Você está na página 1de 108

A importância

da Bíblia
Salmos 78:3-4
3 O que ouvimos e aprendemos, o

que nos contaram nossos pais,


4 não o encobriremos a seus filhos;

contaremos à vindoura geração os


louvores do SENHOR, e o seu poder,
e as maravilhas que fez.
A TRADIÇÃO ORAL

• Antes da criação e desenvolvimento da escrita,


os antigos transmitiam suas histórias e seus
costumes aos seus filhos por meio da oralidade

• O povo de Israel preservou suas memórias


através das narrativas orais comunicadas pelos
pais aos seus filhos e estes aos seus filhos por
todas as gerações.
• Estas narrativas formaram a identidade de Israel

• Até hoje, por exemplo, as histórias são


recontadas às novas gerações na liturgia da
festa da páscoa

• Como pode sobreviver o povo mais perseguido


do mundo, que já teve o seu templo destruído
duas vezes, que foi expulso de sua terra 3
vezes, que enfrentou a diáspora, as cruzadas e
o holocausto nazista ?
Salmos 44:1
Ouvimos, ó Deus, com os próprios
ouvidos; nossos pais nos têm
contado o que outrora fizeste, em
seus dias.
REVELAÇÃO - TESTEMUNHO

TRADIÇÃO ORAL

ESCRITA - ESCRITURA
A Bíblia é uma coleção de escritos, de gêneros
variados:

No AT
• Narrativas, Leis, Profecias, Poesias

No NT
• Evangelhos, Narrativas, Cartas Apocalíptica
A palavra "bíblia" é derivada do latim, proveniente da
palavra grega bíblia (livros), que diz respeito
especificamente aos livros que são reconhecidos como
canônicos pela Igreja cristã.
O uso cristão mais antigo da expressão ta bíblia (os livros)
na epístola de 2 Clemente 2.14 (150 d.C.)
O vocábulo grego bíblion (do qual bíblia é o plural) é o
diminutivo de biblos, que denota qualquer tipo de
documento escrito, mas originalmente aquele que foi
escrito em papiro.
Um termo sinônimo de "a Bíblia" é "os escritos" ou
"as Escrituras" (em grego ταῖς γραφαῖς),
freqüentemente usado no Novo Testamento para
designar, no todo ou em parte, os documentos do
Antigo Testamento.

Mateus 21.42 diz: "Nunca lestes nas Escrituras?"


(ἐν ταῖς γραφαῖς). A passagem paralela, Marcos 12.10,
traz o singular τὴν γραφὴν
Jeremias 31:31
ἰδοὺ ἡμέραι ἔρχονται φησὶν κύριος καὶ
διαθήσομαι τῷ οἴκῳ Ισραηλ καὶ τῷ οἴκῳ
Ιουδα διαθήκην καινήν

Διαθήκη – Testamentum – Testamento

Melhor tradução: Aliança


Biblia Hebraica
O Antigo Testamento

Torah Neviim Ketuvim


Lucas 24:44
44 A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei,

estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está


escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.

Mt 7:12 – Lei e os Profetas

Lc 16:29 – Moisés e os Profetas


Torah:
Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio

Neviim:
Profetas anteriores – Josué, Juízes, Samuel, Reis
Profetas posteriores – Isaías, Jeremias, Ezequiel, Os Doze
(Oseias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miqueias, Nahum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias

Ketuvim: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos cânticos,


Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras-Neemias,
Crônicas

Total de 24 livros
Estrutura da Bíblia
(derivada da LXX)

Lei

Históricos

Poéticos

Proféticos
Estrutura da Bíblia (AT) 39 livros
(derivada da LXX)
Lei 1 - Gênesis, 2- Êxodo, 3 – Levítico, 4 – Números, 5 - Deuteronômio

1 - Josué, 2- Juízes, 3 – Rute, 4 – 1 Samuel, 5 – 2 Samuel, 6 – 1 Reis


Históricos 7 – 2 Reis, 8 – 1 Crônicas, 9 – 2 Crônicas, 10 – Esdras, 11 – Neemias,
12 - Ester

Poéticos 1 - Jó, 2- Salmos, 3 – Provérbios, 4 – Eclesiastes, 5 – Cântico dos


cânticos

Maiores:

Proféticos 1 - Isaías, 2- Jeremias, 3 – Lamentações, 4 – Ezequiel, 5 – Daniel


Menores:
1 – Oseías, 2 – Joel, 3 – Amós, 4 – Obadias, 5 – Jonas, 6 – Miquéias,
7- Naum, 8 – Habacuque, 9 – Sofonias, 10 – Ageu, 11 – Zacarias,
12- Malaquias
O Novo Testamento: 27 livros
Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas, João
Atos
Cartas Paulinas:
Romanos, 1,2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1,2 Tessalonicenses, 1,2 Timóteo, Tito,
Filemon
Cartas Gerais:
Hebreus, Tiago, 1,2 Pedro, 1,2,3 João, Judas

Apocalipse
Divisão em capítulos e versículos

• A bíblia não era, originalmente, dividida


em capítulos e versículos.
• Os capítulos foram criados por Stephen
Langton, em 1227.
• Os versículos surgiram em 1551, através
de Robert Stephanus.
A Escritura Sagrada tem um duplo
aspecto: divino e humano.

• Em seu aspecto divino é um livro


diferente de todos os outros pois
é a Palavra de Deus. Portanto é
inspirada, autoritativa, infalível e
inerrante.
2Tm 3:16-17; Mt 5:17-18; Jo 10:35
• Em seu aspecto humano é um
livro como qualquer outro,
porque o seu texto foi escrito
em dado contexto histórico e
cultural, em linguagem humana
sujeita às regras gramaticais e à
sintaxe. Portanto necessita de
interpretação.
Inspiração das Escrituras

(2 Tm. 3:16-17)
16 Toda a Escritura é inspirada - θεόπνευστος -

por Deus e útil para o ensino, para a


repreensão, para a correção, para a
educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja

perfeito e perfeitamente habilitado para toda


boa obra.
Inspiração das Escrituras

(2 Pd 1:21)
porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo.
Definição de Inspiração:

1 - Causalidade Divina
• Deus é a fonte da inspiração

2 – Mediação Profética
• A Palavra divina foi dada através da
palavra humana

3 – Autoridade Escrita
• Por ser inspirada, é autoridade para a fé
e prática da igreja
Distinções importantes:

Inspiração

Revelação

Iluminação
Distinções importantes:

Revelação – exposição da verdade


(comunicação divina)

Inspiração – recepção e transmissão escrita

Iluminação – compreensão da verdade


• O conceito de inspiração é aplicado aos
originais das Sagradas Escrituras, não às
cópias (que contém erros)

• Crítica Textual é a ciência que estuda as


variantes textuais e que ajuda a reconstituir
o texto original presumível
Teorias a respeito da Inspiração:

Visão Ortodoxa: a Escritura é a Palavra de Deus. Este


entendimento se desdobra em dois:

• Ditado verbal: palavra por palavra teriam sido


ditados por Deus e os autores registram fielmente

• Conceitos inspirados: Deus concede a inspiração


conceitual, mas os homens registram com seus
estilos próprios.
Visão Modernista: a Bíblia contém a Palavra de Deus,
com partes divinas e outras meramente humanas que
contém erros.
• Conceito de Iluminação: Deus concede
percepção a homens que por sua vez misturam a
revelação com suas idéias religiosas.
• Conceito de Intuição: registro de folclores e lendas
do povo

Neo-ortodoxia: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus.


• Visão demitizante – Bultmann, Ogden
• Encontro pessoal – Karl Barth, Brunner
O que as Escrituras ensinam a respeito da sua própria
inspiração:

Inspiração verbal

II Tm 3:16 – “...toda a Escritura é inspirada por Deus...”


Ex 24:6 – “Moisés escreveu todas as palavras do
Senhor...”
II Sm 23:2 – “O Espírito do Senhor fala por mim, e a Sua
Palavra está na minha boca...”
“...está escrito...” Mt 4:4,7; Lc 24:27,44
Ap 22:19 – “...tirar quaisquer palavras desta profecia
O que as Escrituras ensinam a respeito da sua própria
inspiração:

Inspiração Plena

Toda a Escritura é inspirada. AT e NT, em todas as suas


partes.
Rm 15:4 – “...tudo que outrora foi escrito, para o nosso
ensino foi escrito...”
O conceito de inspiração plena estende-se somente
aos autógrafos.
O que as Escrituras ensinam a respeito da sua própria
inspiração:

A inspiração confere autoridade à Escritura Sagrada


para ser norma de fé e de prática

Jo 10:35 – “...a Escritura não pode ser anulada...”


