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CONTABILIDADE

GERAL
AULA 3

Profa. Edicreia Andrade dos Santos


CONVERSA INICIAL

Olá! Para a continuidade das atividades de uma empresa, um aspecto é


muito importante: o caixa. Ele é a disponibilidade imediata de recursos que uma
empresa possui, não importa o ramo de atividade – desde organizações
financeiras até empresas industriais.
Um gestor experiente sabe verificar e prever as diferentes situações de
caixa. Para cada uma delas, um ato administrativo é importante. Dos aspectos
mais relevantes neste tema, cabe destacar dois: a ociosidade e a falta de caixa.
Saber lidar com essas situações exige do gestor uma forte familiaridade com
Operações Financeiras.
Quando uma empresa está com caixa ocioso, o gestor deve ter em mente
o que fazer para que o montante não se desvalorize. A alternativa mais
importante nesse momento é identificar um investimento ou uma aplicação
financeira que seja mais adequada ao caso da empresa.
Entretanto, se a empresa tiver problema de caixa e existirem diversas
obrigações a serem honradas em um curto espaço de tempo, a única saída pode
ser fazer um empréstimo com uma instituição bancária. Isso também ocorre para
empresas que pretendem expandir seu parque fabril ou investir em aumento de
porte. Nesse caso, a empresa pode contrair um empréstimo de longo prazo,
também conhecido como financiamento.
O que veremos nesta unidade é como se dá o processo de contabilização
dessas operações financeiras, tanto com investimentos e empréstimos quanto
com aplicações financeiras diversas, além de principalmente estudar e saber
como identificar se a aplicação ou empréstimo possui condições prefixadas ou
pós-fixadas.
Isso vai proporcionar a compreensão dos fundamentos básicos que
envolvem as operações financeiras e desenvolver a capacitação prática de
escrituração contábil, aplicada ao registro contábil das operações financeiras.

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CONTEXTUALIZANDO
Abordaremos alguns temas importantes, os quais você confere a seguir:
Operações financeiras – introdução: compreender os principais
conceitos relacionados ao estudo das operações financeiras.
Aplicação financeira de curto prazo – operações de mercado aberto,
letras de câmbio, depósitos a prazo fixo, certificado de depósito
bancário (CDB); aplicações financeiras a longo prazo: proporcionar a
compreensão dos fundamentos básicos que envolvem as operações
financeiras.
Formas de contabilização: compreender os principais conceitos
relacionados às aplicações financeiras de curto e longo prazo, bem como
a sua escrituração.
Empréstimos e Financiamentos no curto e longo prazo: aplicar os
principais conceitos de empréstimos e financiamentos de curto e longo
prazo na escrituração contábil.
Formas de contabilização: aplicar os principais conceitos de
empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo na escrituração
contábil.

Vamos imaginar dois casos: no primeiro, a empresa tem caixa ocioso e,


para poder gerar maiores recursos, esse montante é aplicado em um
determinado tipo de aplicação financeira. Desta forma, o que o profissional
contábil precisa saber para efetuar os lançamentos contábeis com clareza e de
maneira correta? O que interfere na forma de acordo firmado pela empresa, se
ela prefere estabelecer todos os detalhes de rendimento previamente ou se ela
prefere arriscar para ver o comportamento do mercado? O que o contador
precisa saber sobre a transação?
No segundo caso, a empresa não possui recursos para fazer o que ela
precisa fazer – seja honrar pagamentos de fornecedores no curto prazo ou
financiar a construção de um grande centro logístico. Ao conseguir estes
recursos com um banco, como apresentar estes fatos nas demonstrações
contábeis? E se a empresa possuir duplicatas a receber de clientes, será
possível recebê-las antes do seu vencimento?

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Com base nas indagações apresentadas nestes dois casos e em outros
questionamentos é que elaboramos o presente material.

TEMA 1 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS: INTRODUÇÃO


Uma empresa de forma geral, não importando o setor de atuação,
necessita para seu perfeito funcionamento de recursos financeiros disponíveis,
de dinheiro em espécie e à disposição. Essa disponibilidade de recursos é
conhecida como caixa. Basicamente todas as operações financeiras mais
relevantes são atividades desenvolvidas pelas empresas com intuito de
modificar o caixa. É comum que as operações financeiras sejam feitas não de
forma direta na empresa, mas por meio de instituições financeiras, bolsas de
valores, entre outras.
As operações financeiras podem ser entendidas de duas maneiras
distintas. Inicialmente, existem as operações que são feitas com os recursos
excedentes no caixa. Estes recursos são conhecidos como aplicações
financeiras. Algumas dessas aplicações são feitas diretamente pelo gestor
financeiro da empresa, como aplicações em Prefixados a Prazo Fixo, Letras de
Câmbio, Investimento em Ações ou Commodities, entre outros. Entretanto, as
aplicações financeiras podem ser também oriundas das atividades da empresa,
como é o caso das Duplicatas a Receber, que são direitos de posse da empresa
nos quais o cliente assume o compromisso de pagamento.
Outra forma de operação financeira são os empréstimos. Eles são obtidos
por necessidade financeira da empresa e incidem no pagamento de juros às
instituições financeiras que fornecem recursos. As empresas costumam recorrer
aos empréstimos quando necessitam de recursos para honrar obrigações e não
dispõem desses em seu caixa. Uma forma de obtenção de recursos que se
equipara ao empréstimo é o Desconto de Duplicatas. Essa modalidade consiste
em transferir a um Banco (ou Instituição Financeira) o direito de receber uma
duplicata que vence em tempo futuro. O banco desconta do valor da duplicata
juros incorridos por conta do adiantamento.
As descrições mais específicas serão efetuadas nos temas a seguir,
também considerando suas formas de contabilização.

