Você está na página 1de 19

UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS DE NAMPULA

Curso: Engenharia Eléctrica – Vespertino


Cadeira: Química Geral – I
Semestre: I

Discentes:
Jorge Carlos Pachuela
Joaquim de Campos Tomas
Esmeral Keny Amisse
Salimata Cisse
Jubelino Martins Patricio
Acxon Antonio Agostinho

Tema do Trabalho: Equilíbrio Químico

O docente:
----------------------------------------
(Michael João Maricôa Sigan)
Nampula, 03 de Abril de 2020

1
Índice

Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------ 3

Objectivos ------------------------------------------------------------------------------------------ 4

Condições para ocorrência de um equilíbrio químico --------------------------------------- 5

Constante de equilíbrio químico em termos de concentração ------------------------------- 6

Constante de equilíbrio químico em termos de pressão -------------------------------------- 7

Exemplos ------------------------------------------------------------------------------------------- 8

Constante de ionização --------------------------------------------------------------------------- 9

Constante do produto de solubilidade ---------------------------------------------------------


10

Deslocamento de equilíbrio Princípio de Le Chatelier ------------------------------------- 11

Exemplo -------------------------------------------------------------------------------------------
12

Equilíbrio químico e hidrólise salina ----------------------------------------------------------


13

Fórmulas utilizadas no equilíbrio químico --------------------------------------------------- 14

Exemplos de equilíbrios químicos ------------------------------------------------------------ 15

Resumo de equilíbrio químico ----------------------------------------------------------------- 16

Conclusão ----------------------------------------------------------------------------------------- 17

Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------- 18

2
3
Introdução

Equilíbrio químico é o estado de um sistema reacional no qual não ocorrem variações na


composição do mesmo ao longo do tempo. Equilíbrio químico → equilíbrio dinâmico
→ duas reações opostas ocorrem com a mesma velocidade.

Toda reação química possui uma velocidade. No caso das reações reversíveis, a reação
direta tem a sua, enquanto a indireta tem a dela. O processo só entrará em equilíbrio
químico quando as duas velocidades tornarem-se absolutamente iguais.

4
Objectivos

 Definir equilíbrio químico.


 Escrever as expressões das constantes de equilíbrio.
 Conhecer os factores que afectam o equilíbrio químico.

Equilíbrio Químico

Equilíbrio químico é o estudo do comportamento e das características de reações


reversíveis, ou seja, daquelas que apresentam velocidade igual para reações diretas e
inversas.

Equilíbrio químico é o nome dado ao ramo da Físico-Química que estuda toda e


qualquer reação reversível, na qual existem duas reações possíveis, uma direta (em que
os reagentes transformam-se em produtos) e uma inversa (em que os produtos
transformam-se em reagentes). Essas reações apresentam a mesma velocidade.

Equilíbrio químico e termodinâmica

O equilíbrio químico é uma das aplicações mais importantes da termodinâmica. Quando


se diz que o sistema está em estado de equilíbrio, isto quer dizer que o sistema está em
estado de “descanso”, e processos dinâmicos ocorrem continuamente, isto é, para
qualquer processo as velocidades no sentido directo e inverso são iguais, as quais
asseguram que a composição total do sistema não se altera.

Vários critérios podem ser estabelecidos para descrever um sistema em equilíbrio. A


primeira e segunda lei da termodinâmica indica que um sistema tende a caminhar para
um estado de mínima energia e máxima entropia. Estas condições devem ser, portanto
satisfeitas para um sistema atingir o equilíbrio.

Devemos perceber que uma mistura reaccional tem uma tendência espontânea a evoluir
no sentido da diminuição da energia livre de Gibbs. O estado de equilíbrio corresponde
a um valor mínimo para G. A espontaneidade de um processo pode ser avaliada através
da variação da energia livre que acompanha o processo.

5
Condições para ocorrência de um equilíbrio químico

Conforme exposto, um equilíbrio químico só ocorrerá:

 Se a reação for reversível;


 Quando a velocidade da reação direta for igual à da reação inversa;
 Se a reação ocorrer em ambiente fechado (no caso de gases).

