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Principais temas

para provas

Pneumologia

SIC CLÍNICA
MÉDICA
© 2018 by

PRINCIPAIS TEMAS EM PNEUMOLOGIA


Fabrício Martins Valois - José Alberto Neder - Rodrigo Antônio Brandão Neto - Durval Alex Gomes e Costa -
Ralcyon F. A. Teixeira - Carolina dos Santos Lázari - Thiago Prudente Bártholo - João Batista Carlos de Sá Filho

Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais


Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite
Projeto Gráfico: SONNE - Jorlandi Ribeiro
Diagramação: Diego Cunha Sachito - Jorlandi Ribeiro - Jovani Ribeiro - Paulo Sergio Gualtieri
Criação de Capa: R2 Editorial
Assistência Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore
Preparação de Originais: Andreza Queiroz
Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza
Revisão de Texto e de Provas: Caroline R. dos Anjos - Marcela Zuchelli Marquisepe -
Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida
Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves
Serviços Gráficos: Thaissa Câmara Rodrigues

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Principais temas em Pneumologia / Fabrício Martins Valois - José Alberto


Neder - Rodrigo Antônio Brandão Neto - Durval Alex Gomes e Costa - Ral-
cyon F. A. Teixeira - Carolina dos Santos Lázari - Thiago Prudente Bártholo
- João Batista Carlos de Sá Filho - 1. ed. -- São Paulo: Medcel, 2018. --
(Principais temas em Infectologia)

1. Pneumologia - Concursos - 2. Residentes (Medicina)

O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as
tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica
ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das
diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente
no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.

Abril, 2018
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da legislação vigente.
Direitos exclusivos para a língua portuguesa licenciados
à Medcel Editora e Eventos Ltda.
Av. Paulista, 1776 - 2º andar - São Paulo - Brasil
www.medcel.com.br
(11) 3511 6161
Autoria e colaboração

Fabrício Martins Valois Thiago Prudente Bártholo


Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ma- Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do
ranhão (UFMA). Especialista em Clínica Médica no Conjun- Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Clínica Médica e
to Hospitalar do Mandaqui. Especialista em Pneumologia em Pneumologia pela UERJ. Pós-graduado em Medici-
pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutor na Intensiva pela Faculdade Redentor e em Tabagismo
em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNI- pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
FESP). Professor da disciplina de Semiologia da UFMA. (PUC-RJ). Médico pneumologista da Federação das In-
dústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) e da UERJ. Chefe
José Alberto Neder do Gabinete Médico do Colégio Pedro II (Rio de Janeiro).
Graduado em Medicina e especialista em Pneumolo- Mestre em Pneumologia e doutorando em Pneumolo-
gia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul gia pela UERJ, onde é coordenador dos ambulatórios de
(UFMS). Especialista em Pneumologia e Tisiologia pela Asma e de Tabagismo.
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Doutor em Pneumologia pela Universidade Federal de João Batista Carlos de Sá Filho
São Paulo (UNIFESP). Pós-Doutor pela Universidade de Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade
Londres. Pós-Doutor pela Universidade de Glasgow. de São Paulo de Ribeirão Preto (FMUSP-RP). Médico as-
sistente do Hospital Universitário Presidente Dutra (Uni-
Rodrigo Antônio Brandão Neto versidade Federal do Maranhão – UFMA).
Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Univer-
sidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista
em Clínica Médica, em Emergências Clínicas e em Endocri- Atualização 2018
nologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina Fabrício Martins Valois
da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde é médico
assistente da disciplina de Emergências Clínicas. Assessoria didática
Durval Alex Gomes e Costa Camila Giro
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Guilherme Di Camillo Orfali
Triângulo Mineiro (UFTM). Especialista em Infectologia Viviane Teixeira
pelo Hospital Heliópolis. Doutor em Doenças Infecciosas
pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médi-
co infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hos-
Revisão de conteúdo
pitalar do Hospital Estadual Mário Covas, Santo André. Viviane Aparecida Queiroz
Médico infectologista do Serviço de Moléstias Infecciosas
do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Revisão técnica
Ralcyon F. A. Teixeira Cinthia Ribeiro Franco
Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Uni- Dan Yuta Nagaya
versidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Es- Daniela Andrea Medina Macaya
pecialista em Infectologia pelo Hospital das Clínicas da Edivando de Moura Barros
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo João Guilherme Palma Urushima
(HC-FMUSP). Médico assistente do Hospital Universitá- Luan Forti
rio (HMCP) da PUC-Campinas. Médico Infectologista do Lucas Kenzo Miyahara
Hospital Sírio-Libanês.
Mariana da Silva Vilas Boas
Carolina dos Santos Lázari Matheus Fischer Severo Cruz Homem
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Nadia Mie Uwagoya Taira
Uberlândia (UFU). Especialista em Infectologia pelo Hospi- Priscila Schuindt de Albuquerque Schil
tal das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Ryo Chiba
de São Paulo (HC-FMUSP). Ex-preceptora do Programa
Wilian Martins Guarnieri
de Residência Médica em Infectologia da FMUSP. Médica
infectologista do Serviço de Extensão ao Atendimento a William Vaz de Sousa
Pacientes com HIV/AIDS da Divisão de Moléstias Infeccio- Yuri Yamada
sas e Parasitárias do HC-FMUSP no período de 2006 a
2012. Médica assistente da Enfermaria da mesma Divisão.
Apresentação

