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Instalações Hidráulicas/Família Carielo

ESCOLA TÉCNICA LIEAUT CARIELO | RUA JOAQUIM FELIPE,119, BOA VISTA, RECIFE-PE
Instalações Hidráulicas/Família Carielo

1.Instalações de Água Fria


1.1 Generalidades

São instalações que compõem o conjunto de canalizações, conexões, aparelhos e ferragens


para suprimento de água a prédios, armazenamento e distribuição aos pontos de consumo.
Todo este processo vai desde a rede pública os pontos de utilização da água: chuveiros,
lavatórios, vasos sanitários, pias, torneiras para jardins, etc.

1.2 Partes Componentes de uma Instalação de Água Fria

Vamos analisar o caso mais geral que é uma edificação com vários pavimentos superpostos e
altura acima do alcance das pressões disponíveis na rede pública de distribuição de água,
obrigando o uso de dois reservatórios de acumulação: um na parte inferior e outro na
superior.

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a) Rede Pública de Distribuição de Água é aquela existente na rua, de propriedade da entidade


responsável pelo fornecimento de água.

b) Ramal Predial é a tubulação compreendida entre a rede pública de distribuição e o


hidrômetro ou peca limitadora de vazão. Essa parte é dimensionada e executada pela
concessionária, com as despesas por conta do interessado.

c) Hidrômetro, aparelho instalado, geralmente na mureta lateral esquerda ou direita,


acondicionado em caixas apropriadas, para medir o consumo de água.

d) Ramal de Alimentação é a tubulação compreendida entre o hidrômetro até a entrada de


água no reservatório de acumulação, passando ou não pela coluna piezométrica ou
reservatório piezométrico.

e) Coluna Piezométrica é um dispositivo regulador do nível piezométrico, e instalado sempre


que o reservatório estiver abaixo da cota do meio fio no ponto de cruzamento do ramal
predial. Em algumas cidades brasileiras, tal peça é dispensada, mas em outras o uso é
obrigatório, portanto, fazendo parte dos regulamentos locais.

f) Reservatório Inferior é próprio dos prédios com mais de dois pavimentos. Até esse limite,
geralmente a pressão na rede é suficiente para abastecimento do reservatório situado na
parte superior do edifício. Já nas edificações de três ou mais pavimentos, é recomendado usar
dois: um na parte inferior e outro na superior, e também por aliviar sobrecarga nas estruturas.

Os reservatórios devem ser instalados em locais de fácil acesso e de preferência afastado das
tubulações de esgoto, principalmente manilhas de barro, porque um vazamento poderá
provocar sua contaminação de modo imperceptível. Quando localizados no subsolo, as tampas
deverão ser elevadas pelo menos a 50cm do piso e nunca rentes a estes, conforme a figura
abaixo.

Reservatório Inferior (CORRETO)

Reservatório Inferior (INCORRETO)

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Observe que a possibilidade de contaminação pela infiltração de água, através da tampa é bem
inferior na figura 2 que na figura 3. Este detalhe da tampa, também será válido para os
reservatórios superiores, só que, nestes, a altura de 50,0 cm não será necessária, podendo ser
limitada em 4,0 ou 5,0cm, e serve apenas para impedir a entrada das águas de chuvas, as quais
formam uma película muito fina devido aos escoamentos laterais. Já no subsolo, poderá haver
acúmulo de água no piso e também para facilitar a colocação do extravasor.

As tampas deverão ser trancadas com cadeados, pois é fator de segurança e com acesso
apenas para encarregados.

g) Extravasor, vulgarmente chamado de (ladrão), serve para regularização do nível máximo e


aviso de não funcionamento da válvula de boia.Em hipótese alguma, podem desaguar em
caixas de passagens, tubos condutores de esgoto sanitário ou pluvial, mas, sim em locais
visíveis e que chamem atenção do usuário, pois esta é mesmo sua maior finalidade. É comum,
em residências, os instaladores embutirem a tubulação do extravasor na parede e deixar
desaguando numa caixa de passagem de esgoto sanitário, principalmente naquelas em que
não há parecença do engenheiro. Ocorre aí a entrada de gases provenientes da rede para
dentro do reservatório, sendo absorvidos pela água, e além de insetos e roedores, pondo em
risco a saúde dos ocupantes.

h) Sistema de recalque, sempre que tivermos de transportar uma determinada quantidade de


líquido de um reservatório A para um reservatório B, cujo nível A seja inferior ao de B, é
necessário fornecer, por meios mecânicos, certa quantidade de energia ao líquido. Ao
conjunto constituído pela canalização e meios mecânicos se denomina sistema de recalque.

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Nele se distinguem:

1) Conjunto motobombas, nas instalações prediais, é necessário o emprego de dois


conjuntos motobombas, ficando um de reserva para atender a eventuais emergências.
Normalmente, se usam bombas do tipo centrífuga e acionadas por motores elétricos.
2) Canalização de sucção, é a parte da tubulação que conduz agua do reservatório
inferior, ou cisterna, até a bomba, possuindo em sua extremidade inferior uma válvula
de retenção chamada válvula de pé e dotada de crivo para impedir a entrada de
sujeira solida na tubulação.
3) Canalização de recalque, é a que conduz a água da bomba ao reservatório superior,
também dotada de uma válvula de retenção.

Obs: tanto na sucção quanto no recalque, não se usam joelhos de raio curto e sim curvas de
raio longo para diminuição das perdas de carga, trazendo, em consequência, economia de
energia no motor.

i) Reservatório Superior, os reservatórios superiores, no caso das habitações coletivas, prédios


ou escritórios ou comerciais, deverão ser divididos em duas células para efeito de sua limpeza
e não haver interrupção no consumo de água. Para esta divisão, as normas recomendam
somente quando o volume ultrapassar 4.000litros, embora sendo muito difíceis prédios desta
natureza possuírem reservatórios com volumes menores.

j) Colar ou Barrilete, abaixo do reservatório superior e acima da laje de forro, é situado o


barrilete, provido de registros de gaveta que comanda toda distribuição de água, válvulas de
retenção no caso da tubulação para combate a incêndio e luvas de união para facilitar a
desmontagem da tubulação, e de onde partem as colunas, conforme disposto na figura abaixo.

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Entre o fundo do reservatório e a laje de forro, deve haver um espaço maior ou igual a 60cm
para permitir a manutenção ou manobra dos registros. Temos dois tipos de barrilete: o
ramificado e o concentrado. Por razoes econômicas, o mais usado é o barrilete ramificado.

Barrilete Concentrado

K) Coluna é a canalização vertical, tendo origem no barrilete e abastecendo os ramais de


distribuição de agua nos banheiros. Antigamente, era necessária a utilização de colunas
especificas para válvulas de descargas, porém atualmente, podemos alimentar atualmente
todo o banheiro com uma coluna só.

l) Ramal, é a canalização compreendida entre a coluna e os sub ramais, por exemplo o trecho
de A até D da figura abaixo.

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m) Sub Ramal, é a canalização que liga os ramais aos aparelhos de utilização, trechos abaixo.

1ºExercício Teórico

1. O que é um hidrômetro e qual a sua finalidade.


2. O que é o ramal de alimentação e onde o mesmo fica situado?
3. Qual a finalidade do extravasor?
4. Quando será utilizado o sistema de recalque?
5. Por que os reservatórios superiores geralmente são divididos em dois?
6. Onde deverá ficar situado o barrilete?
7. Qual a diferença de um ramal para um sub ramal?

1.3 Dimensionamento das partes componentes de uma Instalação d e Água


Fria

1.3.1 Reservatórios

Os reservatórios deverão ser dimensionados de maneira a armazenar agua correspondente ao


consumo de um a três dias, sendo o mais recomendável dois. Primeiramente, calculamos a
população com as recomendações contidas na tabela I e, em seguida, verificamos o consumo
(per capita) na tabela II.

Além da agua armazenada para consumo, deveremos prever uma quantidade para combate a
incêndio, chamada reserva técnica. Essa reserva é calculada de acordo com o estabelecido
pelos regulamentos das guarnições do Corpo de Bombeiros. Porém, o mais usual é adotar
6.000L para quatro caixas de incêndio, mais 500 litros por caixa excedente. A água para
combate a incêndio é armazenada no reservatório superior, o qual deverá ter um volume igual
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ao do inferior, ficando para consumo dos usuários aproximadamente o equivalente a 40% da
quantidade reservada para consumo de dois dias.

Para melhor compreensão, daremos o seguinte exemplo:

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2ºExercício Teórico- Reservatório


Achar as capacidades dos reservatórios superior e inferior para um edifício com vinte
pavimentos e três apartamentos de dois dormitórios por pavimento.

1ºPasso: Monte uma planilha como está para calcular o total de pessoas que vivem no seu
edifício. Considere que vivem duas pessoas por dormitório.

2ºPasso:Observe como você deverá encontrar a população total, esse valor representará 240
pessoas.

3ºPasso:Calcularemos agora o consumo diário da edificação, basta multiplicar o número de


pessoas pelo consumo per capita.

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4ºPasso:Encontrado o consumo diário se faz necessário que você multiplique por dois (este
valor representa a quantidade de dias sem água da rede pública de abastecimento).

5ºPasso:Encontraremos agora o valor da reserva técnica para incêndio, mediante a seguinte


equação: 6000 + (N – 4)500, onde N é o número de pavimentos do edifício.

Este valor deverá ser acrescido ao total do valor respectivo ao somatório.

6ºPasso: Logo, a quantidade de água que deve ser armazenada para o consumo desta
edificação, será a soma da reserva técnica + o valor previsto para o consumo.

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7ºPasso: Para concluir, o valor encontrado deverá ser dividido por dois, onde metade do valor
encontrado deverá ficar situado no reservatório inferior e metade no reservatório superior.

1.3.2 Previsão para combate a incêndio

A reserva técnica é a quantidade de água, mínima necessária, para combate a incêndio,


localizada no reservatório superior e calculada da seguinte forma: 6.000Litros para quatro
caixas de incêndio mais quinhentos litros por caixa excedente. Resumindo, Reserva Técnica =
6.000 + (N -4) x 500 sendo N o número de pavimentos.

3ºExercício Teórico – Reserva Técnica


Calcule a reserva técnica para um edifício de apartamento com 15 pavimentos e uma caixa de
incêndio em cada pavimento.

1ºPasso: O dimensionamento da reserva técnica é bastante simples, basta respeitar a seguinte


fórmula: 6000 + (N-4) X 500, onde N, será o número de pavimentos do edifício.

Quando o edifício não for dotado de reservatório superior para distribuição de agua por
gravidade, o abastecimento da rede preventiva de combate a incêndio deverá ser feito pelo
reservatório inferior através de um conjunto de bombas de acionamento independente e
comando automático. Neste caso, a reserva técnica é calcula da mesma forma anterior.
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4ºExercício Teórico
Dimensione o reservatório superior e inferior, além da reserva técnica para um edifício com 25
pavimentos, 3 apartamentos por andar e três dormitórios cada apartamento.

Cálculos:

1.3.3 Detalhes sobre Reservatórios

Enquanto em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, o abastecimento de água é


realizado interruptamente pela rede pública, as edificações brasileiras, precisam
obrigatoriamente de um reservatório superior, por conta do seu abastecimento inconstante
fazendo assim com que as instalações hidráulicas funcionem sob baixa pressão.

A água da rede pública apresenta uma determinada pressão, que varia ao longo da rede de
distribuição. Dessa forma, se o reservatório ficar a uma altura não atingida por essa pressão, a
rede não terá capacidade de alimentá-lo. Com limite prático, a altura do reservatório com
relação a via pública não deve ser superior a 9m, preste bem atenção neste detalhe.

Reservatório Superior

O reservatório superior poderá ser alimentado pelo sistema de recalque ou diretamente, pelo
alimentador predial.

Nas residências de pequeno e médio porte, os reservatórios, normalmente, localizam-se sob o


telhado, embora possam localizar-se sobre ele.

Obs: Quando o reservatório for acima de 2000Litros, o reservatório deverá ser projetado sobre
o telhado, com estrutura adequada de suporte. Nos prédios com mais de três pavimentos
(9m), o reservatório superior é localizado, geralmente, sobre a caixa de escada, em função da
proximidade de seus pilares.

Localização do Reservatório

É bastante importante lembrarmos que a pressão não depende do volume de água contido no
reservatório, e sim da altura. Além da altura, a localização inadequada do reservatório
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também poderá interferir na pressão da água nos pontos de utilização.

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Obs: O reservatório deverá ser localizado o mais próximo possível dos pontos de consumo,
para que não ocorra perda de cargas exageradas nas canalizações, o que acarretaria
diminuição da pressão nos pontos de utilização.

Reservatório Inferior

O reservatório inferior será sempre necessário em prédios com mais de três pavimentos
(acima de 9m de altura), pois, geralmente, após esse limite, a pressão da rede pública não é
suficiente para abastecimento do reservatório elevado. Necessitando assim, dois
reservatórios: um na parte inferior e outro na superior da edificação.

Obs: No projeto arquitetônico deverá ser previsto um espaço físico para a localização do
sistema elevatório, denominado casa de bombas, suficiente para a instalação de dois conjunto
de bombas, ficando uma de reserva para atender eventuais emergências.

1.3.3 Ramal de Alimentação

Temos, primeiramente, que calcular a vazão de entrada, dividindo o consumo diário do prédio
pelo número de segundo dia (86.400), admitindo, assim, que há fornecimento contínuo por
parte da rede pública. A NB 92 recomenda que a velocidade máxima nessa tubulação é de
1,0ms. Então, para efeito de economia, adotamos esta, porém devemos observar que não
pode ser inferior a 0,6ms.

Com a vazão e a velocidade, podemos determinar o diâmetro da tubulação com auxílio do


ábaco III ou IV, dependendo serem os tubos de PVC ou ferro galvanizado.

Obs: Note que o condutor de alimentação(ramal) dependerá diretamente do consumo diário


de água na edificação.

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5ºExercício Teórico- Ramal de Alimentação


Calcule o diâmetro do ramal de alimentação para o caso do exercício 2, sendo a tubulação de
aço galvanizado.

Solução

Consumo diário: 48.000Lts

Velocidade de entrada: 1,0m/s

Vazão= Q = 48.000 / 86400 = 0,55Lts/s

Com Q = 0,55Lts/s – ábaco III = 25mm(1”)

Não deixe de montar as suas planilhas de cálculos no excel, facilitará quando tivermos que
realizar o nosso projeto final.

6ºExercício Teórico- Ramal de Alimentação


Calcule o diâmetro do ramal de alimentação para o caso do exercício 4, sendo a tubulação de
aço galvanizado.

Solução

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1.3.4 Sistema de Recalque

O sistema de recalque como vimos anteriormente, é composto de canalização de sucção,


canalização de recalque e conjunto motobombas.

Nesse sistema, calculamos o diâmetro do recalque e adotamos para sucção um diâmetro


nominal imediatamente superior. Para o cálculo da vazão, adotamos um tempo de
funcionamento, com a observação de que a capacidade horaria de uma bomba não deve ser
inferior a 20% do consumo diário. É conveniente serem adotadas, a cada 24horas, os seguintes
tempos de funcionamento para a bomba:

1) Prédios para apartamentos, 3 períodos de 1h30min cada.

2) Prédios para escritórios, 2 períodos de 2hcada.

3) Prédios para hospitais, 3 períodos de 2hcada.

4) Prédios para hotéis, 3 períodos de 1h30min cada.

1.3.5 Colunas

Pode uma coluna alimentar mais de um conjunto sanitário por pavimento; porém, o mais
comum é a alimentação de apenas um por andar. A NB 92 estabeleceu pesos para os diversos
tipos de aparelhos na tabela III e, verificada a natureza da ocupação, determinamos a soma
dos pesos por andar.

Partindo de baixo para cima, somamos os pesos acumuladamente em cada ponto de


derivação, sendo que a vazão é calculada, para cada trecho, em função da soma dos pesos no
ábacos II.

Tendo em vista o limite da velocidade em 2,5m/s, determinamos os diâmetros dos diversos


trecho neste mesmo ábaco. A maneira mais usual é o emprego de uma planilha de cálculo com
resultados dispostos conforme sugerido pela NB-92. Convém salientar que se o banheiro é do
tipo privado, não há uso simultâneo das peças e a somatória dos pesos se restringe apenas à
peça de maior peso.

Também no cálculo das pressões dinâmicas, não levamos em conta a perda de carga no
barrilete, porque este é dimensionado depois e os valores daqueles não causam grandes
variações nas pressões. Notar que as pressões, tanto dinâmica quanto estáticas, não podem
exceder a 40,0m.

Se forem maior que este valor, deveremos usar válvulas de redução de pressão ou
reservatórios intermediários.

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7ºExercício Teórico Colunas


Dimensione a coluna AF1, em PVC, indicada na figura abaixo, sabendo se que esta alimenta em
cada pavimento um quarto de banho de um apartamento composto de um vaso sanitário com
válvula de descarga, um lavatório, um bidê e um chuveiro.

Solução

Sendo o banheiro do tipo privado, apenas uma peça será usada de cada vez; no caso tomemos
a de maior peso que é o vaso e igual a 40, conforme tabela III. Nosso trabalho para resolução
do problema será o preenchimento da planilha, conforme segue:

1ºPasso: Construa a seguinte planilha.

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2ºPasso: Insira agora o peso simples de cada pavimento, teremos aqui o valor da maior peça
sanitária, o peso da privada que é igual a 40.