Gráfico de equilíbrio químico

O gráfico de equilíbrio químico apresenta sempre as mesmas variáveis: tempo, no eixo


x, e concentração em mol/L, no eixo y. Qualquer curva descendente pertence a um
reagente, e qualquer curva ascendente pertence a um produto.

Variáveis de um gráfico de equilíbrio químico.

Identificamos uma situação de equilíbrio quando as curvas presentes no gráfico tornam-


se horizontais em relação ao eixo da concentração.

Situação de equilíbrio em um gráfico.

6
Constante de equilíbrio químico em termos de concentração

Constante de equilíbrio em termos de concentração (mol/L) ou simplesmente Kc é a


relação estabelecida entre as concentrações molares de produtos e de reagentes
presentes em uma reação elevadas aos seus respectivos expoentes.

Observe o seguinte equilíbrio:

O Kc desse equilíbrio terá no numerador a multiplicação entre as concentrações dos


produtos (C e D). No denominador, teremos a multiplicação entre as concentrações dos
reagentes (A e B). Todos as concentrações deverão ser elevadas aos seus respectivos
coeficientes estequiométricos (a, b, c, d).

Agora, observe o equilíbrio com participantes gasosos abaixo:

A expressão da constante de equilíbrio (Kc) para essa reação será:

Obs.: os participantes no estado sólido são sempre constantes, por isso, não participam
da expressão do Kc.

7
Como o Al2O3 e o Al são sólidos, não entrarão na expressão do Kc. Em suas posições,
colocamos o número 1.

Constante de equilíbrio químico em termos de pressão

A constante de equilíbrio em termos de pressão parcial é representada pela sigla Kp e é


determinada quando pelo menos um dos componentes do equilíbrio, seja ele reagente ou
produto, está no estado gasoso.

Equação de reação com componente gasoso.

Para expressar a constante Kp desse equilíbrio, seguimos o mesmo princípio da


determinação do Kc, ou seja, produtos no numerador e reagentes no denominador.

Expressão do Kp do equilíbrio gasoso.

O cálculo da expressão do equilíbrio Kp segue como realizado anteriormente com o Kc.


A única diferença é que utilizamos as pressões parciais dos participantes em vez de
usarmos a concentração em mol/L.

Grau de equilibrio

Representado pela sigla α, o grau de equilíbrio indica a quantidade, em porcentagem


(%), de matéria do reagente que reagiu durante a reação. Para calculá-lo, devemos
utilizar a seguinte expressão:

8
O resultado do grau de equilíbrio deve ser sempre multiplicado por 100 para que seja
transformado em porcentagem.

Exemplo

Exemplo: Aqueceram-se 2 mol de PCℓ5 em um recipiente fechado com capacidade de 2


L. Atingindo o equilíbrio, o PCℓ5

estava 40% dissociado em PCℓ3 e Cℓ2. Calcule a constante de equilíbrio.

A equação que representa o equilíbrio é:

O enunciado indica que foram adicionados 2 mol de PCl5 em um recipiente de 2L.


Logo, sua concentração é de 1 mol/L.

Se, inicialmente, havia 1 mol/L, e 40% (0,4) dele foi dissociado:

α = Concentração que reagiu


        Concentração inicial

0,4 = Concentração que reagiu


                        1            

Concentração que reagiu = 0,4 mol/L

De acordo com a equação, a estequiometria dela é de 1:1:1. Logo, o que reage é o que
forma no produto. Assim, foram formados 0,4 mol/L de PCl3 e 0,4 mol/L Cl2. Com
relação ao PCl5 é diferente: no início tínhamos 1 mol/L e reagiu 0,4 mol/L. Logo,
sobraram 0,6 mol/L.

9
Por fim, basta utilizarmos os valores para realizar o cálculo do Kc:

Kc = [PCl3].[Cl2]
           [PCl5]   

Kc = 0,4 . 0,4
           0,6  

Kc = 0,26 mol/L (aproximadamente)

Constante de ionização

A constante de ionização (representada pelas siglas Ki, Ka, Kb, Kd) é a relação
estabelecida entre eletrólito (ácido ou base) dissolvido em água e os íons liberados.

