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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS DE NAMPULA

Curso: Engenharia Eléctrica – Vespertino


Cadeira: Química Geral
Semestre: I°

Discente: Jorge Carlos Pachuela

Tema do Trabalho: Electroquímica

O docente:
----------------------------------------
(Michael João Maricôa Sigano)
Nampula, 27 de Abril de 2020

1
Índice

Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------- 3

Electroquímica ----------------------------------------------------------------------------------------- 4

Séculos XVI a XVIII --------------------------------------------------------------------------------- 5

Século XX ---------------------------------------------------------------------------------------------- 6

Balanceamento de equações redox ------------------------------------------------------------- 7

Potencial de redução ----------------------------------------------------------------------------- 8

Cinética da reacção electroquímica ------------------------------------------------------------ 9

Células electroquímicas ------------------------------------------------------------------------ 10

Célula electrolítica ------------------------------------------------------------------------------ 11

Electrólise ígnea -------------------------------------------------------------------------------- 12

Aplicações --------------------------------------------------------------------------------------- 13

Pilhas electroquímicas -------------------------------------------------------------------------- 14

Painéis solares ----------------------------------------------------------------------------------- 15

Produção de Commodities --------------------------------------------------------------------- 16

Eléctrodos na electroquímica ------------------------------------------------------------------ 18

Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------- 19

Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------- 20

2
Introdução

A matéria é composta de partículas electricamente carregadas, portanto não é


surpreendente a possibilidade de converter energia eléctrica em energia química e vice-
versa. Embora a discussão sobre a natureza da energia eléctrica pertença ao campo da
Física, certos aspectos da produção e usos da mesma competem à Química e mais
propriamente à Físico-Química. Assim, a Electroquímica trata do estudo da participação
de energia eléctrica em transformações químicas nas células electrolíticas, assim como
da conversão de energia química em energia eléctrica nas células galvânica (nas pilhas
ou baterias).

As células electroquímicas podem ser células galvânicas ou células electrolíticas. Na


electrólise, a passagem de uma quantidade suficiente de electricidade através de uma
solução produz-se uma reacção não espontânea, desta forma pode-se produzir Na(s) e
Cl2(g) a partir do NaCl(l).

Assim como o sódio, o alumínio, o magnésio e o cobre, são metais obtidos


industrialmente por electrólise. Nas pilhas, através de uma reacção espontânea, produz-
se uma quantidade de electricidade capaz de acender uma lâmpada ou fazer funcionar
um pequeno motor. É difícil imaginar algum aparato electrónico que funcione sem uma
pilha, desde um relógio de pulso, uma lanterna, uma calculadora e até os celulares. A
indústria automobilística usa em larga escala baterias de chumbo. Não podemos deixar
de mencionar a grande importância e ascensão das células de combustível, nas quais
produz-se energia eléctrica e térmica a partir das reacções electroquímicas do
hidrogénio com o oxigeno sem que ocorra a combustão, despontando como uma
alternativa promissora para produzir energia a partir de fontes de energia limpa como
rios, energia nuclear e energia solar. Deve-se lembrar também de que algumas vezes, a
formação de uma célula galvânica é a responsável pela corrosão observada na junção de
dois metais diferentes. Pode-se citar ainda, a importância da electroquímica em
pesquisas médicas e biomédicas, áreas da ciência cujos cientistas estudam as reacções
electroquímicas em células vivas. Os bioquímicos estão interessados na natureza
eléctrica dos impulsos nervosos e especialmente de aqueles animais que, como a enguia,
transformam energia química em eléctrica com suficiente potência para dar um
respeitável choque nos seus inimigos.

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Electroquímica

Electroquímica é um dos ramos da físico-química que estuda as reacções que


envolvem transferência de electrões para a transformação de energia
química em energia eléctrica e vice-versa; isto é, estuda reacções de oxirredução ou
redox.  Tal interconversão energética é de grande importância por ser a base do
funcionamento de dispositivos como a pilha comum, em que há uma reacção
química espontânea que gera corrente eléctrica. Além disso, é possível fazer o processo
inverso: forçar reacções químicas não espontâneas a ocorrerem aplicando uma corrente
eléctrica. Esse processo é denominado electrólise.