Mc 11:17 – contra o comércio no templo;
Mt 15:3,4 – contra a tradição dos anciãos;
Mt 22:29 – para resolver divergências doutrinárias;
Mt 4, 4,7,10 – para repelir o maligno
Implicações da doutrina bíblica da Inspiração

• Relaciona-se ao AT mas também ao NT:


• 2Pe 3:16 Pedro cita Paulo; em 1Tm 5:16 Paulo cita
Lc 10:7
• A inspiração abarca uma variedade de fontes e de
gêneros literários
• Fontes: Livro de Jasar (Js 10:13; 2Sm 1:18); Livro de
Enoque (Jd 14); o poeta Epimênedes (At 17:28)
• Os diversos gêneros literários que compõe as
Escrituras: narrativas, poesias, cânticos, ditos de
sabedoria (provérbios); profecias, epístolas, etc...
A inspiração
do AT
O AT como conjunto de textos
proféticos:

• Os escritores do AT como profetas

• As declarações proféticas foram


posteriormente escritas
Reinvindicação do AT em favor de sua inspiração:

• A inspiração da Torah:
• Ex 20:10 – “e falou Deus todas estas
palavras...” ex.: Lv 1:1; 8:9; 11:1

• DT 1:3: “...Moisés falou aos filhos de Israel,


conforme a tudo o que o SENHOR lhe
mandara acerca deles”
• A inspiração da Torah:
• Ex 20:10 – “e falou Deus todas estas palavras...”
ex.: Lv 1:1; 8:9; 11:1

• DT 1:3: “...Moisés falou aos filhos de Israel,


conforme a tudo o que o SENHOR lhe mandara
acerca deles”
• Josué 1:8 – O livro da Torah deve ser meditado
• Juízes 3:4 – “...para saber se dariam ouvido aos
mandamentos do SENHOR, que ele tinha
ordenado a seus pais, pelo ministério de
Moisés”
• A inspiração da Torah:

• Em Crônicas, os escritos do Pentateuco são


tidos por: “Livro da Lei do Senhor, dada por
intermédio de Moisés” 2Cr 34:14

• Esdras e Neemias também reconhecem a lei


dada a Moisés: Ed 6:18; Ne 13:1

• Malaquias termina o seu livro exortando que


Israel obedeça a Lei de Moisés, seus estatutos
e ordenanças – Ml 4:4
• A inspiração dos Profetas:

Js. 24:26 - E Josué escreveu estas palavras no livro


da lei de Deus;

Jz 1:1,2; 6:25 – Deus fala aos homens de Israel

Isaías a Malaquias: “assim diz o Senhor:...”


Fórmula do Mensageiro
Referências do NT à inspiração do AT

O NT chama o AT de:

• Escrituras (mais frequente)


• Palavra de Deus
• Lei
• Profetas
• Lei e os Profetas
• Oráculos de Deus
Escrituras:

2Tm 3:16 – “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”

Jo 10:35 – “... A Escritura não pode ser anulada...”

Mt 21:42- “Nunca lestes nas Escrituras?”

Mt 22:29 – “Errais não conhecendo as Escrituras,


nem o poder de Deus”

At 17,11 – “...examinavam a cada dia as Escrituras”


Palavra de Deus: é menos frequente mas é a alusão
mais forte à inspiração divina do AT

Mc 7:13 – “invalidando a palavra de Deus pela vossa


própria tradição...”

Rm 9:6 – “E não pensemos que a palavra de Deus haja


falhado...”

2 Co 4:2 - “...não andando com astúcia, nem


adulterando a palavra de Deus...”

Hb 4:12“...Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz...”


Lei: é usada como forma abreviada de “Lei de
Moisés”, em alusão ao AT

Jo. 10:34 – “Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na


vossa lei: Eu disse: sois deuses?” em ref. Sl 82:6

A Lei e os profetas
At 24,14 – “...acreditando em todas as coisas que
estejam de acordo com a lei e nos escritos dos
profetas...”
Oráculos de Deus: é usada em referência a todo o
AT

Rm 3:2 – “... porque aos judeus foram confiados os


oráculos de Deus”

Hb 5:12 – “Pois, com efeito, quando devíeis ser


mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes,
novamente, necessidade de alguém que vos
ensine, de novo, quais são os princípios elementares
dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como
necessitados de leite e não de alimento sólido.”
A inspiração
do NT
Autoridade Apostólica
O que confere autoridade aos escritos do NT é o
fato de seus textos terem sido escritos pelos
apóstolos (testemunhas oculares) ou sob supervisão
apostólica. At 1,1; Lc 1,3-4.; At 2,42; Ef 2,20

