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AULA - 1
Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem
mascarada na forma de “brincadeira”. Estudos recentes revelam que esse
comportamento, que até bem pouco tempo era considerado inofensivo e que
recebe o nome de bullying, pode acarretar sérias conseqüências ao
desenvolvimento psíquico dos alunos, gerando desde queda na autoestima até,
em casos mais extremos, o suicídio e outras tragédias.”5
1
Geógrafo, Especialista em “TÉCNICAS DIDÁTICAS”, Integrante do Núcleo em Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Estado
da Educação da Paraíba. Curso de Extensão à Distância “Em Educação Em Direitos Humanos”, UFPB, Integrante do Comitê Paraibano
de Educação em Direitos Humanos.
2
Pedagoga, Mestre em Educação, Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Curriculares – GEPPC/UFPB
3
Bióloga, Formação pela Fundação Darcy Ribeiro – FUNDAR.
4
Salvador Loureiro Rebelo Jr - Graduando do 6º ano de Psicologia da UNESP/Bauru, intercambista da
UM/Braga - Portugal e Estagiário de Psicologia Escolar da EMEF Geraldo Arone/Bauru.
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DREYER, Diogo. A brincadeira que não tem graça. Disponível em:
http://www.educacional.com.br/reportagens/bullying/ Acessado em 25/09/2016.
6
http://ses.sp.bvs.br/lis/resource/446#.W4BXLc4zqUk
Segundo Aramis Lopes Neto,
para os alvos de bullying, as consequências podem ser depressão, angústia,
baixa autoestima, estresse, absentismo ou evasão escolar, atitudes de
autoflagelação e suicídio, enquanto os autores dessa prática podem adotar
comportamentos de risco, atitudes delinquentes ou criminosas e acabar
tornando-se adultos violentos. (2005)
http://educacao.estadao.com.br/blogs/colegio-playpen/wp-content/uploads/sites/276/2015/09/Tirinha.jpg
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjs2I-
Pz43dAhXDipAKHUH9AUgQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fdefinicionyque.es%2Fbullying%2F&psig=AOvVaw2MiRdJNdRE
mLILs7mbgO14&ust=1535472035797027
http://mariacertinha.com.br/mariacertinha.com.br/wp-content/uploads/2016/01/filme-do-snoopy4.jpg
Em 2015, o Ministério da Saúde em convênio com o Ministério da Educação realizou a
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE. Tal pesquisa, efetuada em consonância com
as normas e diretrizes utilizadas em âmbito internacional e nacional para levantamentos
envolvendo sujeitos humanos, em particular, adolescentes, teve por objetivo conhecer e
dimensionar os diversos fatores de risco e de proteção à saúde desse grupo populacional.
Na pesquisa, a aparência física é um dos principais motivos de bullying nas escolas, um
problema considerado de saúde pública. O número de casos de jovens submetidos a situações
de humilhação vem crescendo, de acordo com pesquisa do IBGE sobre a saúde do estudante
brasileiro.
(assista ao vídeo:click aqui 👉👉 Casos de bullying nas escolas cresce no Brasil, diz pesquisa
do IBGE)
Veja o Gráfico 15
7
Em setembro de 2000, 191 nações se reuniram na sede das Nações Unidas (United Nations), em Nova York, firmando um compromisso
para combater a extrema pobreza e outros males da sociedade. Essa promessa acabou se concretizando nos 8 Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio, a serem alcançados até 2015. Em setembro de 2015, foi aprovada a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que
contém 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas relacionadas. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aprovados
foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de maneira a completar o trabalho e
responder aos novos desafios.
De acordo com o IBGE, o termo bullying não era usado no questionário respondido
pelos escolares nas edições anteriores da PeNSE. Em substituição, são utilizados os verbos
esculachar, zoar, mangar, intimidar e caçoar, que no conjunto e na análise posterior são
conceituados como bullying. A PeNSE 2015 optou por manter a questão anterior e acrescentar
uma questão com o termo bullying de forma isolada, sem maiores considerações. O objetivo
era avaliar o nível de compreensão e disseminação do termo entre os escolares, uma vez que
tem sido adotado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde. No entanto, para
efeito de comparação com as edições anteriores, a análise será feita a partir da questão utilizada
anteriormente.
De acordo com os resultados da pesquisa, a pergunta sobre a frequência com que os
colegas de escola os trataram bem ou foram prestativos nos 30 dias anteriores à pesquisa, os
resultados mostraram que 61,9% dos estudantes brasileiros responderam que foram bem-
tratados pelos colegas na maior parte do tempo ou sempre. Cerca de 64,9% das meninas
declararam ter sido bem tratadas pelos colegas, enquanto que entre os meninos esse percentual
foi de 58,7% (Tabela de Resultados 1.1.9.6).
Questionados sobre a frequência com que os colegas da escola esculacharam, zoaram,
mangaram, intimidaram ou caçoaram tanto que o aluno ficou magoado, incomodado,
aborrecido, ofendido ou humilhado nos 30 dias anteriores à pesquisa, 7,4% dos escolares
brasileiros afirmaram que na maior parte do tempo ou sempre se sentiram humilhados por
provocações. Os percentuais foram próximos para os estudantes do sexo masculino (7,6%) e
feminino (7,2%), como é demonstrado no Gráfico 15. Entre os alunos das escolas públicas, o
percentual foi de 7,6% e entre os das escolas privadas, 6,5%. Dos escolares entrevistados,
53,4% responderam nenhuma vez, e 39,2%, raramente ou às vezes se sentiram humilhados por
provocações feitas pelos colegas de escola nos 30 dias anteriores à pesquisa. A Região Sudeste
apresentou o maior percentual (8,3%) de escolares que declararam sofrer constrangimento ou
humilhação na maior parte do tempo ou sempre. O Estado de São Paulo (9,0%) foi o estado
com maior percentual (Tabela de Resultados 1.1.9.7).
