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​São Paulo, 21 de dezembro de 2017

​ Básico do Assinante
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Seu primeiro investimento

Qual o tamanho ideal de um colchão de

liquidez?​ ​Onde investir?

Tesouro Selic

CDBs​ p​ós-fxados e com liquidez diária

Fundos DI

Tributa​ç​ão

A​ p​ou​p​an​ç​a é uma boa o​pç​ão​ p​ara formar esse colchão?

O primeiro passo a ser dado por QUALQUER INVESTIDOR, independentemente do tamanho do seu
patrimônio ou do seu apetite por risco, é a formação de um colchão de liquidez. Ele nada mais é do que
uma reserva financeira voltada para emergências.

Imagine que grande parte do seu dinheiro esteja aplicada em ativos de renda fixa sem liquidez,
portanto, sem a possibilidade de resgate a qualquer momento. E que, de uma hora para outra, você
perca seu emprego ou sofra um acidente (e tenha que arcar com alguma despesa médica inesperada),
que lhe impeça de continuar a honrar suas despesas mensais.

Restam, então, duas opções: tentar vender seus ativos, correndo o risco de receber um valor abaixo do
justo ou até do que foi pago ou então, no pior cenário, de não encontrar demanda compradora e
precisar realizar um empréstimo, se submentendo aos altos juros bancários, sem tempo nem margem
para negociações.

As alternativas estão longe de ser as ideais e podem muito bem aumentar a dimensão do problema
inicial.

Como ainda não inventaram uma maneira de evitarmos imprevistos, só nos resta uma opção: a
precaução.
Assim, para evitar passar por esse estresse desnecessariamente, é fundamental ter sempre um percentual dos
recursos voltado para emergências.

Nesse sentido, a aplicação escolhida deve apresentar o ​menor risco possível​. A ideia aqui não é
buscar altas rentabilidades, mas, sim, a preservação do capital.

Ao compor essa reserva, duas características são essenciais a ela:

Alta liquidez, ou seja, a possibilidade de resgate praticamente imediato, pois você poderá
precisar desse dinheiro de uma hora para outra;

Baixo risco de perda. O ideal é buscar ativos cujos rendimentos estejam atrelados a algum
índice (como taxa Selic ou CDI), para não se prejudicar com a volatilidade do mercado. O retorno
deve ser de, no mínimo, 100% do CDI.

QUAL O TAMANHO IDEAL DE UM COLCHÃO DE LIQUIDEZ?

Para calcular o tamanho do seu colchão de liquidez, basta fazer uma simples conta: ​multiplique seus
gastos médios mensais por seis​. O ideal é formar uma reserva suficiente para viver pelo menos seis
meses sem necessidade de novos recursos, mas, quanto maior for seu colchão, maior sua segurança.

E atenção: esse cálculo não considera a inflação, portanto, a reserva pode ser consumida mais
rapidamente do que o previsto.

ONDE INVESTIR?
Procure investir em títulos de renda fixa com remuneração pós-fixada (indexados à Selic ou ao CDI) e
com liquidez diária.

A nossa opção de investimento favorita, vista como a mais segura, é o título público Tesouro Selic, mas
você também pode buscar um fundo do tipo DI com baixa taxa de administração (idealmente, de até
0,2% ao ano) ou um CDB (emitido por um bom banco), que renda um percentual igual ou superior a
100% do CDI e que tenha liquidez diária.

Os CDBs podem ser a opção mais vantajosa em termos de custo e retorno, dado que não há taxa
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de administração ou come-cotas e pensando em uma rentabilidade de pelo menos 100% do
CDI, mas é importante lembrar que o risco é maior. Sim, o produto conta com a proteção do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), porém é fundamental você conhecer bem a instituição financeira
emissora para evitar qualquer tipo de estresse futuro.

Tesouro Selic

Consideramos o Tesouro Selic a melhor opção para a formação desse colchão, uma vez que é uma
alternativa segura, simples e barata.

Segura, pois os títulos públicos são ativos de renda fixa ofertados pelo governo federal, que é
considerado a entidade de menor risco de crédito da economia brasileira. Em outras palavras, é muito
improvável que o governo brasileiro te dê um calote.

Dentre os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto, o Tesouro Selic é o que possui
menor risco de mercado​, pois seu retorno é atrelado à variação da taxa básica de juros da economia,
a Selic. Todos os dias, o valor pago pelo seu título é, grosso modo, atualizado por essa taxa — assim,
quando você resolver resgatá-lo, mesmo que antes da data de vencimento, receberá o valor corrigido
pela variação da Selic “pro rata”, isto é, proporcional ao período de permanência com o ativo. Portanto,
é muito improvável que você tenha prejuízos com o Tesouro Selic.