A história da electroquímica está extremamente ligada à invenção da pilha


por Alessandro Volta, em 1800, ao empilhar discos de cobre e zinco alternadamente.
Também está directamente relacionada ao desenvolvimento da teoria electromagnética e
da própria química, já que o entendimento do comportamento do electrão é essencial
para formular os conceitos modernos de corrente eléctrica e ligação química.

A electroquímica tem grande presença no quotidiano, já que é usada em pilhas e


baterias que, por sua vez, são utilizadas em aparelhos electrónicos como telefone
celular, controle remoto, lanterna, câmara de vídeo, calculadora, rádio, computador e
outros. Para além, a utilização de processos electroquímicos como a galvanização em
indústrias protege superfícies metálicas, evitando a corrosão de instalações e máquinas.

História

Idade antiga

Já na antiguidade, o filósofo grego Tales de Mileto percebeu que, ao se esfregar um


pedaço de âmbar em pele de carneiro, pedaços de palha eram atraídos pela pedra. A
palavra electrão significa âmbar em grego.

Arqueologicamente, especula-se que objectos encontrados no Iraque, datados de 250


a.C., seriam uma espécie de bateria, havendo debate quanto ao seu uso. Dentre as
principais hipóteses estão o uso medicinal ou para a galvanoplastia de metais, a adição
de uma pequena camada metálica de algum metal precioso à superfície de um menos
precioso.

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Séculos XVI a XVIII

A partir do século XVI, foram feitos estudos mais aprofundados a respeito da natureza e
das propriedades da electricidade. O matemático e físico Girolamo Cardano tratou das
diferenças entre fenómenos associados ao magnetismo e à electrostática em seu
livro De Subtilmente, publicado em 1550. No século seguinte, William Gilbert trouxe
conceitos que se assemelham a concepções actuais do assunto com a publicação de sua
obra De Magnete em 1600. Entre outras conclusões, Gilbert observou que alguns
objectos, quando friccionados com outros, tinham a propriedade de atrair outros corpos,
exercendo uma força sobre eles, designada força eléctrica. Além disso, em sua obra,
enunciava noções primitivas do que se concebe actualmente como carga
eléctrica e eléctrico.  Em 1663, o físico alemão Otto Von Guericke criou o primeiro
gerador eléctrico, que produzia electricidade estática ao aplicar fricção à máquina. O
gerador foi feito de uma grande bola de enxofre dentro de um globo de gás. A bola foi
rotacionais através de uma manivela e uma centelha eléctrica foi produzida quando uma
almofada foi esfregada na bola enquanto ela rotacionava. O globo poderia ser removido
e usado como fonte para outros experimentos com electricidade.

Charles Augustin de Coulomb desenvolveu sua electrostática em 1785, expandindo a


actuação da lei de repulsão proposta por Joseph Priestley na Inglaterra, que enunciava a
dependência da força eléctrica com distância. Em 1786, o médico italiano Luigi
Galvani descobriu que os músculos e nervos na perna de uma rã sofriam contracção
ou espasmo causados por corrente eléctrica produzida a partir de um gerador de
electricidade estática. Em sua obra, Galvani erroneamente atribuiu o fenómeno
observado ao conceito que denominou electricidade animal, e não aos metais em
contacto com as pernas do animal, acreditando que tal forma de electricidade era
diferente das formas já conhecidas: as "naturais", como raios em uma tempestade; e as
"artificiais", como a electricidade estática produzida por fricção Na virada do século
XVIII, em 1800, o físico Alessandro Volta construiu sua famosa pilha ao empilhar,
alternadamente, discos de cobre e zinco, separados por pedaços de tecido embebidos
em solução de ácido sulfúrico. Tal dispositivo era capaz de espontaneamente produzir
corrente eléctrica simplesmente pela conexão de suas extremidades por um fio condutor
eléctrico.

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Século XX

Em 1902, a Sociedade Eletroquímica  (ECS) é fundada.