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TEMA 2 – APLICAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO: OPERAÇÕES DE
MERCADO ABERTO, LETRAS DE CÂMBIO, DEPÓSITOS A PRAZO FIXO,
CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB) E APLICAÇÕES FINANCEIRAS
A LONGO PRAZO
Conforme mencionado no tópico anterior, as operações financeiras
consistem no investimento de excedentes de caixa na empresa. Tais aplicações
ocorrem em períodos no qual ocorre maior ociosidade de recursos, ou seja,
quando as entradas são maiores do que as saídas de caixa. Quando as
empresas verificam tal ociosidade, devem optar pela aplicação dos recursos com
o objetivo de gerar mais recursos ou, pelo menos, evitar a desvalorização
monetária. Isso implica na geração de mais recursos.
Basicamente, quem define o tipo de aplicação na qual o montante será
submetido é o tempo de ociosidade que a empresa tem com este recurso. São
aplicações comuns, de acordo com Iudicibus e Marion (2010):
 Mercado Aberto:
 Aplicações de Liquidez Imediata (Títulos do Governo);
 Fundos de investimentos: Fundos Referenciais (DI) e Fundos de
Renda Fixa (RF);
 Aplicações na Bolsa de Mercadorias e Futuros: aplicações por sete
ou mais dias.
 Letras de Câmbio;
 Depósitos a Prazo Fixo;
 Certificado de Depósito Bancário – CDB.

É notado que geralmente a opção de aplicação é uma operação financeira


de curto ou curtíssimo prazo. Isso se dá pelo fato de que se uma empresa tivesse
a intenção de fazer um investimento de longo prazo ela deveria fazer em sua
atividade de natureza, como ampliação do parque fabril, no caso do setor
industrial.
Para o Mercado Aberto, poderia ser destacado que são essencialmente
aplicações de curto ou curtíssimo prazo. O esquema a seguir destaca algumas
características das aplicações de mercado aberto.

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Quadro 1 – Características das aplicações de mercado aberto
Quando se investe em Títulos do Governo, o investimento fica
disponível para resgate a qualquer instante. Há também as opções de
Aplicações de investimentos pré e pós fixados. Entretanto, se o investidor pretende
liquidez imediata exercer o direito antes do período estabelecido, o investimento está
(Títulos do indexado por meio do IPCA ou da Taxa Selic. É relevante saber que
Governo) nessa operação incidem Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), ambos atrelados ao período de duração
da aplicação.
Nesta categoria de investimento, a aplicação ocorre em dois tipos de
fundos ou portfólio de ativos. Os Fundos Referenciais ou DI (Depósito
Fundos de
Interbancário) são fundos de investimentos de ativos de baixo risco,
investimentos:
corrigidos costumeiramente pelo indexador CDI (Certificado de
Fundos
Depósito Interbancário). Este flutua muito próximo à taxa Selic. Os
Referenciais (DI) e
Fundos de Renda Fixa (RF) têm 80% de sua carteira de investimento
Fundos de Renda
em ativos de médio e alto risco. Analogamente, por ter maior risco
Fixa (RF)
atrelado à aplicação, os Fundos de Renda Fixa costumam gerar
maiores rendimentos.
Aplicações na São aplicações realizadas diretamente na bolsa por meio da compra
Bolsa de de Ações ou Commodities. As empresas costumam trabalhar com a
Mercadorias e Bolsa por meio de atividade de hedge que consiste em dar cobertura
Futuros: a um investimento de alto risco, como quando a empresa trabalha no
aplicações por mercado de câmbio.
sete ou mais dias.