3ºPasso: Na opção de acumulados, deveremos representar a soma dos pesos ao longo dos
pavimentos, é importante notar aqui que quanto mais alto, maior será o diâmetro da
tubulação, quanto mais baixo, menor será o diâmetro da tubulação.

Multiplique o valor simples, pelo número de pavimentos, através da fórmula acima.

4ºPasso:Através da seleção adjacente, todos os pesos acumulados serão inseridos.

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5ºPasso:Consulte o ábaco NºII, no qual teremos os diâmetros e vazões em função da soma dos
pesos, feito isso, insira em sua planilha.

Obs: Um detalhe importante nessa tabela está no peso das peças, onde, estamos trabalhando
com um peso de 40 unidades Hunter para a maior peça que é o vaso sanitário. Atualmente,
não precisamos inserir tal valor para os vasos sanitários, atualmente os mesmos atuam através
de um processo de caixa acoplada, diminuindo assim o seu peso acumulado em unidades
hunter e consequentemente reduzindo o diâmetro das tubulações.

1.3.6Barriletes

Ramificado – A exemplo das colunas, os Barriletes deverão ser dimensionados por trechos,
somando os pesos nos topos das colunas e, em função destes, determinamos os diâmetros de
cada trecho com auxílio do ábaco II.

Concentrado – Neste caso, todas as colunas partem do colar; então, basta somar os pesos nos
topos das mesmas e, em função destes, determinando o diâmetro de todo o colar com auxílio
do ábaco II.

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8ºExercício Teórico -Barrilete


Dimensionar o barrilete, indicado na figura abaixo, sabendo-se que este alimenta quatro
colunas com os seguintes pesos: AF-1 = 320; AF -2 = 400; AF-3 = 160 e AF-4 = 80.

1) Trecho AB:

Pab = Paf1 + Paf2 = 320 + 400 = 720

comPab = 720, logo (ábaco II) - Ø = 60mm.

2) Trecho CD:

Pcd = Paf3 + Paf4 = 160 + 80 = 240

comPcp = 240, logo (ábaco II) - Ø = 50mm.

3) Colar RBCR’

Prbcr’ = Paf1 + Paf2 + Paf3 + Paf4 = 320 + 400 + 160 + 80 = 960

comPrbcr’ = 960, logo (ábaco II) - Ø = 60mm.

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9ºExercício Teórico - Barrilete


Dimensionar o barrilete, indicado na figura abaixo, sabendo-se que este alimenta quatro
colunas com os seguintes pesos: AF-1 = 520; AF -2 = 200; AF-3 = 80 e AF-4 = 80.

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10ºExercício Teórico - Revisão


1. Dimensione os Reservatórios necessários para uma edificação com 12 Pavimentos,
considerando que existe 4Ape por andar e 2 dormitórios por apartamento.
2. Dimensione o ramal de alimentação necessário para alimentar esta edificação.
3. Dimensione o barrilete, indicado na figura abaixo, sabendo-se que este alimenta
quatro colunas com os seguintes pesos: AF-1 = 520; AF -2 = 200; AF-3 = 200 e AF-4 =
520.

1.3.7Ramais

No dimensionamento dos ramais, deveremos somar os pesos das peças ligadas aquele ramal e,
com o ábaco II, achamos o diâmetro do ramal; isto se houver possibilidade de uso simultâneo,
por que, caso contrário, o ramal deverá ter diâmetro do sub-ramal de maior peso.

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11ºExercício Teórico Ramais


Dimensionar os ramais indicados na figura abaixo, sabendo-se que os vasos sanitários são
alimentados com válvulas de descarga e os mictórios através de descarga descontínua.

1) Trecho AB:

Pab = Pamc + Pamc’ = 0,3 + 0,3 = 0,6

comPab = 0,6, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

2) Trecho BC:

Pbc = Pab + Pbmc’’ = 0,6 + 0,3 = 0,9

comPbc = 0,9, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

3) Trecho CD:

Pcd = Pbc + PCVs = 0,9 + 40,0 = 40,9

comPcd = 40,9, logo (ábaco II) - Ø = 32mm.

4) Trecho DE:

Pde = Pdc + PDVs’ = 40,9 + 40,0 = 80,9

comPde = 80,9, logo (ábaco II) - Ø = 40mm.

5) Trecho EF:
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Pdf = Pde+ PEVs” = 80,9 + 40,0 = 120,9

comPdf = 120,9, logo (ábaco II) - Ø = 50mm.

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12ºExercício Teórico Ramal de Alimentação


Dimensionar os ramais indicados na figura abaixo, sabendo-se que os vasos sanitários são
alimentados com válvulas de descarga e os mictórios através de descarga descontínua.

1) Trecho AB:

Pab = Pamc + Pamc’ = 0,3 + 0,3 = 0,6

comPab = 0,6, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

2) Trecho BC:

Pbc = Pab + Pbmc’’ = 0,6 + 0,3 = 0,9

comPbc = 0,9, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

3) Trecho CD:

Pcd = Pbc + PCVs = 0,9 + 40,0 = 40,9

comPcd = 40,9, logo (ábaco II) - Ø = 32mm.

1.3.8 Sub-ramais

Os diâmetros dos sub-ramais são dados diretamente na tabela VII, ficando o dimensionamento
restrito aos valores indicados.

Obs: O diâmetro das tubulações atualmente vem sendo reduzidos, por conta das privadas do
tipo caixa acoplada. Essas privadas possuem um reservatório de água próprio, os quais 22
armazenam a água que será utilizada na descarga, evitando assim a necessidade de canos com
diâmetros maiores.

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Com o advento da caixa acoplada, o peso Hunter referente à privada foi reduzido de 40 para
0,3. Consequentemente, como toda a tubulação teve o seu diâmetro reduzido, os custos para a
realização do seu projeto também o foram.

13ºExercício Teórico Ramal de Alimentação


Dimensionar os ramais indicados na figura abaixo, sabendo-se que os vasos sanitários são
alimentados com descarga de caixa acoplada e os mictórios através de descarga descontínua.

1) Trecho AB:

Pab = Pamc + Pamc’ = 0,3 + 0,3 = 0,6

comPab = 0,6, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

2) Trecho BC:

Pbc = Pab + Pbmc’’ = 0,6 + 0,3 = 0,9

comPbc = 0,9, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

3) Trecho CD:

Pcd = Pbc + PCVs = 0,9 + 0,3 = 1,2

comPcd = 1,2, logo (ábaco II) - Ø = 20mm.

Observe a diferença no diâmetro nas tubulações dentro do mesmo banheiro, onde o


exercício 12 terá uma descarga do tipo contínua (32mm) e o exemplo 13 terá uma descarga
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do tipo de caixa acoplada (20mm).

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1.3.9 Posicionamento dos Registros

A altura padrão dos registros de gaveta é de 180cm em relação ao piso acabado. O seu
posicionamento na parede do detalhe isométrico de água fria e quente e das interfaces com o
leiaute do compartimento.

A colocação do registro de pressão dentro do box deverá ser estudada da maneira que os
registros do chuveiro possam ser abertos e fechados sem que a pessoa se molhe. Isso é de
fundamental importância principalmente no inverno, quando em locais frios onde a água fria
causa maior desconforto. A altura ideal desses registros deverá estar compreendida entre 100
e 110cm em relação ao piso acabado.

1.3.10 Dúvidas Frequentes

Registro de pressão: utilizado para controle de vazão, sendo que a vedação é feita entre a sede
metálica e o vedante, aplicado ao sub ramal do chuveiro.

Registro de gaveta: deve ser utilizado com a finalidade de fechar o fluxo de água para
manutenção da rede (totalmente aberto ou totalmente fechado).

ABREVIAÇÕES

N.A. – Nível d’água

AF – Coluna de água fria

Ch – Chuveiro

Bd – Bidê

Lv – Lavatório

Vs – Vaso sanitário

Bh – Banheira

Tq – Tanque

F – Filtro

Mc – Mictório

Ml – Máquina de lavar roupas

Bb – Bebedouro

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1.4 Ergonomia nos Projetos

Os desenhos dos projetos das instalações devem seguir basicamente as normas brasileiras
para desenho técnico, no geral, atendendo também as especificidades de cada projeto: água
fria, água quente, incêndio, esgoto e águas pluviais.

Observe algumas alternativas de leiaute de banheiro abaixo antes de realizar o seu exercício
prático.

1ºExercício Prático
Para estabelecer as dimensões de um banheiro, é fundamental levar em consideração as áreas
ergonômicas das peças de utilização.

1ºPasso: Desenhe a seguinte planta abaixo, para que possamos adequar os nossos
conhecimentos sobre as peças sanitária.

1.Lavatório

Os lavatórios, medindo 45cm a 70cm de largura x 40cm a 55cm de profundidade, para sua
perfeita utilização, exigem um espaço dinâmico retangular, com seu maior lado paralelo a
parede e o menor perpendicular a ela. As dimensões mínimas desse quadrado (tamanho da
peça mais espaço dinâmico) serão de 90cm x 90cm(mínimo) e 90cm x 111cm(máximo), para
os modelos de parede e de coluna.

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2.Bacia Sanitária

Os vasos, ou bacias, medem de 38cm a 40cm de largura x 46cm a 55cm de comprimento. A


distância entre a bacia sanitária e a parede pode ser de 12cm, no caso de a descarga ser
acionada por válvula, ou de 1,5cm, se a opção for o modelo de caixa acoplada.

A área ergonômica da bacia sanitária é um retângulo de 70cm (largura) x 120cm


(comprimento), que se sobrepõe as dimensões da peça. Quando houver nenhum obstáculo
lateral a menor dimensão poderá ser de 60cm x 120cm.

Os espaços livres laterais do vaso sanitário deverão ser de 20cm no mínimo, admitindo se a
15cm para banheiros de serviço, e espaço frontal de 55cm a 60cm.

3.Chuveiro Box

O tamanho do boxe é de fundamental importância para que se possa tomar banho de chuveiro
(ducha) com um mínimo de conforto.

A área dinâmica do boxe deverá ter dimensões suficientes para permitir a abertura dos braços.
Adotando se como medidas mínimas as dimensões de 80cm x 80cm ou 1m x 70cm.

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Observe um modelo reduzido da mesma planta baixa do banheiro acima.

1.5 Acessibilidade nos Projetos

2ºExercício Prático
A sociedade em geral, hoje, vem cada vez mais se conscientizando da necessidade de
proporcionar uma vida digna, confortável e independente aos portadores de necessidades
especiais. Logo, o técnico não pode ignorar essa realidade, observe a NBR 9050 (norma
brasileira exclusiva para acessibilidade).

Observe as instruções abaixo e dimensione um banheiro acessível para portadores de


necessidades especiais.

MODELO BÁSICO

Dimensão: o ideal é 1,50m X 1,70m, mas poderá medir 1,50m X 1,50m (media mínima e neste caso a
porta deve ter 1m de largura - confira na NBR9050 ilustrações);
Barras laterais: altura 75cm a partir do piso acabado (medidos pelo eixo de fixação), comprimento
mínimo 80cm (deve avançar 50cm a partir da extremidade frontal da bacia), diâmetro entre 3,5 e 4,5cm e
distância de 4cm no mínimo da parede, ou seja, a parte mais externa estará a, no mínimo, 7,5cm da
parede. O eixo da bacia deverá estar a 40cm da face da barra lateral. Já a barra dos fundos deve estar a
no máximo 11cm da parede dos fundos (em relação à sua face externa) e deve extender-se no mínimo
30cm além do eixo da bacia em direção à parede lateral;
Bacia sanitária: melhor o modelo sem
caixa acoplada. Caso tenha, deve-se
garantir a instalação da barra de apoio
dos fundos para evitar que a caixa seja
utilizada como apoio. Neste caso a
altura entre a face da barra e a caixa
acoplada deve ser de no mínimo 15cm.
A altura do assento da bacia sanitária
deve ficar entre 43 e 45cm do piso
acabado (medidas da borda superior,
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sem o assento). Considerando com o
assento, a medida máxima de altura é
46cm. Se for usada base de alvenaria
para erguer o vaso sanitário, esta base

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não deve ter mais de 5cm além do contorno da bacia;


Válvula de descarga: altura máxima 1m e se possível com alavanca ou mecanismos de acionamento
automático;
Papeleira: altura entre 50 e 60cm a partir do piso e a 15cm a partir da ponta frontal da bacia;

MODELO 2 (COM PIA)

Dimensão: 2,00 de largura X 1,70m (em um módulo de 1,50 x 1,70m também é possível inserir um
lavatório no canto - para conferir o desenho acesse a NBR9050);
Barras laterais (posição horizontal): altura 75cm a partir do piso acabado (medidos pelo eixo de
fixação), comprimento mínimo 80cm (deve avançar 50cm a partir da extremidade frontal da bacia),
diâmetro entre 3,5 e 4,5cm e distância de 4cm no mínimo da parede, ou seja, a parte mais externa estará
a, no mínimo, 7,5cm da parede. O eixo da bacia deverá estar a 40cm da face da barra lateral. Já a barra
dos fundos deve estar a no máximo 11cm da parede dos fundos (em relação à sua face externa) e deve
extender-se no mínimo 30cm além do eixo da bacia em direção à parede lateral;
Bacia sanitária: melhor o modelo sem caixa acoplada. Caso tenha, deve-se garantir a instalação da
barra de apoio dos fundos para evitar que a caixa seja utilizada como apoio. Neste caso a altura entre a
face da barra e a caixa acoplada deve ser de no mínimo 15cm. A altura do assento da bacia sanitária deve
ficar entre 43 e 45cm do piso
acabado (medidas da borda superior,
sem o assento). Considerando com o
assento, a medida máxima de altura
é 46cm. Se for usada base de
alvenaria para erguer o vaso
sanitário, esta base não deve ter
mais de 5cm além do contorno da
bacia;
Válvula de descarga: altura
máxima 1m e se possível com
alavanca ou mecanismos de
acionamento automático;
Papeleira: altura entre 50 e 60cm a
partir do piso e a 15cm a partir da
ponta frontal da bacia;
Lavatório: deve ser suspenso e sua borda superior deve estar entre 78 e 80cm de altura em relação ao
piso acabado, devendo a parte inferior ser livre de obstáculos e respeitar a altura livre mínima de 73cm; o
sifão e a tubulação devem estar a no mínimo a 25cm da face externa da pia; a torneira deve ser acionada
por alavanca ou dispor de acionamento automático e estar a no máximo a 50cm da face externa da pia;
Barra apoio lavatório: é necessária a instalação de barras de apoio ao redor do lavatório (obedecendo a
altura deste);
Espelho: a base inferior deve estar no máx. a 90cm do piso e a altura da borda superior deve estar a no
mín. 1,80m do piso acabado. Quando inclinar 10º o espelho em relação a parede a altura da borda inferior
deve ser de no máximo 1,10m e a borda superior de no mínimo 1,80m do piso acabado; 28
Acessórios junto ao lavatório (como saboneteiras e toalheiros): devem estar entre 80cm e 120cm do
piso acabado.

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MODELO 3 (COM PIA E DUCHA)

Dimensão: 2,05 de largura X 2,40m (módulo desenvolvido pela equipe do Portal Clique Arquitetura,
baseado na NBR9050);
Barras laterais: altura 75cm a partir do piso acabado (medidos pelo eixo de fixação), comprimento
mínimo 80cm (deve avançar 50cm a partir da extremidade frontal da bacia), diâmetro entre 3,5 e 4,5cm e
distância de 4cm no mínimo da parede, ou seja, a parte mais externa estará a, no mínimo, 7,5cm da
parede. O eixo da bacia deverá estar a 40cm da face da barra lateral. Já a barra dos fundos deve estar a
no máximo 11cm da parede dos fundos (em relação à sua face externa) e deve extender-se no mínimo
30cm além do eixo da bacia em direção à parede lateral;
Barras para o Boxe: na parede de fixação do banco deverá ser instalada uma barra vertical a 75cm do
piso, com comprimento mínimo de 70cm e a uma distância de 85cm da parede lateral ao banco. Na
parede lateral ao banco devem ser instaladas 2 barras de apoio, sendo uma vertical e outra horizontal (ou
uma em "L"). Confira as medidas nos desenhos abaixo e para saber mais acesse a NBR9050 (link ao final
do texto).
Bacia sanitária: melhor o modelo sem caixa acoplada. Caso tenha, deve-se garantir a instalação da
barra de apoio dos fundos para evitar que a caixa seja utilizada como apoio. Neste caso a altura entre a
face da barra e a caixa acoplada deve ser de no mínimo 15cm. A altura do assento da bacia sanitária deve
ficar entre 43 e 45cm do piso acabado (medidas da borda superior, sem o assento). Considerando com o
assento, a medida máxima de altura é 46cm. Se for usada base de alvenaria para erguer o vaso sanitário,
esta base não deve ter mais de 5cm além do contorno da bacia.
Válvula de descarga: altura máxima 1m e se possível com alavanca ou mecanismos de acionamento
automático;
Papeleira: altura entre 50 e 60cm a partir do piso e a 15cm a partir da ponta frontal da bacia;
Lavatório: deve ser suspenso e sua borda superior deve estar entre 78 e 80cm de altura em relação ao
piso acabado, devendo a parte inferior ser livre de obstáculos e respeitar a altura livre mínima de 73cm; o
sifão e a tubulação devem estar a no mínimo a 25cm da face externa da pia; a torneira deve ser acionada
por alavanca ou dispor de acionamento
automático e estar a no máximo a 50cm da
face externa da pia;
Barra apoio lavatório: é necessária a
instalação de barras de apoio ao redor do
lavatório (obedecendo a altura deste);
Espelho: a base inferior deve estar no máx.
a 90cm do piso e a altura da borda superior
deve estar a no mín. 1,80m do piso
acabado. Quando inclinar 10º o espelho em
relação a parede a altura da borda inferior
deve ser de no máximo 1,10m e a borda
superior de no mínimo 1,80m do piso
acabado;
Acessórios junto ao lavatório (como
saboneteiras e toalheiros): devem estar 29
entre 80cm e 120cm do piso acabado.
Área de Transferência: deverá ser
prevista uma área de transferência externa ao boxe, estendendo-se no mínimo 30cm além da parede

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onde o banco está fixado (veja a figura abaixo). Se houver porta no boxe esta não pode interferir na
transferência da cadeirante rodas para o banco e deve ser de material resistente a impactos;
Boxe: a medida mínima é de 90 x 95cm;
Banco: deverá haver dentro do boxe um banco de apoio articulado ou removível, com cantos
arredondados e superfície antiderrapante e impermeável. Comprimento mínimo 70cm, profundidade
mínima 45cm e altura de 46cm em relação ao piso acabado;
Chuveiro: registros e misturadores devem ser do tipo alavanca, preferencialmente monocromado e
instalados a 45cm da parede de fixação do banco e a 1m de altura em relação ao piso acabado. Deve
haver ducha manual, na qual deve haver o controle de fluxo da água e a ducha deve ser instalada a 30cm
da parede de fixação do banco a altura de 1m do piso acabado;

EXERCÍCIO PRÁTICO 3
1ºPasso: Desenvolva a seguinte planta padrão, para que possamos realizar o nosso projeto
hidro sanitário.

