umas 12 horas e Ramba providenciou frutas para elas comerem durante o percurso, pois Nirmalá não apreciava fazer refeições a bordo. Nirmalá, quem é Anila? – perguntou Giovànna. Ela foi uma aluna de minha mãe durante e se hospedou por um bom tempo. Nós nos tornamos amigas e ela sempre quis que eu viesse passar um tem-po com ela em Bombaim. Mas, para mim Bombaim é uma cidade muito grande e comercial, por isso nunca tive muita vontade de vir por estas bandas. Em ver-dade estou indo para lá somente para revê-la. Anila Moghe morava em uma bela casa na região de Byculla, ao sul de Bombaim, um bairro cheio de contrastes em uma cidade, que busca a moderni-dade em meio à pobreza estrema. Ela construiu seu próspero negócio ao montar um espaço, em que a dança e a ioga se complementavam harmoniosamente, pro-porcionando aos seus alunos um conjunto de atividades para o engrandecimento do corpo e da alma através da expressão corporal. Por isso ela denominou seu espaço “Body and Soul – Corpo e Mente - O espaço do Ser”.
Na recepção elas foram recebidas por Bakun Mahal, um
médico respon-sável pelo departamento de condicionamento físico. Sejam Bem-vindas! A doutora Anila acabou de atender a uma pessoa e está vindo para recebê-las. Bom dia Nirmalá, que honra tê-la em minha casa! O prazer é meu Anila e fico imensamente grata por nos receber. Elas se abraçaram carinhosamente. Sentem-se e antes que me esqueça, ontem eu recebi um telegrama en-dereçado a você. Deixe-me ver, hum..., aqui está. – disse Anila entregando o envelope a Nirmalá que após ler o telegrama disse: Minhas amigas, nossa próxima estada não será mais em Ajmer, e sim em Mathura onde Jayaní Mallya nos espera. De lá vamos para Delhi, e depois somente a Mãe Divina sabe. Mitra, assim que você puder informe o doutor Satyananda informan-do o nosso novo endereço. Venha, vou lhes mostrar meu espaço e minha casa. Creio que depois vocês gostariam de tomar um bom banho antes do jantar, não é? Mais tarde elas jantaram juntas e à noite foram assistir a um espetáculo de dança em um teatro de Bombaim. No dia seguinte, elas levantaram-se cedo, tomaram o desjejum juntas e conversaram sobre o espetáculo do dia anterior. Nirmalá, eu tenho um amigo que pratica abhichara e hoje ele fará uma sessão em sua casa. Você gostaria de vir comigo? Sim, porque não? Posso levar minhas amigas? Claro! Eu tenho certeza de que vocês serão bem recebidas. Giovànna ficou curiosa e perguntou para Mitra o que era abhichara. Ela respondeu ser um tipo de magia. Giovànna sentiu um arrepio, pois desde criança sentia muito medo destas coisas. Por um momento ela quis inventar uma descul-pa para não ir. Mas como experiência poderia ser interessante para seu trabalho resolveu ir. ‘Seja o que Deus quiser’, pensou. À tarde, lá pelo por-do-sol, elas saíram e meia hora depois elas estavam nas proximidades do Portal da Índia, onde ficava a casa do Svami Bhanjee. Era um pequeno templo rodeado por um amplo terreno enfeitado com muitas ban- deirolas coloridas. O templo era consagrado à deusa Kalí e no altar principal dois sacerdotes celebravam um ritual em meio a fumaça dos incensários e as chamas crepitantes de um candeeiro, que oscilava nas mãos de um deles. No terreno atrás do tem-plo, três outros sacerdotes cuidavam de uma fogueira, que queimava exalando um forte cheiro de cânfora. Você não me parece bem, minha amiga. – disse Manisha. Giovànna balançou a cabeça e sorriu para ela. “Não é nada, sinto-me um pouco abafada”. Será mesmo? Ela olhou para o altar e viu Nirmalá de olhos fechados em frente à ima-gem de Kalí. Você gostaria de um pouco de ar fresco? Podemos ir lá fora! Não, está tudo