O ensino médico é desafiador por natureza, e o estudante que se decide


pelos fascinantes caminhos da Medicina sabe disso. Fascínio advindo, em
grande parte, justamente das inúmeras possibilidades e, até mesmo, obri-
gatoriedades que se abrem para esse aluno logo que ele ingressa no ensino
superior, a ponto de ser quase impossível determiná-las ou mensurá-las.
Dessa rotina faz parte, por exemplo, um inevitável período de aulas práti-
cas e horas em plantões de vários blocos, não só o responsável por grande
parte da experiência que determinará a trajetória profissional desse aluno,
como também o antecedente imediato do seu ingresso em um programa
de Residência Médica que seja referência, no mínimo, em todo o país – o
que exigirá dele um preparo minucioso e objetivo.
Esse é o contexto em que toda a equipe de conteúdo da Medcel, forma-
da por profissionais das áreas pedagógica e editorial e médicos das mais
diferentes especialidades, preparou a Coleção SIC Principais Temas para
Provas. O material didático destaca-se pela organização e pelo formato de
seus capítulos, inteiramente voltado à interação, com recursos gráficos e
dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamentos, temas frequentes
em provas, leituras recomendadas e outros destaques, sem os quais o alu-
no não deve prestar nenhum exame. Tudo isso somado às questões ao fi-
nal, todas comentadas a partir de uma estrutura que lhe permite identificar
o gabarito de imediato.
Com tudo isso, nossa equipe reforça o ideal de oferecer ao candidato uma
preparação completa e lhe assegura um excelente estudo.
Índice

Capítulo 1 - Sinais e sintomas respiratórios.....15 7. Exacerbação ............................................................ 107


