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Não ao relativismo na

Igreja Católica
 
 
 
 
 
 
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[REPOSTAGEM]
[O Padre Roberto Lettieri, na homilia da missa da solenidade de Pedro e Paulo e Celebração do
Sangue de Jesus (dia 1 de julho de 2007), falou sobre esse tema: ‘Não ao relativismo na Igreja
Católica’ e nos alertou para que não nos deixemos levar por um ecumenismo falso e não deixemos
que entre em nossa Igreja idéias de outras religiões. A Igreja de Cristo é o que ele representa para
nós, caminho, verdade e vida e é preciso proclamar isso hoje em nossa vida!]

Amados
filhos e filhas da Igreja de Deus, que professamos, de um extremo ao outro da terra, santa e católica.
Hoje nosso coração, dentro do mistério da missa, eleva ao altar a nossa gratidão pelo precioso
sangue do Senhor, que é nossa bebida celestial, pelas colunas da Igreja, Pedro e Paulo, pela fé que
recebemos dos apóstolos, pela presença de Pedro hoje no coração do Papa Bento XVI, por estarmos
aqui, participando da Igreja, por poder dizer que sou e pertenço à Igreja Católica.

É claro que em cada momento da Igreja, precisamos mudar a voz do Espírito. Por isso, é
fundamental, nessa solenidade, não esquecer que a Igreja não pode ser vulgarizada, relativizada
as custas de um ecumenismo que não é autêntico. Nós, como católicos, amamos a todos. E está aí
a essência da palavra católico, universal. Nós amamos a todos, não fazemos distinção de ninguém,
não podemos fazer isso. Mas, ao lado do amor incondicional, há a alma da Igreja, o anúncio
total da verdade revelada.
Por exemplo, nós não podemos deixar, embora amando a todos, que tudo o que Deus fez na vida da
Virgem seja motivo de zombaria, de escárnio. Não faz parte do ecumenismo católico aceitar que a
Virgem não é virgem. Amamos e podemos dar a vida por quem não crê que ela é virgem,
contudo, aceitar, para ter uma união ecumênica, que Maria não foi o que a Igreja professa,
não.
Quando vejo o amor que o Nelsinho Corrêa tem por Maria, me sinto obrigado a dizer que, apesar de
não entender de música, sei que cantor católico não pode ficar sem cantar a Mãe de Deus em
situação nenhuma, em CD nenhum.

(…)

Hoje, estamos, infelizmente, sendo vítimas do relativismo. O que é relativismo? É pensar que a
Igreja Católica tem a mesma propriedade mistérica de qualquer igreja. Não importa a igreja, o que
importa é a conversão. Se o que importa é só a conversão, isso é conversa de igrejinhas
‘pentecostais’, de garagem. E não é desrespeito nenhum, porque é realmente uma garagem. E
porque hoje se faz de Jesus e do evangelho de Jesus aquilo que se quer. A nossa identidade deve
estar em nosso coração e em nossa alma. Devemos mostrar porque somos católicos e demonstrar
esse amor a todos.
Há dias atrás, uma igreja pentecostal a nível mundial, em um culto, distribuiu 15000 preservativos na
porta do templo para afrontar a moral e a ética da Igreja e do Evangelho. Nos seus comerciais,
começaram a rodar propagandas favoráveis ao aborto. Isso para afrontar o bem mais sagrado da
Igreja, que é a vida. Mas, a palavra ‘conversão’ é inerente, é alma do seu amor para com a Igreja de
Cristo. Nós ficamos diante de situações, nas quais devemos anunciar a verdade, que não pode ser
dilacerada: o nosso amor a Deus implica no amor também à Igreja de Cristo.
(…)

Não há nenhuma novidade que há um plano protestante para tornar o Brasil um país protestante.
Claro que isso não vem como uma afronta clara contra nós, mas vem por atrações muito subjetivas,
primeiro a respeito de doutrina: o que importa é o teu encontro pessoal com Deus, o que importa é
tua conversão, não importa a verdade, importa que você está salvo. A igreja pode ser qualquer uma,
desde que a pessoa se sinta bem… A verdade não existe mais, ela está no coração de quem quiser.
Eu posso ter um amor profundo a um pastor evangélico, mas ele não pode concelebrar a missa do
meu lado porque ele não crê no corpo, que é a Igreja. Ele não pode comungar o corpo de Cristo se
ele não crê no corpo, que é a Igreja. Eu não posso brincar com o altar.

