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CURITIBA
2018
MARCUS VINÍCIUS SANTOS SCAPIN
CURITIBA
2018
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus Curitiba - Sede Ecoville
PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Departamento Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo
TERMO DE APROVAÇÃO
Por
This paper reaches the goal to develop the project of an Urban Agriculture Center in
Curitiba, focusing on agricultural production in the urban context. It is intended to create
a multifunctional building that supports the practices of cultivating a vertical farm, also
containing pedagogical environments and a public market. The research was
developed through analyzes of theoretical references, with aiming to understand the
concepts of food safety, how urban agriculture occurs and its historical development,
the methods of cultivation used and what aspects are necessary to carry out the
cultivation in buildings, based on case studies. After this analysis, it is sought to
understand the context of urban agriculture in Curitiba and in what urban reality this
building will be inserted, establishing where will be the area of implementation of the
project. Finally, the project guidelines were established, taking into account all the
aspects analyzed in the course of the research.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15
1.1 PROBLEMA ....................................................................................................... 15
1.2 HIPÓTESE ......................................................................................................... 15
1.3 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 15
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 16
1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 16
1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................... 17
2. AGRICULTURA URBANA................................................................................... 19
2.1 AUMENTO DA POPULAÇÃO GLOBAL, URBANIZAÇÃO E CONCEITO DE ... 19
SEGURANÇA ALIMENTAR ...................................................................................... 19
2.2 CONCEITO DE AGRICULTURA URBANA ........................................................ 22
2.3 HISTÓRICO DA AGRICULTURA URBANA ....................................................... 25
2.3.1 Contexto Histórico Global ................................................................................ 25
2.3.2 Contexto Histórico Nacional ............................................................................ 27
2.4 FAZENDAS VERTICAIS .................................................................................... 29
3. MÉTODO DE CULTIVO ....................................................................................... 31
3.1 CULTURA HIDROPÔNICA DE HORTALIÇAS .................................................. 32
3.2 DESEMPENHO TÉRMICO ................................................................................ 35
4. ESTUDOS DE CASO ........................................................................................... 38
4.1 PASONA URBAN FARM, KONO DESIGNS (2010) ........................................... 38
4.2 AGRO-MAIN-VILLE, ABF-LAB (2016) ............................................................... 43
4.3 FAZENDA VERTICAL GROWING FARM, THE KUBALA WASHATKO ........... 51
ARCHITECTS – TKWA (2010).................................................................................. 51
5. CONTEXTO DA AGRICULTURA URBANA EM CURITIBA ............................... 58
5.1 PLANO MUNICIPAL DE CONTROLE AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO .. 58
SUSTENTÁVEL ........................................................................................................ 58
5.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO À AGRICULTURA URBANA .............. 59
5.3 CENSO OFICIAL DA AGRICULTURA URBANA EM CURITIBA ....................... 65
6. INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE .................................................................. 67
6.1 CONTEXTO DO BAIRRO REBOUÇAS ............................................................. 67
6.1.1 Histórico .......................................................................................................... 67
6.1.2 Dados Estatísticos ........................................................................................... 68
6.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................................................................. 70
6.2.1 Análise do Entorno .......................................................................................... 73
6.2.2 Acesso ao Transporte ..................................................................................... 75
6.2.3 Relação com o Abastecimento ........................................................................ 77
7. DIRETRIZES DE PROJETO ................................................................................ 79
7.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................... 80
8. PROPOSTA ......................................................................................................... 94
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 94
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 95
APÊNDICE A – PRANCHAS DO PROJETO ......................................................... 100
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
1.2 HIPÓTESE
1.5 JUSTIFICATIVA
2. AGRICULTURA URBANA
Situação de Descrição
Segurança Alimentar
Segurança Alimentar
Os moradores dos domicílios têm acesso regular e permanente a
alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais
Insegurança
Preocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro;
Alimentar leve qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam
não comprometer a quantidade de alimentos
De acordo com o IBGE (2004), também pode ser definido como domicílio com
insegurança alimentar aquele em que nos últimos três meses ocorreu pelo menos uma
das quatro situações:
1. Um ou mais moradores ficaram preocupados por não terem certeza de
que os alimentos disponíveis durariam até que fosse possível comprar ou receber
mais comida que constituía a sua alimentação habitual;
2. A comida disponível para os moradores acabou antes que tivessem
dinheiro para comprar mais alimentos que constituíam as suas refeições habituais,
22
sem considerar a existência dos alimentos secundários (óleo, manteiga, sal, açúcar,
etc.), uma vez que sozinhos não constituem a alimentação básica;
3. Os moradores da unidade domiciliar ficaram sem dinheiro para ter uma
alimentação saudável e variada;
4. Os moradores da unidade domiciliar comeram apenas alguns alimentos
que ainda tinham porque o dinheiro acabou.