bem. – ela respondeu colocando o braço sobre os om-bros de Manisha. O que vai acontecer aqui? Não sei, vamos aguardar e ver. Giovànna reparou no homem ao lado de Nirmalá e não sentiu simpatia por ele. Bhanjee era alto e obeso, bochechas vermelhas e lábios carnudos. Seus cabelos enrodilhados caiam soltos sobre os ombros. Sua protuberante barriga se projetava sobre uma saia longa típica do sul da Índia. Não sei Manisha mas este homem não me atrai nem um pouco. Manisha não fez comentários, pegou-a pelo braço e levou- a para fora, onde o ar parecia estar tão pesado quanto lá dentro. Creio que o local não está fazendo bem para nós. Eu também me sinto um pouco abafada. Não sei, mas sinto que hoje eu não estou bem. Às vezes sinto um lampejo de descrença, falta-me a fé, sei lá, acho tudo vago e sem nexo. Seria bom se depois você conversasse com Nirmalá sobre estas coisas, ela poderá lhe orientar. Talvez um dia eu resolva estas crises existenciais dentro de mim mesma. Apesar da curiosidade, ela estava com vontade de ir embora. Sentia-se angustiada, uma sensação diferente, um tipo de pressão interna e um sentimento de repulsa pelo ambiente. “Meu Deus o que está acontecendo comigo? Será que tem algo de ruim aqui?”. - ela sentia uma espécie de vertigem ou tontura, uma leveza estranha, como se estivesse à beira de perder a consciência ou desmaiar. Percebendo que Giovànna não estava bem, Nirmalá aproximou-se e olhou-a cara-a-cara. Então lhe deu um abraço carinhoso, puxou seu rosto por sobre seu ombro, murmurando algo que ela não entendeu, mas cujos efeitos fo-ram sentidos como se uma faísca elétrica transpassasse o seu corpo. Ai, Nirmalá, o que foi isto? A cura! Algo ruim que saiu de você. – então, dizendo isto Nirmalá re-tirou seu rosário do pescoço e colocou-o no de Giovànna. Pronto, agora você ficará em paz e poderá observar o ritual sem preocupação com sua saúde. Svami Bhanjee parou em frente da fogueira e deu algumas instruções a seus dois assistentes. Um deles foi até o templo e minutos depois voltou acom-panhado de uma mulher e de uma menina de cerca de treze anos. Ele traçou um círculo no chão com um longo bastão, e com auxílio de uma pá, colheu algumas brasas da fogueira despejando- as no centro do círculo, enquanto cantarolava uma espécie de mantra ou ladainha. Manisha cutucou Giovànna apontando para um outro sacerdote que vi-nha trazendo uma enorme serpente enrodilhada em seus braços. Era uma grande naja negra, que foi colocada no centro do círculo junto às brasas que agora esta-vam quase extintas. Bhanjee levou a mulher e a menina até a periferia do circulo. Giovànna olhava a cena assustada, ao pensar que ele fosse colocar a menina em contacto com a cobra, que agora com a cabeça levantada olhava fixamente o movimento de uma cabaça, que o sacerdote balançava no ar para prender a atenção do rép-til. Nirmalá esgueirou-se por entre os presentes e postou-se no limite do cír-culo, quase ao lado da mulher. Bhanjee pegou a aterrorizada menina pela mão e caminhou com ela para dentro do círculo, colocando-a entre ele e a serpente. Então se pôs a cantarolar, ao mesmo tempo em que rodopiava a menina induzindo-a ao transe. Logo a jo-vem caiu ao chão, pondo-se a silvar e serpentear com o corpo, arrastando-se pelo chão tal como uma cobra. Bhanjee batia palmas com a mão enquanto cantarola-va, sacolejando sua protuberante barriga numa bizarra coreografia. Os presentes respondiam com uma ladainha em segunda voz ao seu cantarolar monótono. Algumas pessoas da assistência caíram ao chão em transe, pondo-se a serpentear em meio aos demais devotos, que abriam passagem para seus movimentos erráti-cos. Giovànna ao