Em 1909,  Robert Andrews Millikan e Harvey Fletcher determinaram a carga


eléctrica do electrão após a experiência da gota de óleo.

Em 1923, Peter Debye (Prémio em Química em 1936) e Erich Hückel explicaram a


condutância, o potencial electroquímico e outras propriedades de soluções iónicas.

No mesmo ano,  Johannes Nicolaus Brønsted e Thomas Martin Lowry publicaram,


independentemente,  teorias similares sobre o comportamento de ácidos e bases, usando
princípios da electroquímica.

Em 1937,  Arne Tiselius desenvolveu o primeiro aparelho sofisticado de eletroforese.


Anos depois, ele foi agraciado com o prémio Nobel de Química de 1948 por seu
trabalho na eletroforese de proteínas.

Um ano depois, em 1949, a Sociedade Internacional de Electroquímica  (ISE) foi


fundada. Nos anos 60 e 70, a electroquímica quântica foi desenvolvida por Revaz
Dogonadze e seus discípulos.

Princípios

Oxidação e redução

O termo "redox" significa oxirredução e se refere ao processo electroquímico que


envolve a transferência de electrões de ou para uma molécula ou íons, mudando
seu estado de oxidação ou nox. Essa reação pode ocorrer através da aplicação de
uma diferença de potencial externa ou da liberação de energia química.
Oxidação e redução descrevem a mudança do estado de oxidação que ocorre
em átomos, íons ou moléculas envolvidas na reação electroquímica.  Em termos
formais, o estado de oxidação equivale a uma carga hipotética que um átomo teria se
todas as ligações que fizesse com outros átomos de diferentes elementos
químicos fossem 100% iónicas. Um átomo ou ião que doa um electrão para outro átomo
ou ião aumenta seu estado de oxidação, enquanto o receptor de electrões diminui seu
estado de oxidação.

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Por exemplo, quando o sódio atómico reage com o cloro atómico, o sódio doa um
electrão e adquire um estado de oxidação igual a +1. O átomo de cloro aceita o electrão
e seu estado de oxidação é reduzido, tornando-se −1. O sinal do estado de oxidação
(positivo ou negativo) corresponde ao valor da carga eléctrica de cada ião. O atracão
entre íons de cargas opostas é a razão de o sódio e o cloro formarem uma iónica

A perda de electrões de um átomo ou molécula é chamada de oxidação e o ganho de


electrões é chamado de redução. Oxidação e redução sempre ocorrem conjuntamente,
de modo que uma espécie seja oxidada enquanto a outra for reduzida Para o caso de
uma ligação covalente, em que os electrões são compartilhados entre átomos com
grande diferença de Electronegatividade, associa-se o electrão ao átomo de maior
electronegatividade para determinar o estado de oxidação.

O átomo ou molécula que perde electrão é conhecido como o agente redutor, já que
reduz aquele que receberá esses electrões; e a substância que aceita electrões é
denominada de agente oxidante, já que oxida aquele que perdeu os electrões. Portanto, o
agente oxidante sempre se reduz em uma reacção e o agente redutor sempre se oxida.
O oxigénio é um dos mais comuns agentes oxidantes, mas não é o único. Apesar do
nome, uma reacção de oxidação não necessariamente contém oxigénio. De fato,
combustões podem ser alimentadas por oxidantes que não o oxigénio:  fogo alimentado
por flúor é normalmente inextinguível, já que o flúor é um oxidante ainda mais forte
que o oxigénio pela sua alta eletronegatividade.

Para reacções que envolvam oxigénio, o ganho de oxigénio provoca a oxidação do


átomo ou da molécula a que o oxigénio é adicionado, enquanto o próprio oxigénio é
reduzido. Em compostos orgânicos, como o butano ou o etanol, a perda
de hidrogénio acarreta a oxidação da molécula da qual ele foi perdido e redução do
hidrogénio. Isso ocorre porque o hidrogénio compartilha o seu electrão em ligações
covalentes com não-metais mas o leva consigo quando se desprende da molécula. Por
outro lado, a perda de oxigénio ou ganho de hidrogénio implica redução da molécula.