As aplicações em Letras de Câmbio são similares às aplicações em CDBs


(Certificado de Depósito Bancários), no entanto, o investimento é feito com uma
instituição financeira, enquanto que o CDB é emitido por um banco. Destaca-se
como um investimento de renda fixa, porém, altamente rentável.
Os Depósitos a Prazo Fixo podem ser considerados como investimentos
seguros. Neles, o investidor ou a empresa preocupam-se em depositar o dinheiro
em uma instituição financeira por um período prefixado. Um fato importante para
esse procedimento de aplicação é: no ato do depósito, o investidor já tem ciência
de qual será o rendimento no fim do período contratado. É também importante
saber se um depósito nessa categoria tem contrato de 180 dias, por exemplo.
Se resgatado em prazo inferior, haverá um desconto por cancelamento
antecipado.

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Outra forma de aplicação financeira importante para as empresas é o
Certificado de Depósito Bancário – CDB. Esses títulos são negociados tanto a
taxa fixa de juros (prefixados) quanto a taxa vinculada a índices da economia
(pós-fixada), como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), CDI
(Certificados de Depósito Interbancário), entre outros. Cabe destacar: é também
uma aplicação na qual incidem IR e IOF, de acordo com a legislação vigente.
Entre as mais variadas formas de Aplicações Financeiras disponíveis para
as empresas, pode-se perceber que um fator é o mais importante: se a aplicação
é prefixada ou pós-fixada. Isso influenciará na contabilização do fato, assumindo
com rigor o regime de competência, visto que nos casos de aplicações
prefixadas a empresa já saberá qual será seu rendimento e isso deverá ser
contabilizado. A seguir, as formas de contabilização das aplicações serão
abordadas com detalhe.

TEMA 3 – FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO


As aplicações financeiras são recursos excedentes na empresa. E, para
não ficarem ociosos, eles são aplicados para retornarem juros, ou seja, uma
forma de compensar a desvalorização monetária. Cabe ressaltar: a natureza da
aplicação não é tão importante para a contabilização, exceto a aplicação das
diferentes alíquotas de IR e IOF. O importante, para que se mantenha o regime
de competência, é necessário saber se a aplicação é imediata, prefixada ou pós-
fixada.
As aplicações imediatas têm a característica de ocorrer no curtíssimo
prazo, costumeiramente de um dia para o outro. Prefixadas são todas as aquelas
que, no momento da contratação ou realização, já se sabe a taxa nominal à qual
se está sendo realizado o negócio.
As operações pós-fixadas são aplicações que, no ato do contrato, já têm
estabelecidas as taxas de juros. O índice de preços geralmente é atrelado ao
desempenho econômico. É o caso do IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo), da Taxa Selic, das flutuações de moeda estrangeira, entre
outras. Essas aplicações são, geralmente, contratadas por longos prazos.
Vejamos a seguir alguns exemplos de contabilização para essas duas
formas de investimentos.

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Situação 1 (Aplicação com Liquidez Imediata):
Uma empresa aplica um montante de $ 10.000,00 e o resgata no dia
seguinte com $ 300,00 de rendimentos financeiros da aplicação. O Banco ainda
desconta $ 60,00 de IR. Veja como ficaria a contabilização desta aplicação:

Quadro 2 – Contabilização na Aplicação


Débito Crédito
Aplicação no Banco A 10.000,00
Conta Corrente (Banco A) 10.000,00

O lançamento inicial da aplicação é bastante simples. Sendo uma


aplicação, a conta de Aplicação no Banco A tem característica de ter um saldo
devedor. Como a Conta Corrente (Banco A) sofreu uma redução e trata-se de
um Ativo, então o lançamento deve ocorrer como saldo credor.

Quadro 3 – Contabilização no Resgate


Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 10.240,00
IR a Recuperar 60,00
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa 300,00
Aplicação no Banco A 10.000,00
Total 10.300,00 10.300,00

Na segunda contabilização, percebe-se: conforme retorna à Conta


Corrente, que é um Ativo, lança-se a débito o montante aplicado no dia anterior.
O IR a Recuperar é uma despesa, logo, tem lançamento como saldo devedor.
Já Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa é uma conta de receita, por
isso, seu lançamento é a crédito. Aplicação no Banco A é uma conta de redução
do Ativo, por esse motivo, deve ser lançada a saldo credor.

Situação 2 (Aplicação com Rendimentos Prefixados):


A empresa Social Mídia S/A faz uma aplicação no Banco Render de um
montante de $ 100.000,00 no dia 01/10/20X5. O resgate será exercido em
31/01/20X6 com rendimentos de $ 12.000,00. O IR retido na fonte é de $
2.400,00.

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Quadro 4 – Na Aplicação (01/10/20X5)
Débito Crédito
Aplicação Banco Render 112.000,00 -
Conta Corrente (Banco Render) - 100.000,00
Rendimentos Financeiros a Vencer 12.000,00

Percebe-se no ato da aplicação que, em respeito ao regime de


competência, precisa-se registrar o rendimento da aplicação prefixado. Sendo
uma conta de receita ele é registrado com saldo credor.
Ainda observando o regime de competência, no processo de
reconhecimento da aplicação, é preciso reconhecer periodicamente os
rendimentos consolidados da aplicação. Desta forma, como a aplicação foi de
122 dias devemos reconhecer proporcionalmente a Receita Financeira
considerando $ 12.000,00 / 122 = $98,36. Ou seja, para cada dia de aplicação
registrada será creditado $ 98,36 de Receitas de Aplicação Financeira de Renda
Fixa e Debitado o mesmo valor de Rendimentos Financeiros a Receber.