No caso de Paulo, a autoridade dos seus escritos


está na revelação do Senhor Ressuscitado.
Gálatas 1,11-12
O Cânon
Bíblico
Definição de Canonicidade

A palavra Cânon deriva do grego κανών e o


termo grego deriva do hebraico ‫ָקנֶה‬ que
significa “vara ou cana de medir”
O termo cânon, a princípio, significava vara de
medir, mas terminou adquirindo o sentido
metafórico de padrão ou regra (Gl 6:16).
A Determinação da Canonicidade

O que não determina a Canonicidade:

1 – A idade do escrito
O Livro de Jasar (Justos) e o Livro das Guerras do
Senhor (Js 10:13; Nm 21:14)

2 – Escrito em Hebraico. Nem todos os escritos


em Hebraico entraram p/ o cânon. Há livros
com partes em aramaico (Esdras e Daniel)
A Determinação da Canonicidade

O que não determina a Canonicidade:

3 – A concordância com a Torah

4 – O valor religioso
A Determinação da Canonicidade

O que determina a Canonicidade:

A canonicidade é determinada pela


INSPIRAÇÃO
Princípios de descoberta da Canonicidade:

1 – Autoridade de um livro

A autoridade é reconhecida pela


reinvindicação do livro ser expressão da Palavra,
através de expressões tipo: “Assim diz o
Senhor...”
Princípios de descoberta da Canonicidade:

2 – Autoria profética de um livro

Os escritores bíblicos eram profetas (2Pe 1:20-21;


Hb 1,1)
No caso do NT, o livro deveria ser escrito por um
apóstolo, testemunha da ressurreição de Cristo.
3 – A confiabilidade de um livro

Se o livro tivesse erros doutrinários não poderia ter


sido inspirado. Os apócrifos foram rejeitadosem
grande parte devido a estes erros que os fazem
divergir dos demais livros

4 – A dinamicidade de um livro – se o livro é capaz


de transformar as vidas

5 – A aceitação de um Livro: o reconhecimento


pelo povo de Deus ao qual foi destinado
CÂNON DO AT
OS TRÊS PASSOS DO PROCESSO DE
CANONIZAÇÃO:

1- A INSPIRAÇÃO
2 – O RECONHECIMENTO PELO POVO DE DEUS
3 – A COLEÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS
ESCRITOS
CÂNON DO AT
DIFERENÇA ENTRE OS LIVROS CANÔNICOS E
NÃO CANÔNICOS: OS CANÔNICOS POSSUEM
AUTORIDADE, OS DEMAIS PODEM TER ALGUM
VALOR DEVOCIONAL OU HISTÓRICO NÃO
PODEM DETERMINAR AS DOUTRINAS. NENHUM
ARTIGO DE FÉ DEVE BASEAR-SE EM TEXTO NÃO
CANÔNICO.
EVIDÊNCIAS
ANTIGAS
DE
UMA DIVISÃO TRÍPLICE
DA BÍBLIA HEBRAICA
Evidências antigas
de uma divisão tríplice da BH
Torah Neviim Ketuvim
1 – Talmude Babilônico (70 -200 d.C), Tratado Baba Bathra

2 – Prólogo do Sirácida (Eclesiástico)

3 – Novo Testamento: Lc 24:44; Mt 7:12; Rm 3:21)

4 – Flávio Josefo, Contra Ápion (testemunha dos 22 livros)


Torah:
Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio

Neviim:
Profetas anteriores – Josué, Juízes, Samuel, Reis
Profetas posteriores – Isaías, Jeremias, Ezequiel, Os Doze
(Oseias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miqueias, Nahum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias

Ketuvim: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos cânticos,


Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras-Neemias,
Crônicas

Total de 24 livros
OS LIVROS ACEITOS POR TODOS
homologoumena
Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio

Profetas anteriores – Josué, Juízes, Samuel, Reis


Profetas posteriores – Isaías, Jeremias, Os Doze
(Oseias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miqueias, Nahum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias

Salmos, Jó, Rute, Lamentações, Daniel, Esdras-Neemias,


Crônicas
OS LIVROS QUESTIONADOS POR ALGUNS
antilegoumena
O Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Ezequiel, Provérbios,
Ester,

Cântico dos Cânticos – considerado sensual pela escola de


Shammai. Rabi Akiva o considerou “Santo dos Santos”

Eclesiastes – considerado extremamente cético. “...tudo é


vaidade...”. Livro realista que mostra que a satisfação
permanente não está em nada que se faça “debaixo do
sol”. Conclui que temer a Deus e guardar os seus
mandamentos é dever de todo homem (Ec 12:13)
Ester – ausência do Tetragrama Sagrado. Deus, porém faz-
se presente na narrativa através do livramento que deu ao
seu povo. Serviu de fundamento para a Festa de Purim (Et
9:26-28)

Ezequiel – este livro foi criticado pela escola de Shammai,


acusado de ser gnóstico.