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2ºPasso: Realize o download das peças sanitárias necessárias para o seu banheiro: lavatório,
vaso sanitário e chuveiro.

Obs: Fique atento as dimensões do bloco, para que os objetos fiquem do tamanho ideal.

1. Os vasos, ou bacias, medem de 38cm a 40cm de largura x 46cm a 55cm de


comprimento.
2. Os lavatórios, medindo 45cm a 70cm de largura x 40cm a 55cm de profundidade, para
sua perfeita utilização.

3ºPasso: Realize o download das peças sanitárias necessárias para o seu banheiro: pia, privada
e chuveiro.

4ºPasso: Realize a inserção da sua coluna de água fria, dos seus ramais e sub-ramais de acordo
com o posicionamento de suas peças sanitárias. Na sua vista do tipo planta.

5ºPasso: Realize o corte de sua edificação e informe através do mesmo os pontos de passagem
dos ramais e sub-ramais.

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Observe que no corte do projeto hidráulico, o posicionamento dos pontos deverá


corresponder ao posicionamento dos pontos na planta baixa.

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Observe a altura dos respectivos pontos:

1) Lavatório = 0,60
2) Vaso Sanitário = 0,33
3) Chuveiro = 2,10
4) Registro de Pressão do (CHUVEIRO) = 1,00
5) Registo Geral = 1,80

6ºPasso: Posicione a planta baixa e o seu corte na escala de 1:50 em um papel A4.

EXERCÍCIO GERAL DO 1ºCAPÍTULO


1º Informe a diferença entre o ramal predial e o ramal de alimentação.

2º Qual a finalidade do extravasor?

3º O que é o sistema de recalque?

4º Informe os tipos de barrilete que existem.

5º Qual a diferença de uma coluna para um sub-ramal?

6º Os ábacos muito utilizados nas instalações hidráulicas para o dimensionamento de


tubulações estão compreendidos em qual NBR?

EXERCÍCIO PRÁTICO4
1º Dimensione os reservatórios necessários para uma edificação com 5 pavimentos, 2
apartamentos por andar e dois dormitórios cada.

2º Dimensione o ramal de alimentação necessário para a sua edificação.

3º Realize a planta do pavimento tipo de sua edificação na escala de 1:100 no AutoCad.

4º Insira as peças hidro sanitárias em sua planta de pavimento tipo.

5º Realize o corte individualmente de seus banheiros e cozinhas.

6º Faça o dimensionamento dos sub-ramais de seu banheiro.

6.2º Insira os dados encontrados no seu dimensionamento em seu corte.

7º Dimensione todas as conexões das colunas D’água necessárias para sua instalação, fique
atento aos pesos acumulados das peças nos pavimentos.

8º Dimensione o barrilete de sua edificação.

9º Organize todos os seus dados em uma planilha de Excel e o seu projeto no AutoCad.

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1.4Tabelas para dimensionamento das instalações de Água Fria

TABELA I – Estimativa de População

TABELA II – Consumo Predial Diário

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TABELA III – Pesos Relativos das Peças de Utilização

1.6 Projeto em Isométrica

Perspectiva isométrica é o processo de representação tridimensional em que objeto se situa


num sistema de três eixos coordenados (axonometria).

A perspectiva isométrica é muito usada para mostrar instalações hidráulicas.

As plantas isométricas de tubulação são desenhos feitos em escala, contendo todas as


tubulações de uma determinada área, representada em projeção horizontal.

1ºPasso: Abra o AutoCAD e realize a construção do seguinte projeto de banheiro.

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2ºPasso: Dê um clique no seguinte ponto do seu cubo, para selecionar a vista isométrica.

CLIQUE AQUI

Observe como ficará posicionada a sua planta.

CHUVEIRO

3ºPasso: Selecione a ferramenta Line, em seguida, dê um clique no seguinte ponto, onde está
situado o seu chuveiro, coloque o seu mouse para cima e insira o valor 2.10 para demarcar o
posicionamento do seu chuveiro.

CONSTRUA A
SEGUINTE LINHA

Lembre-se de representar a saída do ponto de água para encaixe do seu chuveiro(0,15).

RESERVATÓRIO E REGISTRO GERAL

4ºPasso: Selecione a ferramenta Line, e realize a construção da coluna d’água e o seu primeiro
ramal conectado ao chuveiro.

OBSERVE AQUI

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5ºPasso: Realize a construção através da ferramenta Rectangle, do seu reservatório de água


fria.
CONSTRUA DESSA
FORMA

LAVATÓRIO E VASO SANITÁRIO

6ºPasso: Selecione a ferramenta Line, e realize a construção das seguintes linhas para
demarcar a altura de suas peças sanitárias. O vaso sanitário será de 0,30m e o lavatório de
0,60m.

REPRESENTE AS
SEGUINTES LINHAS

7ºPasso: Selecione a ferramenta Line, e realize a construção do ramal e dos sub-ramais para a
ligação dos seus pontos de consumo.

OBSERVE COMO
FICARÁ O SEU
PROJETO

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DETALHAMENTO

Nessa fase é fundamental a realização da representação das conexões e registros que serão
utilizados em nossa instalação de água fria.

8ºPasso: Selecione a ferramenta Line, e realize a construção dos seguintes símbolos para o
nosso projeto de água fria.

OBSERVE OS
SÍMBOLOS

9ºPasso: Retire as suas linhas de chamada e insira a bitola dos canos de sua instalação.

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10ºPasso: Para finalizar o seu projeto, insira o nome de todos os pontos de consumo.

OBSERVE OS
SÍMBOLOS

Observe o mesmo projeto sem o reservatório superior, apenas com a indicação da coluna de
água fria que fornece o seu projeto.

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EXERCÍCIO PRÁTICO5
Dentro da Isométrica realizada por você, insira um reservatório para reaproveitamento de
água pluvial, ligado diretamente ao seu vaso sanitário.

Fique atento, dentro do nosso projeto: a Layer azul foi utilizada para representar a
instalação de água fria proveniente da rede concessionária, a Layer verde foi utilizada para
representar a instalação de água reutilizada da chuva.

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2.Dispositivos Controladores de
Pressão
2.1 Generalidades

As peças de utilização são projetadas dentro do projeto hidráulico sob uma pressão estática ou
dinâmica (máximas e mínimas) preestabelecidas pelos fabricantes de tubos, dispositivos e
aparelhos sanitários.

Atualmente, existem no mercado dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água nas
canalizações. Quando falta pressão na rede, o pressurizador é um recurso bastante eficiente,
porém quando a pressão está elevada acima de 40 m.c.a(metros de coluna d’água), utilizam se
válvulas redutoras de pressão.

2.2 Força, Pressão e Perda de Carga

Quando uma força é aplicada sobre uma área, ocorre


o que chamamos de pressão.

Imagine um reservatório com 10 metros de altura,


completamente cheio de água. Qual é a força ou
pressão, que teremos sobre o fundo deste
reservatório?

Será de 10 metros de força em cada cm² do seu


fundo, não importando qual seja seu diâmetro.

A água contida em um tubo tem um determinado


peso, o qual exerce uma determinada pressão nas
paredes desse tubo. Qual é essa pressão? Olhando para os dois copos A e B, em qual dos dois
existe maior pressão sobre o fundo de cada um? O copo A ou o copo B? A primeira ideia que
nos vem na cabeça é que existe maior pressão no fundo do copo A.

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No entanto, se ligarmos os dois copos, como mostra a figura abaixo, observaremos que os
níveis permanecem exatamente os mesmos. Isto significa que: Se as pressões dos copos
fossem diferentes, a água contida no copo A empurraria a água do copo B, que transbordaria.
As pressões, portanto, são iguais em ambos os copos! É isto mesmo o que ocorre na prática.
Esta experiência é chamada “Princípio dos Vasos Comunicantes”.

Agora, se adicionarmos água no copo A, inicialmente ocorre um pequeno aumento da altura


“hA”. O nível do copo A, então, vai baixando aos poucos. Com a adição de água, houve um
aumento de pressão no fundo do mesmo, a qual tenderá a se igualar a pressão exercida pela
água do copo B.

Conclusão

A pressão que a água exerce sob uma superfície qualquer (no nosso caso, o fundo e as paredes
do copo) só depende da altura do nível da água até essa superfície. É o mesmo que dizer: A
pressão não depende do volume de água contido em um tubo, e sim da altura.

Níveis iguais geram pressões iguais. A pressão não depende da forma no recipiente.

Dentro do sistema de abastecimento e da instalação predial a água exerce uma força sobre as
paredes das tubulações. A esta força damos o nome de “pressão”. Nos prédios, o que ocorre
com a pressão exercida pela água nos diversos pontos das tubulações, é o mesmo que no
exemplo dos copos. Isto é: a pressão só
depende da altura do nível da água, desde
um ponto qualquer da tubulação até o nível
da água do reservatório. Quanto maior for
a altura, maior será a pressão. Se
diminuirmos a altura, a pressão diminui. No
esquema abaixo, vimos que a pressão no
ponto B é maior que em A, pois ali a altura
da coluna da água é maior que a coluna do
ponto A.

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2.3 Como podemos medir a Pressão

Como vimos, pressão é uma força


exercida sobre uma determinada área.
Sendo assim, sua unidade de medida é
quilograma força por centímetro
quadrado – kgf/cm².

Existem outras formas de expressarmos


as unidades de medida de pressão:

m.c.a: metros de coluna d’água

Pa: Pascal

Veja correspondência destas unidades:


1kgf/cm² é a pressão exercida por uma
coluna com 10 metros de altura, ou seja,
10 metros de coluna d’água (m.c.a.), ou
100.000 Pa.

Se você mora em um edifício de 10 andares e alguém lhe pede para medir a pressão na
torneira do seu lavatório, como você poderia fazer essa medição?

Bastaria substituir a torneira do lavatório por um manômetro* e efetuar a leitura. Você


poderia saber qual é exatamente a diferença de altura existente entre o nível da torneira e o
da caixa d’água?

Sim! Através do valor que o manômetro estaria marcando. Se este manômetro indicasse, por
exemplo, 2kgf/cm², isto significaria que esta altura é de 2kgf/cm² x 10, igual 20 metros de
coluna d’água. Ou seja, 20 metros de desnível. 43

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2.4 Pressão estática, dinâmica e de serviço

Nas instalações prediais, devemos considerar três tipos de pressão:

Pressão estática, pressão dinâmica e pressão de serviço

Pressão estática:

Pressão da água quando ela está parada dentro da tubulação. O seu valor é medido pela altura
que existe entre, por exemplo, o chuveiro e o nível da água no reservatório superior. Se for
instalado um manômetro no ponto do chuveiro e a altura até o nível da água no reservatório
for de 4 metros, o manômetro marcará 4m.c.a.

Com relação à pressão estática, a norma NBR5626 de instalações prediais de água fria, diz o
seguinte:

Em uma instalação predial de água fria, em qualquer ponto, a pressão estática máxima não
deve ultrapassar 40m.c.a. (metros de coluna d’água).

Isto significa que a diferença entre a altura do reservatório superior e o ponto mais baixo da
instalação predial não deve ser maior que 40 metros. Como então fazer uma instalação de
água fria em um edifício com mais de 40 metros de altura?

A solução mais utilizada, por ocupar menos espaço, é o uso de válvulas redutoras de pressão,
normalmente instaladas no subsolo do prédio. Veja o esquema abaixo:

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Pressão dinâmica:

É a pressão verificada quando a água está em movimento, que pode ser medida também
através de um manômetro. Esta pressão depende do traçado da tubulação e os diâmetros
adotados para os tubos. O seu valor é a pressão estática menos as perdas de carga distribuída
e localizada.

A pressão mínima para o bom funcionamento do chuveiro é de 1,3mca e a máxima 40mca.


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Pressão de serviço:

Esta representa a pressão máxima que podemos aplicar a um tubo, conexão, válvula ou outro
dispositivo, quando em uso norma. Neste caso, citamos o seguinte trecho da norma NBR5626:
“O fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar sobre-pressão em qualquer
ponto da instalação que seja maior que 20 m.c.a. acima da pressão estática nesse ponto”.

Isto quer dizer que a pressão de serviço não deve ultrapassar a 60 m.c.a. pois é o resultado da
máxima pressão estática(40.m.c.a.) somada a máxima sobre-pressão(20m.c.a.).

É importante seguir estas recomendações para evitar danos as tubulações, como os casos de
rompimento de conexões, estrangulamentos de tubos, etc., que trazem transtornos aos
usuários.

Importante

Alguns profissionais que executam instalações em prédios com grandes alturas utilizam tubos
metálicos, pensando que estes são mais fortes e que resistem a maiores pressões. Na realidade
a norma não faz distinção sobre qual ou quais materiais devem ser as tubulações das
instalações. Dessa forma, a pressão estática máxima de 40m.c.a. deve ser obedecida em
qualquer caso, independente dos materiais dos tubos. Tanto faz se for PVC, cobre ou ferro.

2.5 Golpe de Aríete

Existe um fenômeno que ocorre nas tubulações dos sistemas hidráulicos conhecido por o
Golpe de Aríete. Este nome se originou de uma antiga máquina de guerra utilizada para
arrombar portas e muralhas. Era formada por um tronco que tinha numa das extremidades
uma peça de bronze, semelhante a uma cabeça de carneiro. Nas instalações hidráulicas ocorre
algo semelhante quando a água ao descer em velocidade elevada pela tubulação, é
bruscamente interrompida. Isto provoca golpes de grande força (elevações de pressão) nos
equipamentos da instalação.

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Explicando melhor

Se um líquido estiver passando por uma calha e de repente interrompermos a sua passagem,
seu nível subirá rapidamente, passando a transbordar pelos lados. Se isto ocorrer dentro de um
tubo, o líquido não terá por onde escapar e provocará portanto um aumento de pressão contra
as paredes do tubo, causando sérias conseqüências na instalação.

Situação 1 - Válvula fechada: Temos apenas a pressão estática da rede (pressão normal).

Situação 2 - Válvula aberta: A água começa a descer, aumentando gradativamente sua


velocidade dentro do tubo. A pressão contra as paredes se reduz ao máximo.

Situação 3 - Fechamento rápido da válvula: Ocorre interrupção brusca da água, causando


violento impacto sobre a válvula e demais equipamentos, além de vibrações e fortes pressões
na tubulação. Alguns tipos de válvulas de descarga e registros de fechamento rápido provocam
o efeito do Golpe de Aríete.

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O que se deve fazer para evitar ou eliminar os Golpes de Aríete?

Utilizar válvulas de fechamento lento. Existem algumas marcas de válvulas de descarga que
possuem dispositivos anti-golpe de aríete, que tornam o fechamento da válvula mais suave.
Principalmente em prédios, é preferível utilizar caixas de descarga, pois além de consumirem
menor quantidade de água, não provocam Golpe de Aríete.

Em locais com válvulas já instaladas, procure antes verificar se é possível regula-las para que
fechem lentamente. Caso não seja possível, opte pela troca desta válvula.

Formas de Amenizar o Problema:

1) Utilização de válvulas de descarga e registros com fechamento mais suave.

2) Em prédios será preferível a utilização de caixas de descarga, pois além de consumirem


menor quantidade de água, não provocam gole de aríete.

3) Aspeças de utilização deverão ser locadas na parede oposta a contigua aos ambientes
habitados ou, a impossibilidade disso, utilizar dispositivos antirruídos nas instalações.

4) Utilizar vasos sanitários acoplados a caixa de descarga, em vez de válvulas de descarga.

5) Deixar um recobrimento mínimo de 50mm (tijolo maciço, argamassa, ou tijolo * argamassa)


na face voltada para dormitórios, salas de estar, íntima, escritórios.

Perda de carga

Inicialmente afirmamos que só podemos aumentar a pressão se também aumentarmos a


altura.