Esse relativismo vai penetrando… Mas, o Papa Bento XVI, já quando assumiu a Cátedra de Pedro,
nos exortou que ‘a Igreja é a verdade, ela tem a revelação plena’, mesmo que nos a maculemos, e
como nós temos machucado a Igreja com nossas atitudes. A verdade é dolorida, mas não podemos
viver no relativismo.
Eu até estou aqui com a homilia do dia em que o até então cardeal Joseph Ratzinger assumiu o cargo
de Papa, no dia 7 de maio de 2005 (Clique aqui para ver). Ele nos fala do mistério do amor que Jesus
tem pela Igreja e o dom que a Igreja tem de atrair a si pelo anuncio da verdade, não pelo relativismo.
Isso que está infelizmente penetrando, esse jeito de querer agradar as pessoas… ‘Ah, para agradar
alguém, eu nego as verdades profundas da Igreja’, aquilo que é sua essência. E os tempos são muito
difíceis. Há uma tendência da humanidade em zombar descaradamente da Igreja. Porque eles
pensam que os católicos não têm uma autenticidade da verdade, sendo que essa autoridade era
de Jesus. Se um dia eu tiver a graça de morrer pelo Evangelho, eu não vou morrer pelo meu
evangelho, mas pelo Evangelho de Jesus, pela verdade revelada da Igreja.
A verdade, o anúncio do Evangelho em sua plenitude, é que atrai para a Igreja a sua autenticidade.
Quanto medo existe no coração de tantas pessoas e quanta confusão há em suas cabeças, e aquele
desejo que têm de agradar às pessoas. O que fazem com a Igreja, o modo com que tratam os
sacramentos ninguém vê. Há músicas protestantes que estão frontalmente contra a Igreja e que estão
na boca de católicos. ‘Ah, mas a música fala de Jesus’, mas não fala do amor à Igreja. Pelo contrário.
Eu não posso por minha vontade, colocar quem eu amo para celebrar do meu lado, porque o altar
não é meu, é de Jesus.
‘Mas, e o amor, padre?’. O amor é a verdade. Se você quer a verdade, volta ao rebanho. Não é
nenhuma mentira que os evangélicos tomam suco de uva porque é o que eles crêem. Nós não cremos
que é como se fosse seu sangue, nós cremos que é realmente o Seu Sacratíssimo Sangue, como Jesus
mesmo nos ensinou: ‘Isto é o meu sangue’ (Mt 26,28). Não é desrespeitar ninguém, porque essa é a
verdade.
Quantas vezes nós escutamos dentro do coração palavras que querem destruir a nossa própria
integridade! Não é uma questão de desamor, pois, o amor é a verdade! O Papa mesmo dizia que ‘a
Igreja não faz proselitismo.’ O que é isso? É entrar na luta como se a Igreja fosse como as outras. A
Igreja não está em luta de poder financeiro com igreja nenhuma. E nós sabemos que tantas igrejas
protestantes vivem de franquia, vivem querendo adquirir poder financeiro…

Mas não podemos continuar tendo medo, não podemos continuar relativizando a Igreja e do mistério
do Evangelho. Temos que obedecer à Igreja. Não é fácil. É muito mais fácil fundar uma igreja e ter
poder sobre ela. Como diz o Apocalipse, o Evangelho virou mel na boca de muita gente. Todos
querem poder por causa do Evangelho, todos querem dinheiro por causa do Evangelho. Mas, por trás
disso, há uma corrupção tremenda e uma brincadeira com as coisas de Deus.
Dessa maneira, não vamos deixar de amar a todos, mas também não queremos e não somos
ignorantes a ponto de pensar que ser católico, tanto faz. A ponto de pensar que a musicalidade
protestante é igual à música católica, pois não é. A liturgia protestante não pode ser comparada ao
sacrifício da missa. Se você, católico, não vê a santidade da Igreja, é porque você, na sua
comodidade, não busca a santidade. A culpa não é da Igreja, a culpa é sua.
E essa afronta que fazem com a Igreja: essa nova novela da rede Globo está aí (’Sete Pecados’).
Quem nos exorta contra os sete pecados capitais? A Igreja. Claro, então, que atinge diretamente ao
mistério da Igreja.