E uma observação importante: toda vez que você fizer um novo aporte no Tesouro Direto, estará
comprando um novo título, que terá seu próprio rendimento e aparecerá de forma separada em seu
extrato do Tesouro Direto. O mesmo ocorre com os CDBs, como veremos mais à frente.
Além disso, todos os títulos públicos ofertados pelo Tesouro Direto têm liquidez diária, uma vez que o
Tesouro Nacional se compromete a recomprá-los diariamente. A liquidação da venda ocorre em D+1 —
o D representa o dia em que a operação de venda pelo investidor foi realizada. Se essa operação tiver
sido realizada em um fim de semana ou feriado, a liquidação ocorrerá no dia útil subsequente. Dessa
forma, em no máximo dois dias o dinheiro cairá na sua conta.

O Tesouro Selic também é uma alternativa bastante ​simples​. Atualmente, no Tesouro Direto, só há um
título indexado à Selic disponível para compra: o Tesouro Selic com vencimento em 2023. E mesmo
que o Tesouro comece a ofertar papéis com vencimentos diferentes (de tempos em tempos, os prazos
são atualizados), não se preocupe: todos remuneram o investidor praticamente da mesma forma.

Por fim, investir em títulos públicos é uma alternativa bastante ​barata ​para quem quer formar um
colchão de liquidez. Com a partir de R$ 30, é possível negociar no Tesouro Direto, respeitando-se a
fração mínima de 1% do valor do título público.
Fonte: Tesouro Direto

No dia 4 de dezembro, o valor mínimo para ein Tesouro Selic 2023 custava ao investidor R$ 98,35,
equivalente a 1% do valor cheio do papel. A taxa de rendimento indica apenas se o título está sendo
negociado com ágio (taxa negativa) ou deságio (taxa positiva) no momento da compra, conforme a
demanda.

No exemplo acima, se o investidor resgatar o Tesouro Selic no dia 1º de março de 2013, ele vai receber
o valor investido de volta remunerado pela taxa Selic ao longo do período da aplicação acrescido de
uma taxa de 0,01%.
Em relação aos custos operacionais, o investidor só é obrigado a pagar uma taxa de custódia de 0,3%
ao ano sobre o valor dos títulos à B3. Além disso, algumas instituições (bancos e corretoras) ainda
podem cobrar uma taxa de administração sobre o investimento, mas dê preferência àquelas que
isentam o investidor desse custo. Para conferir quais são elas, consulte ​esta tabela​, disponível no site
do Tesouro Direto.

CDBs pós-fixados e com liquidez diária

Os bons CDBs também são uma alternativa para você montar seu colchão de liquidez, desde que
ofereçam a oportunidade de venda antecipada, com liquidez diária.

Comprar um CDB significa emprestar dinheiro para seu banco e ser remunerado por esse crédito.
Dessa forma, é fundamental analisar a solidez financeira da instituição financeira antes de emprestar
seu dinheiro a ela, ainda que o produto tenha cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com
garantia de até R$ 250 mil por conglomerado financeiro.

Para o investimento fazer sentido, opte por CDBs que rendam um percentual igual
ou(preferencialmente) superior a 100% do CDI (lembre-se de que o CDI e a taxa Selic caminham lado a
lado). Se não encontrar, recorra ao Tesouro Selic.

São raros os CDBs com liquidez diária e com retornos iguais ou superiores a 100% do CDI. Atualmente,
existem algumas opções ofertadas pelo ​Banco Inter​, ​Sofisa​ ​e ​Da​y​coval​.

Fundos DI

Por fim, os fundos do tipo DI são a terceira alternativa para formar sua reserva de emergência. Eles são
fundos de investimento passivos, que visam replicar o desempenho do CDI.

Nada menos que 95% do patrimônio dos fundos dessa categoria precisam estar aplicados em ativos
(títulos ou operações) que busquem acompanhar as variações do CDI ou da taxa Selic.

Para fins de colchão de liquidez, a Luciana Seabra, responsável pela série Os Melhores Fundos de
Investimento, costuma sugerir fundos do tipo DI simples, que investem somente em títulos públicos,
sem nada de crédito privado. Afinal, sua reserva de emergência precisa estar alocada em um
investimento com o menor risco possível.
Como os fundos DI têm rendimento muito próximo à Selic, evite escolher os com taxa de administração
superior a 0,2% ao ano, já que, para investir em títulos públicos, a taxa cobrada pela B3 é de 0,3% ao
ano. A melhor opção do momento é encontrada no BTG Pactual Digital.