Como explicar o fato de que podemos aumentar a pressão em um chuveiro se fizermos o


traçado da tubulação mais reto ou aumentarmos o seu diâmetro? Em laboratórios, pode se
verificar que o escoamento da água nos tubos pode ser turbulento(desorganizado). Com o
aumento da velocidade da água na tubulação, a turbulência faz com que as partículas se
agitem cada vez mais e acabem colidindo entre si. Além disso, o escoamento causa atrito entre
as partículas e as paredes do tubo.

Assim, as colisões entre as partículas com as paredes dos tubos, dificultam o escoamento da
água, o que gera a perda de energia. Podemos dizer então que “o líquido perde pressão” ou
seja: “houve perda de carga”.

Tubos com paredes lisas permitem um


escoamento da água com menos turbulência, o
que reduz o atrito. Ou seja, assim teremos menos
choques entre as partículas da água e, portanto,
menor perda de carga.
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Tubos com paredes rugosas aumentam a turbulência da água, pois geram maior atrito. Assim,
teremos mais choques entre as partículas da água e, portanto, maior perda de carga.

É importante lembrar que na prática não há escoamento em tubulações sem perda de carga.
O que deve ser feito é reduzi-la aos níveis aceitáveis. Os tubos de PVC, por terem paredes
mais lisas, oferecem menores perda de carga.

Classificação das perdas de carga

Distribuída:

É aquela que ocorre ao longo da tubulação, pelo atrito


da água com as paredes do tubo. Quanto maior o
comprimento do tubo, maior será a perda de carga.
Quanto menor o diâmetro, maior também será a perda
de carga.

Localizada

Nos casos em que a água sofre mudanças de direção


como, por exemplo, no joelhos, reduções, tês, ocorre ali uma perda de carga chamada de
“localizada”. Isto é fácil de entender se pensarmos que nestes locais, há uma grande
turbulência concentrada, a qual aumenta os choques entre as partículas da água.

É por isto que quanto maior for o número de conexões em um trecho de tubulação, maior será
a perda de pressão neste trecho ou perda de carga, diminuindo a pressão ao longo da rede.

2.5 BombaD’água

A bomba d\água é um dispositivo que está presente no sistema de recalque de qualquer 49


edificação e de indiscutível importância. Porém, antes de adquirirmos uma bomba é
importante conhecermos os modelos existentes no mercado:

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1.Bomba Submersa

É o tipo ideal e de maior rendimento para poços de qualquer profundidade.


O conjunto moto-bomba é instalado dentro do poço, submerso em alguns metros abaixo do
nível dinâmico, funciona silenciosamente e requer pouquíssima manutenção quando bem
especificado e corretamente instalado.

2.Bomba Centrífuga

Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de funcionamento a força
centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque,
jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante.

A Bomba centrífuga é o equipamento mais utilizado para bombear líquidos no saneamento


básico, na irrigação de lavouras, nos edifícios residenciais, na indústria em geral, transferindo
líquidos de um local para outro.

Tem grande limitação devido ao fato de que sua utilização somente é possível em poços
onde o nível dinâmico (inferior) não ultrapasse a profundidade de aproximadamente 8
metros, no máximo.

3.Compressor de AR

Tem um funcionamento prático e simples. Trabalha na superfície, com motor elétrico ou


diesel, tendo em sua instalação dois tubos até o fundo do poço, sendo um tubo para recalque
da água e o outro de menor diâmetro para injeção de ar.

É o ideal para poços onde exista grande volume de areia misturado a água ou com tendência a
acumular sedimentos e também para locais com indisponibilidade de energia elétrica, devido à
possibilidade do uso de motores diesel.

De negativo registramos o alto nível de ruído e o baixo rendimento, requerendo motores de


maior potência que as bombas do tipo submersas.

2.6 Método Básico para Seleção de uma Bomba Centrífu ga

A bomba d\água é um dispositivo que está presente no sistema de recalque de qualquer


edificação e de indiscutível.

CRITÉRIOS: Para calcular-se com segurança a bomba centrífuga adequada a um


determinado sistema de abastecimento de água, são necessários alguns dados técnicos
fundamentais do local da instalação e das necessidades do projeto:

1. Distância em metros entre a captação, ou reservatório inferior, e o ponto de uso final,


ou reservatório superior, isto é, caminho a ser seguido pela tubulação, ou, se já estiver 50
instalada, o seu comprimento em metros lineares, e os tipos e quantidades de
conexões e acessórios existentes;

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2. Diâmetro (Pol ou mm) e material (PVC ou metal), das tubulações de sucção e recalque,
caso já forem existentes;
3. Tipo de fonte de captação e vazão disponível na mesma, em m³/h;
4. Vazão requerida, em m³/h;
5. Capacidade máxima de energia disponível para o motor, em cv, e tipo de ligação
(monofásico ou trifásico) quando tratar-se de motores elétricos;
6. Altitude do local em relação ao mar;
7. Temperatura máxima e tipo de água (rio, poço, chuva).

Obs: As bombas centrífugas ou autoaspirantes com corpo de metal, que forem usadas para
trabalho com água quente superior a 70ºC, deverão possuir vedação com Selo Mecânico em
VITON e Rotor em BRONZE.

2.7 Pressurizadores

Nas instalações hidráulicas, possuímos um problema bastante recorrente. Falta de água, ou


baixa pressão em alguns pontos de consumo, como no caso dos chuveiros. Como poderíamos
resolver este problema?

Possuímos duas formas de resolver esta situação:

1) Elevando a altura do reservatório superior, como é sabido a água que passa por toda a
tubulação hidráulica circula através da gravidade, por isso, que a água deve vim do
reservatório superior para os pontos de consumo e quanto maior for a altura do reservatório
superior em relação aos pontos de consumo a pressão será maior. Logo, se não for possível
elevar a altura de seu reservatório, não será possível elevar a pressão nos pontos de consumo.

Obs: Não há relação com a quantidade de água presente no reservatório superior e a pressão,
ou seja, um reservatório de 1000Litros ou um reservatório de 10.000Litros, que estão
posicionados na mesma altura, disponibilizaram a mesma pressão para o sistema.

Esta primeira forma de resolução do problema da pressão nos sub-ramais é a mais conhecida e
também de grande trabalho manual e estético para relocar um reservatório superior.

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2) Instalando um pressurizador, este equipamento elétrico é diferente da bomba elétrica.


Enquanto a bomba, leva a água de um reservatório inferior para um superior, o pressurizador
irá pressionar a água dentro da tubulação, para que a vazão nos sub-ramais aumentem.
Resolvendo assim, o problema da relocação do reservatório superior.

Observe como é importante, saber vincular o setor elétrico com o setor hidráulico, não são
apenas esses dois ramos de conhecimento que estão interligados, atualmente todos os ramos
vem se acoplando e é fundamental para um profissional habilitado estar pronto para resolver
problemas de todas as ordens.

EXERCÍCIOS DO 2ºCAPÍTULO

1. Qual a definição de pressão e qual a sua unidade de medida?


2. O que significa a unidade de medida m.c.a?
3. Qual aparelho é utilizado para auferir a pressão da água?
4. O que é a pressão estática e onde podemos encontrá-la?
5. Informe a pressão estática máxima dentro de uma instalação predial de água fria?
6. O que é a pressão dinâmica? Como a mesma pode ser medida?
7. O que é o golpe de aríete?
8. Informes três formas de amenizar o golpe de aríete?

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3.Eletricidade aplicada à Hidráulica


3.1 Generalidades

A eletricidade nos dias atuais é a responsável por movimentar todo o nosso mundo.
Atualmente mesmo nos projetos hidráulicos é fundamental o conhecimento básico das
instalações elétricas, caso contrário não será possível a instalação de aparelhos como bombas
d’água, pressurizadores, boias, etc.

3.2 Tensão Elétrica

Definição: Quantidade de energia disponível entre dois pontos.

Unidade de Medida: Volts.

Podemos encontrar a tensão elétrica, por exemplo em nossas residências, nas nossas tomadas
o valor respectivo a 220Volts. Este valor, representa o valor fornecido pela rede para a ligação
de aparelhos naquela tomada. Por isso, que se você realizar a ligação de um aparelho que
trabalha com 110Volts o mesmo não funcionará
corretamente.

É importante observar que todas as tomadas de nossas


residências possuem 220Volts, independentemente da
quantidade de aparelhos que estão sendo ligados a ela,
este valor é fornecido pela rede concessionária de
energia.

Exemplo: Uma bomba d’água, é um motor elétrico, que


para funcionar precisa ser ligado a uma tomada o qual deverá fornecer a tensão necessária
para o funcionamento da bomba.

1. Caso a bomba trabalhe com 220V, deverá ser ligada a uma tomada que forneça 220V.
2. Caso a bomba trabalhe com 110V, deverá ser ligada a uma tomada que forneça 110V.

3.3 Corrente Elétrica

Definição: Fluxo ordenado de elétrons em um circuito fechado.

Unidade de Medida: Ampères.

Para entender o princípio da corrente elétrica, é fundamental entender precipuamente os dois


tipos de circuitos elétricos padrões:

1. Circuito Aberto
2. Circuito Fechado 54

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Para explicar esses dois circuitos, recorrei a um exemplo do seu cotidiano. Analisaremos um
circuito de um interruptor que liga e desliga uma lâmpada.

No momento que o interruptor liga a lâmpada, dizemos tecnicamente que o circuito está
fechado;
CIRCUITO FECHADO

No momento que o interruptor desliga a lâmpada, dizemos tecnicamente que o circuito está
aberto.

CIRCUITO ABERTO

Logo, podemos concluir que, quando o circuito está fechado, haverá a passagem de corrente
elétrica pela lâmpada, ou seja, os elétrons estão circulando de maneira ordenada. Quando o
circuito se encontra aberto, não haverá a passagem de corrente elétrica pelo circuito, o
mesmo permanece desligado.

A corrente elétrica então, é este fenômeno que se desenvolve com o fluxo ordenado dos
elétrons dentro de um circuito quando submetido a uma tensão elétrica.

Obs: Enquanto a tensão é constante nas instalações elétricas residências em todos os pontos
de consumo (220V no NE ou 110V no Sul/Sudeste), o consumo será variável para cada
aparelho, cada equipamento poderá consumir de maneira diferente, embora sejam ligados
sob uma mesma tensão.

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Logo, uma televisão e um aparelho de som são ligados na mesma tomada, sob a mesma
tensão de 220V, embora cada aparelho possua um consumo diferente.

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3.4 Aplicações à Hidráulica

Para aplicarmos todos os conhecimentos trabalhados acima, começaremos com um


exemplo:Visualize um sistema de recalque, o qual terá como finalidade levar a água de um
reservatório inferior para um reservatório superior. Para que a água seja transposta de um
ponto para o outro se fará necessário uma bomba elétrica.

A bomba elétrica possui diversos modelos/fabricantes e que futuramente aprenderemos a


dimensioná-la, porém, previamente precisamos ter o conhecimento de como a mesma será
ligada, se será ligada a uma rede monofásica, bifásica ou até mesmo trifásica. Além disso,
precisaremos dimensionar o sistema de proteção para a bomba, com disjuntores e DR’s.

3.4.2 Boia

A boia é um dispositivo que está sempre associado ao conjunto moto bomba, ele terá como
finalidade desligar a bomba, quando o reservatório superior já estiver no seu limite, impedindo
assim o desperdício de água.

A boia, então poderá ser comparada a um disjuntor, a qual ligará e desligará o circuito, porém
não necessitará da atuação mecânica de alguma pessoa, esse liga-desliga será automático,
economizando assim água e dinheiro.

3.4.3 Verificação da Boia

Para verificarmos a boia é bastante simples, precisaremos recorrer a um teste chamado de


continuidade, para verificar se a mesma se encontra em perfeito estado de uso ou não. Um
detalhe relacionado a ligação das boias estão no seu número de fios, são 3. O do meio é o fio
comum que sempre será ligado aos outros dois, e o fio acima fechará o circuito na lógica
inversa do de baixo.

Logo, não existirá boia para cisterna e boia para reservatório superior, a mesma boia poderá
ser utilizada nos dois tipos de ligações, dependerá apenas da sua forma de instalação. Preste
atenção, antes de instalar a mesma.

3.4.4 Boia Presente na Cisterna

A chave boia Nível inferior é empregada em reservatórios de líquidos localizados geralmente


abaixo do nível do solo, tipo cisterna. Tem os seus terminais de contato aberto (desligado)
quando posicionada na vertical, o que corresponde ao reservatório contendo um nível mínimo
ou estando vazio. Quando o reservatório está
com um nível satisfatório, a boia se posiciona
na horizontal o que corresponde aos
terminais de contato fechado (ligado) e dando
continuidade. Ou seja, tornando possível a
transferência de água do reservatório inferior 56
para o superior.

1Passo, Com a boia posicionada da seguinte maneira (horizontal) o multímetro deverá indicar
0,08 (CONTINUIDADE), ou seja, circuito FECHADO. Da seguinte forma, a boia informa a bomba

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que existe água no reservatório inferior e poderá ser enviada para o superior, através do
sistema de recalque, ligando a bomba.

2Passo, Com a boia agora na posição (vertical) o multímetro deverá indicar 1 (INFINITO), ou
seja, circuito aberto. Ela estará desligando a bomba, informando que o nível está baixo, a boia
apenas irá fechar novamente o circuito quando o seu nível for alcançado.

Preste atenção na lógica de ligação da boia e a implicação no seu posicionamento.

3.4.4 Boia Presente no Reservatório Superior

A chave boia Nível superior empregada em caixas d’água, tem um comportamento inverso a
do nível inferior, uma vez que na posição horizontal os seus contatos se apresentam abertos e
na posição vertical os contatos estão fechados.

1Passo, Com a boia agora na posição (horizontal) o multímetro deverá indicar 1 (INFINITO), ou
seja, circuito aberto. Ela estará desligando a bomba, informando que o nível foi atingido, a boia
apenas irá fechar novamente o circuito quando o seu nível estiver abaixo do determinado.

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2Passo, Com a boia posicionada da seguinte maneira (vertical) o multímetro deverá indicar
0,08 (CONTINUIDADE), ou seja, circuito FECHADO. Da seguinte forma, a boia informa a bomba
que falta água no reservatório superior e através do sistema de recalque a água do
reservatório inferior deverá subir para o reservatório superior.

Preste atenção na lógica de ligação da boia e a implicação no seu posicionamento.

Conclusão: Não precisamos de um tipo de boia específica para reservatório superior e outra
específica para reservatório inferior, a boia, dependendo da forma que for ligada poderá atuar
de formas distintas para o reservatório superior e o inferior.

3.5 Dispositivos de Segurança para os Motores


O conjunto de moto bomba, por ser um dispositivo elétrico deverá possuir a sua proteção
elétrica específica, tanto para manobra do circuito (ligar e desligar), como também para
proteger o circuito contra:

1. Curto Circuito;
2. Sobrecarga;
3. Excesso de Corrente.

Essa proteção específica do seu circuito serárealizada através dos disjuntores. Dispositivos
próprios para proteção de circuitos elétricos que precisam ser dimensionados através de uma
fórmula matemática que relaciona a potência da bomba pela tensão que ela está ligada e
determina a corrente que a mesma necessita para trabalhar.

Antes de começarmos a dimensionar o disjuntor para os nossos motores, é importante


salientar alguns princípios físicos que serão nossos norteadores:

1) Rendimento = Todo motor elétrico para realizar um trabalho, necessita estar ligado à
rede elétrica, porém a energia que o mesmo consome não é 100% convertida em
trabalho, um percentual daquela energia é perdida em energia calorífica
(transformada em calor), é perdida em energia sonora (transformada em ruído), por
isso, que se você tocar em um motor no momento de sua atuação você notará que o 58
mesmo aquece e também estará realizado alguns ruídos. Logo, precisamos considerar
essa perca denominada como rendimento no momento do dimensionamento dos
motores.

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2) Fator de Potência = Em circuitos de corrente alternada (CA) puramente resistivos, as


ondas de tensão e de corrente elétrica estão em fase, ou seja, mudando a sua
polaridade no mesmo instante em cada ciclo. Quando cargas reativas estão presentes,
tais como capacitores ou condensadores e indutores, o armazenamento
de energia nessas cargas resulta em uma diferença de fase entre as ondas de tensão
e corrente. Uma vez que essa energia armazenada retorna para a fonte e não produz
trabalho útil, um circuito com baixo fator de potência terá correntes elétricas maiores
para realizar o mesmo trabalho do que um circuito com alto fator de potência.
3) As bombas e os pressurizadores são comumente fabricados aqui no Brasil com a
unidade de medida conhecida como Cavalo Vapor (unidade Alemã), para
dimensionarmos o nosso dispositivo de segurança (disjuntores), precisamos aprender
a transformar de CV para Watts.

3.5.2 Cavalo Vapor

A unidade Cavalo Vapor não pode ser confundida com a unidade inglesa HP (Horse Power)
embora, em sua tradução literal possua o mesmo significado. Os motores em estudo possuem
sua potência representada em CV.

Para converter de Cavalo Vapor para Watts, é bastante simples, basta multiplicar o valor em

Potência em Cavalo Vapor x 735,5 = Potência em Watts

Exemplificando, se temos uma bomba que possui uma potência de 2CV, basta multiplicar por
735,5, logo teremos 1471Watts de potência.

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3.5.3 Dimensionamento do Disjuntor

Para dimensionarmos o nosso circuito de proteção (disjuntor), será necessário encontrar a


corrente que está passando por esse circuito, logo precisaremos recorrer a seguinte fórmula.