Na parada gay, uma pessoa tirou duma âmbula um preservativo, vestido de papa. E nós, católicos,
ficamos adormecidos na naturalidade. O amor não é isso!

O mistério da Igreja é a verdade.  ‘É, padre, mas a história da Igreja tem tantas coisas erradas…’,
porque nós o fizemos, porque nós maculamos a Igreja. Mas a santidade da Igreja ofusca as pessoas,
quando ela é vivida por aqueles que amam a Jesus. Não se ama a Cabeça sem o Corpo. E eu sei
que é muito mais fácil cortar o corpo da cabeça. É muito mais fácil viver do jeito que eu quero.
Sobre o que São Tiago nos diz hoje (Tg 5,1-6), tudo tem como fundamento o poder do dinheiro e o
dinheiro é a desgraça! Infelizmente, se nós não abrirmos o coração ao mistério de Jesus, ao mistério
do altar, dos sacramentos, e isso implica em assumir verdadeiramente que somos católicos também
na defesa de nossa fé. Ninguém é católico se aceita zombaria contra a Mãe de Deus.
Em relação ao judaísmo, ao budismo, ao protestantismo, não podemos aceitar algumas objeções à
nossa fé, por exemplo, aceitar que Maria não foi virgem! ‘Ah, o que importa é Jesus’, mas se não
trazermos também aquela que importa e que trouxe Jesus, não tem Cristo coisíssima nenhuma! Claro
que Maria é importante! Claro que ela é fundamental!
Como eu quero tirar a Virgem da história afetiva de vida do Senhor Jesus? Temos que abraçar e
amar a Igreja. Não podemos relativizar.
Se houver 30000 pessoas no show duma cantora evangélica, eu vou com 5 pessoas escutar a Salette
Ferreira porque ela é católica. ‘Ora, mas Jesus não está lá também?’. Problema deles! Creio que
está! Mas eu vou no show que canta a minha Igreja, a minha fé. O canto da Salette não é igual ao de
cantora protestante coisíssima nenhuma porque ela adora Jesus no altar e isso é bem diferente.
E aqui dou um aviso aos cantores católicos: parem de imitar os protestantes, se não daqui alguns
dias vocês cantarão pras paredes! Temos que cantar a nossa fé!
A Igreja Católica tem a verdade. Nós amamos a todos, mas não podemos relativizar isso!
Se falamos em liturgia, sabemos que a missa é o centro de nossa fé, a máxima presença de Jesus.
Então, o católico tem a mínima sabedoria da diferença de adorar Jesus em casa e adorar Jesus no
altar.

Por trás de certo ecumenismo, há uma traição. ‘Vamos tornar o Brasil um país protestante! Vamos
atrair os católicos com tudo o que temos, porque eles não dão mais valor ao que é deles, só dão
valor ao que é nosso!’
Há uma diferença muito grande entre a Igreja de Cristo e igrejas evangélicas. Não se compara a
Igreja Católica à igrejas protestantes. Na minha missa, eu não aceito cantos evangélicos e
acabou!  ‘Por quê?’  Porque Jesus é o sacrifício da missa. E nós não podemos pôr na missa uma
música de alguém que não crê no mistério do altar. Eles crêem que Jesus é o Senhor, mas não crêem
no mistério da Igreja. O altar da Igreja é o lugar do sacrifício.
Nós, católicos, com amor, não podemos deixar-nos levar por um relativismo barato, ignorando a
nossa fé. Pergunta-se: não é uma ameaça a liberdade de pensamento? Não é assim! Nós não
queremos tirar a liberdade de ninguém, mas temos que anunciar a verdade, que é nossa
obrigação. Se eu não anuncio a verdade, eu não sou católico. Não podemos, pois, permitir que em
nossa Igreja, onde está contida a verdade, entre o relativismo.
Editado por: Everth Queiroz Oliveira

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