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DIREITOS HUMANOS

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Os Direitos Humanos são direitos inscritos e positivados em tratados ou previstos em
costumes internacionais.
Principais características dos Direitos Humanos
São caracterizados pela historicidade, universalidade, essencialidade, irrenunciabilidade,
inalienabilidade, inexauribilidade, imprescritibilidade, efetividade, inviolabilidade,
limitabilidade, vedação ao retrocesso, indivisibilidade, complementaridade, unicidade
existencial e inter-relacionariedade.
Dimensões dos Direitos Humanos
a) Primeira Dimensão: são os direitos de liberdade; representados pelos direitos civis e
políticos. São direitos com aplicabilidade imediata, que impõem obrigações de não fazer ao
Estado. Os primeiros direitos de primeira dimensão a serem assegurados foram: à vida, à
liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ao voto e a ser votado e à uma série de
liberdade de expressão, como a de imprensa, de manifestação e de reunião.
b) Segunda Dimensão: são os direitos de igualdade , representados pelos direitos
econômicos, sociais e culturais. Protege o indivíduo, mas sob a perspectiva de um grupo,
como o grupo de trabalhadores. Ademais, são direitos com aplicabilidade mediata e
progressiva. Os primeiros direitos de segunda dimensão a serem assegurados foram: à
saúde, à moradia, à alimentação, à educação, à previdência, etc.
c) Terceira Dimensão: são os direitos de fraternidade e solidariedade, representados pelos
direitos difusos e coletivos. Exemplos de direitos de terceira geração são: à paz,
desenvolvimento, comunicação, solidariedade e segurança mundiais, proteção ao meio
ambiente e conservação do patrimônio comum da humanidade. Todos os direitos reservados
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Classificação dos Direitos Humanos
I Liberdades:
As liberdades são poderes de fazer, seu objeto, portanto, são ações (fazeres) ou omissões
(não fazeres). Dentro desses direitos de liberdade, temos:
a) a liberdade de locomoção;
b) a liberdade de pensamento;
c) a liberdade de reunião;
d) a liberdade de associação;
e) a liberdade de profissão;
f) a liberdade de ação;
g) a liberdade sindical;
h) o direito de greve.
II Os Direitos de Crédito: São poderes de reclamar alguma coisa, seu objeto são
contraprestações positivas, em geral prestações de serviços (ex.: o direito ao trabalho, à
educação, à proteção da saúde).
III Os Direitos de Situação:
São poderes de exigir um status. Seu objeto é uma situação a ser preservada ou
restabelecida. Por exemplo, o direito ao meio ambiente (sadio) e de modo geral os direitos
da terceira geração: direito à paz,direito (ao respeito) à autodeterminação dos povos.
IV Os Direitos-Garantias:
Estes se dividem em garantias limites e direitos a garantias instrumentais:
a) os direitos a garantias-instrumentais são poderes de mobilizar a atuação do Estado, em
especial do Judiciário, em defesa de outros direitos. Em geral são direitos de ação, seu
objeto é uma prestação judicial. Por exemplo, o mandado de segurança ou o habeas corpus;
b) direitos a garantias-limite são poderes de exigir que não se façam determinadas coisas.
São direitos a um não fazer. Por exemplo, o direito a não sofrer censura, a não ser
expropriado sem justa indenização. Todos os direitos reservados à CS Tecnologia
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PROTEÇÃO INTERNA E INTERNACIONAL
Sistemas de Proteção
É possível estudar o conjunto de normas que visam proteger as pessoas, mediante a análise
de sistemas de proteção que sofrem uma classificação doutrinária já conhecida. As normas
nacionais, internas, com destaque à Constituição Federal de 1988, compõem o que se
denomina de sistema interno ou nacional.
Proteção Interna
O sistema nacional é composto por normas constitucionais, tanto tipificadas, expressas, ou
seja, escritas na Constituição, quanto as não tipificadas (não escritas), que ingressam por
uma cláusula de abertura ou geral, o § 2° do art. 5° da CF: “(...) não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte”.
Proteção Internacional
O Sistema Global é gerenciado pela ONU, com alcance universal. Composto por vários
documentos internacionais, tais como:
- Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948: instituída pela Revolução 217-A/
III da Assembleia-Geral da ONU. Esse documento está fundamentado em dogmas jus
naturalista e prevê direitos de primeira e segunda geração;
- Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos, de 1966: apenas entrou em vigor em
1976. Tal pacto trata de ora de obrigações negativas ao Estado, ora positivas; Todos os
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- Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966: trata de
direitos de segunda geração, tendo entrado em vigor apenas em 1976. Este documento
estabeleceu responsabilidade aos Estados partes, diferentemente do tratado anterior, o atual
tem aplicação mediata ou progressiva, exigindo investimentos técnicos e financeiros por
parte dos Estados para implantação de seus direitos;
- Carta Internacional dos Direitos Humanos: é constituída pela declaração universal dos
Direitos Humanos, pelo Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
e pelo pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos
facultativos.
Em se tratando dos Sistemas Regionais, o mais relevante para a prova da OAB é o
americano ou interamericano, de responsabilidade da OEA, no qual se insere o Brasil como
membro da organização e como signatário dos dois principais documentos: a Carta de
Bogotá e o Pacto de San José da Costa Rica ou Convenção Americana de Direitos
Humanos.
Os Sistemas de Petições Individuais consiste no mecanismo de denúncias particulares da
OEA, envolve dois órgãos; um de natureza administrativa e de caráter político, sediado em
Washington, e outro de natureza jurisdicional, uma verdadeira corte internacional
prolatadora de sentenças internacionais. O primeiro é a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, o segundo é a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A sentença internacional da Corte Interamericana é inapelável e definitiva, não
necessitando de homologação pelo STJ, em razão de o Brasil ter acatado expressamente a
competência da Corte em 1998, cuja execução interna se dará, caso não seja cumprida
voluntariamente, perante a Justiça Federal.
Alguns casos contra o Estado brasileiro
- Condenações: A primeira demanda foi o Caso Ximenes Lopes vs. Brasil, que gerou a
primeira condenação do Estado brasileiro no sistema interamericano.
O Caso Damião Ximenes foi apresentado a Corte pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos em janeiro de 2004 e a sentença proferida em julho de 2006. A referida Todos os
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condenação brasileira trouxe à baila a situação das casas de tratamento psiquiátrico no país.
Ademais, em 2009, tivemos o julgamento do caso Escher e Outros vs. Brasil e Garibaldi vs.
Brasil. O último caso julgado pela Corte Interamericana contra o Brasil foi o conhecido
Caso da Guerrilha do Araguaia – Caso Gomes Lund e outros.
- Casos arquivados: tivemos o caso Nogueira de Carvalho e Outros vs. Brasil, submetido a
Corte em janeiro de 2005, na qual o Brasil foi absolvido.
- Medidas provisórias: O caso da prisão Urso Branco pode ser considerado um marco na
história do Brasil diante do sistema interamericano, haja vista que traz em seu bojo, as
primeiras medidas provisionais adotadas contra o Estado brasileiro. Em 2002, a Comissão
Interamericana apresentou à Corte uma solicitação de medidas provisórias em relação à
República Federativa do Brasil a respeito dos internos da Casa de Detenção José Mário
Alves, também conhecida como prisão “Urso Branco”, localizada em Porto Velho (RO). O
principal objetivo das medidas era o de evitar mais mortes, e, para tanto a Corte
Interamericana determinou ao Estado brasileiro a adoção de medidas para a proteção da
vida e integridade física de todos os internos.

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