Quando um ácido (HX) é dissolvido em água, sofre ionização, produzindo o cátion


hidrônio (H+) e um ânion (X-) qualquer:

Equação representando a ionização de um ácido.

A expressão do Ki para esse ácido é:

Expressão do Ki para o ácido.

Obs.: quanto maior for o valor da constante, mais forte ele é.

Constante do produto de solubilidade

Essa constante, representada por Kps ou Ks, está relacionada com a dissolução de sais
muito pouco solúveis em água. Quando um sal (YX) de baixa solubilidade está em
água, uma pequena parte dele dissolve-se, dissociando-se. Forma-se, então, um
equilíbrio químico entre os íons liberados e os cristais do eletrólito (sal).

10
Para determinar a expressão do Kps, utiliza-se apenas o produto da concentração em
mol/L dos íons (cátion Y+ e ânion X-), já que a maior parte do eletrólito está no estado
sólido, o qual não participa de uma constante.

O produto de solubilidade (Kps) do Pb(OH)2 é dado pela expressão:

a) Kps = [Pb2+][OH–]2

b) Kps = [Pb2+]2 [OH–]

c) Kps = [Pb(OH)2]

d) Kps = [Pb2+] + [OH–]2

e) Kps = [Pb2+] / [OH–]

Quando a base Pb(OH)2 é adicionada em água, forma-se o seguinte equilíbrio de


dissolução:

Os íons liberados são o chumbo II (Pb+2) e o hidróxido (OH-). Na expressão do Kps, o


cátion será elevado a um, por apresentar apenas uma unidade na fórmula, e o ânion será
elevado ao quadrado, por apresentar duas unidades na fórmula.

11
Deslocamento de equilíbrio Princípio de Le Chatelier

Um sistema reacional em equilíbrio continuará com sua composição inalterada enquanto


não sofrer uma perturbação externa. A forma pela qual um sistema reacional reage a
uma perturbação ao seu estado de equilíbrio é resumida no chamado Princípio de Le
Chatelier:

 Quando um sistema reacional em equilíbrio químico sofre uma perturbação


externa, este se deslocará no sentido de se contrapor à perturbação exercida
sobre ele.

De acordo com o princípio de Le Chatelier, existem três variáveis que podem perturbar
um equilíbrio: temperatura, pressão e concentração. Sempre que um equilíbrio for
perturbado, ele irá trabalhar de forma contrária à perturbação para criar uma nova
situação de equilíbrio.

Concentração

Se a concentração de um participante diminui, o equilíbrio desloca-se para o lado dele.

Se a concentração de um participante aumenta, o equilíbrio desloca-se para o lado


contrário.

Temperatura

Se a temperatura aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido endotérmico.

Se a temperatura diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido exotérmico.

Obs.: desses fatores, a temperatura é o único fator que modifica a constante de


equilíbrio (Kc).

Pressão

Se a pressão aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido que apresenta menor volume.

Se a pressão diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido que apresenta maior volume.

12
Exemplo

Exemplo: Observe o seguinte equilíbrio químico:

Sobre esse equilíbrio químico, são formuladas as proposições abaixo:

I. A constante de equilíbrio pode ser designada por constante de ionização de ácido.

II. Quanto maior for a constante de equilíbrio, mais forte será o eletrólito.

III. O equilíbrio pode ser deslocado pela adição de uma base.

IV. A constante de equilíbrio independe da temperatura.

São afirmações corretas apenas:

I- Verdadeira, porque é um equilíbrio de um ácido.

II- Verdadeira, porque quanto maior a constante de equilíbrio, maior a força;

III- Verdadeira, pois a hidroxila da base tem afinidade com H + do ácido, o que alteraria
a concentração de H+ no equilíbrio.

IV- Falsa, porque a constante de equilíbrio depende da temperatura.

13
Equilíbrio químico e hidrólise salina

Quando um sal é dissolvido em água, além do equilíbrio de ionização da água,


passamos a ter o equilíbrio de dissociação do sal (YW libera um cátion diferente de
hidrônio e um ânion diferente de hidróxido). Logo, no meio, temos dois cátions e dois
ânions.

