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Natura, Mercado Livre, Magazine Luiza, Equatorial e

Hapvida, as favoritas da Studio Investimentos


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investimentos

17 jun 2020 12h47

(Shutterstock)

Fazia tempo que não escutávamos tantas teses de investimento em empresas no Coffee
& Stocks. Nosso apresentador Thiago Salomão conversou com Beatriz Fortunato,
gestora carioca e fundadora da Studio Investimentos, casa fundamentalista de apenas
um fundo 100% focado em ações.

Com mais de 20 anos de mercado, Fortunato iniciou sua carreira no Opportunity, uma
das mais longevas gestoras fundamentalistas do Brasil, passou pela Arx Capital e está há
10 anos gerindo a Studio ao lado de Breno Guerbatin, colega de faculdade e parceiro de
trabalho no Opportunity.

Fortunato deu uma aula de investimentos e ainda abriu a carteira da Studio aos mais de
mil espectadores simultâneos que assistiam à live. Hoje, a principal posição do fundo é
Natura – um vídeo dela sobre a empresa será divulgado no Telegram do Stock
Pickers, clique aqui para fazer parte. Além de Natura, Mercado Livre, Magazine
Luiza, Localiza, Equatorial e Hapvida também são posições relevantes do fundo

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Sendo bem direto ao ponto, ela nos contou o que fez na carteira da Studio durante a
crise, disse por que prefere Mercado Livre e Magazine Luiza a Via Varejo e B2W, mesmo
acreditando que apenas uma delas será a grande vencedora do setor; explicou por que
carrega Hapvida em vez de Intermédica dentro do setor de saúde e ainda explicou a tese
de investimentos em Equatorial.

Como a carteira da Studio mudou durante a crise


“Nossos investimentos partem do micro através da análise bottom-up [da análise micro
das empresas para a análise macro]. Logo depois que a crise começou, fizemos uma
diligência para entender o fluxo de caixa das empresas nos próximos 12 meses e
adotamos premissas de sensibilidade para analisar o impacto da quarentena em cada
uma delas. O tamanho da destruição de valor delas é maior ou menor a depender da
alavancagem de cada negócio.”

Como a Studio é uma casa fundamentalista que investe em empresas com horizonte de
longo prazo, a carteira do fundo não mudou de forma tão relevante.

“Em março, todas as ações caíram na mesma proporção, mas a verdade é que as
empresas serão impactadas de maneiras diferentes. Aquelas que entraram na crise em
melhores condições sairão mais fortes do que entraram. Então, vendemos empresas em
turnaround [processo de reestruturação], estatais e cíclicas e aumentamos exposição a
nomes de qualidade que já tínhamos no portfólio, como Natura, Mercado Livre,
Magazine Luiza, Localiza, Equatorial e Hapvida.”

Equatorial, o sonho do Leblon


Para Fortunato, essas empresas estão entre aquelas que estavam mais bem preparadas
para passar pela crise. Dentro desse seleto hall de empresas, ela descreveu Equatorial
como o sonho de todos os gestores fundamentalistas.

“Acompanho de perto desde o IPO em 2006. Temos desde 2012 e é a empresa que mais
entregou retorno da história do fundo. É uma companhia focada em processos e com
uma cultura meritocrática enraizada. Tem conseguido criar valor relevante através de
bons investimentos, sendo o mais recente o negócio de transmissão, que será
responsável por 1/3 da receita da companhia [o restante vem do segmento de
distribuição].”

Hapvida > Intermédica


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No ramo da saúde, Fortunato gosta do modelo de negócio das operadoras de planos
verticais, por serem modelos de negócios altamente rentáveis mesmo praticando preços
baixos. Ela explica por que prefere Hapvida à Intermédica.

“A Hapvida é uma empresa de dono e tocada pelos próprios fundadores, que detém
70% das ações em circulação. É o tipo de alinhamento que é difícil de ver e que nós
gostamos bastante. Além disso, achamos ela mais barata do que Intermédica, o que não
significa dizer que é uma empresa barata. Ela nunca foi barata, negocia a 30 vezes P/E
[múltiplo de preço dividido pelo lucro por ação], mas tem uma perspectiva de
crescimento relevante por muitos anos.”

Mercado Livre e Magazine Luiza > Via Varejo e B2W


Ela também comentou por que do setor de e-commerce e tecnologia, as empreas que ela
mais gosta são Mercado Livre e Magazine Luiza e por que não carrega Via Varejo nem
B2W na carteira.

“Não achamos que existe espaço para quatro empresas no setor de e-commerce [B2W,
Via Varejo, Mercado Livre e Magazine Luiza]. Esse setor tem uma característica de que
o vencedor leva tudo. O processo de desenvolvimento dessas empresas está muito no
início e elas estão explorando apenas a primeira camada, que é o negócio de e-
commerce e bens duráveis. Em breve, elas devem explorar outros mercados, como
software, propaganda, logística. Quando o ecossistema começa a dar certo, essas
empresas passam a explorar novos mercados.

“O Mercado Livre está à frente no processo de criação desse ecossistema, pois tem mais
produtos, mais vendedores, mais engajamento. Mas a execução da Magazine Luiza é
primorosa, com um foco enorme no cliente e o maior NPS do setor [net promoting
score, nível de satisfação do consumidor], maior até mesmo que o da Apple. Essas duas
são companhias que tem crescido mais nos últimos anos. Uma delas é uma empresa
nativa digital e a outra é aquela que implementou a maior digitalização que já vi no
mundo [a Magalu].

“Das quatro, Via Varejo está um pouco atrás, está fazendo um turnaround, acabou de
fazer uma capitalização e terá que correr para acompanhar Magalu e Mercado Livre.
B2W terá que fazer nos próximos meses um aumento de capital para conseguir crescer
como as duas primeiras.”

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