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Metodos de Pesquisa Nas Relacoes Sociais PDF
Metodos de Pesquisa Nas Relacoes Sociais PDF
MÉTODOS DE PESQUISA
NAS RELAÇÕES SOCIAIS
E d i ç ã o Revista e n o v a tradução cie
D ANTE M O R E IR A L E IT E
5^ Reim pressão
A. I . i s . u i s e L. Inkej-d
assunto, será mais capaz d«- ev itar o viés que p od eriam intro-
'Sifzir^em sua pesquisa do qu e aquele que trab alh a com a
ilusão de ser orientado apenas por considerações científicas.
Como o s v alo res pessoais inevitavelm ente influem n a escolha
de um assunto, o único meio cie manter a racionalidade do
processo científico é tei con sciên cia de como e on d e inter
ferem tais valores.
No en tan to, seria errado supor que os valores pessoais são
ou podem ser o único d eterm inante da escolha de um tópico
de pesquisa. Não apenas as condições sociais sob as quais
se realiza a ciência conforinani, de màneira sutil e freq ü en te
mente im perceptível, as preferências (los pesquisadores, mas
também existem vários incentivos intensos e explícitos para
que se realize pesquisa sobre um assunto e não sob re outro.
Diferentes sociedades dão recom pensas a trabalho sobre dife
rentes tópicos. A pesquisa so b ie eAncer pode d ar m ais pres
tígio que a tentativa de e n co n h a r uma cura o a ra o resfriado
comum; é possível que haja mais recursos para experim entos
não-polêm icos com animais q u e p ara a pesquisa d e tópicos
que podem te r repercussões políticas;, pode h av er posições
com m elhor rem uneração para o pesquisador de m ercad o que
para o psicólogo educacional. Existem poucos cientistas
sociais qu e possam dar*se ao luxo de desprezar prestígio,
recursos p ara pesquisa e rendim ento pessoal. E ssa situação
tende a p ro v o ca r uma redução da efetiva liberdade d e esco
lher tópicos d e pesquisa, a não ser que diferentes instituições,
com diferentes interesses, opiniões e valores, apóiem as pes
quisas, de form a que o pesquisador possa escolher en tre elas.
Nos E stad o s Unidos, atualm ente, em bora seja b em grande o
número d e diferentes fontes de recursos para pesquisa, uma
grande p ro p o rção do dinheiro disponível p ara pesquisa se
concentra em poucas agências governamentais e algum as
grandes fundações. Por isso, em grande parte tais organ iza
ções determ in am os problemas a respeito dos quais se deve
fazer pesquisa. Isso é verdade ta n to para as ciências físicas
quanto p a ra as ciências sociais
•’•
C om o é usual em tais discussões, os cientistas sociais
com eçaram com a seguinte pergunta: o que é q u e vocês gos- (
tariam de descobrir em seu empreendimento? E s ta foi s e g u i ^ ^
da pela pergu n ta contrária, tam bém usual: o q u e é que os
cientistas sociais nos podem dizer a respeito? O resto da
sessão m ostrou, aos dois grupos, as dificuldades d a formula
ção da pesquisa.
Su p erad o o obstáculo inicial, os representantes da insti
tuição explicaram , m inuciosam ente, os seus objetivos finais.
Já tinham considerável conhecim ento a respeito dos problemas
típicos e dos efeitos im ediatos de seu esforço pioneiro, mas
seus elevados objetivos e sua visão educacional os impedia de
aceitar, com o medida ad eq u ad a de èxito, o evidente prazer
que os jovens tinham com a experiência. P rocu ravam algo
que se m ostraria fora dos lim ites da situação educacional e
na vida posterior de cad a participante. A parentem ente, os
problemas imediatos da adm inistração da escola — convocação
de alunos, program a, organ ização, etc. — estavam bem con
trolados.
E m b o ra a discussão de efeitos finais fosse m u ito interes
sante, concordou-se que a pesquisa de tais efeitos não seria
possível a não ser em program a de pesquisa de vinte anos, o
que a instituição e os cientistas sociais não poderiam , no
momento, considerar. T od os concordaram tam bém que a
com petência e a experiência dos educadores era m elhor guia
para um program a voltado p a ra objetivos finais do que os
resultados de esforços de pesquisa em questões secundárias.
