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1 – Foi aprovada lei na Alemanha autorizando o abate de aviões (mesmo que

transportem inúmeros passageiros) no caso deles estarem com terroristas dentro e


ameaçando a segurança Nacional. A luz das teorias éticas kantiana, utilitarista e
contratualista, análise se a referida lei seria moralmente correta ou não. (3 pontos)
R: Analisando pelo prisma da teoria ética kantiana, a referida lei seria equivocada pois
não se poderia sacrificar a vida de pessoas em prol de um suposto bem maior pois a vida
é um bem precioso em si mesmo. Analisando a luz da ética utilitarista, poderia ser
considerada correta a referida lei desde que o abate do avião seja para salvaguardar um
número maior de pessoas do que as possíveis vítimas do avião, pois estar-se-ia assim
levando a felicidade ao maior número possível de pessoas. Por fim, analisando a luz da
ética contratualista, deveríamos analisar se a lei foi votada por seres racionais visando o
bem comum, sendo afirmativa a resposta, nós também seres racionais, seríamos
obrigados a cumpri-la pois essa lei seria efetivamente uma lei racional.

2 – Kant vai afirmar na sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes que
“Ora, todos os Imperativos preceituam ou hipoteticamente ou categoricamente.
Osimperativos hipotéticos representam a necessidade de uma ação possível, como meio
para alcançar alguma outra coisa que se pretende (ou que, pelo menos, é possível que
se pretenda). O imperativo categórico seria aquele que representa uma ação como
necessária por si mesma, sem relação com nenhum outro escopo, como objetivamente
necessária. Dado que toda lei prática representa uma ação possível como boa é,
conseguintemente, como necessária para um sujeito capaz de ser determinado
praticamente pela razão, todos os imperativos são fórmulas, pelas quais é determinada
a ação que, segundo os princípios de uma vontade de qualquer modo boa, é necessária.
Ora, quando a ação não é boa senão comomeio de obter alguma outra coisa , o
imperativo é hipotético; mas, quando a ação é representada como boa em si, e portanto
como necessária numa vontade conforme em si mesma a razão considerada como
princípio do querer, então o imperativo é categórico.”. A partir do texto, mencione a
diferença entre o pensamento nietzschiano e kantiano sobre moral, ética, felicidade e
racionalidade. (4 pontos)

R: O aluno deveria desenvolver as ideias nietzschianas afirmando que para o autor a


moral seria algo que “vem de fora para dentro”, ou seja, algo que impõe um
comportamento não originário da própria pessoa, mas sim uma moral exterior a ela, por
exemplo, a moral de uma Igreja, a moral dos seus pais, do seu Estado, etc., e o que a
pessoa deveria buscar seriam seus valores, aqueles seus efetivamente, pois só assim
estaria agindo de forma ética, e para isso deveria transvalorar todos os valores para
realizar o encontro com aqueles que seriam efetivamente seus. Em relação a razão,
diferente de toda a filosofia tradicional, Nietzsche prega um equilíbrio entre razão e
instinto, não pode haver um domínio da razão pelo instinto, como desde
Sócrates/Platão, passando por Kant, existe, mas também não deve existir um domínio
do instinto, será no equilíbrio entre razão e instinto, apolínio e o dionisíaco que o
indivíduo pode alcançar uma vida feliz. Diferente desse entendimento, para Kant,
apenas usando a razão é que o homem consegue ser feliz. Sendo assim, a razão deve
sempre dominar os instintos pois estes apenas nos levam a erro. A vida moral será
aquela em que a racionalidade nos mostra o caminho certo, e agir de forma moral será
agir de forma racional. Os instintos apenas nos levam a prazeres temporários e não a
verdadeira felicidade, pois esta é oriunda da razão.
3 – Um magistrado estava realizando uma audiência quando ficou muito irritado com
um advogado que estava insistindo na oitiva de uma testemunha. O magistrado teria
ofendido o advogado afirmando ser ele inferior a ele intelectualmente. O advogado
afirmou que iria na Corregedoria, e o magistrado visivelmente alterado afirmou que não
se preocupava com a Corregedoria pois era um bando de idiotas que nunca iriam puni-
lo. Por fim, o magistrado afirmou que era para o advogado esperar para ver a sentença
que ele iria exarar, falando em um tom ameaçador. Analise as atitudes do magistrado a
luz do código de ética da magistratura e da LOMAN verificando se as mesmos estão de
acordo. (3 pontos)

R: Primeiramente o magistrado errou ao ofender o advogado, violando o disposto no


artigo 22 do código de ética da magistratura. Posteriormente o magistrado errou
novamente ao não respeitar a instituição Corregedoria do TJ/RJ, violando disposto no
artigo 2º do Código de Ética da Magistratura. Por fim, o magistrado errou novamente ao
ameaçar o advogado com uma sentença que violaria o princípio da imparcialidade que
deve nortear as decisões judiciais prevista no artigo 8º do código de ética da
magistratura.

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