I = P(watts) / V (Tensão de consumo) x Fator de Potência (0,85) x Rendimento (0,75)

Continuando o exemplo acima, teremos a nossa bomba d’água com 1471Watts, para
encontrarmos a corrente que está passando pelo nosso circuito, você deverá aplicar a fórmula
abaixo.

I = P(watts) / V (Tensão de consumo) x Fator de Potência (0,85) x Rendimento (0,75)

1ºPasso: I = 1471W / 220V = 6,68A

2ºPasso: 6,68A x 0,85 x 0,75 = 4,26A

3ºPasso: A corrente encontrada, deverá ser multiplicada por 1,3 (fator de tolerância para o
disjuntor).

4,26A x 1,3(tolerância) = 5,5A

4ºPasso: Encontrado o valor de 5,5A, você precisará escolher o disjuntor dentro das opções
existentes no mercado que geralmente variam entre: 5,10,15,20,25,30,35Ampéres,
geralmente múltiplos de 5.

Também existem alguns casos excepcionais de disjuntores de 6,16A, que são disjuntores da
linha Siemens.

Para este exemplo, escolherei o disjuntor de 10A para proteger a minha bomba.

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EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO (1)

1. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de uma bomba d’água com 0,5CV e
rendimento = 0,70, ligada a uma rede monofásica.
2. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de uma bomba d’água com 3CV e
rendimento = 0,80, ligada a uma rede monofásica.
3. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de um pressurizador com 5CV e
rendimento = 0,65, ligada a uma rede monofásica.

3.5.4 Dimensionamento da Fiação

O dimensionamento de fiações de pequenas distâncias é bastante simples, precisamos apenas


consultar a tabela de fios e visualizar o mais adequado para a corrente de consumo do
aparelho. Observe a tabela abaixo.

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Informações da Tabela:

1. Seção – Diz respeito a seção transversal do fio, ou seja, a sua bitola que será adquirida
para a realização do projeto, aqui no Brasil trabalhamos com a unidade de medida de
mm².
2. AWG – Unidade inglesa para a seção transversal de condutores, hoje em dia em
desuso no Brasil, visto que, utilizamos a unidade de mm².
3. Imáx – I = Corrente, valor de corrente máxima a ser suportada pelo condutor.

Já para o dimensionamento de fiações de grandes distâncias, precisaremos recorrer a duas


tabelas, uma relacionada à distância e outra relacionada a bitola do fio.

O aumento da distância implica diretamente no aumento da bitola do fio, por conta da 2ºLei
de Ohms, lei da física que realizará uma relação entre a bitola do fio e a distância que o mesmo
precisa percorrer.

3.6 Interligação da Bomba Centrífuga e suas Bóias

Observe a imagem abaixo, temos uma representação esquemática da ligação de uma bomba
centrífuga juntamente com as bóias que estão presentes no reservatório inferior e superior.

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Vamos analisar agora alguns detalhes na ligação elétrica do nosso sistema de recalque:

1) O disjuntor monofásico de nossa instalação está posicionado no fio NEUTRO e não no


FASE como convencionalmente, visto que as nossas bóias estarão seccionando o
circuito pelo NEUTRO.
2) Após o disjuntor monofásico, encontramos o DR ligado entre Fase e Neutro para evitar
possíveis choques elétricos dos agentes diretos da manutenção do sistema.
3) Depois dos dispositivos de segurança, será ligada a eletrobomba que será controlada
através das bóias que estão associadas em série. Para que a bomba seja acionada e
leve a água do reservatório inferior para o superior duas situações precisam acontecer.
O reservatório inferior precisa estar cheio, com a sua bóia posicionada para cima e o
reservatório superior deverá estar vazio, com a sua bóia posicionada para baixo. Ou
seja, será possível a transposição da água do reservatório inferior para o superior que
está precisando de água para alimentar todos os sub-ramais da edificação.

EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO(2)

1. Dimensione o disjuntor e a fiação necessária para proteção de uma bomba d’água com
4,5CV e rendimento de 0,70.
2. Dimensione o disjuntor e a fiação necessária para proteção de uma bomba d’água com
1,5CV e rendimento de 0,68.

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3.7 Disjuntor& DR

O disjuntor como já vimos é um dispositivo de segurança que está presente em todos os


circuitos elétricos, porém com o avanço dos sistemas de proteção elétrica, foram
desenvolvidos outros aparelhos para proteção dos circuitos, um deles é o DR (dispositivo
residual).

O DR (Dispositivo Residual) possui como finalidade proteger o usuário de choque elétrico, esse
dispositivo deverá ser ligado em conjunto com o disjuntor para a proteção total do seu
circuito. Visto que, o disjuntor protege o circuito contra: curtos e sobrecargas e o DR protegerá
o usuário de choque elétrico.

Observe como será a ligação do seu quadro de distribuição:

1º) O disjuntor geral da residência (trifásico), em série com todo o circuito.

2º) O DR (trifásico), ligado na sequência do disjuntor geral, para proteger os usuários de todos
os circuitos posteriores.

3º) Disjuntores específicos, proteção individual para cada circuito elétrico.

Observe que o DR será ligado em série com todo o circuito, com a finalidade de proteger
todos os possíveis usuários dos circuitos. 64

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3.6.2 DR de Baixa e Alta Sensibilidade

O DR como já vimos, é um dispositivo que possui como finalidade proteger o usuário de


choque elétrico e também contra princípios de incêndio que possam ocorrer por conta das
instalações elétricas, no mercado podemos encontrar dois tipos, o DR de alta e o de baixa
sensibilidade.

Alta Sensibilidade = Ultrassensível, trabalha com correntes de fuga de até 30mA, mais
indicados para instalações unifamiliares.

Baixa Sensibilidade = Trabalha com correntes de fuga de até 40mA, mais indicados para
instalações multifamiliares.

Para a proteção de nossa bomba, você deverá utilizar um DR de Alta sensibilidade.

EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO(3)

1. Informe a diferença de um circuito aberto para um circuito fechado.


2. Informe a definição e as seguintes unidades de medidas: da tensão e da corrente
elétrica.
3. Qual a função do disjuntor?
4. Qual a principal diferença entre o disjuntor e o DR?
5. Através do multímetro como podemos determinar se um circuito elétrico está aberto
ou fechado?
6. Explique a lógica de funcionamento da boia que deverá ser instalada na cisterna
(reservatório inferior).
7. Explique a lógica de funcionamento da boia que deverá ser instalada no reservatório
superior.

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4.Instalações de Combate a Incêndio


4.1 Generalidades

Nos edifícios, as possibilidades de ocorrência de incêndios não podem de forma alguma ser
descartadas, porque os materiais usados na construção e no mobiliário são passíveis de
combustão.

1) As causas de incêndio são várias; porém, eis as mais comuns:


2) Curto circuito nas instalações elétricas;
3) Aquecimento excessivo de ferro de passar roupas;
4) Tocos de cigarros em cesto de papel;
5) Escape de gases.

Grandes prejuízos têm causado, principalmente nos grandes centros pela falta de cuidados
com relação a qualquer dos itens acima apontados. A fim de combater o fogo, porventura
iniciado, os prédios deverão ser dotados de dispositivos apropriados sob comado ou
automáticos, e até mesmo para melhor eficiência da combinação criteriosa dos dois sistemas,
dependendo do tipo de ocupação, da altura do prédio, da área construída etc.

As substâncias a serem utilizadas para a extinção do fogo dependerão da natureza dos


materiais causadores da combustão, logo mais estudaremos os tipos de extintores e os
métodos para a extinção do incêndio.

4.2 Reserva Técnica

É a quantidade de água, mínima necessária, para combate a incêndio, localizada no


reservatório superior e calculada da seguinte forma: 6000 litros para quatro caixas de incêndio
mais quinhentos litros por caixa excedente. Resumindo, reserva técnica = 6000 + (N-4) x 500.

Obs: Quando o edifício não for dotado de reservatório superior para distribuição de água por
gravidade, o abastecimento da rede preventiva de combate a incêndio deverá ser feito pelo
reservatório inferior através de um conjunto de bombas de acionamento independente e
comando automático. Neste caso, a reserva técnica é calculada da mesma forma anterior.

4.3 Canalização

A canalização deverá ser de ferro, resistente à pressão de 18,0 kg/cm² e diâmetro nominal
60mm (2 ½”), saindo do fundo do reservatório superior e alimentando as caixas de incêndio,
indo terminar no registro de passeio. Esta tubulação possui seu próprio barrilete, o qual
deverá ser dotado de registro de gaveta, luva de união para desmontagem e válvula de
retenção para impedir o transbordamento de água no reservatório quando do bombeamento
pelo Corpo de Bombeiros no registro de passeio, conforme a figura abaixo.
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4.4 Caixas de Incêndio

As caixas de incêndio deverão ter forma paralelepipédica e com dimensões mínimas de 0,75 x
0,45 x 0,17m, para mangueiras até 20,0m e de 0,90 x 0,60 x 0,17 para mangueiras maiores,
onde são abrigados registros de gaveta de 60mm (2 ½”) acoplados a uma mangueira de 40mm
(1 ½”) com esguicho com requintes de 7 a 13mm em sua extremidade.

As mangueiras, nas caixas, não deverão ser enroladas e sim dobradas a fim de facilitar o 68
manuseio, e deverão possuir comprimento entre 10,0 a 30,0m, variando de 5,0 em 5,0m, ou
seja, 10,0;15,0;20,0;25,0 e 30,0m, comprimento este calculado medindo-se a distância do
percurso entre a caixa e o ponto mais distante a proteger.

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As mangueiras deverão ser resistentes de forma a suportar pressões até 8,0 kg/cm², podendo
ser de nylon ou borracha. A cor padrão, exigida por normas, nas caixas é a vermelha e, no visor
transparente, deverá ser escrita a palavra INCÊNDIO.

O número de caixas de incêndio será determinado pela quantidade de pavimentos e extensão


da área a proteger, observando-se o comprimento máximo de 30,0m para as mangueiras.

No caso de incêndios em querosene, óleos combustíveis industriais, óleos de transformadores,


asfalto, óleos comestíveis, vernizes, thinners e muitos dos solventes comumente usados na
indústria, usar esguicho de neblina ao invés do esguicho da figura abaixo, e que possui o
mesmo acoplamento.

4.5 Registro de Passeio

A tubulação para combate a incêndio termina no registro de passeio, normalmente de gaveta,


e protegido por uma caixa de 0,30 x 0,40 x 0,40m, com tampa metálica de 0,30 x 0,40m, tendo
a inscrição INCÊNDIO.

A profundidade da boca do registo deverá ser de 0,15m, com a caixa situada no passeio em
frente ao edifício a proteger e a 0,60m do meio fio.

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4.6 Hidrante

É um dispositivo na rede pública de distribuição de água, com a finalidade de suprir o prédio


quando do combate a incêndio.

Através de um caminhão apropriado do corpo de bombeiros, a agua é bombeada com a


mangueira de sucção acoplada ao hidrante, e a mangueira de recalque ao registro de passeio.

Os hidrantes são localizados no passeio a uma distância máxima de 100,00m um do outro e a


0,60m do meio fio e de preferência em esquinas, porque são zonas de estacionamento
proibido. Quando fora das esquinas e mesmo nestas, em frente ao hidrante proibido. Quando
fora das esquinas e mesmo nestas, em frente ao hidrante devem ser colocado os sinais
convencionais de proibição de estacionamento de veículos.

Há dois tipos de hidrante: de coluna e subterrâneo, sendo que os mais usados são os de coluna
e, nestes, a cor usada é a vermelha e em ambos a pressão máxima de serviço será de 10,0 Kgf

4.7 Extintores Portáteis

Além do sistema hidráulico para combate a incêndio, é obrigatório o uso de extintores


portáteis de pó químico, gás carbônico etc., localizados em pontos estratégicos e de forma
bem visíveis e onde o fogo não bloqueia o acesso aos mesmos. Nos locais destinados aos
extintores, deve ser pintado um círculo vermelho com bordos amarelos de raio mínimo 0,10m.
A parte superior do extintor deverá estar a 1,80 do piso acabado.

A quantidade de extintores será determinada em obediência a seguinte tabela:

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4.8 Sistema Automático

Vimos até aqui o sistema sob comando, tanto hidráulico como portátil e, agora, passaremos
para o sistema automático, que é muito usado e tem demonstrado eficiência em inúmeros
casos.

O mais difundido é o chuveiro tipo (SPRINKLER), o qual funciona tão logo inicia o incêndio sem
a necessidade da ação de qualquer operador.

O SPRINKLER é dotado de uma peça especial, que veda a passagem da água e possui baixo
ponto de fusão. Com a elevação da temperatura exterior, a peça rompe e derrama água, sob
forma de chuveiro, na região abaixo do mesmo. Tem a grande vantagem de operar apenas nos
pontos de elevação de temperatura, ou seja, onde se localiza o incêndio ou início do sinistro.
Quando o uso da agua for contra indicado, podem ser utilizados outros líquidos ou gases
apropriados.

4.9 Escolha do tipo de SPRINKLER

O tipo do sprinkler, ou seja, a temperatura de fusão do embolo (fusível) deve ser determinado
em função da natureza do material para o qual a temperatura corre risco de iniciar a
combustão.

Não apresentamos aqui uma tabela para escolha, pois esta temperatura e cor do líquido no
embolo é diferente de fabricante para fabricante, no caso é só consultar os catálogos próprios.

4.10 Número de SPRINKLER e reserva técnica

O número de sprinklers, para a área a proteger, é escolhido conforme recomendado na tabela


2 e a reserva técnica fica no reservatório superior e de uso exclusivo dos chuveiros
automáticos tipo sprinkler. O valor desta reserva, colocado na tabela 2, é função do número de
bicos a funcionar dependendo do risco, vazão de descarga de cada bico e tempo necessário
para extinção do incêndio.

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4.11 Canalizações

A canalização que alimenta os sprinklers normalmente é aparente e presa ao teto por meio de
braçadeiras. Caso não haja pressão suficiente, a rede deverá ser pressurizada através de um
tanque de pressão, de modo a manter uma pressão mínima de 1,0Kg ao sprinkler de
localização mais desfavorável.

Ligada à rede de alimentação dos sprinkleres existe uma bomba que é posta a funcionar
através de um pressostato, sempre que haja redução da pressão na canalização. Haverá
também uma válvula de fluxo que acionará o alarme quando houver passagem de água
decorrente do funcionamento de um ou mais bicos. Este alarme deverá ser instalado na
portaria do edifício. A bomba deverá ter capacidade para manter a pressão mínima de 1,0Kg
em qualquer bico e vazão de acordo com o número de bicos a funcionar.

A canalização é composta de três partes:

 Coluna
 Ramal
 Sub ramal

4.12 Coluna

A coluna tem origem no barrilete de uso exclusivo para combate a incêndios e alimenta em
cada pavimento os ramais. O dimensionamento é feito de acordo com a tabela 3.

TABELA 3

4.13 Ramal

O ramal parte da coluna e alimenta os sub-ramais e, para o dimensionamento, é adotado os


valores indicados na tabela 4.

4.14 Sub-Ramal
72
Sub-ramal é a parte da canalização que tem origem no ramal onde é colocado os “sprinklers”,
tendo em conta que esta quantidade deverá ser menor ou igual a 06(seis). O
dimensionamento é feito de acordo com os mesmos critérios dos ramais e conforme a tabela
4.

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TABELA 4

EXERCÍCIOS DO 4ºCAPÍTULO(1)
Determine o número de “sprinklers” e dimensione a coluna, o ramal e os sub-ramais de um
sistema automático de proteção contra incêndio para um compartimento de 18,0 x 15,0 e com
grande risco de sinistro.

Solução:

a) Cálculo do número de sprinklers: 18,0 x 15,0 / 9,0 = 30;

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b) Cálculo da coluna: Para nº de Sprinklers = 30 – tabela(3) = 100mm

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c) Cálculo do ramal:
 Trecho AB – Nº sprinklers = 30 – Tab.4 =100mm
 Trecho BC – Nº sprinklers = 25 – Tab.4 =75mm
 Trecho CD – Nº sprinklers = 20 – Tab.4 =75mm
 Trecho DE – Nº sprinklers = 15 – Tab.4 = 60mm
 Trecho EF – Nº sprinklers = 10 – Tab.4 = 60mm
 Trecho FG – Nº sprinklers = 5 – Tab.4 = 40mm
d) Cálculo do sub-ramal:
 Trecho 1-2 – Nº sprinklers = 1 – Tab.4 = 25mm
 Trecho 2-3 – Nº sprinklers = 2 – Tab.4 = 32mm
 Trecho 3-4 – Nº sprinklers = 3 – Tab.4 = 40mm
 Trecho 4-5 – Nº sprinklers = 4 – Tab.4 = 40mm
 Trecho 5-G – Nº sprinklers = 5 – Tab.4 = 40mm

EXERCÍCIOS DO 4ºCAPÍTULO(2)
Determine o número de “sprinklers” e dimensione a coluna, o ramal e os sub-ramais de um
sistema automático de proteção contra incêndio para um restaurante de 22,0 x 10,0 e com
grande risco de sinistro.

a) Realize um projeto no CAD para demonstrar fisicamente os sprinkler no seu projeto.


b) O dimensionamento da coluna, ramal e sub-ramal demonstre de maneira simplificada
no excel.

EXERCÍCIOS DO 4ºCAPÍTULO(3)
1.Informe a fórmula da Reserva Técnica para combate a incêndio.