Quadro 5 – Aplicação em 31/10/20X5 (30 dias)


Débito Crédito
Rendimentos Financeiros a Vencer 2.950,80
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa 2.950,80

Quadro 6 – Aplicação em 30/11/20X5 (30 dias)


Débito Crédito
Rendimentos Financeiros a Vencer 2.950,80 -
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa - 2.950,80

Quadro 7 – Aplicação em 31/12/20X5 (31 dias)


Débito Crédito
Rendimentos Financeiros a Vencer 3.049,16 -
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa - 3.049,16

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Quadro 8 – Aplicação em 31/01/20X6 (31 dias)
Débito Crédito
Conta Corrente (Banco Render) 109.600,00 -
IR a recuperar 2.400,00 -
Aplicação Banco Render - 112.000,00
Rendimentos Financeiros a Vencer 3.049,16 -
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa - 3.049,16
Total 115.049,16 115.049,16

Observa-se, de acordo com o que a sequência de contabilizações das


operações demonstra: a única distinção existente entre a contabilização das
aplicações imediatas e a das aplicações prefixadas é o processo de
compensação proporcional dos rendimentos. Após o primeiro mês declara-se um
débito em Rendimentos Financeiros a Vencer e um crédito em Receitas de
Aplicação Financeira de Renda Fixa. Esse fato considera a proporção da
vigência da aplicação para o referido período estabelecido.

Situação 3 (Aplicação com Rendimentos Pós-fixados):


Uma empresa realiza uma aplicação em 01/10/20X5 de $ 50.000,00 a
uma taxa de juros de 10% a. a. além da inflação do período medido pelo IPCA.
O resgate ocorre em 01/03/20X6.

Quadro 9 – Na Aplicação (01/10/20X5)


Débito Crédito
Aplicação Banco A 50.000,00 -
Conta Corrente (Banco A) - 50.000,00

Dado que a correção é pós-fixada, o cálculo do rendimento não será


possível no início da aplicação. Os rendimentos e correções são calculados a
partir do resultado aferido no encerramento dos períodos, e na data do resgate
faz-se a mensuração exata dos rendimentos.
Assim, ao realizar o fechamento do balancete em 31/12/20X5, é possível
fazer a mensuração considerando que a inflação (IPCA) do período (01/10/20X5
– 31/12/20X5) fechou em 5%:
 Correção Monetária: $ 50.000,00 x 5% = $ 2.500,00
 Valor Corrigido: $ 50.000,00 + $ 2.500,00 = $ 52.500,00

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 Taxa de Juros do Período: (10%/12) x 3 meses = 0,8333% x 3 meses =
2,5%
 Juros do Período: $ 52.500,00 x 2,5% = $ 1.312,50
 Rendimentos do Período: $ 2.500,00 + $ 1.312,50 = $ 3.812,50

Com isso, a contabilização da aplicação financeira pode ser expressa da


seguinte forma:

Quadro 10 – Aplicação em 31/12/20X5


Débito Crédito
Aplicação Banco A 3.812,50 -
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa - 3.812,50

Agora, considerando o resgate exercido em 01/03/20X6, assumindo que


a inflação do período 01/10/20X5 a 01/03/20X6 ficou em 7%, teremos:
 Correção Monetária: $ 50.000,00 x 7% = $ 3.500,00
 Valor Corrigido: $ 50.000,00 + $ 3.500,00 = $ 53.500,00
 Taxa de Juros do Período: (10%/12) x 5 meses = 0,8333% x 5 meses =
4,1667%
 Juros do Período: $ 53.500,00 x 4,1667% = $ 2.229,19
 Rendimentos Totais: $ 3.500,00 + $ 2.229,19 = $ 5.729,19
 IR retido na fonte: $ 859,38

Com isso, a contabilização da aplicação financeira pode ser expressa da


seguinte maneira:

Quadro 11 – No Resgate em 01/03/20X6


Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 54.869,81
IR a Recuperar 859,38
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa 1.916,69
Aplicação Banco A 53.812,50
Total 55.729,19 55.729,19

