AULA I

Primeiros Cuidados
Psicológicos
em situações de Crise:
responsabilidade no cuidar
Prof. Luciana Pereira
 Compreendendo os PCP
⦁ Envolvem assistência humana e ajuda prática para
indivíduos que sofreram sérias situações de crise
⦁ Quais seriam as atitudes mais adequadas?
⦁ A quem se destina este curso?
⦁ Psicólogos e quaisquer pessoas do Apoio Profissionais de
Saúde da linha de frente do cuidado, atuantes em
Hospitais Públicos e Serviços de Apoio

⦁ Objetivo: auxiliar com respeito à dignidade, à cultura e

às habilidades pessoais de enfrentamento pré-
existentes
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Como as situações de crise afetam as pessoas?
⦁ Situações de Crise são aquelas que causam sofrimento
intenso onde as pessoas podem perder suas casas ou
entes queridos, serem separadas da família ou
comunidade
⦁ As reações podem variar de leves a severas
⦁ Podem sentir-se sobrecarregadas, confusas ou muito
desorientadas sobre o que está acontecendo
⦁ Podem sentir-se amedrontadas, ansiosas, anestesiadas
ou insensíveis

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O que são
“Primeiros Cuidados Psicológicos”-PCP?

⦁ Def.: resposta humana de apoio

às pessoas em situações de
sofrimento e com necessidade
de cuidado imediato

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O que são
“Primeiros Cuidados Psicológicos”-PCP?
⦁ Diversas ações:

⦁ oferecer apoio e cuidado práticos não invasivos;

⦁ avaliar necessidades e preocupações;
⦁ ajudar as pessoas a suprir suas necessidades básicas (por
exemplo, alimentação, água e informação)
⦁ escutar as pessoas, sem pressioná-las a falar;
⦁ confortar as pessoas e ajudá-las a se sentirem calmas;
⦁ ajudar as pessoas na busca de informações, serviços e
suportes sociais;
⦁ proteger as pessoas de danos adicionais.

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É importante entender os PCP:
⦁ Não é algo que apenas profissionais podem fazer;
⦁ Não é um atendimento psicológico profissional;
⦁ Não é um “debriefing psicológico” , já que não envolve
necessariamente uma discussão detalhada sobre o evento
que causou o sofrimento;
⦁ Nos PCP não é solicitado que as pessoas analisem o que
aconteceu ou que relatem os eventos ocorridos em ordem
cronológica; e
⦁ Os PCP pressupõem capacidade de ouvir as histórias das
pessoas, mas isso NÃO SIGNIFICA PRESSIONÁ-LAS A FALAR
SOBRE SENTIMENTOS E REAÇÕES QUE TIVERAM EM
RELAÇÃO AO EVENTO 6
“ Não force!
Reconheça seus
limites!
Peça ajuda de outras
pessoas!
Se coloque a
disposição!

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Não insista nos PCP, se encontrar...
⦁ Pessoas com risco de morte e lesões sérias
⦁ Pessoas que estejam tão abaladas a ponto de não
conseguirem cuidar de si e das crianças sob sua
responsabilidade
⦁ Pessoas que podem ferir a si mesmas
⦁ Pessoas que podem ferir outras pessoas

NA COVID 19 CHAME UM MÉDICO OU

ENFERMEIRO!
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 COMO AJUDAR COM
RESPONSABILIDADE?
Cuidado, do ponto de vista ético, sua
ajuda não pode causar ainda maiores
danos às pessoas afetadas!
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Atenção a quatro pontos principais:
1. Respeitar a segurança, a dignidade e os direitos.
2. Adaptar sua ação levando em consideração a cultura das
pessoas.
3. Ficar atento a outras medidas de respostas de crises
⦁ DIARIAMENTE se atualize dos dados da COVID 19 em fontes
confiáveis e não sensacionalistas de informação
⦁ Ex.: Boletins das Secretarias de Saúde, Diário Oficial da
União e do Estado, Coletivas de Imprensa das Autoridades
de Saúde.

4. Cuidar-se!
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 Respeitando a segurança e a dignidade,
o que fazer e o que não fazer
O QUE FAZER O QUE NÃO FAZER
✓Seja honesto e confiável ✓Não se aproveite da sua relação de
cuidador!!!!!
✓Respeite o direito das pessoas decidir por
si mesmas ✓Não peça dinheiro ou favores para ajudar
as pessoas
✓Esteja atento sobre suas preferências e
preconceitos e coloque-os de lado ✓Não faça falsas promessas ou forneça
falsas informações
✓Deixe claro para as pessoas que mesmo
que elas não queiram ajuda agora, elas ✓Não exagere sobre suas habilidades
poderão recebê-la posteriormente
✓Não force as pessoas a receberem ajuda e
✓Respeite a privacidade e mantenha a não seja invasivo ou agressivo
história da pessoa em sigilo, caso seja
✓Não pressione as pessoas para lhe contar-
apropriado
lhe histórias pessoais
✓Comporte-se apropriadamente,
✓Não conte as histórias das pessoas aos
considerando a cultura, a idade e o gênero
outros
da pessoa
✓Não julgue as pessoas por suas ações ou
sentimentos 11
COMUNICAÇÃO ADEQUADA:
1. Ficar calmo
2. Mostrar compreensão
3. Não pressionar
4. Ser genuíno, autêntico e sincero

OBSERVE, ESCUTE E APROXIME: PRÉ AJUDA

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 NA ETAPA PREPARATÓRIA PARA AJUDA:
OBSERVE
1. Informe-se sobre a atuação de crise
2. Informe-se sobre quais serviços e suportes estão
disponíveis
3. Informe-se sobre as questões de segurança e proteção

4. Preste atenção às pessoas que estão mais propensas a

necessitar de atenção especial!