2.As canalizações deverão ser de qual material? E qual o diâmetro nominal?

3.Qual deverá ser a forma das caixas de incêndio e as suas dimensões mínimas?

4.Como deverão ser guardadas as mangueiras dentro das caixas de incêndio?

5.Aonde terminará a tubulação para combate a incêndio?

6.Qual a finalidade do hidrante? Aonde são localizados? Qual a distância máxima entre eles?

7.O que é o SPRINKLER? Qual a sua finalidade?

8.A canalização dos sprinklers é composta por quais partes?

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EXERCÍCIOS DO 4ºCAPÍTULO( 4)
Determine o número de “sprinklers” e dimensione a coluna, o ramal e os sub-ramais de um
sistema automático de proteção contra incêndio para um compartimento de 8,0 x 5,0 e com
grande risco de sinistro.

Cálculo do número de sprinklers:

Cálculo da coluna: Para nº de Sprinklers = ___________ – tabela(3) = ______________

Cálculo do ramal:

Cálculo do sub-ramal:

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5.Instalações de Água Quente


5.1 Generalidades

A água quente, nas instalações prediais, é usada mais como conforto quer em banhos,
cozinhas, lavanderias etc. As condições básicas evidenciadas nas instalações de água fria
devem também prevalecer nas instalações de água quente com as variantes próprias desta
parte e de acordo com a NB-128 da ABNT. Com relação ao tipo de aquecimento, podemos
distinguir dois casos: instantâneo e acumulação. O uso de um ou do outro está ligado ao
aspecto econômico e raramente técnico, isto é depende muito do grau de conforto que se
pretende alcançar. As fontes de aquecimento são variadas, sendo as mais comuns:
eletricidade, lenha, gás, óleo e, mais recentemente solar.

5.2 Aquecimento Instantâneo

O aquecimento instantâneo poderá ser individual, isto é, quando a água é aquecida no próprio
ponto de consumo, ou central, quando se processa o aquecimento num aparelho e o consumo
se dá em pontos diferentes, porém quase sempre dentro de um mesmo compartimento ou
quarto de banheiro.

5.2.1 Aquecimento Instantâneo Individual

Neste tipo de instalação, a fonte de energia utilizada é a elétrica, devido às condições


favoráveis. Como exemplo, temos os chuveiros e torneiras elétricas, que, apesar de
apresentarem muitas vantagens, também possui suas desvantagens. Como pontos positivos,
podemos citar o baixo custo para instalação, facilidade de instalação e manutenção, por outro
lado, temos os riscos de choques elétricos e vazões bastante limitadas.

5.2.2Chuveiro Elétrico

O chuveiro elétrico é o maior exemplo de aquecedor instantâneo dentro das edificações,


realizaremos agora um breve estudo sobre o funcionamento desse aparelho extremamente
utilizado nas edificações atuais.

Resistência Elétrica

Para o funcionamento do chuveiro elétrico é necessária a presença de uma resistência elétrica


no seu interior, em geral todas as pessoas possuem esse conhecimento e também sabem que
quando o chuveiro não está aquecendo, provavelmente a resistência está queimada e precisa
ser substituída.

Estudaremos agora o funcionamento dessa resistência, como ela atua aquecendo a água, para
isso precisaremos recorrer a sua definição.
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Definição: É a capacidade de um material de se opor a passagem da corrente elétrica,
provocando uma queda na tensão e consequentemente produzindo calor.

Unidade de Medida: Ohm.

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Efeito Joule

Logo, a resistência que está presente no seu chuveiro é composta por uma liga metálica de alta
temperatura de fusão que quando submetida a uma DDP ela deverá aquecer produzindo calor
e consequentemente esquentando a água a aproximadamente 70°C.

O efeito do aquecimento da resistência transformando energia elétrica em energia calorífica é


conhecido como efeito joule.

1ªLei de OHM

Os efeitos da corrente elétrica em um condutor foram estudados primeiramente pelo físico


Georg Ohm, por isso a unidade de medida da resistência elétrica traz o seu sobrenome.

Unidade de Medida da Resistência: Ohm.

Ele definiu a seguinte fórmula matemática: DDP = R X I

Através dessa forma, por exemplo, poderemos dimensionar, a proteção elétrica


(disjuntores/DR’s) necessários para os nossos chuveiros elétricos.

EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(1)
Dimensione o disjuntor necessário para um chuveiro elétrico de 4400W aplicado a uma tensão
de 220V.

Solução

1) Deveremos utilizar a fórmula matemática da potência elétrica, onde:

P=VXI

2) Substituiremos agora os dados de nossa questão na fórmula.

4400 = 220 X I

I = 4400 / 220 = 20A

3) Determinada a corrente que estará passando pelo circuito elétrico, multiplique por 1,3
valor que deverá ser aplicado como tolerância para o disjuntor.

I = 20A x 1,3 = 26A

Obs: Diferentemente do dimensionamento das bombas elétricas que já estudamos em


capítulos anteriores, os chuveiros elétricos não sofrerão influência de rendimento nem fator
de potência.

2ªLei de OHM
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A segunda Lei de Ohm, retrata a influência do comprimento linear do condutor com a sua
resistência elétrica. Você estudará mais sobre a segunda Lei de Ohm na disciplina de projetos
elétricos.

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5.2.3Proteção do Chuveiro Elétrico

O chuveiro elétrico para o seu funcionamento ideal, se faz necessária a presença do


aterramento elétrico do tipo PE (Proteção Elétrica).

O aterramento possui como finalidade, desviar para o solo (equipotencializar o circuito)


correntes de fuga. Caso o aterramento não tenha sido realizado ou o mesmo não esteja em
boas condições trará riscos aos usuários do chuveiro elétrico, com possíveis choques elétricos.

O fio de aterramento do chuveiro comum fica submerso na água para possíveis vazamentos de
corrente serem direcionadas para o solo, ou seja, caso o aterramento não se encontre em bom
estado de funcionamento, os usuários poderão ser vítimas do choque elétrico.

5.2.4Chuveiro Elétrico Blindado

O chuveiro elétrico blindado diferentemente do comum, não possui o seu aterramento e nem
a sua resistência em contato direto com a água, eles ficam dentro de um invólucro de
porcelana, que consequentemente aquecerá a água. Evitando assim que os usuários do
chuveiro blindado possam levar um choque elétrico.

5.2.5 Aquecimento Instantâneo Central

No aquecimento instantâneo central, tanto podemos usar a energia elétrica como a gás.
Podemos chamar este tipo de central privado, pois abastece apenas as diversas peças de um
mesmo quarto de banho, enquanto que, a rigor, aquecimento central é aquele que abastece
simultaneamente vários banheiros. Temos também o caso de aquecimento central coletivo,
que consiste no fornecimento de água quente para todo o edifício de uma única unidade de
aquecimento.

5.3 Aquecimento Por Acumulação

Este é o tipo de aquecimento que proporciona maior conforto, pois a água é aquecida para
posterior consumo. É portanto acumulada e com possibilidade de ser usada com maior vazão
nos chuveiros ou qualquer outro ponto de utilização. As fontes de aquecimento mais comuns
são: eletricidade, solar, lenha e mais antigamente, gás e óleo.

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5.3.1 Aquecimento Por Acumulação Solar

A energia solar é a fonte de aquecimento mais indicada, sob o ponto de vista econômico e
poluidor nas instalações prediais. É abundante e inesgotável, apenas sofrendo interferências
de variações meteorológicas.

Devido tais interferências é conveniente prever sistemas mistos, ou seja, solar e elétrico, por
exemplo.

As instalações são compostas de: coletor de energia solar, depósito de água quente e rede de
distribuição aos pontos de consumo.

5.3.2 Aquecimento por acumulação solar nas Residências

Por apresentar características próprias, o cuidado maior para esse tipo de aquecimento está
intimamente ligado à arquitetura. Ao projetar a residência o (arquiteto/técnico) deve estar
bem informado das condições de funcionamento do sistema, do contrário o seu uso se torna
impraticável, ou com adaptações que colocam em risco o rendimento no aproveitamento de
energia solar. Como dissemos anteriormente, este sistema deverá ser misto, ou seja,
alimentado também por energia elétrica.

Os coletores solares deverão ser assentados voltados para o norte afim de melhor exposição
ao sol e com inclinação α, cujo valor é tabelado para as várias regiões (tabela II). Para melhor
aproveitamento de circulação é conveniente que os coletores estejam o mais próximo do
reservatório de água quente e suas partes inferiores alinhadas e pelo menos 30cm abaixo do
reservatório.

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5.3.3 Aquecimento por acumulação solar nos Edifícios

No caso dos edifícios o sistema de aquecimento solar deverá ser do tipo central coletivo e, em
consequência exigindo grandes áreas de coletores.

Na maioria das vezes a recirculação só se processa através do bombeamento, o qual é posto


em funcionamento através de sensores térmicos.

Para maior rendimento dos coletores é conveniente a instalação dos mesmos conforme
esquemas indicados abaixo.

5.3.4 Dimensionamento dos aquecedores por acumulação solares

Como vimos anteriormente, este tipo de aquecimento é constituído de duas partes básica que
são: os coletores solares e o reservatório de água quente.

5.3.5 Dimensionamento dos coletores solares

A área do coletor (coletores) necessária para aquecer um determinado volume de água é dada
pela expressão:

A = V (tf – tm) / 176,6 (l + 0,219 tm + 0,634)


Onde:

A = área de coletor em m²

V = volume consumido em L/dia

I = Insolação em h/dia

Tm = Temperatura média do ar (ºC)

Tf = Temperatura em que se deseja a água

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EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(1)
Determine a área necessária de aquecedores solares para uma residência de 03 dormitórios,
onde a temperatura média ambiente é de 25ºC e insolação de 7,0h/dia.

Solução

4) População = 3 x 2 = 6 pessoas;
5) Consumo por pessoa = 45L/dia (Tab.I)
6) Consumo diário = 6 x 45 = 270 litros
7) Insolação = 7,0 h/dia
8) Temperatura Média do Ar = 25ºC
9) Temperatura desejada da água = 60ºC

Substituindo temos:

A = 270 (60-25) / 176,6 (7 + 0,219 x 25 + 0,634) =

A = 9450 / 2315 = 4,08m²

5.3.6 Dimensionamento do reservatório de água quente

EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(2)
Determine o reservatório de água quente que será utilizado na instalação acima.

Solução

1) População = 3 x 2 = 6 pessoas;
2) Consumo por pessoa = 45L/dia (tab.I);
3) Consumo diário = 6 x 45 = 270Litros;
4) Volume do Boiler = 270 Litros

Não se fará necessário o boiler possuir o dobro do seu volume, visto que o mesmo é
alimentado pelo reservatório de água fria, o qual já foi dimensionado para suprir a demanda
de água fria da residência.

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EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(3)
a) Determine a área necessária de aquecedores solares para uma residência de 04 dormitórios,
onde a temperatura média ambiente é de 28ºC e insolação de 8,0h/dia;

b) Determine o volume do seu reservatório.

Solução

EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(4)
a) Determine a área necessária de aquecedores solares para uma residência de 02 dormitórios,
onde a temperatura média ambiente é de 15ºC e insolação de 6,0h/dia;

b) Determine o volume do seu reservatório.

Solução

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5.4 Projeto de Água Quente

Observe abaixo o respectivo projeto de água quente sendo visualizado tanto em vista superior
como em corte.

Observe a vista -1- temos duas colunas de água: AF e AQ alimentando o mesmo


banheiro. A coluna de água quente, é representada pela linha do tipo traço e ponto,
diferentemente da linha contínua que representa a coluna de água fria.

Fique atento, em todo projeto de sistemas, será necessário a representação através de


legendas dos pontos de consumo para a realização adequada dos mesmos. 84

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5.5 Tubulação de Água Quente

Para maior durabilidade e melhor funcionamento o material mais indicado é o CPVC, um tipo
de PVC reforçado para trabalhar com altas temperaturas (70ºC), também poderá ser utilizado
canos de PEX, um modelo flexível bastante utilizado por hotéis.

Antigamente era comum tubulações de cobre, embora em alguns casos também fosse
utilizado o ferro galvanizado de boa qualidade.

Nos barriletes as tubulações deverão ter declividade sempre descendentes, nunca subir e
depois descer para evitar a formação de bolhas de ar em sua parte mais alta, nem tão pouco
descer para depois subir a fim de evitar termosifão.

Nos ramais e sub-ramais pode ser tolerado pequenas subidas, após ter descido, desde que as
pressões sejam suficientes para romper o equilíbrio causado por diferenças de densidade. No
ponto mais alto da rede de água quente é recomendável a instalação de respiro ou válvula de
ar.

5.6 Tabelas para dimensionamento das instalações de água que nte

TABELA I – Estimativa de Consumo de Água Quente

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TABELA II – Inclinação de Coletores Solares em Relação à Horizontal

EXERCÍCIOS DO 5ºCAPÍTULO(5)
1. Informe as duas formas de aquecimento de água.

2. Qual o dispositivo que representa o maior exemplo aquecedor instantâneo dentro das
edificações?

3. Como o chuveiro elétrico aquece?

4. Informe a definição de resistência elétrica.

5. O que é o efeito joule e qua a sua relação com o chuveiro elétrico?

6. Informe a unidade de medida da resistência elétrica.

7. Dimensione o disjuntor necessário para um chuveiro elétrico de 6000W aplicado a


uma tensão de 220V.

8. Qual o tipo de aterramento presente no chuveiro elétrico?

9. Qual a função do aterramento?

10. Informe a diferença do chuveiro elétrico comum para o chuveiro elétrico blindado.

11. Quais as vantagens do aquecimento por acumulação em relação ao aquecimento


individual?

12. O aquecimento por acumulação solar nas residências deverá ser do tipo misto, por
que?
86
13. Os coletores solares devem ser assentados para qual direção?

14. Informe a fórmula matemática para o dimensionamento da área dos coletores solares.

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15. Determine o volume do boiler e a área necessária de aquecedores solares para uma
residência de 05 dormitórios, onde a temperatura média ambiente é de 15ºC e
insolação de 6,0h/dia.

16. Informe dois tipos de tubulações utilizadas nas instalações de água quente.

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6.Instalações de Esgoto Pluvial


6.1 Generalidades

As instalações prediais de águas pluviais seguem as preconizações da norma NBR 10844


(ABNT, 1989) – Instalações Prediais de Águas Pluviais.

Os objetivos específicos que se pretende atingir com o projeto de instalações de águas pluviais
são os seguintes:

1. Permitir recolher e conduzir as águas da chuva até um local adequado e permitido;


2. Conseguir uma instalação perfeitamente estanque;
3. Permitir facilmente a limpeza e desobstrução da instalação;
4. Permitir a absorção de choques mecânicos;
5. Permitir a absorção das variações dimensionais causadas por variações térmicas
bruscas;
6. Ser resistente às intempéries e à agressividade do meio (ex, maresia da orla marítima);
7. Escoar a água sem provocar ruídos excessivos;
8. Resistir aos esforços mecânicos atuantes na tubulação;
9. Garantir indeformabilidade através de uma boa fixação da tubulação.

Segundo CREDER, os códigos de obras dos municípios, em geral, proíbem o caimento livre da
água dos telhados dos prédios de mais de um pavimento, bem como o caimento em terrenos
dos vizinhos. Tal água deve ser conduzida aos condutores de águas pluviais, ligados à caixa de
areia no térreo; daí, podendo ser lançada aos coletores públicos de águas pluviais.

6.2 Calhas

São dispositivos que captam as águas diretamente dos telhados impedindo que estas caiam
livremente causando danos nas áreas circunvizinhas, principalmente quando a edificação é
bastante alta.

Para residências de apenas um, ou no máximo de dois pavimentos, muitas vezes, o projetista
dispensa o uso de calhas, deixando que as águas escoem, de forma bem dispersa pelas bordas
das telhas, caindo sobre a superfície do terreno.

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Diversos tipos de calhas podem ser instalados. Observe a figura 3-1. Calha de beiral ilustra a
calha instalada em beiral; a figura 3-2 ilustra a calha em platibanda e a figura 3-3 ilustra a calha
instalada no encontro das águas do telhado (água-furtada).

6.3 Materiais Utilizáveis

Segundo a NBR10844, os seguintes materiais podem ser utilizados para coleta e condução de
águas pluviais:

 Calha: Aço galvanizado, folhas de flandres, cobre, aço inoxidável, alumínio,


fibrocimento, pvc rígido, fíbra de vidro, concreto ou alvenaria.
 Condutor Vertical: Ferro fundido, fibrocimento, pvc rígido, aço galvanizado, cobre,
chapas de aço galvanizado, folhas de flandres, chapas de cobre, aço inoxidável,
alumínio ou fibra de vidro.
 Condutor Horizontal: Ferro fundido, fibrocimento, pvc rígido, aço galvanizado,
cerâmica vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria.

As canalizações enterradas devem ser assentadas em terrenos resistentes ou sobre base


apropriada, livre de detritos ou materiais pontiagudos. O recobrimento mínimo deve ser de
30cm. Caso não seja possível executar esse recobrimento mínimo de 30cm, ou onde a
canalização estiver sujeita a carga de rodas, fortes compressões ou ainda, situada em área
edificada, deverá existir uma proteção adequada com uso de lajes ou canaletas que impeçam a
ação desses esforços sobre a canalização.

6.3.1 Chapa Galvanizada / Alumínio

Muito usadas, principalmente quando a calha fica protegida por platibandas, ou seja, de forma
invisível e sem a possibilidade de receber esforços, pois são frágeis.