lado de Ramba olhava para Nirmalá que estava estática, com os olhos semi-serrados e as mãos postas à altura do peito. “Que imagem majestosa!”, ela pensou. Alheia a tudo a criança continuava seu serpentear pelo chão empoeirado. Bhanjee segurando o bastão passou a conduzir a naja como que brincando com morte. A mãe da jovem caída de joelhos rezava com as mãos elevadas. Giovàn-na viu a expressão de arroubo e de deleite no olhar da multidão. “Meu Deus para que tudo isto? O que isto significa”, pensou olhando para a multidão fana-tizada. A naja elevou-se do chão, abrindo seu capelo de forma majestosa e as-sustadora, ao inclinar-se para trás pronta para dar seu bote na inconsciente jovem que rastejava em sua direção. Svami Bhanjee aparentemente alheio a qualquer perigo, continuou canta-rolando a ladainha em louvor a deusa Kalí, dando início ao manasadevi, o rito de incorporação da deusa serpente. A mãe da menina permanecia em estado semicatatônico, em meio à assistência, que ritmava o rito ao som de palmas. Giovànna segurou no braço de Manisha, que a olhou assustada sem nada dizer. Quando o bote da serpente parecia ser inevitável, Nirmalá deu um passo dentro do círculo e com seu pé descalço, paralisou o réptil com uma pisada sobre sua cabeça. As pessoas tomadas pela surpresa soltaram um grito. Ela agachou-se e pegando a serpente pelo pescoço entregou-a ao sacerdote. A expressão de Bhan-jee mostrava espanto e desagrado pela atitude inesperada dela. Ele virou-se para Nirmalá e disse-lhe algo que ela não respondeu. Ela abaixou-se e erguendo a menina em seus braços colocou-a de pé abraçando-a. Quando a jovem saiu do transe, ela deu-lhe a mão e levou-a até sua mãe. Leve sua filha que ela nada tem. Fique em paz sob a luz da Mãe Divi-na. Sua filha necessita de muito amor e carinho; cuide dela. Nirmalá com o rosto elevado e um sorriso enigmático disse: “Vamos em-bora minhas amigas, eu acho que nada mais temos a fazer aqui”. Nirmalá, o que foi que aconteceu? Eu nunca vi nada parecido! Minha cara Anila, eu espero que a minha intervenção no ritual de seu amigo, não venha lhe causar nenhum embaraço no futuro. Mas, o senhor Bhan-jee não percebeu que havia um ser malévolo, que estava usando a serpente para matar a menina. Como assim? Não sei, em verdade eu não me interessei no porquê, mas o fato é que este ser tinha uma forte ligação com a menina e eu senti quais eram suas inten-ções, desde o momento em que ela foi levada para o interior do círculo. Por isto, eu intervi e creio que agora ele foi definitivamente afastado dela. Confesso que fiquei surpresa com a presença da cobra, porque antes eu nunca havia presenciado um ritual como este. Será que era por isto que eu estava me sentindo mal? – perguntou Gi-ovànna. Não, minha amiga. Mas, quanto a isto nós podemos conversar mais tarde. À noite elas saíram para dar uma volta pelo “colar da rainha”, como é denominada a bela orla marinha de Bombaim. Anila caminhava silenciosa ao lado de Nirmalá. O que foi que aconteceu durante o ritual? – perguntou Anila. De fato não aconteceu nada, mas poderia ter acontecido. Você quer falar sobre o assunto? Nós temos intimidade, por isto eu perguntei. Eu senti que havia algo de errado e ao ver a serpente eu também fiquei apreensiva. Você viu algo a mais? Anila, o sítio estava impregnado de vibrações ruins. Eles não fizeram a limpeza espiritual do local e não se protegeram para evitar intrusões. Por isto algumas pessoas não estavam bem. Em verdade a menina não tinha nenhum problema espiritual sério que não pudesse ser tratado com uma benção. Quando o svami começou a girá-la, ela foi uma presa fácil de uma entidade perturbada, que