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TIPO DE INJUSTO DOLOSO

1. Tipo objetivo
. O tipo objetivo descreve todos os elementos objetivos que identificam e limitam o
teor da proibição penal: o sujeito ativo, a conduta proibida, o objeto da conduta, as
formas e meios da ação, o resultado, a relação de causalidade, as circunstâncias do
fato etc. Isso quer dizer que o tipo objetivo constitui o referente fático sobre o qual
se projeta a vontade reitora da ação, elemento do tipo subjetivo. Como sustentava,
Welzel, “o tipo objetivo não é objetivo no sentido de alheio ao subjetivo, mas no
sentido de objetivado. Compreende aquilo do tipo que tem de se encontrar
objetivado no mundo exterior”;
1.1. O autor da ação.
. O delito como obra da ação humana sempre tem um autor, que é identificado
como o sujeito ativo que realiza a ação proibida ou omite a ação esperada;
. Em muitos crimes, porém, o autor recebe uma individualização especial, que o
distingue do anonimato, exigindo-lhe determinada qualidade ou condição pessoal,
como ocorre, por exemplo, no denominado crime próprio ou especial. Pode ser
condição jurídica (acionista), profissional ou social (comerciante), biológica
(gestante, mãe), de parentesco (ascendente, descendente);
1.2. Ação ou omissão.
. O núcleo objetivo de todo crime é a descrição de uma conduta, que pode ser
realizada mediante ação ou omissão;
. Os tipos penais podem descrever: a) simplesmente uma atividade ou inatividade
humana, sem a necessidade de um resultado externo para que a conduta seja
punida como delito consumado, ou b) uma atividade humana que produz
determinado resultado, sem o qual a conduta somente poderá ser punido como
tentativa. Na primeira hipótese teríamos os ​crimes formais, ​também conhecidos
como crimes de mera atividade ou, no caso, de omissão própria, e, na segunda, os
crimes materiais o ​ u de resultado. {os crimes de resultado podem ser realizados
mediante comissão ativa ou em comissão por omissão (omissão imprópria); além
disso, podem ser diferenciados entre delitos de lesão e delitos de perigo};
1.3. Resultado.
. Nos crimes materiais, a ação, ao se realizar, sempre modifica alguma coisa,
produzindo um resultado que está separado no tempo e no espaço da ação que
precede;
. Não devemos confundir o desvalor do resultado, que deve existir necessariamente
em todos os tipos de crime, inclusive na tentativa, com o resultado propriamente
dito, de lesão ou de perigo, presente somente nos crimes materiais;
1.4. Nexo causal e imputação objetiva.
. Nos chamados crimes de resultado (crimes materiais), o tipo de injusto objetivo
somente se realiza quando entre a ação e o resultado houver um nexo de
causalidade;
. No entanto, deve-se ter presente a advertência de Wessels, para quem “nos
delitos de resultado a existência do nexo causal é o mais importante, mas não o
único pressuposto da imputação. Fundamento da imputação objetiva do resultado
socialmente danoso é a causalidade da ação para a ocorrência do resultado típica,
mas nem toda causação é, na espécie, juridicamente relevante, de forma que
fundamente a responsabilidade jurídico-penal”;

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