEZA QUE PARTICIPARAM E profissional, como maquiagem e estética facial).
CONTRIBUÍRAM COM ESTA PESQUISA. - Gorros: Os cabelos são fontes de contaminação, por isso alguns
COLOCAMO-NOS A DISPOSIÇÃO DOS procedimentos requerem seu uso.
SENHORES PARA QUAISQUER DÚVIDAS Quanto aos EPC’s, observe se o estabelecimento é provido de
OU ESCLARECIMENTOS. extintores de incêncio e “Kit” de primeiros socorros. ). Em
ambientes que utilizam muitos equipamentos elétricos devem
BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC – 2007 existir em maior numero os extintores de CO2. os mesmo devem
estar guardados em local livre, devidamente sinalizado.

Você também pode gostar