A hidrólise ocorre quando pelo menos um dos íons provenientes da água interage com
um dos íons do sal (cátion com ânion), formando ácido ou base. Porém, isso só ocorre
se o eletrólito (ácido ou base) a ser formado for de natureza fraca.

Equilíbrio químico e soluções-tampão

Sabe-se que um ácido, base ou sal, quando dissolvidos em água, sofrem dissociação,
resultando em um equilíbrio iônico.

Quando um ácido fraco (que dissocia pouco), HX, é misturado com um sal (que
apresenta o mesmo ânion do ácido), YX, ou quando uma base fraca (que também
dissocia pouco), ZOH, é misturada com um sal (que apresenta o mesmo cátion da base),
ZW, teremos a formação de uma solução-tampão.

14
Fórmulas utilizadas no equilíbrio químico

Além das fórmulas utilizadas para o cálculo das constantes do equilíbrio químico em
termos de pressão (Kp) e concentração (Kc), temos as seguintes fórmulas:

 Para constante de ionização de um ácido (Ki ou Ka).

 Para constante de dissociação de uma base (Kd ou Kb).

 Para cálculo das constantes de ionização ou dissociação em soluções diluídas


(Lei da diluição de Ostwald).

Sendo que, nessas fórmulas, M é a concentração em mol/L do eletrólito, e α é o grau de


ionização ou de dissociação do eletrólito

Nesse tipo de solução, temos sempre a presença de dois equilíbrios químicos. Sua
principal característica é de que esses equilíbrios não sofrem grandes perturbações nem
alterações no seu pH quando recebem eletrólitos que ionizam muito, como ácidos ou
bases fortes.

Um exemplo de solução-tampão é a mistura formada pelo ácido cianídrico (um ácido


fraco, de fórmula HCN) e o sal cianeto de sódio (de fórmula NaCN).

15
Exemplos de equilíbrios químicos

Abaixo, seguem exemplos de equilíbrios químicos:

Exemplo 1: Equilíbrio gasoso.

Exemplo 2: Equilíbrio com participante sólido.

Exemplo 3: Equilíbrio com participante dissolvido em água (meio aquoso).

Exemplo 4: Equilíbrio com participante líquido.

16
Resumo de equilíbrio químico

 Velocidade da reação direta é sempre igual à da inversa.


 Graficamente, é detectado quando as curvas passam a ser constantes em relação
ao eixo y.
 Podem ter participantes gasosos, líquidos, aquosos ou sólidos.
 Pode ser calculado em relação à concentração (mol/L), à pressão parcial ou ao
número de íons.
 De acordo com o estudo da quantidade de cátions hidrônio e hidróxido, os meios
podem ser classificados em ácidos, básicos ou neutros.
 Quando envolve a dissolução de um sal em água, a constante de equilíbrio passa
a envolver a hidrólise salina.
 Se a solução é formada por ácido ou base fraca, juntamente com um sal, forma-
se uma solução-tampão.

17
Conclusão

Chegando ao fim do trabalho concluímos que o equilíbrio químico representa o


processo de manutenção do balanceamento dos reagentes e produtos em uma reacção.

Sendo mais directo, todas as reacções químicas encontram-se em equilíbrio, em se


tratando das reversíveis, visto que os reagentes estão continuamente formando produtos,
e os produtos sendo degradados para a formação de reagentes, de forma que exista
sempre um equilíbrio.

18
Bibliografia

LEVINE, I.N. 1981. Fisicoquímica. McGraw-Hill: Bogotá.

PEREIRA, M.P.B.A. 1990. Equilibrio Químico. Dificuldades de Aprendizagem e


Sugestoes Didácticas. SPQ: Lisboa.POZO, I.; GÓMEZ, M.A.; LIMÓN, M. y SANZ, A.
1991.

STANKS, D.R., HEFFERMAN, M.L., LEE DOW, K.C., McTIGUE, P.T. y WITHERS,
G.R.A., 1967. Química. Selecciones Científicas: Madrid.

MODELL, M. y REID. R.C. 1974. Thermodynamics and its Applications. Prentice-


Hall: New Jersey.

19

Você também pode gostar