Provérbios - Pv 26:4-5
OS LIVROS ACEITOS POR ALGUNS
apócrifos
A palavra apócrifo tem origem grega e a princípio
significava “oculto” ou difícil de entender”, depois tomou o
sentido de “esotérico”. O termo na época de Irineu e
Jerônimo (sec III e IV d.C) foi aplicado a todo livro não
canônico, inclusive aos pseudepígrafos. Da Reforma aos
nossos dias denota os escritos judaicos não canônicos do
período intertestamentário.

Estes livros foram aceitos pelos católicos mas rejeitados por


judeus e protestantes
Argumentos favoráveis a aceitação dos
Apócrifos:
1 – Alusões no Novo Testamento
Hb 11:35 alude a 2Mc 7 e 12; Jd 14 e 15; II Tm 3:8

2 – Os apócrifos estão presentes na LXX, dando apoio ao


cânon Alexandrino

3 – Os mais antigos manuscritos completos da Bíblia


contém livros apócrifos

4 – A arte cristã primitiva reflete o uso dos apócrifos


Argumentos favoráveis a aceitação dos
Apócrifos:
5 – O uso dos pais da igreja
Clemente de Alexandria reconheceu 2Esdras
Orígenes acrescentou Macabeus e a Epístola de Jeremias
Ireneu citou o Livro da Sabedoria

6 – Agostinho (354-430 dC) atribuiu status canônico aos


apócrifos, influenciando os concílios de Hipo (393) e
Cartago (397).

7 – Concílio de Trento (1546) – considerou canônicos os


apócrifos
Argumentos favoráveis a aceitação dos
Apócrifos:
5 – O uso dos pais da igreja
Clemente de Alexandria reconheceu 2Esdras
Orígenes acrescentou Macabeus e a Epístola de Jeremias
Ireneu citou o Livro da Sabedoria

6 – Agostinho (354-430 dC) atribuiu status canônico aos


apócrifos, influenciando os concílios de Hipo (393) e
Cartago (397).

7 – Concílio de Trento (1546) – considerou canônicos os


apócrifos
Argumentos favoráveis a aceitação dos
Apócrifos:
8 – O uso não católico – As Bíblias protestantes desde a
Reforma continham os apócrifos

9 – A comunidade do Mar Morto. Os apócrifos constam


entre os manuscritos do Mar Morto. Alguns estão escritos
em hebraico.
Argumentos contrários à aceitação dos
Apócrifos:
1 – Autoridade do NT– O NT não cita nenhum apócrifo, mas
apenas alude

2 – A tradução da LXX. Alexandria é o lugar da tradução, não


da canonização. Fílon rejeitou os apócrifos

3 – A Bíblia cristã primitiva – Jesus e os apóstolos nunca fizeram


citação de um livro apócrifo

4 – Os primeiros pais da igreja – Muitos pais da igreja


depuseram contra os apócrifos (Orígenes, Atanásio, Melito)
Argumentos contrários à aceitação dos
Apócrifos:
1 – Autoridade do NT– O NT não cita nenhum apócrifo, mas
apenas alude