Balanceamento de equações redox

Assim como em qualquer equação química, em uma reacção redox deve-se balancear os


produtos e os reagentes através de coeficientes estequiométricos, como enunciado
pela lei de Lavoisier. Contudo, há também o aspecto da transferência de electrões

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intrínseco à oxirredução. Portanto, ao realizar o balanceamento de equações desse tipo,
deve-se também igualar o número de electrões que foram perdidos e recebidos. Para
isso, é necessário determinar os números de oxidação de todos os elementos das
substâncias nos reagentes e nos produtos, e, desse modo, descobrir quantos electrões
foram transferidos e quais espécies sofreram redução e oxidação.

Potencial de redução

Para determinar a espontaneidade ou não de uma reacção electroquímica, precisa-se


conhecer o potencial de redução ou de oxidação das substâncias envolvidas no processo
em relação a uma reacção individual de cada uma delas com uma terceira substância,
tomada como padrão. Por convenção, a comunidade científica adoptou
o eléctrodo de hidrogénio como referência, determinando que seu potencial padrão de
0 = 0 0
oxidação e de redução são ❑❑
❑ ε oxi ε rad =¿ nas seguintes condições padrão:

 Temperatura de 25 °C;
 Pressão de uma atmosfera  (1,0 atm);
 Concentração de um mol por litro  (1,0 mol/L) da solução em que o metal está
mergulhado.

Reacção electroquímica

Os elementos envolvidos em uma reacção electroquímica são caracterizados pelo


seu número de oxidação, isto é, pelo número de electrões que possuem a mais ou a
menos que seu estado neutro. Um átomo em seu estado neutro possui número de
oxidação igual a zero. Se um átomo ou ião doa electrões em uma reacção, seu número
de oxidação aumenta; se aceita um electrão, seu número diminui. Da mesma forma, a
perda de electrões de uma substância é chamada de oxidação, enquanto o ganho de
electrões é dito como redução. Elementos que sofrem oxidação são ditos agentes
redutores, pois reduzem outros elementos químicos ao se oxidarem. Simetricamente,
agentes oxidantes são aqueles que sofrem redução para provocar oxidação em outros
elementos.

Uma reacção na qual ocorrem oxidação e redução é chamada de reacção redox. Uma


reacção electroquímica é uma reacção redox que ocorre com a simultânea passagem de
corrente entre dois eléctrodos, em que ocorre passagem de corrente eléctrica em uma

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distância finita maior que a distância interétnica, isto é, em que os electrões são
transmitidos avulsamente de um elemento químico para outro.

Tanto em uma célula galvânica quanto em uma célula electrolítica, há sempre dois tipos
de eléctrodo.

Ânodo: O ânodo é o eléctrodo para onde se dirigem os ânimos e se formam catiões.


Nesse eléctrodo, sempre ocorre oxidação de espécies, acarretando corrosão do material
e consequente perda de massa.

Cátodo: O cátodo é o eléctrodo para onde se dirigem os catiões. Nesse eléctrodo ocorre
sempre depósito e redução de elementos químicos.

No estudo dos células electroquímicas  (pilhas ou células electrolíticas) mediante


a termodinâmica, faz-se uso de uma abordagem de equilíbrio - a corrente que passa pela
célula é infinitesimal, a reacção ocorre mediante pequenas passagens de carga pelos
eléctrodos (pela lei da conservação da carga a carga que entra por um eléctrodo é a
mesma que sai pelo outro).

Cinética da reacção electroquímica

No meio reaccional, os iões possuem diferente velocidade, normalmente baixa devido


à viscosidade desse meio, composto por um solvente que dificulta a passagem dos iões.
Para medir tais velocidades, define-se a mobilidade de um ião. A mobilidade iónica de
um ião consiste em sua velocidade na direcção do campo eléctrico de intensidade

unitária, e tem unidades  . Por outro lado, em regiões próximas aos eléctrodos,
a cinética química toma outras feições, já que então depende de fenómenos de
superfície, o que forçosamente envolve a noção de energia superficial.

