Você está na página 1de 6

Introdução

1
Transfusão sanguínea

A transfusão sanguínea é a transferência de sangue total ou de um componente


sanguíneo (Hemo derivado) de uma pessoa (doador) para outra (receptor). Em certas
ocasiões, o dador e o receptor podem ser a mesma pessoa (transfusão autóloga).

Indicações para transfusão de sangue total

O uso de sangue total tem reduzido gradualmente, para evitar o desperdício de


hemoderivados e reduzir os efeitos adversos, contudo, está indicado nos casos de:

 Pacientes que tenham perdido mais de 50% do volume sanguíneo e em que o


uso de concentrado de hemácias associado à expansores do volume sanguíneo
não tenha resultado
 Alguns casos de anemia grave associados à depleção de factores de coagulação
como mordeduras de cobras e por outros animais venenosos.
 Hemorragias massivas (acidentes ou traumas, partos e grandes cirurgias) e
choque hemorrágico.

Indicações para transfusão de glóbulos vermelhos

Aumento de massa eritrocitária em pacientes com anemias que necessitam de correção


rápida.

Tem como objetivo restabelecer a capacidade de transporte de oxigénio e a massa


eritrocitária, por tanto, sua indicação esta relacionada com o comprometimento de
distribuição de oxigénio aos tecidos, causadas pelo nível reduzidos de hemoglobinas

Indicações para transfusão de concentrados de plaquetas

A transfusão de plaquetas e indicada para a prevenção ou tratamento de pacientes com


trombocitopenia ou disfunção plaqueária.

Não e indicada em todas as causas de trombocitopenia, sendo em algumas situações, até


contra indicada.

2
A decisão de transfundir plaquetas deve ser precedida sempra que possível, de uma
avaliação clinica para identificar a causa da trombocitopenia e estabelecimento da
terapêutica apropriada.

Indicações para transfusão de plasma fresco congelado

A sua transfusão e indicada para a correcção de deficiência de coagulação.

Principalmente naqueles em que há dificuldade de múltiplos factores e apenas quando


não estiverem disponíveis produtos com concentrados estáveis de factores da
coagulação, com menor risco de contaminação viral.

Normas e técnicas corretas da transfusão sanguínea

Na presença de um ou mais sinais e sintomas de uma reação transfusional, a equipe de


enfermagem deverá ser capaz de, pelo menos, tomar as medidas cabíveis para cada um
dos tipos de reações

O processo de transfusão ocorre em seguintes etapas:

 Pré-transfusional;
 Transfusional;
 Pós-transfusional.

ETAPA PRÉ –TRANSFUSIONAL

 Fazer a identificação positiva do doador e através do processo do paciente;


 Verificar a prescrição médica;
 Comunicar ao paciente o procedimento a ser executado;

3
 Confirmar na prescrição médica e o pedido da Hemos transfusão.
 Observar o sangue para detetar qualquer alteração na coloração;
 verificar os sinais vitais, se alterados comunicar ao médico.
 Manter o paciente em posição apropriada

ETAPA TRANSFUSIONAL

 Observar sinais de reações adversas como: inquietação, urticária, náuseas,


vômitos, dor nas costas ou no tronco, falta de ar, hematúria, febre ou
calafrios. Se ocorrer qualquer alteração, interromper imediatamente a infusão
e notificar o médico.
 Fazer a verificação de todos os dados.
 Inspecionar o sistema de infusão, quanto a validade e integridade.
 Montar o sistema transfusional;
 Determinar a velocidade de infusão pela condição clínica do paciente e pelo
volume a ser infundido.
 Nenhum medicamento pode ser adicionado à bolsa do hemocomponente e
nem ser infundido paralelo.
 O tempo de infusão de uma bolsa não deve exceder a 4 horas.
 Nos primeiros 10 minutos a transfusão deve ser feita lentamente e ir
aumentando o gotejamento ate atingir a velocidade ideal dentro do tempo
previsto para poder detetar qualquer ocorrência de uma reação e agir
imediatamente sem causar danos.

ETAPA PÓS TRANSFUSIONAL

 Obter os sinais vitais e comparar com as medições de referências;


 Descartar adequadamente os materiais utilizados no lixo infetante;
 Fazer anotações de enfermagem constando os achados da avaliação do paciente
e a tolerância ao procedimento, relatar todos os SSVV, materiais gastos, número
(S) da (S) bolsa (S) e volume infundido;
 Manter o paciente em observação por no mínimo 15 minutos após o término da
transfusão, para resposta e a eficácia do procedimento
 Após o término do processo retirar a etiqueta da bolsa e afixá-la no processo do
paciente.

4
Complicações frequentes na transfusão sanguínea.

São agravos ocorridos durante ou após a transfusão sanguínea, e a ela relacionados.


Podem ser classificados em dois tipos de acordo com o tempo decorrido entre a
transfusão e a ocorrência do incidente.

Estas complicações estão divididas em duas etapas:

Imediata: É aquela que ocorre durante a transfusão ou em até 24horas após a


transfusão.

Tardia: É aquela que ocorre após 24horas

Complicações imediatas(agudas)

 Febre, com ou sem calafrios (defina febre como elevação de 1ºC na temperatura
corpórea);
 Calafrios, com ou sem febre;
 Dor no local da infusão;
 Dor torácica e/ou abdominal;
 Hipertensão ou hipotensão arterial;
 Alterações respiratórias: dispneia, taquipneia, hipoxia.
 Alterações cutâneas: prurido, urticária, edema localizado ou generalizado.
 Náuseas, com ou sem vômitos.
 Choque em combinação com febre, tremores, hipotensão e/ou falência cardíaca
de alto débito.

As reacções transfusionais agudas e a sobrecargada de volume, são as complicações


mais preocupantes, por serem aquelas que colocam em risco imediato a vida do
paciente, pelo que perante estes casos, a conduta consiste em:

 Parar a transfusão;
 Comunicar a ocorrência ao serviço de banco de sangue;

5
 Colher uma nova amostra de sangue do paciente e enviar ao laboratório
juntamente com o sangue transfundido remanescente para testagem e
verificação de incompatibilidades;
 Comparar os dados do paciente com os da bolsa de sangue e a prescrição
médica
 Proceder com as medidas iniciais para a estabilização do paciente
(descritas na tabela 1);
 Transferir ou referir todos os casos para níveis de atenção superior

Complicações tardias(cronicas)

Estas Podem aparecer de 3 a 7 dias após a transfusão.

Ocorre em receptores sensibilizados, ocasionando a hemólise lenta do sangue


transfundido, podendo causar febres, anemias e icterícia.

Doenças infeciosas

Estas complicações estão presentes em todas as transfusões, o maior risco estão para
doenças infeciosa como( Hepatite B e C, sífilis, HIV, doença de Chagas).

Você também pode gostar