estava direcionando-a na direção da cobra. Você crê que ela seria atacada pela serpente? Eu tenho absoluta certeza, embora sei que esta não era a intenção do swami ao colocá-la frente ao réptil. Infelizmente ele não avaliou corretamente o perigo do que estava fazendo. Você foi muito corajosa ao pisar sobre a cobra! Você não temeu ser picada? Nirmalá deu a mão para a amiga e disse: Somente fiz o que fiz, porque senti a presença da Mãe Divina ao meu lado. Senão, não sei se teria tido coragem de pisar descalça, sobre a cabeça da naja. Afinal, eu não sou tão louca assim. – disse rindo. E a criança, o que foi que você fez? Não fiz nada. Ela fez! – acrescentou referindo-se a Mãe Divina. Com sua presença radiante, todo o mal se foi. Nirmalá me desculpe por ter levado você e suas amigas a um local tão ruim. Não te preocupes amiga, porque não existe lugar ruim. Em verdade nós fazemos o local. Se estivermos bem, tudo estará bem, se estivermos mal, tudo ficará ruim. Por outro lado, sou eu quem tem que agradecer por ter tido a oportunidade de ajudar aquela menina. Você acha que ela ficará bem? Tenho certeza que sim. Eu sei que quando a Mãe Divina intervem e auxilia uma pessoa, Ela garante a continuidade do auxílio. Como? Assegurando que um ser da hierarquia divina, cuide e inspire esta pessoa por um tempo. Por um tempo? Sim, porque nós devemos aprender a cuidar de nós mesmos. Eu ouvi a última parte da conversa de vocês e gostaria de saber, o que aconteceu comigo durante o ritual. – perguntou Giovànna. Minha amiga você teve uma crise de fé e suas defesas se abriram. Mas, se sinta culpada por isso, todos nós as temos ou iremos ter mais cedo ou mais tarde. É comum, e faz parte do aprendizado da vida espiritual. Você também as tem? Claro, eu já passei por isto algumas vezes. Mas como eu disse isto é comum e acontece com todos. É o que eu denomino as ‘noites escuras da alma’. São João da Cruz! Como? Você falou “noite escura da alma”, e esta frase é o título de um texto de são João da Cruz, um místico espanhol do século XVI. Provavelmente sobre as crises de fé! Sim, é verdade. Ele também as teve. Viu? É como eu disse; todos as temos minha amiga. Em nosso cami-nho espiritual fluímos em direção ao sagrado, mas algumas vezes refluímos em direção ao mundano. Não devemos nos envergonhar por isso, porque faz parte da nossa condição humana. Mesmo aqueles que têm uma vida espiritual rica, às vezes têm crises de fé. Isto não significa que eles se afastaram de Deus ou dei-xaram de crer em tudo. Significa somente que o estresse produzido pela “carne”, faz com que a mente instintiva invada nosso espaço consciencial e então, por um momento, perdemos o estado sem mente que é o estado que nos aproxima do Divino. Quão longo ainda é meu caminho Nirmalá! – disse Giovànna. Não tenha pressa, saboreie todas as suas experiências. Faça de cada tombo o início de uma vitória. Afinal, a Mãe Divina nos emanou para aprender-mos a viver em meio à ilusão. A imersão no seio da materialidade é uma aventu- ra de dificuldades inconcebíveis, por isto não devemos nos envergonhar de nos-sas limitações e de nossos aparentes fracassos. Eu pensei que minhas crises de fé fossem por causa da minha forma-ção religiosa insipiente, mas parece que não é somente isto. Claro que não! As crises de fé independem de nossa formação espiri-tual. O que você pode fazer é exercitar-se, para manter o estado consciencial sem mente durante o maior tempo possível. Meditando? Sim, medite, tenha paciência e confie em mim, minha amiga. Mesmo que isso venha a atrapalhar um pouco o trabalho que você veio fazer aqui. – acrescentou sorrindo. Giovànna não