2 – A tradução da LXX. Alexandria é o lugar da tradução, não


da canonização. Fílon rejeitou os apócrifos

3 – A Bíblia cristã primitiva – Jesus e os apóstolos nunca fizeram


citação de um livro apócrifo

4 – Os primeiros pais da igreja – Muitos pais da igreja


depuseram contra os apócrifos (Orígenes, Atanásio, Melito)
Argumentos contrários à aceitação dos
Apócrifos:
5 – O cânon de Agostinho: argumentava que os apócrifos
tinham uma deuterocanonicidade e não canonicidade
absoluta. Jerônimo recusou firmemente a canonicidade dos
apócrifos.
Gênero Versão revista padrão Versão de Douai
O livros da
Sabedoria de Salomão (c. 30 a.C.)
Didático sabedoria
Eclesiástico (Siraque) (c. 132 a.C.)
Eclesiástico
Religioso Tobias (c. 200 a.C.) Tobias
Romance Judite (c. 150 a.C.) Judite
1 Esdras (c. 150-100 a.C.) 3 Esdras*
Histórico 1 Macabeus (c. 110 a.C.) 1 Macabeus
2 Macabeus (c. 110-70 a.C.) 2 Macabeus
Baruque (c. 150-50 a.C.) Baruque 1-5
Profético Epístola de Jeremias (c. 300-100 a.C.) Baruque 6
2 Esdras (c. 100 a.C.) 4 Esdras**
Ester 10:4 – 16:24
Adições a Ester (140-110 a.C.)
Daniel 3:24-90*
Oração de Azarias (Séc. I ou II a.C.)
Daniel 13**
Lendário Suzana (Séc. I ou II a.C.)
Daniel 14**
Bel e o dragão (c. 100 a.C.)
Oração de
Oração de Manassés (Séc. I ou II a.C.)
Manassés*
O CÂNON DO NT
O CÂNON

O Cânon do Novo Testamento


consiste nos 27 livros aceitos pela
Igreja primitiva como Escrituras
divinamente inspiradas.
O termo cânon, a princípio,
significava vara de medir, mas
terminou adquirindo o sentido
metafórico de padrão (Gl 6:16).
Gl 6:16 καὶ ὅσοι τῷ κανόνι τούτῳ στοιχήσουσιν,
εἰρήνη ἐπ᾽ αὐτοὺς καὶ ἔλεος καὶ ἐπὶ τὸν Ἰσραὴλ τοῦ
θεοῦ.

Gl 6:16 - E, a todos quantos


andarem de conformidade com esta
regra, paz e misericórdia sejam
sobre eles e sobre o Israel de Deus.
Fontes utilizadas pela Igreja
antes do Cânon do NT

• Antigo Testamento (1Co 1:11)

• Tradição oral acerca dos ensinamentos de


Jesus (Lc 1:2)

• Revelações diretas da parte de Deus, por


meio dos profetas cristãos: Atos 21:8-9
Eclesiásticos
Fatores que
estimularam
a formação de Teológicos
um Cânon do NT

Políticos
Fatores que estimularam a formação
de um Cânon do NT

Eclesiásticos
• Haviam questões internas e externas.
Internamente precisava-se saber quais livros
deveriam ser lidos nas igrejas, de acordo com o
ensino apostólico. Externamente precisava-se
saber quais livros deveriam ser traduzidos para
as línguas estrangeiras dos convertidos
1Ts 5:27
Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos.
Fatores que estimularam a formação
de um Cânon do NT

Teológicos

• Os livros heréticos começaram a multiplicar-


se. O herege Marcião estabeleceu um cânon
próprio (140 d.C) onde constava apenas
Lucas e 10 cartas de Paulo (excluiu I e II Tm
e Tito). Tornou-se necessário saber quais
livros eram inspirados e proveitosos para o
ensino.
2Tm 3:16-17
16 Toda a Escritura é inspirada por

Deus e útil para o ensino, para a


repreensão, para a correção, para a
educação na justiça, 17 a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda
boa obra.
2Ts 2:1-2
Irmãos, no que diz respeito à vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa
reunião com ele, nós vos exortamos 2 a
que não vos demovais da vossa mente,
com facilidade, nem vos perturbeis, quer
por espírito, quer por palavra, quer por
epístola, como se procedesse de nós,
supondo tenha chegado o Dia do Senhor.
2Pe 1:16
16 Porque não vos demos a conhecer o

poder e a vinda de nosso Senhor


Jesus Cristo seguindo fábulas
engenhosamente inventadas, mas nós
mesmos fomos testemunhas oculares
da sua majestade,
Fatores que estimularam a formação
de um Cânon do NT
Políticos

• Com a perseguição, os livros eram


destruídos, quase sempre
queimados, como a ordem dada pelo
imperador Dioclesiano. Precisava-se
saber quais eram inspirados para
que fossem preservados.
Evidências neotestamentárias de um cânon crescente
Seleção dos livros fidedignos

• Entre os livros que estavam em circulação,


estavam escritos falsos, fantasiosos sobre
a vida de Cristo. Por isso escreve Pedro:

2Pe 1:16 Porque não vos demos a conhecer o


poder e a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo seguindo fábulas engenhosamente
inventadas, mas nós mesmos fomos
testemunhas oculares da sua majestade,
• Paulo escreve aos tessalonicenses para
advertí-los contra o erro:

2Ts 2:1-2
Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com
ele, nós vos exortamos
2 a que não vos demovais da vossa mente,

com facilidade, nem vos perturbeis, quer por


espírito, quer por palavra, quer por epístola,
como se procedesse de nós, supondo tenha
chegado o Dia do Senhor.
• Paulo indica que suas verdadeiras
cartas tem a sua assinatura.

