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"TUDO É RELATIVO!

"

Em síntese: Um professor universitário, paraninfo de uma turma de engenheiros, afirmou não haver
verdade absoluta: tudo seria relativo; tais afirmações vão, a seguir, comentadas com a ajuda de uma
declaração de Bento XVI feita em Mariazell aos 8 de setembro de 2007.

*   *   *

De um leitor amigo de PR recebemos uma carta portadora de interessante notícia, que vai abaixo
transcrita (com omissão de qualquer identificador).

1. A Carta: "A Verdade absoluta não existe"

Eis os dizeres do missivista:


"...Outro assunto é referente à verdade absoluta, sobre o que, como católico, tenho opinião
formada há muitos anos. No entanto, comparecendo à formatura de uma turma de Engenharia Civil,... o
paraninfo... que é professor da especialidade... em dado momento, dando ênfase ao discurso, dirigiu-se
aos formandos dizendo: "Ponham isto em suas cabeças: a verdade absoluta não existe. Imediatamente,
dirigindo-se à platéia, que superlotava o auditório universitário, reafirmou: Sim, meus caríssimos
senhores e minhas senhoras, a verdade absoluta não existe nem jamais existiu. Tudo é relativo".

Saí de tal evento bastante aborrecido. Por observar que o erro caminha em frente".

Que dizer?
 
2. Fala Bento XVI

Aos 6 de setembro de 2007, o Santo Padre Bento XVI esteve no Santuário de Marizell na Áustria,
onde proferiu um discurso, do qual vai extraído o seguinte trecho:

"Se nós, cristãos, dizemos que o Cristo é o único Mediador da salvação para toda a humanidade - o que
diz respeito a todos os homens e lhes é necessário -, não o fazemos por desprezo das outras religiões nem
por uma absolutização arrogante de nosso modo de pensar, - mas porque fomos inteiramente apreendidos
por aquele que nos tocou e nos deu um presente que devemos, por nossa vez, transmitir a outros.

Na verdade, nossa fé se opõe peremptoriamente à resignação que considera o ser humano incapaz
de acolher a verdade; esta seria grande demais para o homem. Estou convencido de que esta resignação
frente à verdade está no coração da crise do Ocidente, da Europa. Se não existe verdade para o ser
humano, não lhe é possível discernir entre o Bem e o Mal; e então os progressos científicos, por maiores e
mais extraordinários que sejam, revelam ser arma de dois gumes: podem servir ao Bem e à salvação da
pessoa, mas podem igualmente - e isto nós o vemos - tornar-se terríveis ameaças de destruição da
humanidade e da Terra. Nós temos necessidade da Verdade. Mas, como se entende, por causa da nossa
história, receamos que a fé na verdade se torne intolerância. Quando este receio, fundado sobre fatos
históricos, quiser submergir-nos será urgente voltarmo-nos para Jesus... A verdade se demonstra no amor.
Nós precisamos desse poder interior da verdade. Como cristãos, fazemos um voto de confiança nesse
poder da verdade. Somos suas testemunhas. Temos que a transmitir como a recebemos e como ela se
ofereceu a nós".
Em suma, o Santo Padre quer dizer que Verdade é luz, ela ilumina os nossos passos. Quem
caminha sem luz ou nas trevas, não sabe discernir a direção certa e a errada; dá origem ao caos. O fato de
não crerem no poder iluminativo da verdade ameaça de destruição a Humanidade. A verdade não deve
levar à intolerância, - a verdade gera o amor. Tenha, pois o cristão a coragem de dizer que conhece e
professa a verdade; dizer o contrário ou atenuar o valor destas palavras seria falsa humildade. O homem é
pequeno e pobre, mas Deus o fez capaz de apreender o Infinito.

3. Refletindo Filosoficamente

A natureza se revela sábia.


Ela fez o olho para a luz. Se não houvesse luz, o homem seria o mais frustrado das criaturas e a
natureza teria feito um absurdo, ela que de modo geral é muito sábia.

Ela fez o ouvido para o som. Se não existisse som, a natureza teria feito um absurdo.

Ela fez os pulmões para o ar. Se não existisse ar, a natureza teria mais uma vez criado um absurdo.

Isto no plano físico, que o homem tem em comum com os viventes irracionais. No plano espiritual
dá-se algo de paralelo:

Se a natureza fez o intelecto do homem e não lhe dá a conhecer a Verdade plena, sem erros, ela
terá feito um absurdo.

Se a natureza deu aos homens o espontâneo anseio de Amor, da Bondade, da Felicidade, da Vida,
e se estes valores não existem ou só existem ameaçados de contradições, ela terá falhado mais uma vez.
Donde se conclui que existe verdade plena ao alcance dos homens não só numa vida póstuma, mas já na
presente existência.

Os homens não chegam a Verdade plena por intuição, mas por raciocínio, isto é, caminhando passo a
passo, sob a orientação do Criador, que, ao fazer o homem, planejava manifestar-se a Ele. O cristão foi
beneficiado por esse nobre encontro e sente-se obrigado a dizer aos seus semelhantes que encontrou a
verdade para a poder transmitir a eles.

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