1. Tosse ..............................................................................16 8. Tratamento da exacerbação ............................. 108
2. Dispneia ......................................................................19 Resumo ........................................................................... 114
3. Dor torácica ............................................................... 22
Capítulo 6 - Tabagismo .................................. 115
4. Sibilos .......................................................................... 23
1. Por que as pessoas fumam? ................................ 116
5. Estridor ....................................................................... 23
2. Por que parar de fumar?....................................... 116
6. Hemoptise .................................................................. 24
3. O que diz a Legislação? ......................................... 117
7. Cianose ........................................................................ 25
4. Parando de fumar ..................................................118
Resumo .............................................................................27
Resumo ...........................................................................124
Capítulo 2 - Fisiologia respiratória e provas
Capítulo 7 - Bronquiectasias.........................125
de função pulmonar ........................................ 29
1. Introdução e fisiopatologia ..................................126
1. Introdução .................................................................. 30
2. Etiologia .....................................................................127
2. Espirometria .............................................................. 30
3. Quadro clínico ......................................................... 130
3. Gasometria arterial ................................................. 39
4. Exames diagnósticos ............................................ 130
4. Outros testes de função pulmonar .................... 43
5. Tratamento clínico ..................................................133
Resumo ............................................................................ 46
6. Tratamento cirúrgico e transplante ..................137
Capítulo 3 - Radiografia de tórax ..................47 Resumo .......................................................................... 138
1. Introdução ..................................................................48
Capítulo 8 - Derrame pleural ........................139
2. Incidências radiográficas .......................................48
1. Etiologias e definições...........................................140
3. Interpretação ............................................................ 51
2. Quadro clínico e exames radiológicos ............. 142
4. Sinais radiográficos................................................. 52
3. Indicações de toracocentese .............................. 144
5. Padrões de imagem ................................................ 56
4. Análise do líquido pleural .....................................145
Resumo ............................................................................ 64
5. Biópsia de pleura ................................................... 148
Capítulo 4 - Asma............................................. 65 6. Causas específicas ................................................ 149
1. Introdução e definições .......................................... 66 Resumo ...........................................................................157
2. Mecanismos de doença .......................................... 66
Capítulo 9 - Pneumonia adquirida na
3. Diagnóstico ................................................................ 68
comunidade .....................................................159
4. Manejo do paciente ambulatorial ........................ 71
1. Introdução e definições ........................................ 160
5. Manejo das exacerbações agudas ......................81
2. Etiologia ....................................................................162
Resumo ............................................................................90
3. Diagnóstico .............................................................. 168
Capítulo 5 - Doença pulmonar obstrutiva 4. Tratamento ...............................................................176
crônica .................................................................91 5. Profilaxia ..................................................................181
1. Introdução .................................................................. 92 Resumo ......................................................................... 182
2. Prevalência e fisiopatologia...................................93
Capítulo 10 - Tuberculose ..............................183
3. Processo inflamatório crônico das
vias aéreas ................................................................. 94 1. Epidemiologia .......................................................... 184
4. Diagnóstico e exames complementares........... 95 2. Fisiopatologia .......................................................... 184
5. Diagnóstico diferencial.........................................100 3. Apresentação clínica............................................. 186
6. Particularidades no manejo ambulatorial .....101 4. Procura de casos – “busca ativa” ......................192
5. Tratamento............................................................... 198 4. Silicose.......................................................................256
6. Efeitos colaterais................................................... 204 5. Pneumoconiose dos trabalhadores de
7. Situações especiais.................................................206 carvão.........................................................................258
8. Seguimento ............................................................. 210 6. Exposição a gases e a substâncias químicas...... 259
9. Prevenção................................................................. 210 7. Asma relacionada ao trabalho............................260
Resumo........................................................................... 216 Resumo............................................................................261

Capítulo 11 - Gripe............................................217 Capítulo 14 - Tromboembolismo


pulmonar........................................................... 263
1. Introdução................................................................. 218
1. Introdução e definições.........................................264
2. Histórico..................................................................... 218
2. Etiologia e fatores de risco..................................264
3. Patogênese e transmissão....................................219
3. Achados clínicos...................................................... 267
4. Quadro clínico...........................................................221
4. Exames complementares..................................... 267
5. Diagnóstico laboratorial ...................................... 222
5. Avaliação de probabilidade pré-teste e uso
6. Diagnóstico diferencial ........................................ 223
racional dos exames complementares............ 272
7. Tratamento e quimioprofilaxia antiviral..........224
6. Diagnóstico diferencial......................................... 274
8. Indicações de internação hospitalar.................226
7. Estratificação de risco........................................... 274
Resumo...........................................................................228
8. Tratamento............................................................... 275
Capítulo 12 - Doenças pulmonares 9. Prevenção.................................................................278
parenquimatosas difusas.............................. 229 Resumo.......................................................................... 280
1. Introdução ................................................................230
Capítulo 15 - Hipertensão pulmonar............281
2. Etiologias...................................................................230
1. Entendendo a diferença entre hipertensão
3. Patogênese............................................................... 232 pulmonar e hipertensão arterial pulmonar..... 282
4. Anamnese................................................................. 232 2. Como as diferentes etiologias podem causar
5. Diagnóstico............................................................... 235 hipertensão pulmonar?.........................................284
6. Fibrose pulmonar idiopática................................241 3. Suspeita de hipertensão pulmonar...................285
7. Pneumonite de hipersensibilidade.....................241 4. Definindo o diagnóstico da hipertensão
pulmonar...................................................................285
8. Sarcoidose................................................................ 243
5. Tratamento específico das doenças da
9. Granulomatose com poliangiite (Wegener).... 247 circulação pulmonar...............................................288
10. Granulomatose com poliangiite e eosinofilia Resumo...........................................................................290
(Churg-Strauss)........................................................248
Resumo...........................................................................250 Capítulo 16 - Neoplasias pulmonares..........291
Capítulo 13 - Pneumoconioses......................251 1. Câncer primário de pulmão.................................. 292
2. Metástase pulmonar..............................................305
1. Introdução e definições......................................... 252
3. Nódulo pulmonar solitário...................................306
2. Fisiopatologia........................................................... 253
Resumo............................................................................312
3. Doenças ocupacionais associadas ao
asbesto....................................................................... 253
Fabrício Martins Valois