2Ts 3:17
A saudação é de próprio punho: Paulo.
Este é o sinal em cada epístola; assim é
que eu assino.
• Paulo escreve aos tessalonicenses para
advertí-los contra o erro de falsos
escritos

2Ts 3:17
A saudação é de próprio punho: Paulo.
Este é o sinal em cada epístola; assim é
que eu assino.
Evidências neotestamentárias de um cânon crescente
Leitura pública dos Livros Autorizados
1Ts 5:27 Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta
epístola seja lida a todos os irmãos.

1Tm 4:13 Até à minha chegada, aplica-te à


leitura, à exortação, ao ensino.

Ne 8:8 Leram no livro, na Lei de Deus,


claramente, dando explicações, de maneira
que entendessem o que se lia.
Evidências neotestamentárias de um cânon crescente
Leitura pública dos Livros Autorizados

Cl 4:16 E, uma vez lida esta epístola perante


vós, providenciai por que seja também lida
na igreja dos laodicenses; e a dos de
Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.

Ap1:3 Bem-aventurados aqueles que lêem e


aqueles que ouvem as palavras da profecia e
guardam as coisas nela escritas, pois o
tempo está próximo.
Evidências neotestamentárias de um cânon crescente

Circulação e Compilação de livros

Ap 1:11 dizendo: O que vês escreve em livro e


manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e
Laodicéia.

1Pe 1:1 - Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos


eleitos que são forasteiros da Dispersão no
Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia
Circulação e Compilação de livros

2Pd 3:15-16 e tende por salvação a


longanimidade de nosso Senhor, como
igualmente o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada,
16 ao falar acerca destes assuntos, como, de
fato, costuma fazer em todas as suas epístolas,
nas quais há certas coisas difíceis de entender,
que os ignorantes e instáveis deturpam, como
também deturpam as demais Escrituras, para a
própria destruição deles.
Circulação e Compilação de livros

Judas menciona Pedro

Jd 1:17-18 Vós, porém, amados, lembrai-vos


das palavras anteriormente proferidas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,
18 os quais vos diziam: No último tempo,
haverá escarnecedores, andando segundo as
suas ímpias paixões.
Cf. II Pd 3:2-3
Circulação e Compilação de livros

Judas menciona Pedro

Jd 1:17-18 Vós, porém, amados, lembrai-vos


das palavras anteriormente proferidas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,
18 os quais vos diziam: No último tempo,
haverá escarnecedores, andando segundo as
suas ímpias paixões.
Cf. II Pd 3:2-3
Testemunho dos pais da Igreja sobre o
cânon

Judas menciona Pedro

Jd 1:17-18 Vós, porém, amados, lembrai-vos


das palavras anteriormente proferidas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,
18 os quais vos diziam: No último tempo,
haverá escarnecedores, andando segundo as
suas ímpias paixões.
Cf. II Pd 3:2-3
Homolegoumena (gr. = confessados)

• A maioria dos livros foi aceita pela Igreja logo de


início, sem objeções. Tais livros foram chamados
homologoumena, porque todos os pais da igreja se
pronunciaram favoravelmente pela sua canonicidade.
Os homologoumena aparecem em quase todas as
principais traduções e cânones da igreja primitiva.
Quais são os Homolegoumena?

Em geral, 20 dos 27 livros do Novo Testamento


são homologoumena.

Incluem-se todos menos Hebreus, Tiago,


2Pedro, 2 e 3João, Judas e Apocalipse.
Antilegoumena (gr. = impugnados)

Não houve reconhecimento amplo e foram aceitos


com o tempo, mas não sem controvérsia, pois dúvidas
surgiram. De acordo com o historiador Eusébio, houve
sete livros cuja autenticidade foi questionada por
alguns dos pais da igreja, e por isso ainda não haviam
obtido reconhecimento universal por volta do século
IV.
Quais são os Antilegoumena?

Os livros objeto de controvérsia foram Hebreus, Tiago,


2Pedro, 2 e 3João, Judas e Apocalipse.
Hebreus

• Foi basicamente o anonimato do autor que suscitou


dúvidas. Visto que o autor não se identifica e não
afirma ter sido um dos apóstolos (Hb 2.3).