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Para um melhor entendimento dessa última contabilização,
principalmente no montante de Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa,
é preciso entender que o período da aplicação foi dividido em duas partes. A
primeira compreende o período de 01/10/20X5 a 31/12/20X5. Neste, o
rendimento total da aplicação foi de $ 3.812,50. Um segundo período, o qual
refere-se a essa segunda contabilização, foi de 01/01/20X6 a 01/03/20X6. A
conta de Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa desse segundo
lançamento é feita considerando apenas os rendimentos desse período. Assim,
se o rendimento total da Aplicação (considerando o período de 01/10/20X5 a
01/03/20X6) foi de $ 5.729,19, o rendimento do segundo período considerado foi
de $ 5.729,19 - $ 3.812,50 = $ 1.916,69.
Dada a análise destas três situações que envolvem aplicações, sendo
indiferente a natureza e apenas considerando a forma de contratação, percebe-
se o cuidado necessário para se manter o regime de competência corretamente
aplicado. Para os três casos, o contador deve tomar cuidado em como serão
reconhecidas as Receitas Financeiras oriundas da Operação.

TEMA 4 – EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS EM CURTO E LONGO PRAZO


Uma forma de gerenciar o caixa de uma empresa é considerar a falta de
recursos para o cumprimento de alguma obrigação ou para a realização de
alguma obra ou melhoria. Essa falta de caixa leva à necessidade de a empresa
requerer junto a terceiros os recursos necessários, o que configuraria um
empréstimo ou um financiamento.
Basicamente, a diferença de empréstimo e financiamento é o período de
pagamento e o objetivo apresentado no pedido do recurso. Empréstimos são
geralmente aplicados em casos de necessidade de capital para o cumprimento
de alguma obrigação ou de capital de giro. Eles podem ser destinados ao
pagamento de fornecedores, funcionários, despesas administrativas ou
simplesmente para aumento do caixa disponível por parte da empresa.
Os financiamentos, por sua vez, consideram geralmente a obtenção de
algum Ativo fixo. Isso implica, por exemplo, na ampliação do parque fabril da
empresa ou na compra de maquinário, de software, de propriedades, entre
outros. Diferentemente do empréstimo, o financiamento costuma ser de longo
prazo, ou seja, uma empresa que contrai um financiamento deve quitá-lo em

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períodos que podem ultrapassar 15 anos. Em contrapartida, a maioria dos
empréstimos devem ser liquidados, na maioria das vezes, em meses.
Um procedimento importante que ocorre quando uma empresa adquire
um empréstimo ou financiamento, é a garantia dada por ela de que consolidará
o pagamento da dívida. A princípio, surge mais uma diferença entre empréstimo
e financiamento, visto que o segundo costuma dar como principal garantia o
próprio bem ao qual se destina o montante. Já o empréstimo geralmente coloca
como garantia algum bem da própria empresa. Assim, surgem alguns casos
específicos de empréstimos como o caso do Desconto de Duplicatas.
O Desconto de Duplicatas pode ser considerado uma forma de
empréstimo, visto que trabalha com a cobrança de juros pelo aporte monetário
realizado pela instituição financeira no ato da contratação do serviço.
Inicialmente, a empresa tem um conjunto de Duplicatas a Receber (ou Contas a
Receber) – um direito de recebimento futuro diante de seus clientes. Entretanto,
a empresa necessita do valor em tempo presente e não pode esperar o tempo
de exercer as duplicatas. Dessa forma, a empresa reúne todas as duplicatas
disponíveis e elabora um documento chamado borderô e o encaminha ao banco.
Este, adianta à empresa o valor das duplicatas descontando um montante de
juros (por isso a associação com o empréstimo), mais taxas administrativas. O
banco tem nas duplicatas a segurança do recebimento do valor adiantado.
Todavia, caso algum cliente deixe de pagar, quem tem a obrigação de quitá-la
será a própria empresa.
Novamente, ao considerar os empréstimos, financiamentos e desconto de
duplicatas surge sempre a discussão de como foi dado o contrato de
fornecimento de recursos, se prefixado ou pós-fixado. Em desconto de
duplicatas, a relação é sempre prefixada, visto que no ato da negociação a
empresa e o banco já estabelecem o valor de desconto. Entretanto, no caso dos
empréstimos e financiamentos existe a questão da forma de construção do
contrato de serviço financeiro, além de considerar se o valor obtido é de curto ou
longo prazo. Visto que os valores de curto prazo devem ser lançados no
Circulante, já os de longo prazo devem ser lançados no Não Circulante.

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TEMA 5 – FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO
Considerando o que foi destacado no tópico anterior, existem duas formas
de obtenção de aportes financeiros pelas empresas oriundos de instituições
financeiras: o empréstimo e o financiamento. Em termos gerais, o que implica na
contabilização de ambos é o tipo de contrato estabelecido: de natureza prefixada
– no qual a empresa sabe exatamente o quanto pagará ao fim do período – ou
os de natureza pós-fixada – quando o valor fornecido é corrigido por um
indexador de mercado.
Dessa forma, a apresentação dessas características será realizada
considerando situações de aplicação. Inicialmente, trataremos dos empréstimos
com encargos prefixados. Estes constituem a categoria de empréstimos
destinados a suprir necessidades momentâneas das empresas, possivelmente
causadas por falta de caixa. O prazo de liquidação costuma variar de 1 a 6
meses.