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 OBSERVE AS REAÇÕES EMOCIONAIS:
✓ Sintomas físicos (por ✓ Insônia, pesadelos ✓ Alheamento ou muito
ex.: tremores, dores de ✓ Irritabilidade, raiva quieta (sem se
cabeça, cansaço movimentar)
✓ Culpa, vergonha (por
intenso, perda de ✓ Não responder às pessoas,
apetite, dores) ex.: por estar vivo, por
não ter podido ajudar ficar calada
✓ Choro, tristeza, humor ou salvo outros) ✓ Desorientação (por ex.: não
deprimido, pesar saber o próprio nome, de
✓ Confusa,
✓ Ansiedade, medo emocionalmente onde é ou o que
✓ “Ficar na defensiva” ou anestesiada ou aconteceu)
“agitado” sentindo que a ✓ Não ser capaz de cuidar de
situação é irreal ou que si mesma ou dos próprios
está delirando filhos (por ex.: não comer,
não beber, não ser capaz de
tomar decisões simples) 14
 Sempre ESCUTE
✓ Aborde pessoas que possam precisar de apoio
✓ Pergunte sobre as preocupações e necessidades das
pessoas
✓ Escute as pessoas
✓ E ajude-as a se sentirem calmas

✓ Atenção exclusiva
✓ Carinho e respeito SEM TOCAR!

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 Sempre ESCUTE
✓ Aproxime-se o possível
✓ Pergunte sobre as necessidades e preocupações das
pessoas
✓ Algumas necessidades são evidentes, mas pergunte o
que elas precisam e com o que/quem estão
preocupadas
✓ Procure saber o que for mais importante para elas
naquele momento e ajude-as a definir quais são as
prioridades

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 Sempre ESCUTE
✓ Ajude-as a se sentirem calmas
✓ Fique perto o possível
✓ Não a pressione a falar
✓ Se a pessoa quiser falar sobre o que aconteceu,
escute
✓ Se a pessoa estiver muito angustiada, ajude-a a
acalmar-se e assegure-se de que ela não está sozinha

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 Ajude-as a se sentirem calmas:
SE APROXIME
✓ Mantenha sua voz em um tom calmo e suave
✓ Lembre as pessoas de que você está lá para ajudar e de que estão seguras,
se isso for verdade
✓ Mantenha contato visual com a pessoa enquanto conversa (atenção as
regras culturais da pessoa)
✓ Se alguém delirar ou se sentir desconectado do ambiente circundante, fazer
contato com o ambiente atual e consigo mesmas pode ajudar. Peça:
✓ Pisar e sentir seus pés no chão
✓ Tocar os dedos ou as mãos no próprio colo
✓ Procure por coisas tranquilizadoras no ambiente, tais como, coisas que elas possam ver,
ouvir e tocar, e
✓ Incentive as pessoas a se concentrar na própria respiração e a respirar vagarosamente
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“ Todos temos capacidade de
auto-regulação! Ajude a quem
você está ajudando a encontrar
sua própria capacidade!

Você ajuda que ela encontre o

caminho, não faz por ela!

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Sempre que possível,
na sua resposta em uma situação de crise:
✓ Siga as instruções das autoridades competentes que
sejam responsáveis pelo gerenciamento da crise
✓ Saiba quais respostas de emergência estão sendo
organizadas e quais recursos estão disponíveis para ajudar
as pessoas, caso haja
✓ Não fique no caminho de profissionais de busca e
resgate ou da área médica
✓ Conheça seu papel e os limites de sua atuação

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“ Cuide-se para poder
cuidar melhor dos outros!

Se estiver trabalhando em
equipe, preste atenção ao
bem-estar de seus
colegas de trabalho!

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Cuidando de si e de seus colegas:
✓ Preparando-se para ajudar:
✓ Você está preparado?
✓ Observe os riscos para sua família
✓ Você imagina ou sabe o que verá?

✓ Gerenciando o estresse: hábitos de trabalho e vida

saudáveis

✓ Descanso e reflexão

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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
⦁ Primeiros Cuidados Psicológicos: um guia
para trabalhadores de campo. Organização
Pan-Americana da Saúde. Edição original em
inglês: Psychological first aid: Guide for field
workers © Organização Mundial da Saúde, 2011.
⦁ Proteção da Saúde Mental em Situações de
Epidemias. Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS/OMS)

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Obrigada!
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