Quando perguntados se o escolar já havia esculachado, zombado, mangado, intimidado
ou caçoado algum de seus colegas de escola nos 30 dias anteriores à pesquisa, 19,8%
responderam que sim. Dentre os meninos, esse percentual foi de 24,2% e entre as meninas,
15,6%. Percentual maior entre os alunos de escolas privadas (21,2%) do que entre as escolas
públicas (19,5%). A Região Sudeste apresentou o maior percentual (22,2%), assim como o
Estado de São Paulo (24,2%) (Tabela de Resultados 1.1.9.9). Dentre os que se sentiram
humilhados pelas provocações dos colegas, responderam como principais motivos, a aparência
do corpo (15,6%) e aparência do rosto (10,9%) (Tabela de Resultados 1.1.9.8).
A Revista ÉPOCA (2011) publicou um balanço sobre o bullying no Brasil e no mundo,
em uma reportagem na qual relatava a história do garoto australiano Casey Heynes. Heynes era
a estrela de um vídeo no qual, após um dos vários episódios de bullying ao qual foi submetido,
revidou, agredindo o colega de classe que havia batido nele.
Para a psicóloga Danielle Zeoti, o bullying pode ser considerado uma doença.
8
Pesquisa aponta que 20% dos alunos já praticaram Bullying contra colegas. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-
preto-franca/noticia/2015/05/pesquisa-aponta-que-20-dos-alunos-ja-praticaram-bullying-contra-colegas.html
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Relatório de Pesquisa “Bullying escolar no Brasil” - março de 2010
O estudo concluiu que as escolas brasileiras são muito violentas e revelou ainda a
opinião de 84% dos brasileiros, segundo a qual a escola que frequentam é violenta. Talvez o
dado mais chocante seja o que revelou que 70% dos alunos brasileiros já foram vítimas de
maus-tratos.
Nos Estados Unidos, o bullying ocorre com mais frequência onde não há supervisão de
professores nem presença de adultos: no recreio, nos banheiros e no ônibus da escola. Já no
Brasil, segundo o estudo do Plan International, 21% dos casos de bullying ocorrem na própria
sala de aula!
O estudo também quantifica a perda financeira decorrente da violência em nossas
escolas: quase US$ 943 milhões por ano. Esse valor se baseia no número de alunos que
deixaram de frequentá-la ou abandonaram os estudos devido à violência sofrida no colégio.
Como forma de diminuir os índices de violência contra crianças, adolescentes e jovens,
os pesquisadores sugeriram a reforma legal, com a criação de leis que proíbam esse tipo de
violência, a divulgação de campanhas nacionais, como as que já vêm sendo feitas, e a
participação infantil, com crianças sendo encorajadas a falar sobre assuntos que lhes afetem.
O presente estudo demonstrou que há uma necessidade imediata de compreender e
intervir em problemas sociais, como o bullying, que ocorre entre crianças, adolescentes, jovens
e adultos, considerando aspectos que o caracterizam como subtipo de violência, como também
a diferença entre gêneros. É imperativo criar estratégias interventivas que suportem e amparem
profissionais, crianças, adolescentes, jovens e adultos acerca da problematização do bullying.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violência nas escolas. Brasília:
UNESCO, 2003. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/o-estudo-dos-direitos-
humanos-nas-escolas-o-bullying-e-a-intolerancia-as-diversidades/114066/
Revista Espaço Acadêmico - n° 43 Bullying: uma violência psicológica não só contra crianças
– Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm. (2004)
Revista Nova Escola. Como lidar com brincadeiras que machucam a alma – Disponível
em: http://acervo.novaescola.org.br/formacao/como-lidar-brincadeiras-431324.shtml
Acessado em 22/09/2016
Escola e famílias atuam unidas em município de Mato Grosso do Sul Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34487
Pesquisa aponta que 20% dos alunos já praticaram Bullying contra colegas. Disponível
em:http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/05/pesquisa-aponta-que-20-dos-
alunos-ja-praticaram-bullying-contra-colegas.html
HIGGINS, C. How to improve the school ground environment as an anti-bullying. Ano 1994.
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf
LEITE, R. L. O. A supervisão dos recreios: Uma medida eficaz na prevenção do bullying. Ano
1999.
LOPES NETO, Aramis A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J. Pediatr. (Rio
J.) vol.81 no.5 suppl.0 Porto Alegre Nov. 2005. http://www.scielo.br/scielo.php?
NOGUEIRA, R. D. P. de A.; CHEDID, K. A. K. Bullying na escola e na vida. Disponível em:
http://www.profala.com/arteducesp120.htm
REBELO JR, Salvador Loureiro, Bullying: Uma Realidade Cruel no Contexto Escolar.
Disponível em: http://www.profala.com/arteducesp120.htm. 22/09/2016.
SHARP, S & SMITH, P. K (1994) Understand bullying. In: Tacking bullying in your school: a
practical handbook for teachers.strategy. In: SHARP, S & SMITH, P. K Tacking bullying in
your school: a
UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Education. In: ______.
Sustentable development knowledge platform. New York, [2016]. Disponível em: Acesso em:
jul. 2016.
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