Situação 1 (Empréstimos com Encargos Prefixados):


Uma empresa toma um empréstimo no dia 25/05/20X6 de $ 6.000,00, com
vencimento em 26/06/20X6. Incide sobre ele juros e encargos de $ 1.000,00, IOF
de $ 60,00 e taxas de contrato de $ 75,00.

Quadro 12 – Na Liberação
Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 4.865,00
Encargos Financeiros a Incorrer 1.000,00
IOF sobre Empréstimos 60,00
Despesas Bancárias 75,00
Empréstimo de Curto Prazo (Banco A) 6.000,00
Total 6.000,00 6.000,00

No dia 31/05/20X6, fechamento do mês, a contabilidade registrará os


Encargos Financeiros, de acordo com o regime de competência. Deve
contemplar 6/30 do montante de juros. Assim, $ 1.000,00/30 = $ 33,33 ao dia;
como já passaram 6 dias, incidem juros de $ 200,00. Logo, no balanço será
lançado:

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Quadro 13 – Em 31/05/20X6
Débito Crédito
Juros e Encargos Sobre Empréstimos 200,00
Encargos Financeiros a Incorrer 200,00

Assim, no dia 26/06/20X6 a contabilidade poderá lançar a liquidação


desse empréstimo considerando o pagamento do restante dos juros
($ 1.000,00 - $ 200,00 = $ 800,00) e a liquidação da dívida.

Quadro 14 – Em 26/06/20X6
Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 6.000,00
Empréstimo de Curto Prazo (Banco A) 6.000,00
Juros e Encargos sobre Empréstimos 800,00
Encargos Financeiros a Incorrer 800,00

É importante notar que, na obtenção do empréstimo, foi lançado na conta


Empréstimos de Curto Prazo (Banco A) $ 6.000,00 a crédito, visto que seria um
dinheiro de origem – logo, saldo credor. Ao liquidar a dívida, o pagamento torna-
se uma despesa, por isso, lança-se como saldo devedor. Analogamente, como
foi realizado o pagamento do empréstimo, o recurso saiu da Conta Corrente –
um ativo – assim como houve a redução de um ativo no valor de $ 6.000,00, o
lançamento junto a Conta Corrente (Banco A) deve ser a crédito, sendo redutora
do ativo.

Situação 2 (Empréstimos com Encargos Pós-fixados):


Uma empresa obtém um empréstimo de $ 50.000,00 no dia 01/04/20X6,
com vencimento em 31/05/20X6. Sobre este, o banco cobra juros de 12% a. a.
mais correção monetária, IOF de $ 600,00 e taxa de serviços de $ 450,00.

Quadro 15 – Na Liberação 01/04/20X6


Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 48.950,00
IOF sobre Empréstimos 600,00
Despesas Bancárias 450,00
Empréstimo de Curto Prazo (Banco A) 50.000,00

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É importante ter atenção com o lançamento no ato da liberação do
empréstimo. Nesse caso, como a negociação é pós-fixada, só se terá noção dos
juros cobrados no fechamento do contrato ou do primeiro período.
Em 30/04/20X16, temos o fechamento de um período contábil, logo,
assume-se a inflação do mês como 1% e temos:
 Correção monetária: $ 50.000,00 x 1% = $ 500,00
 Valor Corrigido: $ 50.500,00
 Taxa de Juros do Período: 12%/12 = 1%
 Juros do Período: $ 50.500,00 x 1% = $ 505,00
 Valor total: $ 50.500,00 + $ 505,00 = $ 51.005,00
 Juros e Encargos: $51.005,00 - $ 50.000,00 = $ 1.005,00

Quadro 16 – Lançamento em 30/04/20X16


Débito Crédito
Juros e Encargos sobre Empréstimo 1.005,00
Empréstimo de Curto Prazo (Banco A) 1.005,00

O lançamento descrito acima será aplicado na conta Juros e Encargos


Sobre Empréstimo como saldo devedor, por se tratar de uma despesa.
Compensatoriamente, ocorre um aumento de passivo na conta Empréstimo de
Curto Prazo (Banco A), logo, o mesmo montante é aplicado em crédito nessa
conta.
No encerramento do contrato de empréstimo, temos a correção final do
empréstimo considerando a inflação do período de 2,5%, assim:
 Correção Monetária: $ 50.000,00 x 2,5% = $ 1.250,00
 Taxa de Juros do Período: (12%/12) x 3 = 3%
 Juros do Período: $ 51.250,00 x 3% = $ 1.537,50
 Valor total: $ 51.250,00 + $ 1.537,50 = $ 52.787,50
 Juros e Encargos: $ 52.787,50 - $ 50.000,00 = $ 2.787,50
 Juros e Encargos do mês: $ 2.787,50 - $ 1.005,00 = $ 1.782,50

