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Vamos falar do inciso segundo, um princípio muito importante nos direitos fundamentais,

nos direitos e deveres individuais e coletivos, veja

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

esse inciso vai falar sobre o princípio da legalidade, quando se fala do princípio da
legalidade, estou falando do princípio da legalidade para os indivíduos no âmbito particular,
não estou falando aqui do princípio da legalidade para a administração pública, e qual a
diferença? Veja, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei, isso significa que se não é proibido, ao particular é permitido, é permitido ao
particular fazer aquilo que ele bem entender a gente tem que observar que apenas a lei
tem legitimidade para criar obrigações de fazer, as chamadas obrigações positivas, e de
não fazer, as chamadas obrigações negativas, e onde a lei não falar sobre obrigação
alguma, o particular pode fazer o que bem entender, ou seja, não havendo qualquer
proibição o particular está livre para agir, vigorando nesse ponto o princípio da autonomia
da vontade, vejam, esse princípio vai dizer que se não é proibido, sem não existe nenhuma
obrigação de fazer ou deixar de fazer, ao particular é permitido, por exemplo, não existe
nenhuma lei que diz que eu não posso tomar bebida alcoólica, se eu for de maior, então eu
posso beber quanto quiser, vejam, existe uma lei que diz que eu não posso dirigir depois de
beber bebida alcoólica, mas não existe nenhuma que diz que não posso beber quanto eu
quiser, se não é proibido, se não está em lei posso fazer, o artigo 5º inciso segundo é bem
claro, aquilo que não for proibido é permitido, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei, no princípio da legalidade, se não é proibido é
permitido, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei, se não é proibido beber eu posso beber, e nenhum guarda pode me acordar e me
chamar de vagabundo se eu estiver sentado em um banco de praça bêbado, vejam o
princípio da legalidade, não deixem de estudar o tema, já na Administração Pública não há
liberdade nem vontade pessoal, enquanto ao particular é lícito fazer tudo que a lei não
proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, a lei para o
particular significa “poder fazer assim” para o administrador público significa deve fazer
assim.
Vejam agora o inciso 3º do artigo 5º, ele fala a respeito da proibição à tortura, ao
tratamento desumano, e ao tratamento degradante, vejam só o texto do inciso 3º

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

é fundamento da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana,


naturalmente no Brasil, ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante, o inciso terceiro em termos de concurso, normalmente é cobrado a
literalidade, mas se tiver uma cobrança mais detalhada vejam, o que é tortura? Em termos
práticos a prática de tortura constitui crime no ordenamento jurídico brasileiro, é a lei
9455/97 consistindo no constrangimento de alguém, com emprego de violência ou grave
ameaça, causando sofrimento físico ou mental, vejam, tortura não é só sofrimento físico,
abrange também o sofrimento mental, e o que é tratamento desumano? É o contrário a
condição da pessoa humana, aquele tratamento contrário a qualquer ser humano, e o que
é um tratamento degradante? Tratamento degradante é aquele que quando é aplicado, ele
diminui a condição de pessoa humana e sua dignidade, não se esqueçam, inciso III, ninguém
será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante, próximo inciso,
vamos ver agora no artigo 5º, o inciso 4º e inciso 5º, vamos falar a respeito do direito de
manifestação do pensamento, os inícios 4º e 5º temos que ver juntos, vejam os incisos

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

vejam, é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por


dano material, moral ou à imagem, existe uma preocupação com a liberdade de
manifestação do pensamento, não poderia ser diferente na Constituição Federal de 88, a
nossa Constituição Cidadã, que vem depois de um período de ditadura militar, um período
de abusos por parte do Estado brasileiro, um período totalmente totalitário, arbitrário,
tínhamos que ter no texto do artigo 5º essa preocupação com a manifestação do
pensamento, em regra, qualquer pessoa pode pensar e falar o que quiser, só que é vedado
o anonimato, posso me expressar, eu tenho a liberdade para expressar o meu pensamento,
o que eu acho de determinada situação, o que eu acho até mesmo de determinadas
pessoas, só que é vedado o anonimato, a liberdade é algo importante, mas a minha
liberdade ela termina quando eu começo a interferir na liberdade dos outros, eu não posso
na minha liberdade de expressão, afetar direitos de outras pessoas, sejam pessoas físicas,
sejam pessoas jurídicas, eu posso ser responsabilizado por isso, se o que eu disse afetar
outra pessoa em seus direitos tanto pessoa física como pessoa jurídica, o prejudicado, o
ofendido, tem direito de ingressar em juízo, ou seja, eu posso ter uma condenação cível e
até mesmo a condenação penal em virtude de ter desrespeitado a imagem, à moral ou
direitos de outras pessoas, sejam pessoas físicas, sejam pessoas jurídicas, por isso o inciso
5º , é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem, por exemplo, alguém vem e publica algo de mal ao
meu respeito, fala mal sem fundamento, fala mal de uma maneira totalmente
irresponsável, aleatória, isso prejudica a minha imagem, isso prejudica até a minha
condição de profissional, a minha condição de pessoa humana que vive no Brasil, imagina
uma acusação que seja falsa, que venha prejudicar a imagem, a moral de uma determinada
pessoa, temos que ter mecanismos criados pela Constituição, que venham a defender a
pessoa que foi ofendido, o primeiro mecanismo é a vedação ao anonimato, vejam, todo
mundo pode se expressar, uma pessoa pode colocar ali o que bem entender nas suas
páginas, e demonstrar qual é a sua opinião, e qual é a sua narrativa de determinados fatos,
porém, é vedado o anonimato, e essa pessoa pode ser responsabilizada por ter falado mal
da minha pessoa, tenho que observar a regra de proporcionalidade, o direito de resposta,
ele tem que ser proporcional ao agravo, se foi publicado em uma página fazendo acusações
infundadas contra a minha pessoa, no direito de resposta, eu também tenho direito a uma
página para mostrar o que efetivamente corresponde à verdade, é o meu direito de
resposta, é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem, ou seja, o fato de o exercer o meu direito de
resposta, não exclui uma indenização por danos morais, uma indenização até mesmo por
danos materiais, ou seja, eu tenho direito não só ao direito de resposta mas também de
receber a respectiva indenização, não se esqueçam desses dois incisos, falei de
manifestação do pensamento, falei do inciso 4º, é livre a manifestação do pensamento
sendo vedado o anonimato e inciso 5º é assegurado o direito de resposta proporcional o
agravo, além da indenização por dano material moral ou à imagem, e lembre-se, vale para
pessoa física ou pessoa jurídica, vamos falar a respeito dos incisos 6º ,7º e inciso 8º estamos
falando a respeito de liberdade filosófica, de liberdade política, e sobretudo de liberdade
religiosa, liberdade de crença, inúmeras são as questões sobre o artigo 5º envolvendo
liberdade religiosa, liberdade de crença, o inciso 6º