6.3.2 PVC

Bastante utilizada, geralmente a sua colocação é realizada de forma aparente, presa às bordas
dos telhados.
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6.3.3 Concreto

Geralmente é escolhido este tipo de material quando a própria calha trabalha também como
elemento de sustentação da estrutura, ou seja, quando a viga funciona também como calha.

6.4 Forma de Seção das Calhas

As seções das calhas possuem as mais variadas formas, dependendo das condições impostas
pela arquitetura, bem como dos materiais empregados na confecção das mesmas.

6.4.1Seção Retangular

É a seção mais comumente usada por ser de fácil fabricação, podendo ser empregado quase
todos os materiais, porém os mais usados são concreto, chapa galvanizada e alumínio.

6.4.2 Seção Trapezoidal

Neste tipo de seção o concreto já é menos recomendado por causa da maior dificuldade na
confecção das formas, sendo a chapa galvanizada o material preferido.

Para dimensionar a calha do tipo trapezoidal você precisará utilizar a seguinte forma e o auxílio
da tabela I. 91

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6.4.3 Seção Semicircular

É um tipo de seção menos usado que os dois anteriores. Os materiais mais próprios são
concreto (tubos partidos), cimento amianto (tubos partidos) e PVC. Raramente as calhas
possuem esta seção a não ser quando localizadas nas bordas externas dos telhados, onde o
PVC tem grande aplicação.

6.5 Dimensionamento das Calhas

As calhas não são destinadas a conduzir água de um ponto a outro, mas sim receptáculos das
águas da superfície dos telhados e conduzindo-as imediatamente aos tubos de queda.

Portanto é perfeitamente dispensável a aplicação de fórmulas da hidráulica para o seu


dimensionamento, dando a elas o mesmo tratamento de escoamentos em canais.

A declividade das calhas deve ser a mínima possível e no sentido dos tubos de queda a fim de
evitar o empoçamento de águas quando cessada a chuva.

O cuidado que se deve ter com as dimensões é devido apenas ao comprimento do telhado,
pois quanto maior, mais água terá juntado na calha para um mesmo intervalo de tempo. Assim
sendo, a largura deverá ser aquela suficiente para evitar que a água não caia fora quando é
despejada pela telha e a altura deve ser a metade da largura. A projeção horizontal da borda
da telha, na calha deve situar um terço da largura, conforme mostrado na figura abaixo.

TABELA 1 – Dimensionamento da Calha

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Note que o dimensionamento da calha, será em função do comprimento do telhado e não de


sua área.

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6.6 Principais Prescrições da NBR 10844 a serem observadas e adotadas

 O sistema de esgotamento das águas pluviais deve ser completamente separado da


rede de esgoto sanitário, rede de agua fria e de quaisquer outras instalações prediais.
Deve se prever dispositivo de proteção contra o acesso de gases no interior da
tubulação de águas pluviais, quando houver risco de penetração destes.
 Nas junções e, no máximo, de 20 em 20metros, deverá haver uma caixa de inspeção.
 Quando houver risco de obstrução, deverá ser previsto mais de uma saída.
 Lajes impermeabilizadas devem ter declividade mínima de 0,5%.
 Calhas de beiral e platibanda devem ter declividade mínima de 0,5%.
 Sempre que possível utilizar declividade maior que 0,5% para condutores horizontais.

EXERCÍCIOS DO 6ºCAPÍTULO(1)
Dimensione as calhas para o telhado abaixo.

Solução:

a) Comprimento do telhado = 8,0m


b) Para comprimento = 8,0 – tabela 1 = L = 0,20m

Observações:

1) Quando temos dois telhados contribuindo para uma mesma calha, para cálculo do
comprimento a fim de determinar a largura da calha, somar os comprimentos dos dois
telhados.
2) Se a calha tiver seção trapezoidal a largura encontrada será a largura média, ou seja L =
(L1 + 2L2), e se tiver seção semi-circular a largura será 2R, sendo R o raio.

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EXERCÍCIOS DO 6ºCAPÍTULO(2)
Dimensione as calhas para o telhado abaixo. Considere uma calha retangular, trapezoidal e
semi circular.

6.7 Tubos de Queda

São tubos verticais que conduzem as águas das calhas às redes coletoras que poderão estar
situadas no terreno ou presas ao teto do subsolo no caso dos edifícios com este pavimento, ou
despejar livremente na superfície do terreno.

6.8 Materiais de Fabricação dos Tubos

Os materiais mais comuns são: ferro fundido, PVC, cimento amianto e mesmo chapa
galvanizada. Os de maiores aplicações são ferro fundido e PVC, e a preferência é a função do
local onde serão instalados, dependendo da maior ou menor possibilidade de receber
impactos.

6.9 Dimensionamentos dos Tubos de Queda

Para melhor segurança quanto ao escoamento, os tubos de queda deverão ser dimensionados
levando em consideração o valor da chuva crítica, ou seja, de pequena duração, mas de grande
intensidade.

Em nossa região costumamos adotar para a intensidade da chuva crítica o valor de 150mm/h.

No caso dos tubos de queda ao invés de acharmos o diâmetro do condutor, fixamos este e
determinamos o número de condutores em função da área máxima de telhado que cada
diâmetro pode escoar, conforme recomendando na tabela 2.

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TABELA 2 – Dimensionamento dos Tubos de Queda

EXERCÍCIOS DO 6ºCAPÍTULO(3)
Dimensione os tubos de queda para o telhado indicado no exercício nº1, sabendo-se que as
paredes são de alvenaria e espessura de 0,15m.

Solução:

Como as paredes são de 0,15m deveremos usar tubos de 75mm. Conforme a tabela 2,
um tubo de 75mm escoa 42,0m² de telhado.

Número de tubos de cada calha = 8,0 x 30,0 / 42,0 = 6

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6.10 Detalhes de ligação da calha ao tubo de queda

Vimos, portanto, que no dimensionamento dos tubos de queda, primeiramente escolhemos o


diâmetro e depois determinamos o número de tubos para a área do telhado em questão, e
distribuímos estes de forma mais homogênea possível ao longo da calha.

6.11 Redes Coletoras

É a rede horizontal situada no terreno ou presa ao teto do subsolo e que recebe as águas de
chuvas diretamente dos tubos de queda ou da superfície do terreno.

Normalmente quando a rede coletora está


situada em terreno firme a tubulação mais usada
é a de PVC, porém, quando presa ao teto do
subsolo, o mais usado é o ferro fundido devido
maior rigidez e maior resistência ao impacto. As
águas pluviais são conduzidas à sarjeta, na rua,
em frente ao lote, mas se o terreno estiver em
nível inferior a esta (sarjeta), deverão correr para
a rua mais próxima, passando pelo terreno
vizinho, conforme previsto no ART.563 do Código
Civil Brasileiro.

6.12 Caixa de Inspeção e de Areia

Sempre que há mudança de direção em uma rede, quando localizada no terreno, haverá
necessidade de colocação de uma caixa de inspeção com grelha. Quando há possibilidade de
entrada de terra nas gelhas das caixas de inspeção, estas serão construídas de forma a reter a
terra ou areia, impedindo o carreamento para dentro da tubulação, e por isto são chamadas
“caixas de areia”.

Mesmo que não haja mudança de direção é recomendado o uso de caixas de inspeção ou de 96
areia sempre que a tubulação tiver comprimento superior à 12,0m. Portanto a distância
máxima entre as caixas será de 12,0m, não havendo limite mínimo.

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No caso das redes coletoras presas ao teto do subsolo haverá também necessidade de
dispositivos de inspeção, sendo os mais comuns tubos operculados ou tampões.

As Caixas de Areia TIGRE são utilizadas para recolher detritos contidos nas tubulações de águas
pluviais, e permitem inspeção do sistema. São indicadas para redes enterradas de drenagem
pluvial até DN100, em obras residenciais ou comerciais.

Características Técnicas-

- Fabricada de PVC;
- Base com 3 entradas e 1 saída DN 100, em desnível;
- Diâmetro DN 300;
- Fundo coletor com volume de 6,0 litros, para retenção de sujeiras e folhas;
- Possui versões com e sem grelha de PVC e Porta Tampa;
- Utilizada com a Grelha de PVC ou de Alumínio, para permitir captar água da superfície de
pisos em geral. Pode também ser coberta com os modelos de - - Tampa Fôrma e Tampa
Reforçada da linha;
- Dimensões: DN 300 x 350.

NORMAS DE REFERÊNCIA
A Caixa de Areia TIGRE é fabricada obedecendo às exigências da norma NBR 10844 -
Instalações prediais de águas pluviais.

Grelhas de PVC e de Alumínio

- Fabricadas de PVC ou de alumínio;


- Resistente ao tráfego de veículos leves - suporta até 500kg de carga;
- Simples encaixe no porta tampa da caixa;
- Dimensões: 350 x 350 x 25mm;
- Acompanha Porta Tampa.

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Benefícios

Fácil de transportar pois é leve; Simples de se instalar:


- basta unir as peças através do Adesivo Plástico TIGRE;
- formato quadrado da Grelha de PVC e de Alumínio facilita o acabamento para qualquer tipo
de piso (cimentado, cerâmico, pavimentado);
- ranhuras externas no corpo e na base tornam fácil a fixação no terreno, dispensando
concreto;
- profundidade ajustável a cada 1 cm através dos Prolongadores;
Fácil de limpar: superfície totalmente lisa, não gera acúmulo de sujeira e facilita a remoção de
sedimentos;

Durabilidade: não se degradam ao longo do tempo por ser de PVC.

Instruções de Instalação

Lembre-se que a profundidade máxima recomendada para instalação é de 1 metro, pois caso a
profundidade seja maior, fica difícil se executar a limpeza e manutenção das caixas.

6.13 Detalhe das caixa de inspeção e de areia

Normalmente as caixas de inspeção são de alvenaria com dimensões compatíveis com a maior
ou menor facilidade de limpeza e são dotados de grelhas de ferro fundido para coleta das
águas da superfície do terreno.

CAIXA DE INSPEÇÃO CAIXA DE AREIA

CORTE AA CORTE BB

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6.14 Dimensionamento da Rede Coletora

A rede coletora é dimensionada de acordo com a tabela 3 a qual leva em conta a área de
contribuição e a declividade do terreno, supondo uma precipitação de 150mm/h.

TABELA 3 – Dimensionamento da Rede Coletora de Água Pluvial

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EXERCÍCIOS DO 6ºCAPÍTULO(4)
Dimensionar a rede coletora de águas pluviais indicada na figura abaixo, para uma inclinação
de 2%.

Solução:

a) No presente caso temos duas redes distintas, que chamamos de rede A e rede B,
colocando as letras nas extremidades das redes junto à rua;
b) Em seguida dividimos a área total a escoar em áreas de contribuição para cada caixa
de inspeção, conforme assinaladas em linhas tracejadas;
c) Dividimos cada rede em trechos cujas extremidades são as caixas de inspeção; e,
d) Organizamos uma planilha de cálculo, obedecendo os valores limites indicados na
tabela 3.

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EXERCÍCIOS DO 6ºCAPÍTULO(5)
1. Segundo a NBR10844, informe 3 materiais que podem ser utilizados para coleta e
condução de águas pluviais?
2. Informe as três formas de seção de calhas.
3. Lajes impermeabilizadas devem ter declividade mínima de quantos %?
4. Condutores horizontais devem ter declividade maior que quantos %?
5. O que são tubos de queda?
6. Quais são os materiais mais comuns para fabricação de tubos de quedas?
7. O que são chuvas críticas?

6.15 Reaproveitamento de Águas Pluviais

Já imaginou utilizar água das chuvas para utilização dentro do projeto residencial?

Esse projeto já é uma realidade há anos no Brasil, consiste nos seguintes passos:

1ºPasso: Quando começar a chover, a casa deve ter instalada as calhas (condutores
horizontais) e os tubos de quedas (condutores verticais) para a captação da água que entra em
contato com o telhado.

2ºPasso: A água captada pelos tubos de quedas (condutores verticais) devem ser filtradas e
dirigidas a um reservatório subterrâneo (cisterna).

3ºPasso: Através de um conjunto motobombas (sistema de recalque) a água será elevada para
um reservatório superior de água reutilizada.

Logo, a residência necessitará possuir dois reservatórios superiores, um para a água potável da
rede concessionária e outro para a água reutilizada.

4ºPasso: Através das colunas d’água que saem diretamente do reservatório superior de água
reutilizada, você poderá alimentar os seus pontos de consumo.

Obs: Lembre-se essa água reutilizada, deve ser utilizada apenas para descargas, limpezas de
roupas. Ela não deverá ser utilizada para consumo humano.

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7.Instalaçoes de Esgoto Sanitário


7.1 Generalidades

São instalações destinadas a retirada das águas servidas nas edificações, desde os aparelhos ou
ralos até a rede coletora pública, ou outro final qualquer. Dividem em três partes: esgoto
secundário, esgoto primário e ventilação.

7.2 Esgoto Secundário

É a parte do esgoto que não está em contato com os gases provenientes do coletor público ou
fossa séptica, ou seja, que vai dos aparelhos de utilização até a caixa sifonada. Para melhor
compreensão observar que é a parte tracejada.

O material mais indicado no esgoto secundário, bem como a caixa sifonada, é o PVC, por ser
de fácil execução e paredes internas mais lisas, permitindo melhor escoamento. O diâmetro da
tubulação é constante e igual a 40mm, e a ligação das peças à caixa sifonada deverá ser feita
de forma independente, conforme a figura abaixo.

Apresentamos, a seguir, a relação de conexões e peças mais comumente usadas nas


instalações de esgoto secundário.

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7.3 Esgoto Primário

É a parte do esgoto que está em contato com os gases provenientes do coletor público ou
fossa, ou seja, após a caixa sifonada no sentido do escoamento, conforme mostra a figura 6.1
em traço cheio.

As partes componentes, em situação mais completa, da rede de esgoto primário são: ramal de
descarga, ramal de esgoto, tubo de queda, subcoletor, coletor predial, caixa de gordura, caixa
de inspeção e caixa coletora.

Legenda:

 RD – Ramal de Descarga
 RE – Ramal de Esgoto
 SC – Subcoletor
 TQ – Tubo de Queda
 CP – Coletor Predial
 VP – Ventilação Primária
 CV – Coluna de Ventilação 104
 CI – Caixa de Inspeção
 RP – Rede Pública
 RV – Ramal de Ventilação

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7.4 Ramal de Descarga (RD)

Na realidade os ramais de descarga são quase todos esgotos secundário, pois são tubulações
que recebem diretamente efluentes de aparelhos sanitários, exceção para os auto sifonados
como mictórios, vasos etc. Os diâmetros das tubulações dos ramais de descarga são tirados
diretamente da tabela 1, anexa ao fim deste capítulo.

7.5 Ramal de Esgoto (RE)

Parte da tubulação que recebe os efluentes dos ramais de descarga e conduz a um subcoletor,
ou mesmo a um tubo de queda conforme o caso.

O dimensionamento é feito com auxílio da tabela 2.

7.6Subcoletor (SC)

Tubulação que recebe efluentes dos ramais de esgoto e conduz a um tubo de queda e/ou
destes ao coletor predial. O dimensionamento é feito com o auxílio da tabela 3.

7.7 Tubo de Queda (TQ e Ramal de Ventilação

É a tubulação vertical que conduz o esgoto dos diversos pavimentos até os subcoletores
situados no teto ou no subsolo ou no terreno. Quando o edifício for bastante alto, acima de
oito pavimentos, recomenda-se usar tubos de queda de ferro fundido, bem como os
subcoletores presos ao teto do subsolo, por ser material de maior resistência ao impacto. Os
tubos de queda devem ser dimensionados de acordo com a tabela 4 e sempre serem
prolongados, com igual diâmetro, até 30 cm acima do telhado.

Conjunto de tubulações que permite a entrada de ar da atmosfera para o interior da instalação


de esgoto. Desta forma, a ventilação protege os desconectores, impedindo o romprimento do
fecho hídrico, ou seja, a falta do fecho hídrico no desconector ocasionado por uma eventual
pressão negativa na instalação. Além disso, a ventilação permite a saída dos gases do esgoto
para a atmosfera.

A ventilação completa de um sistema de esgoto é composta pelos seguintes elementos:

a) Ramal de ventilação: trecho de tubulação que interliga o desconector, ou ramal de descarga,


a uma coluna de ventilação.

b) Coluna de ventilação: nome dado ao tubo ventilador em construções com mais de dois
andares. Quando em residências de até 2 andares, costuma-se chamar a coluna de ventilação
de “tubo ventilador”. A extremidade superior da coluna ou do tubo ventilador deve estar
sempre aberta à atmosfera, ultrapassando o telhado em no mínimo 30 cm.

Para impedir a entrada de folhas, água da chuva e outros tipos de obstrução na coluna de 105
ventilação, a TIGRE oferece os Terminais de Ventilação, fabricados nos diâmetros de 50, 75 e
100 mm.

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7.8 Coletor Predial (CP)

Trecho da tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou


de descarga e o coletor público ou outro destino final qualquer. O dimensionamento é feito da
mesma maneira dos subcoletores, ou seja, com os valore indicados na tabela 3. Tanto os
coletores prediais quanto os subcoletores, devem, sempre que possível ser construídos na
parte não edificada do terreno. Em toda mudança de direção é obrigatório a intercalação de
caixas de inspeção, ou sem mudança, mas com comprimento superior a 12,0m. Na
impossibilidade das caixas de inspeção, como desvio em tetos de subsolo, usar ângulos de 45º,
ou mesmo 90º, mas de raio longo, porém dotados de elementos de inspeção, tais como, tubos
operculados, plugs ou caps.