3
A radiografia de tórax é o principal método de imagem
utilizado na Pneumologia, indicada nas mais variadas
situações, como sintomas cardiopulmonares, estadia-
mento de neoplasias torácicas, avaliação pré-operatória,
acompanhamento de dispositivos implantados etc. As
incidências radiográficas mais utilizadas no estudo das
doenças torácicas são posteroanterior (PA) e perfil.
Diversos são os achados no exame radiológico, como
hiperinsuflação (redução das impressões vasculares
pelo parênquima pulmonar), sinal “da silhueta” (borra-

Radiografia
mento da borda do coração, de vasos mediastinais ou
do diafragma), broncograma aéreo (imagem hipertrans-
parente tubular dentro da área de hipotransparência),

de tórax
sinal do crescente (achado clássico do aspergiloma), sinal
de Hampton (imagem triangular periférica, com a base
voltada para as costelas), sinal de Westermark (hipo-
vascularização segmentar no parênquima pulmonar, ou
oligoemia focal). Outras alterações encontradas na radio-
grafia de tórax são atelectasia pulmonar (tração das
estruturas em sentido ipsilateral à lesão), derrame pleu-
ral (“empurra” estruturas, contralateral à lesão) e nódulo
pulmonar (<3cm).
radiografia de tórax 63

Pergunta
2013 - SANTA CASA-SP
2. Na radiografia de tórax (poste-
roanterior e perfil) de um paciente
com doença pulmonar obstrutiva
crônica avançada, encontramos,
caracteristicamente, exceto:

a) retificação das hemicúpulas


diafragmáticas
b) aumento dos espaços
intercostais
c) aumento do diâmetro
Figura 27 - Proeminência de hilos por adenomegalia em paciente com diagnóstico anteroposterior
de sarcoidose
d) redução da silhueta cardíaca
e) adenopatia hilar bilateral
D - Mediastino Resposta no final do capítulo

Tem sua análise bem limitada pela radiografia de tórax. A radiografia


em perfil é a que propicia melhor visualização das relações anatômi-
cas das estruturas mediastinais, sendo importante o reconhecimento
dos seus compartimentos e das possíveis lesões associadas (Tabela 7).
Cerca de 60% das doenças mediastinais são relativas ao mediastino an-
terior, 25% ao posterior e 15% ao médio (Figura 28).

Tabela 7 - Mediastino na radiografia de tórax

Comparti-
Limites Etiologias
mentos
Timoma, bócio Tireoi- Pergunta
Borda esternal até a borda diano, Teratoma e linfoma
Mediastino
anterior do coração e da (os 4 “T” do mediastino
anterior 2012 - UEL
traqueia – acrescentar “Terrível” a
linfoma) 3. Sobre a radiografia de tórax,
assinale a alternativa correta:
Borda anterior do coração Adenomegalia, aneurisma
Mediastino
até o ligamento longitudi- vascular, cisto broncogê-
médio a) a incidência anteroposterior
nal anterior da coluna nico
evita a magnificação da área
Ligamento longitudinal Tumores neurogênicos cardíaca
Mediastino
anterior da coluna até (neuroblastoma, neurofi- b) a pneumonia lobar do lobo in-
posterior
limite torácico posterior broma, schwannoma) ferior direito costuma borrar os
contornos cardíacos direitos
c) a “caverna tuberculosa” tipica-
mente apresenta paredes espessas
e irregulares à radiografia de
tórax
d) um pequeno pneumotórax pode
ser mais bem visualizado em ra-
diografia realizada em expiração
e) na atelectasia do lobo pulmonar
inferior direito, a cúpula diafrag-
mática ipsilateral encontra-se
rebaixada
Figura 28 - Compartimentos mediastinais: (A) mediastino anterior; (B) mediastino
Resposta no final do capítulo
médio; (C) mediastino posterior
Rodrigo Antônio Brandão Neto
Fabrício Martins Valois