• Além disso, o fato de os montanistas heréticos terem


recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas
concepções errôneas fez demorar sua aceitação nos
círculos ortodoxos.
Tiago

• O autor da carta atribuída a Tiago não afirma ser


apóstolo. Os primeiros leitores e os que se lhes
seguiram puderam atestar que esse era o Tiago
do círculo apostólico, o irmão de Jesus (cf. At 15 e
Gl 1).

• Também havia o problema do ensino a respeito


da justificação e das obras, conforme Tiago o
apresenta. Aparente contradição com Paulo.
Tiago

Martinho Lutero chegou a chamar Tiago de "carta de


palha", colocando-a no fim do Novo Testamento. No
entanto, em decorrência dos esforços de Orígenes, de
Eusébio (que pessoalmente recomendava a aceitação
de Tiago), de Jerônimo e de Agostinho, a veracidade e
a apostolicidade dessa carta
vieram a ser reconhecidas pela igreja ocidental.
II Pedro

• Nenhuma outra carta do Novo Testamento ocasionou


maiores dúvidas quanto à sua autenticidade do que
2Pedro.

• Dessemelhança de estilo com a primeira carta do


apóstolo.
Primeira e segunda cartas de João.

• O escritor se identifica apenas como "o presbítero"; por


causa desse anonimato bem como de sua circulação
limitada, as cartas não gozaram de ampla aceitação,
ainda que fossem mais amplamente aceitas do que
2Pedro.
Judas
A maioria da contestação centrava-se nas referências ao
livro pseudepigráfico de Enoque (Jd 14,15) e
numa possível referência ao livro Assunção de
Moisés (Jd 9). Jerônimo declara especificamente ser
esse o problema (JERÔNIMO, Vidas de homens ilustres,
cap. 4).

Uma explicação, a qual se valoriza muito pelo fato de


tais citações não serem essencialmente diferentes das
citações feitas por Paulo de poetas não-cristãos (v. At
17.28; 1Co 15.33; Tt 1.12).
Apocalipse
• Houve dúvidas quanto à sua confiabilidade. A doutrina do
quiliasmo (milenarismo), achada em Apocalipse 20, foi o
ponto central da controvérsia.

• O debate em torno do Apocalipse provavelmente durou mais


que qualquer outro debate sobre outros livros
neotestamentários.

• Todavia, quando os montanistas agregaram seus ensinos


heréticos ao livro de Apocalipse, no século III, a aceitação
definitiva desse livro acabou sofrendo uma demora mais
longa.
Os livros aceitos por alguns — apócrifos

• Os livros apócrifos gozavam de grande estima pelo


menos da parte de um pai da igreja.

• Os apócrifos do Novo Testamento quando muito tiveram


"canonicidade temporal e local". Haviam sido aceitos por um
número limitado de cristãos, durante um tempo limitado,
mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou
permanente.
Os livros aceitos por alguns — apócrifos

Há diversas razões por que são importantes, e faziam


parte bibliotecas devocionais e homiléticas das igrejas
primitivas:

• revelam os ensinos da igreja do século II,


• fornecem documentação da aceitação dos
27 livros canônicos do Novo Testamento
• fornecem outras informações históricas a respeito da
igreja primitiva, no que concerne à sua doutrina e
liturgia.
Os livros aceitos por alguns — apócrifos

1 – Epístola do Pseudo-Barnabé (70-79)


2 – Epístola aos Coríntios (Clemente de Roma, 96dC)
3 – O Pastor, de Hermas (140)
4 – O Didaquê (100-120)
5 – Apocalipse de Pedro (150)
6 – Atos de Paulo e de Tecla (170)
7 – Carta aos Laodicenses (sec IV?)
8 – Evangelho segundo os hebreus (100)
9 – Epístola de Policarpo ao filipenses
10 – Sete Epístolas de Inácio
Os livros rejeitados por todos: pseudepígrafos

Durante os séculos II e III, numerosos livros espúrios e


heréticos surgiram e receberam o nome de pseudepígrafos, ou
escritos falsos. Eusébio os chamou livros "totalmente absurdos
e ímpios".

• Praticamente nenhum pai da igreja, nenhum cânon ou


concilio declarou que um desses livros seria canônico.

• O conteúdo deles resume-se em ensinos fantasiosos,


heréticos, eivados de erros gnósticos, docéticos e ascéticos.
Os livros rejeitados por todos: pseudepígrafos

Cerca de 280 obras.

Você também pode gostar