A sulfatação do ião é determinada, em grande parte, por dois factores: sua carga e seu
raio. Como a rede de interacções múltiplas entre os iões é muito complexa, faz-se uso
de simplificações, principalmente quando se admitem grandes diluições.

De outro modo, a noção de concentração não é inteiramente útil, no sentido de que não
mede directamente o que acontece. Como sofrem múltiplas interacções, elas se somam
de forma complexa, em grandes concentrações. Então é mais conveniente usar o
conceito de actividade.

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No caso de uma célula electroquímica, em função da complexidade dessas interacções,
não segue necessariamente a lei de Ohm. Ou seja, a corrente eléctrica não é
proporcional à tensão eléctrica aplicada à célula.

Uma pilha útil é aquela na qual o potencial gerado tem alguma vantagem sobre o custo
da pilha. Para obter-se um bom potencial, é necessário que a diferença entre as
potências do ânodo e do catião seja grande: o agente redutor deve ter potencial negativo
e o oxidante deve ter potencial positivo.

Células electroquímicas

Célula galvânica

Uma célula galvânica,  célula voltaica ou pilha caracteriza-se quando a reacção


electroquímica ocorre de forma espontânea, obtendo-se energia eléctrica a partir de
energia química. Esse processo é usado em dispositivos como baterias e células de
combustível para gerar eléctrica

Pilha formada pela conexão de duas soluções aquosas através de uma ponte salina: uma
de sulfato de cobre  (à esquerda) e outra de sulfato de zinco  (à direita}.

Em uma pilha de Daniell com ânodo de zinco e cátodo de cobre, o processo


de oxirredução é espontâneo devido à diferença de potencial positiva existente
na reacção redox global. No ânodo, o eléctrodo negativo, o zinco oxida, perdendo
electrões e formando corrente eléctrica. Já no cátodo, eléctrodo positivo, o cobre sofre
redução, recebendo os electrões cedidos pelo zinco e adquirindo seu metálico. Esse
processo pode ser sintetizado nas equações de semi-reacção que ocorrem em
cada eléctrodo.
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−¿¿

❑❑ Zn0 → Zn 2+¿+2 e ¿

0
−¿→ Cu ¿

❑❑ Cu 2+¿+2 e ¿

Na primeira equação, o ião cobre (Cu2+) da solução é reduzido pelos dois electrões (e-),
providos pela corrente eléctrica. Já na segunda, o zinco metálico é oxidado, formando
ião zinco (Zn2+) e há a liberação de dois electrões. Esses electrões liberados serão os
responsáveis pela geração da corrente eléctrica do sistema (no caso, a pilha). Com o
prosseguimento da reacção, ocorrerá formação de cobre metálico, que se deposita no
eléctrodo de cobre, em sua superfície, enquanto o eléctrodo de zinco é corroído, pois o
zinco estará se transformando em iões que passarão para a solução de zinco.

Por sua vez, as duas equações podem ser sintetizadas na equação global da reacção
através de sua soma algébrica, que resulta na seguinte equação.
0
2+ ¿+Cu( s) ¿
Zn(s0 )+ Cu2+¿ ¿
(aq ) → Zn(aq)

Não é obrigatório que o cátodo da célula galvânica seja de cobre. Esse cátodo pode ser
de qualquer material inerte que conduza electricidade, como a platina ou a grafite. Este
eléctrodo será de qualquer forma um eléctrodo de cobre, pois sendo iniciada a reacção
ele é recoberto com cobre, passando a ser um eléctrodo de cobre. Da mesma forma, tem
se a solução de compartimento anódico (onde tem-se a imersão da chapa de zinco), não
é necessário conter iões zinco no início. Esses iões serão fornecidos ao iniciar a reacção.

A pilha de Volta pode ser escrita, de forma mais esquemática, da seguinte maneira:

Zn I Zn2+¿¿ II Cu2+¿ ¿ I Cu; em que,  || representa a ponte salina.

