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Título : Qualificação técnica – Serviços – Exigências – IN nº 02/08 da SLTI/MPOG –


Alterações.

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 1196/250/DEZ/2014

PERGUNTA 5 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Tendo em vista as últimas alterações na IN nº 02/08 da SLTI/MPOG, de forma resumida, o que


pode ser exigido para fins de qualificação técnica dos licitantes?

Conforme ponderou o Tribunal de Contas da União no Acórdão nº 1.214/2013 – Plenário, dada a falta
de critérios específicos para aferição da qualificação técnica nas licitações, a Administração vinha se
balizando por orientações destinadas à contratação de obras, as quais são, na generalidade dos
casos, inapropriadas para selecionar empresas para prestação de serviços terceirizados.

Nesse contexto de aplicação de critérios próprios para as licitações de obras, usualmente a


Administração exigia das licitantes apenas a comprovação de ter prestado serviço equivalente a, no
mínimo, 50% do quantitativo que estava sendo contratado, o que, no mais das vezes, se mostrava
insuficiente na contratação de prestação de serviços terceirizados.

No citado Acórdão, o TCU reconheceu que, nesse tipo de serviço, regra geral, as empresas não são
especializadas no serviço em si, mas na administração de mão de obra. Por conta disso, os maiores
problemas enfrentados nessas contratações estão relacionados à incapacidade gerencial das
empresas, não à incapacidade técnica para a prestação dos serviços, em geral de baixa
complexidade.

Partindo desses pressupostos, o TCU recomendou à Secretaria de Logística e Tecnologia da


Informação do Ministério do Planejamento, que a IN nº 02/08 sofresse uma série de alterações, as
quais, em larga medida, foram promovidas com a publicação da IN nº 06/13, cujo objetivo, entre
outros, foi conferir à Administração critérios mais rigorosos e adequados para avaliação da qualificação
técnica nas licitações para contratação de empresas prestadoras de serviços terceirizados.

Assim, de acordo com a atual disciplina, os requisitos para a qualificação técnica nas licitações visando
à contratação de prestação de serviços terceirizados serão a seguir listados.

a) A comprovação da qualificação técnica deverá ser feita por meio de atestados ou declarações
emitidos por pessoas jurídicas de direitos público ou privado, capazes de comprovar aptidão para
desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o
objeto de que trata o processo licitatório.

b) Os atestados de capacidade técnico-operacional apresentados pela licitante não precisam dizer


respeito a objeto idêntico ao da licitação, mas deverão referir-se a serviços prestados no âmbito de
suas atividades econômicas principal ou secundária especificadas no contrato social vigente e que
sejam compatíveis com o objeto da licitação.

c) A Administração poderá exigir comprovação de que a licitante tenha executado serviços de


terceirização compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não inferior a três anos.

d) A comprovação da condição prevista no item anterior pode ocorrer por meio do somatório de
atestados.

e) A comprovação de que a licitante prestou “serviços compatíveis em quantidade com o objeto


licitado” ocorre nos termos dos §§ 7º e 8º do art. 19 da IN nº 02/08, ou seja, para contratos com mais
de 40 postos de trabalho, a compatibilidade em relação ao quantitativo será comprovada por

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atestado(s) que comprove(m) um mínimo de 50% desse quantitativo, e para contratos com 40 postos
de trabalho ou menos, a compatibilidade em relação ao quantitativo será comprovada por atestado(s)
que comprove(m) um mínimo de 20 postos.

f) Nos moldes do § 12 do art. 19, cumpre à licitante comprovar que gerencia ou gerenciou serviços de
terceirização compatíveis com o objeto licitado por período não inferior a três anos, observados os
quantitativos mínimos previstos nos §§ 7º ou 8º desse artigo, conforme o caso, admitindo-se, para
tanto, o somatório de atestados.

g) Para qualquer fim, somente serão aceitos atestados expedidos após a conclusão do contrato ou se
decorrido, pelo menos, um ano do início de sua execução.

h) A Administração poderá exigir, no edital de licitação, que o licitante instale escritório no local
(cidade/município) em que ocorrerá a prestação do serviço, devendo as licitantes declarar, na fase de
habilitação, o compromisso de atender a essa exigência no prazo máximo de 60 dias contados a partir
da vigência do contrato.

i) A Administração poderá exigir e o licitante deverá disponibilizar todas as informações necessárias à


comprovação da legitimidade dos atestados solicitados, apresentando, entre outros documentos, cópia
do contrato que deu suporte à contratação.

Resumidamente, essas são as principais novidades promovidas pelas últimas alterações na IN nº


02/08 da SLTI/MPOG no que toca à qualificação técnica das licitantes nas contratações de serviços
terceirizados.

Atente-se, contudo, que a adoção dessas medidas não ocorre de modo cogente em todas as
licitações, pois, na forma do § 11 do art. 19,

justificadamente, a depender da especificidade do objeto a ser licitado, os requisitos de qualificação


técnica e econômico-financeira constantes deste artigo poderão ser adaptados, suprimidos ou
acrescidos de outros considerados importantes para a contratação, observado o disposto nos arts. 27
a 31 da Lei nº 8.666, de 1993.

Como citar este texto:


Qualificação técnica – Serviços – Exigências – IN nº 02/08 da SLTI/MPOG – Alterações. Revista
Zênite – Informativo de Licitações e Contratos (ILC), Curitiba: Zênite, n. 250, p. 1196, dez. 2014, seção
Perguntas e Respostas.

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