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No último dia 27 de março, a discussão sobre a origem da vida teve mais um capítulo.
Desta vez, o embate não ficou restrito a um auditório de universidade, mas ganhou espaço
num programa de TV. O geólogo adventista, Nahor de Souza Jr., e o zoólogo evolucionista,
Mário de Pinna, debateram sobre ciência e religião, por uma hora e meia no programa
Diálogos Impertinentes, do canal fechado STV. A produção, que está no ar há 11 anos, é
uma parceria do Sesc com a PUC-SP e o jornal Folha de São Paulo.
Para o Dr. Pinna, que é vice-diretor do Museu de Zoologia da USP, o encontro foi positivo,
pois possibilitou que "os dois lados da controvérsia fossem ouvidos e avaliados por uma
audiência ampla". Já o Dr. Nahor, coordenador do curso de Engenharia Civil do Unasp e
autor do livro “Uma Breve História da Terra”, acredita que o evento foi "uma das
raras oportunidades, em que os reais problemas enfrentados pelo Evolucionismo e a
verdadeira definição do modelo criacionista das origens foram apresentados".
O NBDI reúne os adeptos da teoria do Design Inteligente (DI) no Brasil. Apesar de defender
a existência de uma Inteligência superior no planejamento do Universo e da vida, o DI não
se propõe a identificar esse mentor da Natureza, nem mesmo de relacioná-lo com o Deus
bíblico.
O debate foi mediado pelo filósofo e professor da PUC-SP, Mário Sérgio Cortella e pelo
colaborador da Folha, Oscar Pilagallo. Apesar de ter sido exibido ao vivo, dentre algumas
semanas, o programa será disponibilizado em DVD. Os que tiverem interesse,podem entrar
em contato pelo fone (11) 2123-7173 ou pelo site www.redestv.com.br.
Leia abaixo uma entrevista com os dois debatedores do último programa Diálogos
Impertinentes: Dr. Mário de Pinna (evolucionista) e Dr. Nahor Souza Jr. (criacionista).
Dr. Nahor Souza Jr. - Criacionismo consiste, por definição, de possíveis associações
sustentáveis e coerentes entre o conhecimento científico e o conhecimento bíblico. Ou seja,
admite-se a existência de relações funcionais entre as ciências naturais e a religião bíblico-
cristã. Essa definição, plenamente compatível com as extraordinárias descobertas científicas
feitas por ilustres cientistas criacionistas, juntamente com a própria experiência do
entrevistado, nos permite assegurar que o Criacionismo valoriza, na sua totalidade, os
dados e evidências levantados pela metodologia científica. Nesta, o empirismo racional deve
prevalecer, evitando-se assim o comprometimento com as conjecturas e pressuposições
filosóficas (freqüentemente utilizadas pelo Evolucionismo)
Dr. Nahor Souza Jr. - Evidentemente que não. A própria história da ciência moderna,
representada pelos seus melhores expoentes (cientistas criacionistas, como Isaac Newton,
Galileu Galilei, Johannes Kepler, Louis Pasteur e muitos outros) demonstra, cabalmente, que
o Criacionismo e o verdadeiro empirismo científico andam de mãos dadas. Um
pseudocientista jamais poderá desenvolver pesquisas científicas e, muito menos, obter
títulos acadêmicos na carreira universitária. O significativo número de cientistas
criacionistas titulados - atualmente, desempenhando brilhantemente suas atividades
docentes e de pesquisa nas melhores universidades do mundo - demonstra,
inequivocamente, a falácia e o preconceito infundado por detrás da infeliz ligação entre
criacionismo e pseudociência. Na verdade, a insuficiência epistêmica do Evolucionismo é
que tem propiciado, com freqüência, o desenvolvimento de hipóteses pseudocientíficas.
Dr. Nahor Souza Jr. - O cientista é, acima de tudo, um ser humano com seus valores,
princípios, conceitos e preconceitos, os quais, inevitavelmente, constituirão elementos
presentes na sua visão de mundo. Esta mesma cosmovisão (seja evolucionista ou
criacionista), por sua vez, certamente interferirá em todos os seus empreendimentos,
inclusive em suas atividades acadêmicas.
Dr. Nahor Souza Jr. - Evidentemente que sim, até pela definição de Criacionismo. As
atividades acadêmicas que desenvolvi durante 13 anos em duas grandes universidades
públicas (USP e Unesp), e os resultados então obtidos mediante a investigação científica,
demonstram claramente as vantagens da cosmovisão criacionista como uma extraordinária
aliada na vida de um cientista.
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