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Vejam, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é o pluralismo político, a


Constituição brasileira precisa assegurar uma liberdade de consciência, uma liberdade de
crença, uma liberdade ao exercício de um determinado culto religioso, de participar de uma
determinada crença, de uma determinada religião, e professar essa minha crença, professar
a respectiva fé, o Estado brasileiro é um Estado laico e naturalmente se o Estado brasileiro e
um Estado laico, ele permite uma liberdade de crença, não existe uma religião oficial no
Brasil, você não é forçado a escolher nenhuma religião, e em virtude do pluralismo político,
nós temos que observar essa liberdade de exercício de qualquer tipo de culto religioso,
porém, essa liberdade não é absoluta, não posso com a argumentação de estar exercendo a
minha fé, professando a minha fé, a minha respectiva crença, prejudicar o direito das outras
pessoas, invadir e prejudicar o direito de crenças de outras pessoas, de outros indivíduos
que vivem no Brasil, os direitos fundamentais não são absolutos, e quando eu falo do
direito de crença, o direito à liberdade ao exercício de uma determinada crença, a liberdade
o exercício de uma determinada religião, não é uma liberdade absoluta, a Constituição
federal assegura o livre exercício do culto religioso enquanto não for contrário à ordem, a
tranquilidade e ao sossego público, bem como compatível com os bons costumes, vejam, o
livre exercício dos cultos não é amplo, devendo ser observadas as leis sobre o repouso
noturno e horários de silêncio, bem como as áreas de restrição a barulhos, como
proximidades de hospital por exemplo, não posso sobre o argumento do livre exercício da
respectiva religião, do livre exercício do culto, prejudicar o direito de outras pessoas, existe
uma relatividade da liberdade religiosa, o inciso 7º

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

se existe uma liberdade de crença, nas entidades de internação coletiva eu preciso


assegurar o exercício dessa liberdade, em um presídio, os diretores do presídio precisam
assegurar o exercício da fé por parte dos presos que estão lá, num quartel, uma base aérea,
numa instituição militar de internação coletiva é necessário assegurar o exercício da fé, da
respectiva crença por parte daqueles que estão no serviço militar obrigatório, veja
novamente o inciso 7º, é assegurada nos termos da lei a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva, lógico, depende de uma solicitação
dos internos que estão na respectiva instituição, não necessariamente eu vou ter um
exercício de culto de todas as religiões, vai depender dos internos que estão ali dentro, vai
depender dos internos que vão demandar essa necessidade de respeito por parte do poder
público, por parte dos diretores da respectiva entidade de internação coletiva, vamos ao
inciso 8º

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Veja, existe naturalmente um direito de escusa, a chamada escusa de consciência,


eu posso me eximir de uma obrigação a todos imposta por motivos religiosos, por exemplo,
existir a possibilidade do cumprimento de uma prestação alternativa, só a Constituição
reconhece o direito de escusa por imperativo de consciência, ou seja, estou falando a
respeito da escusa de consciência para amparar o não cumprimento de obrigação legal, eu
posso me negar a cumprir uma determinada obrigação legal por entender que aquela
obrigação legal afronta o exercício da minha crença religiosa por exemplo, eu posso me
recusar a cumprir uma obrigação legal em razão da minha consciência política e filosófica
ou religiosa, porém, estou sujeito em contrapartida ao cumprimento de uma prestação
alternativa, que será fixado em lei, mas, somente poderá ser alegada escusa de consciência,
quando a obrigação legal a todos imposta permitir uma prestação alternativa, o direito a
escusa de consciência, o direito a prestar uma obrigação alternativo existe, mas desde que
seja possível a prestação dessa obrigação alternativa, ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política salvo se as invocar para
eximir se de obrigação legal a todos imposta e recusar se a cumprir o prestação alternativa,
obrigação alternativa fixada em lei.

Próxima aula vamos continuar com o artigo 5º, iniciaremos com o inciso 9º - é livre
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença;

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