Gráfico 2: Porcentagem total das Iniciativas por tipo de atividade de Agricultura Urbana nas Regiões
Metropolitanas.
PV = Produção Vegetal; PA = Produção Animal; PI = Produção de Insumos; C =
Comercialização; T = Transformação; S = Serviços. Fonte:
Santandreu e Lovo, 2007.
29
3. MÉTODO DE CULTIVO
culturais, ciclos mais curtos em decorrência do controle ambiental, redução das perdas
por adversidades climáticas por se tratar de um ambiente controlado, o que garante
maior segurança de produção na entressafra, além de proporcionar o aproveitamento
de áreas relativamente pequenas (Zatarin, 1997).
As espécies vegetais são irrigadas com uma solução nutritiva, sendo
colocadas em canais de cultivo, também chamados de perfis hidropônicos, que devem
variar seu tamanho e disposição conforme a espécie vegetal e o grau de crescimento
em que este se encontra (Faquim & Furlani, 1999). O Quadro 4 apresenta as medidas
e os espaçamentos dos canais de cultivo conforme a espécie de hortaliça de frutos,
além dos espaçamentos entre as plantas. O tamanho do canal pequeno possui 2,5cm
de profundidade e 5cm de largura; o tamanho médio apresenta 5cm de profundidade
e 10cm de diâmetro e o tamanho grande apresenta 15cm de profundidade e 15cm de
diâmetro. O Quadro 5 apresenta as medidas referentes para hortaliças de folhas.
Linhas Células
Melão
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Morango
Muda 1 Pequeno 10,0 - 15,0 5,0 - 7,5 450 - 1000
Pepino
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Pimenta
Muda 1 Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Pimentão
Muda 1 Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Tomate
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Agrião
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Alface
Muda 1 Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Almeirão
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Chicória
Muda 1 Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Couve
Muda 1 Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
Rúcula
Muda Pequeno 5,0 - 7,5 5,0 - 7,5 2000 - 4000
natural ocorre quando o ar quente sobe e o ar frio desce, até o ar quente ser
dispersado por uma abertura no topo da camada exterior. O sistema de dupla pele de
vidro pode ser implementado em diferentes elementos, desde janelas até panos de
múltiplos andares, sendo ideal para climas frios, com o colchão de ar funcionando
como uma barreira térmica, apesar da necessidade de ventilar esta camada para
evitar o superaquecimento do edifício (Aksamija, 2013).
38
4. ESTUDOS DE CASO
Estas plantas são cultivadas com o clima natural do ambiente externo e criam uma
parede viva e dinâmica para o público. Para um edifício corporativo, esta metragem
utilizada foi uma perda significante, porém, a empresa acredita nos benefícios das
áreas verdes para engajar o público e providenciar um ambiente de trabalho melhor
aos seus funcionários. Estas sacadas ainda auxiliam no sombreamento e na
renovação do ar, com janelas manuais, diminuindo a necessidade de controle térmico
ativos em temperaturas amenas. A fachada ainda possui aletas verticais distribuídas
por toda sua extensão, dando profundidade, volume e ordenação para a parede verde.