Célula electrolítica

Uma célula electrolítica é caracterizada por usar corrente eléctrica para


separar compostos químicos. Assim, a electrólise converte energia eléctrica em energia
química, caracterizando uma reacção não espontânea. Tal processo é utilizado para a
produção de, por exemplo,  alumínio metálico, a partir de seu minério
(bauxita); cloro e hidrogénio simples, etc.

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Para ocorrer electrólise, é necessário que haja um gerador que forneça tensão para o
sistema, como uma pilha ou bateria. Há dois tipos principais de electrólise, portanto
duas maneiras de montar uma célula electrolítica: por electrólise ígnea ou por aquosa.

Electrólise ígnea

É chamada de electrólise ígnea aquela realizada com o electrólito fundido. Por exemplo,
uma célula de composta por cloreto de sódio a 808 °C possui esse electrólito fundido,
possibilitando a mobilidade dos iões Na+ e Cl-. Ao fornecer uma corrente eléctrica para
a célula electrolítica, os catiões Na+ são atraídos pelo pólo negativo (cátodo), onde
ganham electrões e são descarregados. Já no pólo positivo (ânodo), são atraídos e
oxidados os aniões Cl-. Tais processos são sintetizados pelas seguintes semi-reacções:

Na+¿¿ + e−¿¿ → Na0

2 Cl−¿¿ → Cl2 + 2 e−¿¿

Electrólise aquosa

Um exemplo de electrólise aquosa é o que ocorre, por exemplo, em uma célula


electrolítica com sal de cozinha  (NaCl) dissolvido em água. Nessa reacção o gerador
atrai os electrões do pólo, que neste caso é o ânodo, e os transfere para o pólo, neste
caso o cátodo. Portanto, a reacção que ocorre no ânodo ainda é de oxidação e a que
ocorre no cátodo ainda é de redução. No momento da dissolução de NaCl em H 2O, há
quatro íons coexistindo na solução aquosa: os aniões Cl- e OH-; e os catiões Na+ e H+. A
princípio poderia ocorrer a oxidação ou redução de qualquer um desses iões durante a
reacção electroquímica. No entanto, verifica-se que o ião H + sofre redução
produzindo gás hidrogénio  (H2) e que o ião Cl- sofre oxidação produzindo gás

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cloro (Cl2), resultando na produção de soda cáustica (NaOH) dentro da cuba
electrolítica, devido à sobra dos outros dois iões [46] As reacções de oxirredução são,
pois, as seguintes:

2 Cl−¿¿ → Cl2 + 2 e−¿¿


−¿ →H 2 ¿

2 H +¿+ 2e ¿

A reacção global da electrólise, portanto, fica da seguinte maneira;

2 NaCl(aq )+2 H 2 O (l) → 2 NaOH (aq )+ H 2 ( g )+Cl 2(g )

Tal processo, portanto, pode ser utilizado para produzir o hidróxido de sódio ou soda
cáustica, uma importante commodity industrial.  Além disso, ele produz substâncias
simples não encontradas no planeta Terra: o gás hidrogénio e o gás cloro, ambos de
grande importância para estudos das propriedades químicas e físicas dos átomos de
hidrogénio e cloro, assim como para a produção de outras substâncias
químicas compostas por esses elementos.

Aplicações

Pilhas electroquímicas

Desde a invenção da pilha por Alessandro Volta, foram criados diversos tipos de células
para gerar electricidade a partir de reacções químicas. Algumas das mais comuns são
utilizadas actualmente em electro-electrônicos e automóveis.

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Pilhas electroquímicas

Pilha de Volta Pilha alcalina Pilha de lítio

Metalurgia

O processo de electrorrefinamento, ou electrorrefino, é usado na metalurgia para a


purificação de metais como o cobre, o zinco e o chumbo. No refino do cobre, por
exemplo, há uma célula electrolítica aquosa de sulfato de cobre, em que o cobre a ser
purificado é utilizado como ânodo e um cátodo de outro metal é utilizado para depositar
o cobre metálico. A diferença de potencial aplicada à célula faz com que o cobre do
ânodo seja dissolvido como ião na solução aquosa, juntamente com as impurezas do
ânodo (metais menos nobres, por exemplo). Essa diferença de potencial é então
controlada no cátodo, de modo que seu valor fique acima do potencial de equilíbrio das
impurezas, impedindo sua redução e consequente deposição no cátodo. Dessa forma, as
impurezas permanecem dissolvidas na solução ou precipitam, depositando-se no fundo
do recipiente da solução e constituindo a chamada lama anódica.