16
Quadro 17 – Lançamento em 31/05/20X16
Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 52.787,50
Juros e Encargos Sobre Empréstimo 1.782,50
Empréstimo de Curto Prazo (Banco A) 52.787,50 1.782,50
Total 54.570,00 54.570,00

A contabilização do empréstimo com condições pós-fixadas exige uma


consideração importante no decorrer do exercício do empréstimo: o valor dos
juros é inserido a débito no valor. Ao se liquidar, a empresa deve reduzir da
Conta Corrente o montante total do pagamento do valor emprestado, do juro e
encargos incorridos.
Nos dois casos apresentados anteriormente, a empresa obtém
empréstimo cujo pagamento é em curto prazo. Entretanto, quando a empresa
busca um financiamento e é pago durante um longo período, fica como detalhado
a seguir.

Situação 3 (Financiamentos):
Uma empresa obteve junto a um órgão de fomento um montante de $
1.200.000,00 para aumentar seu parque fabril. Esse financiamento será pago em
48 vezes de $ 26.000,00. Além disso, a empresa precisa pagar $ 2.500,00 de
taxas bancárias e mais 1,5% de IOF sobre o valor emprestado.
Inicialmente, a empresa tem um empréstimo líquido de $ 1.200.000,00
descontados $ 2.500,00 de taxas bancárias e $ 18.000,00 de IOF ($
1.200.000,00 x 1,5%), ou seja, um montante de $ 1.179.500,00, que são
lançados a débito em uma conta da empresa. Também é preciso considerar o
juro pago pelo empréstimo, visto que são 48 parcelas de $ 26.000,00, perfazendo
um total de $ 1.248.000,00. Destes, então, $ 48.000,00 são o total de juros
pagos. Deve-se considerar que 12 parcelas serão pagas no curto prazo (CP) e
as demais no longo prazo (LP). Destaca-se que Juros a Transcorrer é uma conta
redutora de passivo, por isso, seu lançamento deve ser realizado a débito. Ainda,
do total devido, lembre-se que 12 parcelas são do curto prazo e as demais no
longo prazo. Assim o Balanço inicial do financiamento é apresentado a seguir.

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Quadro 18 – Balanço inicial do financiamento
Débito Crédito
Bancos Conta Movimento 1.179.500,00
Taxas Bancárias 2.500,00
IOF 18.000,00
Juros a Transcorrer (Redutora PC)* 12.000,00
Juros a Transcorrer (Redutora PNC)* 36.000,00
Empréstimo a pagar (CP) 312.000,00
Empréstimo a pagar (LP) 936.000,00
Total 1.248.000,00 1.248.000,00
*Redutora PC= Redutora Passivo Circulante
*Redutora PC = Redutora Passivo Não Circulante

No momento do pagamento de uma parcela, os lançamentos devem


conter, principalmente, o pagamento de empréstimos a pagar, a redução de
Bancos Conta Movimento, a Despesa com Juros e o Crédito de Juros a
Transcorrer. Assim, o balanço em cada momento de pagamento da parcela é
dado por:

Quadro 19 – Balanço em cada momento de pagamento da parcela


Débito Crédito
Bancos Conta Movimento 26.000,00
Empréstimo a pagar (CP) 26.000,00
Despesas do Juros 1.000,00
Juros a Transcorrer (Redutora PC) 1.000,00

Também é necessário lembrar de transferir o montante de uma parcela


de empréstimo de longo prazo para o curto prazo. Este tem de acontecer com
juros a transcorrer.
Por fim, uma terceira forma de captação de recursos consiste em
descontar duplicatas em um banco. O desconto de duplicatas, como já
mencionado, funciona como uma forma de empréstimo, o que pode ser
interessante para alguns tipos de empresa.

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Situação 4 (Desconto de Duplicata):
Uma empresa envia a um banco um borderô com uma remessa de $
20.000,00 composta por 22 duplicatas. O banco cobra o valor de $ 1,50 por
duplicata como taxa de serviço. Pelo período de vencimento, o banco exercerá
um desconto de 15% no valor da duplicata. Deve-se lembrar que a empresa fica
livre da duplicata apenas no ato do pagamento do cliente.

Quadro 20 – Lançamento inicial


Débito Crédito
Bancos Conta Movimento 16.967,00
Taxas Bancárias (22*1,50) 33,00
Juros Encargos Sobre Empréstimo (15%) 3.000,00
Duplicatas Descontadas Bancos 20.000,00

Como a empresa fica atrelada a duplicata até o pagamento consolidado


do cliente, duplicata a duplicata, a empresa vai registrar assumindo o caso de
uma duplicata de $ 1.200,00:

Quadro 21
Débito Crédito
Duplicatas Descontadas Bancos 1.200,00
Clientes 1.200,00

Dessa forma, as duplicatas serão baixadas uma a uma e o passivo


assumido com o banco vai sendo reduzido. É por ser uma conta redutora do
passivo que Duplicatas Descontadas em Bancos é lançada como débito no
pagamento.