Veja a seguir os fundos DI sugeridos pela Luciana e equipe da série Os Melhores Fundos de
Investimento:

Fundo Taxa de administração Aplicação inicial Aplicação adicional Onde encontrar

Órama DI Tesouro FI Renda Fixa Simples LP ​CNPJ: 12.823.610/0001-74 R$ 0 R$ 0 Órama


0,2% ao ano

Trend Pós-Fixado FI Renda Fixa Simples ​CNPJ: 26.559.284/0001-44 R$ 500 R$100 Rico/XP
0,2% ao ano

BTG Pactual Digital Tesouro Selic Simples FI Renda Fixa ​CNPJ: 29.562.673-0001-17 R$ 500 R$100 BTG Pactual Digital
0,09% ao ano

Fonte: Os Melhores Fundos de Investimento

Obs.: os três fundos têm resgate em D+0, ou seja, no mesmo dia útil.

Por fim, diferentemente dos títulos públicos e dos CDBs, é possível sempre realizar novos aportes no
mesmo fundo DI, com o patrimônio total rendendo conjuntamente.

TRIBUTAÇÃO

Os lucros auferidos com títulos públicos, CDBs e fundos DI são tributados de acordo com a tabela
regressiva de renda fixa:

TABELA REGRESSIVA DE RENDA FIXA

Resgate Alíquota

Em até 180 dias 22,50%

De 181 até 360 dias 20%

De 361 dias até 720 dias 17,50%

Acima de 720 dias 15%

Fonte: Receita Federal


As três alternativas de investimento também estão sujeitas à cobrança de IOF (sigla para Imposto sobre
Operações Financeiras), imposto cobrado em caso de resgate em menos de 30 dias.

Os fundos DI apresentam uma desvantagem: a cobrança de come-cotas, tributação semestral que


incide sobre os fundos nos últimos dias úteis de maio e novembro. O come-cotas é uma antecipação
obrigatória do seu Imposto de Renda. Ele toma uma parte das cotas que representa a rentabilidade no
semestre. Ou seja, ele come uma parcela dos seus rendimentos duas vezes por ano e, portanto, reduz
o potencial dos juros compostos desses fundos. Essa antecipação é de 15%, no caso dos fundos de
longo prazo, e de 20%, no caso dos de curto prazo.

É importante ressaltar que em nenhum dos três casos o investidor precisa se preocupar com o
recolhimento do imposto, já que ele é retido diretamente na fonte. Mas atenção: é dever de todo
investidor informar suas aplicações financeiras e os rendimentos na Declaração de Ajuste Anual.

A POUPANÇA É UMA BOA OPÇÃO PARA FORMAR ESSE COLCHÃO?

NÃO! Por dois motivos principais:

1º​)​ A​ p​ou​p​an​ç​a rende menos do que o Tesouro Selic.

Como já dissemos anteriormente, o Tesouro Selic é considerado o ativo mais seguro da economia
brasileira. Deveríamos esperar, portanto, que a caderneta de poupança (que é um produto bancário)
entregasse uma remuneração superior a dos títulos públicos. Mas não é isso que vemos na prática.

De acordo com a legislação atual, a poupança remunera da seguinte forma:

0,5% ao mês + TR, quando a meta da taxa Selic é superior a 8,5% ao ano;

70% da meta da taxa Selic + TR, quando a meta da taxa Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano.

Atualmente, a meta da taxa Selic está em 6,5% ao ano (lembre-se de que a meta pode mudar), ou seja,
a caderneta de poupança está rendendo 70% da meta da taxa Selic + TR. Considerando que a TR
(Taxa Referencial) continue sendo equivalente a zero, como tem sido, a caderneta está rendendo em
torno de 4,55% ao ano — o que é bem inferior ao retorno do Tesouro Selic, mesmo desconsiderando a
maior alíquota de Imposto de Renda, de 22,5%, que levaria a um retorno aproximado de 5% ao ano.
Descontando-se tanto impostos quanto custos operacionais, a poupança perdeu para a taxa Selic nos
últimos 20 anos, como é possível conferir no gráfico abaixo.

* Descontados a taxa de custódia de 0,3% ao ano e o Imposto de Renda de 22,5%.

** De 1997 até abril de 2012, foi utilizada a regra antiga de remuneração da poupança (0,5% ao mês +
TR). A partir de então, o cálculo considerou retorno equivalente a 70% da meta mensalizada da Selic,
quando a taxa básica de juros for inferior a 8,5% ao ano + TR.

*** Dados até novembro de 2018.

Fonte: Quantum Axis

2º​)​ A remunera​ç​ão da​ p​ou​p​an​ç​a é mensal​, ​sendo necessário res​p​eitar a data de aniversário.

Caso deposite determinado valor na caderneta no dia 10 de junho, você só receberá alguma
remuneração após completados 30 dias. Se você resgatar o dinheiro no dia 20 de junho, por exemplo,
não receberá nenhum rendimento da poupança, enquanto, no Tesouro Selic, seu investimento renderia
uma taxa proporcional ao tempo de permanência com o papel.

Juliana Megid
Assistente
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