Em outras palavras: em bora houvesse um tópico, não foi pos
sível form ular um projeto, realizável sobre os efeitos finais do
trabalho da escola; se houvesse interesse pelo estudo de efeitos
imediatos, o resultado seria indiscutivelmente diverso. No
entanto, ap esar do resultado em grande parte n egativo, a dis
cussão apresentou um subproduto valioso, em bora inesperado
sob a form a de esclarecim ento dos objetivos e suposições-
subjacentes ao programa da instituição.
E m b o ra este exemplo dem onstre que nem todo tópico
pode ser facilm ente transform ado, em projeto realizável de •
pesquisa, felizm ente é atíp ico quanto à im possibilidade de
chegar a qualquer base a p artir da qual a pesquisa poderia
■ser iniciada. Mais freq ü en tem en te é possível identificar
algum asp ecto que pode ser formularjo numa q u estão espe
c í f i c a de pesquisa a ser in vestigad a com os recursos disponí-
Svéis.
ESC O LH A E FO RM U LA ÇÃ O Hl UM 1'IIOIU i m ,\ |>j.; P E S Q U IS A 41
I
i£ & M .
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ESCO LH A E FO RM U LAÇÃ O DE UM PRO BLEM A DE P E S Q U IS A 43
Dcf.r*-ç?o de Conceitos
pois esses conceitos não têm com plem entos (Liretos em acon
tecimentos observáveis. O pesquisador preoisa criar algumas
operações qu e provoquem resultados < possa a ce ita r como
um indicador de seu conceito. ICsto estágio da form ulação
do projeto p od e exigir muita habilidade, sobretudo se os con
ceitos estão muito distantes dos acontecim entos cotidianos e
:>o foram realizadas poucas pesquisas com tais conceitos.
No caso do estudo do estudantes estrangeiros, em bora
tivesse havido muitas pesquisas a respeito de perda e eleva
ção de statu s em outros con texto s, nenhum estudo anterior
irinha lidado sistematicam ente co m o conceito de “p erd a ou
elevação de status nacional”; por isso, não tinham sido criadas
operações q u e constituíssem definições de trabalho desses
termos. Morris o Davidsen já tin h am começado sua defini
ção de trabalho, quando d ecid iram que sua m edida básica
«eria a discrep ân cia entre a a v a lia çã o de seu país feita pelo
estudante e sua estimativa das avaliações dos norte-am erica
nos. No en tan to, em que term os deveriam ser feitas tais
avaliações? S erá que os estu d an tes poderiam apenas rece
ber uma lista de países e distribuí-los de acordo co m a sua
avaliação d e c a d a um deles? E s s a tarefa parecia excessiva
m en te am b ígu a; a partir de suas reações pessoais, os pes
quisadores concluíram que os países serão classificados de
forma d iferen te, de acordo co m diferentes critérios. Fin al
mente, estab eleceram três critérioá, através dos quais os países
deveriam ser avaliados: nível d e vida, padrões cu ltu rais e
padrões p olíticos. A partir d e tais avaliações, seria cons
truído um ín d ice de “status n acio n al.”1 ( É óbvio, a p a rtir deste
exemplo, q u e o passo do estabelecim ento de definições de
trabalho está m uito ligado a d ecisões a respeito de instrum en
tos de coleta de dados e do p a d rã o de análise. E s te é outro
aspecto da m an eira pela q ual as etapas iniciais determ inam
as posteriores, bem como d a necessidade de p red izer, nas
etapas iniciais, as etapas p o ste rio re s).
As definições de trabalho sã o adequadas se os instru
mentos ou processos neles b asead os obtêm dados q u e cons
tituam indicadores satisfatórios dos conceitos que pretendem
representar. Saber se esse resu ltad o foi conseguido é., fre
qüentem ente, u m a questão de opinião. Um pesquisador pode
>ensar que seus dados apresentam indicadores razoavelm ente
Í >ons de seus conceitos; um crítico d o estudo pode p en sar que
i:3so não o co rre. Freqüentem ente acontece d e o pesquisador
52 M ÉTOD O S DE P E S Q U IS A NAS H ELAÇÕ iCH S O C IA IS
R esu m o
PLANEJAMENTO DE 1’ESQUISA
Estudos Descritivos
Resumo