TROCANDO IDEIAS
A seguir, indicamos algumas leituras importantes.
A respeito de Empréstimos e Financiamentos:
 FOLLADOR, N. Empréstimos e financiamentos. Escolha certa, 31 out.
2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LFVJe66T57I>.
Acesso em: 09 dez 2016.

19
A respeito de contabilização de Empréstimos com juros:
 SCARPIN, J. E. Contabilização de empréstimos com juros. Jorge Eduardo
Scarpin, 8 ago. 2013. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ff8i6zNDANc>. Acesso em: 09 dez.
2016.

NA PRÁTICA
Exercício de Aplicação com Liquidez Imediata
Uma empresa aplica um montante de $ 20.000,00 e o resgata no dia
seguinte com $ 500,00 de rendimentos financeiros da aplicação. O Banco ainda
desconta $ 100,00 de IR. Faça os lançamentos.

Respostas:

 Na aplicação
Débito Crédito
Aplicação no Banco A 20.000,00 -
Conta Corrente (Banco A) - 20.000,00
Total 20.000,00 20.000,00

 No resgate
Débito Crédito
Conta Corrente (Banco A) 10.300,00
IR a Recuperar 100,00
Receitas de Aplicação Financeira de Renda Fixa 500,00
Aplicação no Banco A 20.000,00
Total 10.500,00 10.500,00

Exercício de Financiamentos
Uma empresa obteve junto a um órgão de fomento um montante de $
400.000,00 para aumentar seu parque fabril. Este financiamento será pago em
36 vezes de $ 12.000,00. Além disso, a empresa precisa pagar $ 1.000,00 de
taxas bancárias e mais 1,5% de IOF sobre o valor emprestado.

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Respostas:
 No lançamento
Débito Crédito
Bancos Conta Movimento 393.000,00
Taxas Bancárias 1.000,00
IOF 6.000,00
Juros a Transcorrer (Redutora PC) 10.666,67
Juros a Transcorrer (Redutora PNC) 21.333,33
Empréstimo a pagar (CP) 144.000,00
Empréstimo a pagar (LP) 288.000,00
Total 432.000,00 432.000,00

 Nas parcelas

Débito Crédito
Bancos Conta Movimento 12.000,00
Empréstimo a pagar (CP) 12.000,00
Despesas do Juros 888,89
Juros a Transcorrer (Redutora PC) 888,89
Total 12.888,89 12.888,89

Exercício de Desconto de Duplicata


Uma empresa envia a um banco um borderô com uma remessa de
$ 30.000,00 composta por 30 duplicatas. O banco cobra o valor de $ 1,50 por
duplicata como taxa de serviço. Pelo período de vencimento, o banco exercerá
um desconto de 20% no valor da duplicata. Deve-se lembrar que a empresa fica
livre da duplicata apenas no ato do pagamento do cliente. Qual seria o
lançamento se um cliente quita uma duplicata de $ 1.500,00?

Respostas:
 Lançamento inicial

Débito Crédito

Bancos Conta Movimento 23.955,00


Taxas Bancárias 45,00
Juros Encargos Sobre Empréstimo 6.000,00
Duplicatas Descontadas Bancos 30.000,00
Total 30.000,00 30.000,00

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 Ao pagar uma duplicata de $ 1.500,00
Débito Crédito
Duplicatas Descontadas Bancos 1.500,00
Clientes 1.500,00
Total 1.500,00 1.500,00

SÍNTESE
De acordo com o estudado, as alterações no caixa de uma empresa podem gerar
operações muito distintas que podem ser de um nível razoável de complexidade
em sua contabilização. Basicamente, as operações oriundas com o excesso de
caixa podem gerar aplicações financeiras, geralmente de curto prazo e com
taxas de risco pequenas e retornos garantidos. Quando o problema é a falta de
caixa, a empresa conta com a possibilidade de obter empréstimos e
financiamentos que, apesar de serem aplicáveis a longo prazo, exigem da
empresa uma garantia de pagamento. Assim, foi possível construir uma base
inicial para o tratamento de operações financeiras que ocorrem no dia-a-dia das
empresas.

REFERÊNCIAS
CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento
Técnico CPC 38: Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração.
(2009). Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em: 09 dez. 2016.

FERREIRA, R. J. Contabilidade básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Ferreira,


2009.

IUDICIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade comercial: atualizado


conforme Lei n. 11.638/07 e Lei n. 111.941/09. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo Atlas, 2009.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica: contabilidade


introdutória e intermediária. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SZUSTER, N. et al. Contabilidade geral. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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