As caixas de gordura e de inspeção são componentes do sistema de esgoto de uma casa. Todo
o efluente que desce pelo encanamento passa por elas, antes de ser lançado no sistema da
rua, administrado pela concessionária de água e esgoto. Elas tem tampas que podem ser
abertas para fazer limpeza e desentupimento dos canos, sem ter que quebrar o piso pra
alcançar a tubulação (o encanamento de esgoto fica embaixo do contrapiso; só alguns canos
passam pelas paredes). Mas elas têm funções diferentes:
 O esgoto da cozinha é ligado à caixa de gordura;
 O esgoto dos banheiros e da lavanderia é ligado à caixa de inspeção.
7.9 Caixa de Gordura

A caixa de gordura é um pequeno tanque que retém a gordura que é lançada na pia ou a que
vem da máquina de lavar louças. É muito importante fazer uma caixa de gordura na instalação
de esgoto, porque a gordura, quando esfria, vira um bloco sólido que se fixa nos canos,
entupindo e reduzindo o espaço para a passagem do esgoto.

O funcionamento da caixa de gordura é bem simples, na caixa de gordura há um pouco de


água, que serve como uma espécie de “filtro” da água gordurosa. O líquido sujo entra pelo
tubo, cai na água que já está lá dentro e sai pelo lado oposto, sem a gordura. Água e óleo não
se misturam, a gordura boia e só a água passa.

Recomendada quando os esgotos contiverem resíduos gordurosos provenientes de pias e


cozinhas, de restaurantes, etc., a fim de retê-las, pretendendo assim a tubulação da rede
quanto à deposição em suas paredes. Conforme a NB-19 da ABNT as caixas retentoras de
gordura são de quatro tipos:

1 – Pequena (CGP) ou Individual (CGI) –


usada para uma cozinha

- diâmetro interno = 30cm

- parte submersa do septo = 20cm

- capacidade de retenção = 18L 106


- saída = 75mm

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Geralmente essas caixas são pré-fabricadas e mais comumente de fibrocimento, embora


outros materiais também sejam usados. Devido à fermentação da gordura retida devem ser
hermeticamente fechadas, porém com as tampas removíveis. Recomenda-se o uso de sifões
nas pias, principalmente, para evitar o mau cheiro proveniente da gordura retida, embora a
limpeza deve ser periódica.

A limpeza da caixa de gordura deverá ser feita a cada seis meses, retirando a crosta de gordura
e descartando no lixo orgânico. Não vale jogar no vaso sanitário porque essa gordura irá
entupir o encanamento do mesmo jeito! Há empresas especializadas que fazem esse serviço. E
também é possível fazer a limpeza despejando na caixa um produto que contém bactérias que
se alimentam da gordura. Há casos em que elas não são suficientes, sendo necessária à
limpeza manual que você pode fazer, basta abrir a caixa e retirar os dejetos.

CAIXA DE GORDURA TIGRE

A Caixa de Gordura TIGRE foi dimensionada para atender a uma cozinha residencial, conforme
especificação da norma NBR-8160, de
projetos de esgotos.

Características Técnicas

2 entradas DN 75 e 1 entrada DN 50 e
com 1 saída DN 100;
Superfície totalmente lisa, não gera
incrustação de gordura;
Contém cesta de limpeza para auxiliar
na retirada dos resíduos sólidos
(gordura);
Volume de retenção de 19 litros
(superior ao exigido pela norma NBR
8160), atendendo a uma pia de cozinha residencial;
Dimensões: DN 558 x 300;
Possui versões com e sem Tampa Reforçada e Porta Tampa.

Complementos da linha

Tampa Reforçada com Porta Tampa

Formato quadrado para facilitar acabamento com o piso;


100% hermética, com anel de borracha para vedação no porta tampa;
Resistente a tráfego de veículos leves: suporta até 500kg de carga;
Dimensões: 350 x 350 x 30mm;
Acompanha Porta Tampa.
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Tampa Fôrma Leve com Porta Tampa

Fabricada de PVC com superfície rugosa, permite que o mesmo acabamento do piso seja
colocado sobre ela. Pode receber brita, areia, concreto
ou argamassa de preenchimento para posterior
colocação do piso;
A superfície rugosa serve para dar uma melhor
aderência com o material de preenchimento;
Mais indicada para locais com tráfego leve (de
pedestres).

Tampa Fôrma Pesada com Porta Tampa

Fabricada de alumínio com superfície rugosa, para a mesma finalidade da Tampa Fôrma Leve,
porém resiste ao tráfego de veículo leves até 500kg de carga.

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Exemplos de Tampas Fôrma com aplicações

Prolongadores (com ou sem entrada)

A TIGRE fabrica prolongadores com ou sem entrada para os casos onde a profundidade de
aterramento da caixa é maior que a sua altura original, ou para criar entradas em níveis
diferentes na caixa e facilitar o posicionamento em planta.
Os prolongadores são fabricados com 20 cm de altura, com ou sem entrada, mas podem
adquirir alturas menores, bastando cortar nas alturas pré-demarcadas de 1 em 1 cm no corpo
do produto (prolongador sem entrada).

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Prolongadores com entrada

Prolongadores sem entradas

Instalação da Caixa de Gordura

1ºPasso: Ajuste o anel giratório conforme necessidade da instalação e depois faça a soldagem
das partes com o Adesivo Plástico.

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2ºPasso: Monte as partes da caixa de gordura (porta-tampa e anel giratório) aplicando Adesivo
Plástico TIGRE entre as partes.

3ºPasso: Encaixe manualmente as peças, empurrando até encostar ao fundo da bolsa.

IMPORTANTE
A caixa deve ser assentada sempre sobre uma camada de areia bem compactada,
lançada no fundo da vala da rede de esgoto.
O solo de reaterro em volta da caixa deve ser muito bem compactado para garantir um
apoio firme para o porta-tampa.

4ºPasso: Encaixe a cesta de limpeza na caixa.

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5ºPasso: Encaixe a Tampa Reforçada ao Porta-tampa da caixa antes de concretar ao redor.

6ºPasso: Para as entradas que serão utilizadas, faça o recorte com serra copo.

7ºPasso: Ligue os tubos na caixa: siga recomendações TIGRE para execução de juntas em
instalações de esgoto. Junta dupla atuação, soldável ou com junta elástica.

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8ºPasso: Se necessário, para ajustar a profundidade, utilize prolongador (es).

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Instalação dos Prolongadores

1ºPasso: Se necessário, corte o prolongador no local indicado, usando um arco de serra. O


prolongador sem entrada pode ser cortado a cada centímetro.

2ºPasso: Faça o encaixe manualmente do prolongador na caixa com adesivo plástico TIGRE,
empurrando até encostar no fundo da bolsa.

IMPORTANTE
A profundidade final das caixas deve ser limitada a, no máximo 1 metro (de acordo com norma
NBR-8160), para garantia de resistência e acesso para limpeza.

Exemplo de Caixas com Prolongadores

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7.10 Caixa de Inspeção (Poço de Visita)

A caixa de inspeção também é um pequeno tanque com tampa onde é despejado o esgoto dos
cômodos que não tem gordura, como banheiros e área de serviço. Serve para inspecionar, ou
seja, verificar qualquer problema ou entupimento no caminho do esgoto antes que ele seja
jogado na rede pública. É a partir dela que se faz qualquer manutenção na rede.

As caixas de inspeção são usadas na junção de duas redes ou quando o comprimento de um


subcoletor predial ultrapassa 12,0m. Normalmente são de alvenaria de tijolos meia vez
assentes em argamassa de cimento e areia traço 1:3, retangulares de dimensões 60 x 60cm até
profundidade de 1,0m. Internamente são revestidas com argamassa de cimento e areia e
queimando à colher. O fundo deverá assegura rápido escoamento e evitar formação de
depósito. As tampas deverão ser facilmente removíveis, permitindo perfeita vedação e
facultando composição com pavimentação idêntica à do piso circundante.

Para profundidade acima de 1,0m deverá ser usado poço de visita em anéis de concreto com
bolsas para encaixe e tampas circulares de ferro fundido, ou mesmo poços em alvenaria de
tijolos.

A limpeza da caixa de inspeção é indicada a cada seis meses. A limpeza é feita levantando a
tampa e observando se o fluxo de águas corre normalmente ou se tem objetos, plantas e
detritos que impedem a passagem. Se tiver, é preciso tirar e recolocar a tampa no lugar. Há
empresas especializadas que fazem esse serviço.

7.11 Caixa Coletora

Devido às condições do terreno e o partido arquitetônico adotado muitas vezes, no todo ou


em parte, as instalações se situam em nível inferior ao coletor público.

Assim, a condução deste esgoto ao coletor, só se fará através de dispositivos mecânicos de


elevação. O mais comum são bombas centrífugas de eixo vertical com rotores apropriados
para passagem de esferas até 60mm de diâmetro quando há efluentes de vasos sanitários e
18mm quando não incluam vasos.

Sempre que possível o esgotamento será feito diretamente ao coletor público por gravidade, e
quando apenas parte for possível então o bombeamento deverá ser feito somente do
restante. O esgoto a ser elevado deverá ser todo juntado numa caixa de inspeção e daí
conduzido a uma caixa chamada caixa coletora.

Esta caixa deverá ser de concreto ou de alvenaria revestida e impermeabilizada e com


capacidade equivalente ao consumo de um dia das peças a ela contribuintes.

Deverá ser locada em ponto de fácil acesso e hermeticamente fechada e com coluna de
ventilação independente do circuito de ventilação da rede de esgoto sanitário.
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7.12 Ventilação

Toda rede de esgoto primário deverá ser convenientemente ventilada a fim de dar escape aos
gases provenientes da rede pública ou mesmo da rede interna do edifício e também manter a
pressão atmosférica dentro da tubulação quando das descargas nos aparelhos. Principalmente
quanto a proteção dos desconectores, a tubulação de ventilação deverá sair da rede de esgoto
em ponto mais conveniente possível e com diâmetro constante prolongar até 30cm acima da
cobertura. Na extremidade superior da coluna de ventilação deverá ser colocada uma tela para
evitar entrada de pássaros ou qualquer elemento que possa causar entupimento.

Quando na horizontal, a tubulação de ventilação não deve situar no mesmo plano da rede de
esgoto e sim mais acima para evitar entrada de esgoto na mesma conforme a figura abaixo.

A inserção do tubo ventilador no ramal de esgoto deve ficar o mais próximo possível da caixa
sifonada. Quando se tratar do sanitário público com ligações dos vasos em série, todos os
trechos deverão ser ventilados conforme mostrado na figura abaixo.

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7.13 Dimensionamento das Partes Componentes de uma Ins talação de


Esgoto Sanitário

O dimensionamento das partes componentes de uma instalação predial de esgoto sanitário é


feito com auxílio das tabelas indicas no final deste capítulo e conforme NB-19 da ABNT.

EXERCÍCIOS DO 7ºCAPÍTULO(1)
Dimensionar as partes das instalações de esgoto sanitário indicadas nas figuras abaixo, para
um edifício de apartamentos com subsolo, térreo e 10 pavimentos tipos de pé direito 3,0m.

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SOLUÇÃO

a) Ramais de Descarga (RD) – detalhe (A)

-Lavatório à caixa sifonada = 40mm


-Ralo do box à caixa sifonada = 40mm
-Vaso sanitário ao ponto A = 100mm

b) Ramais de Descarga (RD) – detalhe (B)

-Bacia do tanque à caixa sifonada = 40mm

-Batedouro do tanque à caixa sifonada = 40mm

- Pia da cozinha à caixa de gordura = 50mm

c) Ramais de Esgoto (RE) – detalhe (A)

- Caixa sifonada ao ponto A: P/UHC = 3 – tab2 - = 40mm

d) Ramais de Esgoto (RE) – detalhe (B)

- Caixa sifonada ao TQ-4: p/UHC = 3 – tab2 - = 50mm

-Caixa de gordura ao TQ-4: p/UHC = 3 – tab2 - = 75mm

e) Subcoletores (SC) – detalhe (A)

-Ponto A ao tubo de queda TQ-1

Com UHC = 6

I = 2%

Tabela 1 = 100mm

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f) Tubos de Queda (TQ)

No detalhe A, consideramos o uso não simultâneo dos aparelhos e tomamos para cálculo o
de maior UHC. Já no detalhe B poderá haver uso simultâneo.

g) Subcoletores (SC)

-Ponto B ao ponto C: com UHC = 108

I = 2%

Tabela 3

100mm

-Ponto C ao ponto D: com UHC = 216

I = 2%

Tabela 3

100mm

h) Coletor Predial (CP)


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-Ponto D ao coletor público: com UHC = 324

I = 2%

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Tabela 3

150mm

i) Ramais de Ventilação (RV)

-Com UHC = 11

Tabela 5

50mm

j) Colunas de Ventilação (CV – 1-2 e 3)

-Com comprimento = 10 x 3 = 30m

UHC = 54

Tabela 7

75mm

TABELA 1 – UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO DOS APARELHOS

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TABELA 2 – UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO / DIÂMETRO NOMINAL DO TUBO

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EXERCÍCIOS DO 7ºCAPÍTULO(2)
1. Qual a diferença do esgoto primário para o esgoto secundário?
2. Recomenda-se o uso de ferro fundido nos tubos de queda em edifícios a partir de
quantos pavimentos?
3. Qual o material mais indicado no esgoto secundário?
4. Os tubos de queda deveram ser prolongados quantos centímetros acima do telhado?
5. A ventilação completa de um sistema de esgoto é composta por:
6. Qual a diferença na instalação da caixa de gordura para a caixa de inspeção?
7. Por que é importante a instalação da caixa de gordura?
8. As caixas de inspeção serão usadas quando o comprimento de um subcoletor predial
ultrapassa quantos metros?
9. As peças sanitárias possuem um peso específico definido em qual unidade?

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8.Projeto Final
8.1 Conclusão

Parabéns por ter chegado até aqui, espero que todo o conhecimento dos capítulos anteriores
tenham sido absorvidos por você. Realizaremos agora para a conclusão de nossa disciplina um
projeto que envolverá todo o conhecimento trabalhado ao longo dos capítulos anteriores.

GUIA DO PROJETO
1) Realize o projeto arquitetônico de uma edificação, poderá ser de um edifício do tipo
habitacional ou não-habitacional;
2) Lembre-se de realizar o dimensionamento dos banheiros dentro das normas técnicas
aprendidas por você para acessibilidade e ergonomia;
3) Realize o projeto de sua cozinha com no mínimo uma pia e um tanque para a área de
serviço;
4) Dimensione os reservatórios para sua edificação, considerando que teremos 40% da
água presente no superior e 60% presente no inferior;
5) Dimensione o ramal de alimentação para sua edificação;
6) Dimensione os barriletes de sua edificação;
7) Dimensione o diâmetro nos pontos principais de sua coluna D’água por andar;
8) Dimensione os ramais e sub-ramais para os seus banheiros e cozinhas (insira um
projeto de água quente e de água reutilizável);
9) Realize dois esquemas isométricos: um apenas do seu banheiro e outro de todo o
apartamento tipo;
10) Com o seu projeto pronto, realize a inserção do esgoto primário e secundário;
11) Realize o dimensionamento dos ramais de descarga, esgoto, sub coletores, coletor
predial e ramal de alimentação;
12) Realize uma tabela para demonstrar as tubulações respectivas aos tubos de queda nos
seus respectivos trechos;
13) Realize o projeto de esgoto pluvial, com a inserção dos seus tubos de queda e calhas.
Lembre-se de realizar o reaproveitamento da água pluvial dentro do seu projeto.

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RELATÓRIO SOBRE O PROJETO


1) Informe o nome da dupla;
2) Informe o tipo de edificação, aonde o mesmo encontra-se situado (logradouro);
3) Informe o número de pessoas em média que a edificação deverá suprir diariamente e
o seu consumo per capita, em seguida, informe o consumo diário de água;
4) Informe a quantidade de água exata no reservatório inferior, superior, na reserva
técnica e o material para fabricação desses;
5) Informe a marca e o modelo das tubulações e conexões que serão utilizadas em todo o
seu projeto;
6) Informe a marca e o modelo de todas as peças hidro sanitárias que serão instaladas
nos banheiros e cozinhas (áreas molhadas);
7) Informe a quantidade de águas de sua coberta, o seu percentual de inclinação e o
material que será utilizado;
8) Dimensione a calha, o tipo da calha e o material que será realizado para construção da
mesma;
9) Dimensione os condutores horizontais e verticais, informando seus respectivos
materiais e dimensões;
10) Informe a marca e o modelo da bomba d’água que será utilizada para a realização do
sistema de recalque.

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8.2 Isométrica Água Fria Sanitária

8.2 Rede de Água Fria – Banheiros

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8.3 Rede de Água Fria – Pavimento Tipo

8.4 Rede de Águas Pluviais

8.5 Projeto de Combate a Incêndio

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8.5.2 Projeto de Combate a Incêndio

Obs: Em uma construção as vezes precisa-se passar várias tubulações aparentes, água,
elétrica, etc. Porém para não ficar esteticamente desagradável cria-se um compartimento ou
um fechamento seja em gesso, madeira ou até em alvenaria para esconder essas tubulações
esse compartimento é chamado de Shaft.

8.6 Projeto de Esgoto Sanitário

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