Usinagem

A usinagem é o processo de produção de algum tipo de ferramenta a partir de


uma matéria-prima, normalmente feita através da alteração física do objecto por
choques mecânicos. Já a usinagem por processo electroquímico  (ECM, Electrochemical
Machining, em inglês)  ou electrolítica é semelhante ao polimento electrolítico, em que

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o metal a ser alterado é polarizado negativamente em uma célula electrolítica. Ou seja,
trata-se de um processo de dissolução dos aniões que compõem o metal na solução da
célula. A diferença principal entre o polimento e a usinagem é a finalidade de cada
processo: no polimento electrolítico, a finalidade principal é obter um excelente estado
de superfície do material; na usinagem electrolítica, o objectivo é a remoção de material
de acordo com o perfil necessário para fabricar uma ferramenta. Esse processo também
é conhecido como erosão electroquímica.

Electroquímica

Para maior precisão, é comum utilizar uma ferramenta de corte que sirva de cátodo e
então seja aplicada a uma peça (ânodo). O electrólito é injectado sob pressão a uma
temperatura definida para a área a ser cortada. A taxa de alimentação é a mesma que a
taxa de liquefacção do material. A distância entre a ferramenta e a peça varia de 8 a
80 micrómetros. Quando os electrões chegam ao material, ele é dissolvido da forma
desejada. A ferramenta de corte é então guiada ao longo da peça, em toda a região a ser
trabalhada, mas sem tocá-la directamente. O processo ECM é frequentemente usado
para produzir formas complexas como a turbina de pás com bom acabamento superficial
em materiais mais duros. Também é amplamente utilizado em processos de rebarbação,
em que a técnica de usinagem electroquímica remove o metal excedente e embota
bordas afiadas. Esse processo é rápido e muitas vezes mais conveniente do que os
métodos convencionais de rebarbação feitos de forma manual ou com uso de processos
de usinagem tradicionais.

Actualmente, muitas fabricantes de máquinas de usinagem produzem máquinas para


usinagem electroquímica. Para obter um alto desempenho de fabricação, tais máquinas
necessitam de manutenção e lubrificação constantes, evitando quebras e falhas e
garantindo que não haja atritos entre as peças, o que provoca o desgaste dos
componentes.

Painéis solares

Painéis solares foto voltaicos são dispositivos que convertem a energia luminosa
provinda do Sol em energia eléctrica, a ser utilizada para uma diversidade de tarefas. A
parte mais importante de um painel solar são as células foto voltaicas, normalmente
feitas de silício devido à sua semi-condutividade. Os átomos de silícios formam

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uma rede cristalina e compõem as duas partes de uma célula solar: a parte negativa, em
que há excesso de electrões; e a parte positiva, em que há carência de electrões. Para
criar essa diferença de carga, a parte negativa é composta de silício e boro, enquanto a
parte positiva é feita de uma combinação de silício e fósforo. As duas partes são
colocadas em contacto entre outras duas camadas, metálicas e condutoras. Quando a luz
solar, composta por fotões, atinge a célula, alguns electrões são arrancados dos átomos
de silício. Devido à polarização, os electrões arrancados migrarão para a placa
condutora em contacto com a parte negativa, enquanto se criam "buracos", devido aos
electrões ausentes, que "migrarão" para o condutor em contacto com a parte positiva.
Como os condutores formam um circuito com aparelhos eléctricos, os electrões irão
fluir constantemente, deixando átomos e preenchendo lacunas em átomos diferentes.
Este fluxo produz então uma corrente eléctrica. O fenómeno do fluxo de electrões
arrancados por fotões é denominado efeito foto voltaico.