16
O câncer de pulmão é a neoplasia mais frequente (exce-
tuando-se o tumor de pele não melanoma) e com o maior
número de óbitos no Brasil, tendo como principal fator
o tabagismo, que aumenta a chance de aparecimento
conforme o tempo do hábito e o número de cigarros
fumados por dia. Todos os subtipos histológicos dessa
neoplasia guardam relação com o tabagismo, o que é
mais intenso no carcinoma de células pequenas (97%
relatam tabagismo) e menos no adenocarcinoma (85%
o relatam). Quanto aos tipos histológicos, o adenocarci-

Neoplasias
noma é o mais comum, de localização periférica, menor
relação com tabagismo e prevalência em mulheres; o
carcinoma epidermoide tem localização central, maior

pulmonares
relação com hemoptise, hipercalcemia e necrose tumoral
central; o carcinoma de pequenas células guarda maior
relação com o tabagismo, com pior prognóstico, localiza-
ção central e associação a maior número de síndromes
paraneoplásicas hormonais; o carcinoma de grandes
células possui localização periférica e é altamente pro-
liferativo. Os achados clínicos são tosse, dispneia, perda
de peso e hemoptise, podendo ocorrer, ainda, algumas
síndromes relacionadas à compressão do tumor com
estruturas adjacentes, como síndrome de Horner (ptose
palpebral, miose, enoftalmia e anidrose facial ipsilateral),
síndrome de Pancoast (dor no ombro, parestesias e redu-
ção de força muscular no membro afetado), síndrome da
veia cava superior (edema de face e membros superiores,
pletora facial, ingurgitamento jugular, circulação cola-
teral superior). O diagnóstico pode ser feito por exame
de imagem (tomografia de tórax, radiografia de tórax),
associada a broncoscopia, biópsia transtorácica, toraco-
tomia/toracoscopia. O estadiamento é feito pelo TNM
(tamanho, linfonodos, metástases). A maioria dos esta-
dios I ou II pode ser curada cirurgicamente; estadios IIIB
e IV, em geral, não se beneficiam de cirurgia; pessoas com
estadio IIIA têm disseminação local e, ocasionalmente,
podem beneficiar-se de cirurgia.
300 sic pneumologia

Figura 5 - Tomografia (corte em janela de pulmão) da Figura 6 - Tomografia (corte em janela de mediasti-
massa pulmonar direita no) da massa pulmonar direita

a) Tumor não pequenas células


O estadiamento é feito pelo TNM. Nesse sentido, a descrição do tumor

Dica (tamanho, localização), dos linfonodos acometidos (local) e das metás-


tases (presentes ou não) forma a classificação (Tabelas 5 e 6). Existe
uma proposta nova de classificação, com algumas mudanças em rela-
Os locais mais frequen- ção à classicamente empregada; entretanto, ainda não foi completa-
tes de metástase são mente incorporada à prática clínica, sendo as condutas ainda baseadas
adrenais, fígado, ossos e na classificação antiga.
cérebro.
A maioria dos estadios I ou II pode ser curada cirurgicamente. Em geral,
estadios IIIB e IV não se beneficiam de cirurgia. E pessoas com estadio
IIIA têm disseminação local e, ocasionalmente, podem beneficiar-se de
cirurgia.
Em resumo, pacientes que tenham estadiamento com T4, ou N3, ou M1
não são candidatos à cirurgia.

Tabela 5 - Estadiamento do câncer de pulmão não pequenas células

Características do tumor
Tx Tumor primário que não pode ser avaliado

T0 Tumor primário não encontrado

Tis Carcinoma in situ

- Tumor <3cm e sem invasão tumoral de estruturas adjacentes (des-


critas em T2, T3 e T4):
T1
· T1a – tumor ≤2cm;
· T1b – tumor >2cm e ≤3cm.