respondeu, mas Nirmalá viu lágrimas em seus olhos. No dia seguinte elas foram passear na praça do mercado, onde vários elefantes enfeitados estavam à espera dos turistas. Um mahout fez um gesto para que elas subissem no seu elefante, elas agradeceram e continuaram cami- nhando pela multidão despreocupadamente. Alguns elefantes enfeitados emiti-am seus balidos com excitação. Um motorista inadvertidamente disparou a buzina de seu ônibus, assus-tando um grande macho que baliu enfurecido roçando com as patas dianteiras no chão. O mahout tentou controlar o animal, fisgando seu flanco com uma has-te metálica que tinha uma ponta em forma de gancho. O elefante descontrolado ergueu-se sobre as patas traseiras rodopiando e mostrando toda sua fúria. A multidão correu apavorada temendo pela remetida do animal furioso, que de fato aconteceu em seguida, quando fora de controle ele arremeteu-se contra seu condutor, pisando-o e esmagando uma de suas pernas. Mitra correu seguida de Ramba e Manisha que gritava por Giovànna, sem reparar que Nirmalá estava na linha de ação do animal furioso, agora balindo alucinado e balançando sua cabe-ça de um lado para outro. Um grupo de policiais armados de bastões tentou sem êxito se aproximar do pobre mahout para resgata-lo. Frente à cena, o gigantesco paquiderme parou a alguns metros de Nirmalá, que o olhava com ternura. Então, seus olhares se cruzaram e ela sorriu para ele comovida, ao sentir a dor que o animal lhe passou no olhar. Um soldado apontou a espingarda para o animal, mas ela acenou sua- vemente com a mão, como que dizendo: “basta de tanta violência”. O animal arremeteu em sua direção. Giovànna gritou apavorada e foi se-gura por Manisha que a tudo olhava com tranqüilidade, enquanto Ramba abra-çada com Mitra escondia seu rosto no ombro da amiga. O elefante estacou de súbito, balindo e levantando muita poeira. Os po-liciais aproveitaram o momento de indecisão do animal, para resgatarem o pobre mahout ferido. Nirmalá com a mão direita estendida para o alto, esperou até que o ani-mal chegasse ao seu alcance. Então, encostou sua mão na tromba do paquiderme em um gesto de ternura. O animal abaixou a cabeça e deixou-se acariciar. Ela, cuidadosamente tocou-lhe a ponta da orelha, percebendo uma secreção escura na parte interna. Outro mahout chegou correndo e assustado parou alguns me-tros ao lado do paquiderme. Nirmalá continuava olhando o animal nos olhos, enquanto com a mão afagava sua orelha. Como ele se chama? – ela perguntou para o mahout. Árjuna. Nirmalá acenou com a cabeça. Árjuna! Meu querido, você está com muita dor, não é? – perguntou em voz baixa. O animal aparentemente calmo levantou a tromba com suavidade, dei-xando ver seus dentes envelhecidos. Ela apontou para o chão num gesto gracioso e lento e em resposta o animal deitou-se docilmente sobre o ventre. Ele está com a orelha ferida. É necessário lavá-la e desinfetá-la. O mahout balançou a cabeça enigmaticamente. Manisha veja se alguém pode nos arrumar um pouco de água, sabão e um pano limpo. Cerca de uma hora depois, quando elas foram embora, a paz tinha volta-do ao local. Nirmalá você não sentiu medo? – perguntou Giovànna. Não, porque deveria? Eu me aproximei dele com amor no coração, por que deveria temê-lo? Giovànna olhou-a com admiração e disse: Porque é um animal e esta-va furioso. Ele não estava furioso comigo, ele estava sentindo muita dor e eu fiz com que a sua dor cessasse. Seu tratador machucou-o com o gancho e infeliz-mente o animal descarregou sua fúria sobre ele. Três dias depois elas partiram de Bombaim com destino á Mathura. Nir-malá estava feliz porque iria conhecer a cidade de Krishna.