Esta explicação é uma forma simples de mostrar o efeito foto voltaico, já que existem
outros materiais além do silício utilizados para a fabricação de células foto voltaicas e
outras formas de se fabricar uma placa solar. A tecnologia explicada acima é a mais
utilizada mundialmente, representando da ordem de 90% do mercado de painéis solares
no mundo.

Produção de Commodities

Commodities são produtos comerciais indiferenciados e universais, cuja qualidade


indecente de quem os produziu. Células electrolíticas como a formada por sal
comum e água produzem o hidróxido de sódio, comumente conhecido como soda
cáustica, importante produto para a limpeza de encanamentos domésticos por poder
dissolver gorduras.

Outras aplicações

Na electrónica, na produção de placas electrónicos;

Na biologia, na produção de inúmeras enzimas;

Na geologia, com alguns tipos de movimentação na Terra, com a integração das


substâncias com pólos positivos e negativos.

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Eléctrodos na electroquímica

Os métodos electroquímicos utilizam electricamente as pontas de prova ou os eléctrodos


condutores que são ligados geralmente aos dispositivos electrónicos que medem os
parâmetros eléctricos dos reagentes na solução. A maioria de técnicas electroanalytical
usa três eléctrodos, a saber; o eléctrodo de trabalho, o eléctrodo de referência e o
eléctrodo (auxiliar) contrário. Estes eléctrodos são conectados a um potentiostat que
controle o potencial de eléctrodo de trabalho e determine a corrente resultante.

O eléctrodo de trabalho é um componente crítico de uma experiência electroquímica


porque este é o lugar onde as reacções chaves ocorrem. Este eléctrodo é feito
geralmente de um material inerte. A primeira etapa em uma análise electroquímica
típica é a aplicação de um potencial ao eléctrodo de trabalho. Em seguida, a corrente
resultante é medida e traçada contra o tempo. Alternativamente, o potencial pode ser
variado e as correntes resultantes podem ser traçadas contra o potencial aplicado.

Carcaças do eléctrodo

Diversos tipos de carcaças do eléctrodo são usados em experiências electroquímicas.


Alguma destes é destacada abaixo:

O carbono como uma carcaça do eléctrodo é benéfico porque pode facilmente ser
renovado para a troca do electrão.

Os eléctrodos de Mercury são muito por mais populares que sejam renováveis e
reprodutíveis.

Os eléctrodos Nanomaterial-baseados têm uma área de superfície alta para uma


imobilização aumentada de grupos funcionais. Determinados nanomaterials do
semicondutor promovem a taxa de transferência do electrão entre proteínas e eléctrodos.
Metal nanomaterials tais como nanoparticles do ouro, nanotubes do carbono, graphene,
e os nanomaterials metálicos do óxido/sulfureto são de uso geral como carcaças do
eléctrodo. Alguns nanomaterials biocompatible podem ajudar proteínas ou pilhas a
manter durante um longo período suas actividades no eléctrodo para a análise das
proteínas e das pilhas.

Os eléctrodos quimicamente alterados procuram aumentar propriedades específicas do


eléctrodo ordinário tais como a compatibilidade com os reagentes tais como proteínas.

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Os metais nobres tais como o ouro, a prata, e a platina são igualmente amplamente
utilizados como carcaças do eléctrodo. A prata está usada geralmente para a preparação
dos eléctrodos quimicamente alterados, enquanto o ouro e os eléctrodos de platina puros
são muito quimicamente estáveis e convenientemente manufacturado.

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Conclusão

Chegando ao termino do trabalho pude concluir que electroquímica é um ramo da


Química que procura compreender os fenómenos que ocorrem durante a interacção da
corrente eléctrica com os átomos e suas propriedades químicas.

Dessa forma, os eventos que reúnem os potenciais de acção, as energias de oxidação e


redução, assim como a formação de pilhas e materiais electrolíticos, reúnem os
principais conceitos que envolvem e permitem a existência desta ciência.

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