- Tumor >3cm e ≤7cm, com 1 dos seguintes:


· Envolve o brônquio principal, ≥2cm da carina;
· Invade a pleura visceral;
· Em associação a atelectasia ou pneumonite obstrutiva segmen-
T2 tar.

- T2a – tumor >3cm e ≤5cm;

- T2b – tumor >5cm e ≤7cm.


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QUESTÕES E COMENTÁRIOS
Pneumologia

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Questões

Pneumologia Questões
Pneumologia

2015 - PUC-PR
4. Durante a aula, um aluno descreveu os seguintes
Sinais e sintomas respiratórios
achados de um paciente da enfermaria: inspeção toráci-
ca normal; palpação e percussão normais; ausculta com
murmúrio vesicular presente e simétrico; e, nas bases
2017 - SANTA CASA-GO
pulmonares, sons pulmonares não musicais, explosivos,
1. Qual das seguintes afirmações é verdadeira quanto à
de curta duração e audíveis desde o início da inspiração,
ausculta do tórax?
também presentes na expiração. O professor sugeriu
a) a ausência de sons respiratórios no hemitórax está
que o aluno auscultasse a boca do paciente enquanto
quase sempre associada a pneumotórax
este respirava e notou que os ruídos eram transmiti-
b) a asma cardíaca refere-se a sibilos associada a edema
dos para a boca. O paciente tossiu e escarrou 2 vezes.
alveolar na insuficiência cardíaca congestiva
Novamente, o professor sugeriu repetição da ausculta
c) a presença de egofonia pode ser usada para distinguir
pulmonar. O aluno referiu que os ruídos desapareceram.
fibrose pulmonar de ocupação alveolar
Sobre esses achados, é correto afirmar que o aluno aus-
d) roncos são manifestações de obstrução das vias aére-
cultou:
as de médio calibre
a) estertores pulmonares finos
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão b) sibilos inspiratórios e expiratórios
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder c) roncos pulmonares
d) estertores pulmonares grossos
2016 - IOG
e) sons brônquicos
2. Uma menina de 5 anos recebeu alta da UTI depois de
ficar internada por asma grave, sendo intubada e sub- Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
metida à ventilação mecânica. Quinze dias depois de sua
alta hospitalar, retorna à Emergência com piora pro- 2015 - UEL
gressiva da rouquidão e da respiração ruidosa percebi- 5. Assinale a alternativa que apresenta, correta e exclu-
das desde a alta. Não há história de febre. Seu exame sivamente, causas de cianose do tipo central:
físico revela: 30irpm, estridor inspiratório e expiratório a) exposição ao frio e tetralogia de Fallot
e rouquidão. O restante do exame não apresentou alte- b) fenômeno de Raynaud e insuficiência cardíaca
rações. Esse quadro clínico é decorrente de: c) grandes altitudes e asma grave
a) asma exacerbada d) meta-hemoglobinemia e embolia pulmonar
b) traqueíte bacteriana e) trombose venosa profunda e acrocianose
c) refluxo gastroesofágico
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
d) estenose subglótica Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão


Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2015 - HCPA
6. Analise os resultados da gasometria arterial a seguir:
2016 - CERMAM
3. O tratamento inicial de um paciente com hemoptise Exames Resultados Valores de referência
maciça, com comprometimento das vias aéreas, é: pH 7,45 7,35 a 7,45
a) angiografia com embolização da artéria brônquica pO2 68mmHg 72 a 104mmHg
com sangramento pCO2 24mmHg 32 a 45mmHg
b) broncoscopia rígida e ablação a laser do sítio com san- HCO3- 25mEq/L 22 a 30mEq/L
gramento SaO2 87% 94 a 100%
c) toracotomia com controle externo do sítio de hemor-
Assinale a alternativa que contempla a situação clínica
ragia
mais provavelmente associada a esses resultados:
d) broncoscopia rígida com lavagem de água gelada
a) homem de 64 anos, obeso e tabagista pesado, com
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão cianose, sonolência, pletora e edema de membros in-
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder feriores
Comentários

Pneumologia Comentários
Pneumologia

Questão 4. Analisando as alternativas:


a) Incorreta. Estertores finos são relacionadas a expan-
Sinais e sintomas respiratórios
são alveolar e são conhecidos como estertores “em Vel-
cro®”, além de serem teleinspiratórios.
Questão 1. Analisando as alternativas: b) Incorreta. Sibilos são de timbre agudo e não desapare-
a) Incorreta. Derrame pleural é bem mais comum que cem após a eliminação de secreção, além de não indica-
pneumotórax como causa de abolição de som vesicular. rem subobstrução de vias aéreas.
b) Incorreta. Asma cardíaca, realmente, é a presença de c) Incorreta. Ronco aparece quando há estreitamento da
sibilo em pacientes com insuficiência cardíaca. Entretan- via aérea de grosso calibre e pode ser mobilizável com
to, é gerado por edema intersticial, comprimindo peque- a tosse.
nas vias aéreas, e não edema alveolar. d) Correta. Trata-se de sons de caráter explosivo, não
musical e com duração inferior a 20ms. Remetem a cre-
c) Correta. A egofonia refere-se a um tipo especial de
pitações grosseiras, refletindo conflito de ar versus se-
broncofonia. Solicitamos ao paciente que pronuncie a
creção em vias aéreas, são protoinspiratórios e expira-
vogal “e”. No pulmão normal, ouviremos “e”; no com con-
tórios e podem desaparecer com tosse e expectoração
solidação (preenchimento alveolar), um “a”. Ora, ainda
da secreção.
que fibrose não denote pulmão normal, não existe ocu-
e) Incorreta. Som brônquico ou sopro tubário ocorre
pação alveolar na doença. O cuidado na alternativa é que
quando o som passa em brônquios pérvios entremeados
boa parte dos livros de semiologia fornece como exem-
em área de consolidação.
plo de egofonia apenas “a área do pulmão colapsado ad-
Gabarito = D
jacente a um derrame pleural”.
d) Incorreta. Roncos são manifestações das vias aéreas
Questão 5. Analisando as alternativas:
de grande calibre e sugerem a presença de secreções es-
a) Incorreta. A cianose central decorre da presença de
pessas nas vias aéreas.
shunt intracardíaco ou de grandes vasos ou presen-
Gabarito = C
ça de fístula A-V pulmonar ou na presença de doenças
pulmonares que levem a dessaturação. Por outro lado,
Questão 2. A estenose subglótica é uma das complica- a cianose periférica ocorre devido à diminuição do vo-
ções possíveis da intubação orotraqueal. Fatores de lume sanguíneo circulante ou isquemia regional ou por
risco para estenose são tempo de intubação, intubação obstrução venosa periférica. A exposição ao frio leva a
traumática, intubações repetidas, fixação inadequada redução do fluxo sanguíneo na periferia, resultando em
com efeito pistão (mobilização dentro das vias aéreas), cianose periférica.
tubo muito alto e infecção de trato respiratório alto. O b) Incorreta. A insuficiência cardíaca reduz o volume
diagnóstico definitivo pode ser feito com visualização sanguíneo circulante, sendo causa de cianose periférica,
direta da via aérea, com laringoscópio ou broncoscópio. assim como o fenômeno de Raynaud, que gera isquemia
Gabarito = D local.
c) Correta. A asma grave pode gerar dessaturação e cau-
Questão 3. O tratamento inicial de escolha para quadros sar cianose central, assim como as grandes altitudes,
de hemoptise maciça com repercussão respiratória é a pela rarefação do ar e pela dificuldade de troca a nível
lavagem com soro fisiológico gelado por meio de bron- alveolar.
coscopia rígida; o uso de água não é aconselhado, pelo d) Incorreta. A embolia pulmonar leva a dessaturação,
potencial de gerar lesão pulmonar. Geralmente são os podendo gerar cianose central em casos graves, entre-
sangramentos originados da circulação brônquica, mas tanto a meta-hemoglobinemia é uma intoxicação por
não da circulação arterial pulmonar, que respondem me- agente que leva a oxidação da hemoglobina ferrosa para
lhor a esse tipo de abordagem. Angiografia e toracoto- férrica, incapaz de carrear oxigênio. Além disso, leva a
mia são opções secundárias. cianose grave, podendo evoluir com confusão mental e
Gabarito = D coma.

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