Para o cultivo, são utilizadas tanto técnicas de plantio comum em solo quanto
a hidroponia, como visto na Figura 3, criando espaços compartilhados entre os
trabalhadores e as plantações. As culturas que não possuem iluminação natural o
40
3%3%2%
6%
33%
11%
17%
25%
O pavimento tipo (Figura 5) possui menos áreas verdes que o térreo, com
apenas 306m², enquanto a maioria das áreas é ocupada pelos escritórios, que
correspondem a 782m², ou 40% da área total (Gráfico 4). Também há uma diminuição
das áreas de cafeterias, com espaços menores voltados para atender os indivíduos
daquele andar especifico.
3% 4%
4%
4%
5%
40%
9%
15%
16%
Este estudo de caso foi escolhido por ser uma edificação com uso e porte
semelhantes ao pretendido com a implantação do Centro de Arquitetura Urbana em
Curitiba e nele serão analisadas estratégias projetuais adotadas para a otimização da
produção, quanto a insolação, ventilação e questões térmicas e ainda a setorização
das áreas de recepção, sanitários, áreas administrativas, câmara fria e destinação de
resíduos.
O projeto participou de um concurso de projetos para uma fazenda vertical na
cidade de Romainville, França, com um porte de 2.000m² divididos em áreas de
produção agrícola e espaços pedagógicos (Figura 6).
ESCALA 1:200
Figura 8: Planta do pavimento térreo setorizada.
Fonte: ABF-LAB, 2016; adaptado pelo autor.
48
20%
3%
2%
50%
9%
8%
5% 3%
ESCALA 1:200
O primeiro pavimento possui uma área destinada a eventos (496m²), com uma
capacidade para até 600 ocupantes, onde podem ser realizadas exposições e
apresentações (Figura 17). A partir do segundo pavimento, começam a existir áreas
de cultivo que aumentam em cada andar. No segundo pavimento encontra-se o setor
pedagógico, com três salas de aula (202m²) e uma cozinha para demonstrações
(91,4m²), uma sala destinada a uma incubadora tecnológica em parceria com uma
universidade local (45m²) e a área de cultivo (325m²) (Figura 18).
No terceiro pavimento, localizam-se as áreas administrativas, com escritórios
(41,3m²), reprografia (12,4m²), sala de reuniões (45m²), diretoria (36m²) e um espaço
de recepção e secretaria (50m²), somando 184,7m², além de um pequeno depósito
(6m²), circulações horizontais e verticais (145m²), sala de descanso e convivência para
funcionários (31m²) e a área de plantações (274m²) (Figura 19). O último pavimento
foi destinado completamente a plantação (Figura 20).
Uso Área em m²
Subsolo Térreo 1º 2º 3º 4º Pav Total
Pav Pav Pav
Armazenamento 412,4 13 6 431,4
Câmara Fria 86,4 86,4
Freezer 22 22
Vestiário 35 35
Circulação 111 135 85 331
Circ. Vertical 60 74 74 60 60 46 448
Mercado 338,4 338,4
Adm. Mercado 16 16
Processamento 282 282
Oficina 75 75
Entrada Serv. 20 20
Transporte 30 30
Sanitários 30 30 30 30 120
Eventos 496,3 496,3
Cultivo 325 274 438,5 1.037,5
Salas de Aula 202 202
Cozinha 91,4 91,4
Incubadora 45 45
Reprografia 12,4 12,4
Recepção 50 50
Descanso 31 31
Reuniões 45 45
Diretoria 36 36
Escritórios 41,3 41,3
Total 726,8 865,4 600,3 865,4 670,7 484,5 4.213,1
Quadro 7: Distribuição das áreas por usos e pavimentos.
Quadro X: Fonte: criação do autor.
da área de Curitiba. Destes imóveis, 216 possuem algum tipo de população animal,
com predominância de ovinos, bovinos, equinos e caprinos.
Dos imóveis 248 são ocupados por moradores, distribuídos em 488 famílias e
1.586 pessoas. Existem 221 propriedades individuais e 39 possuem caráter de
condomínio familiar.
Quanto à assistência técnica, 86 imóveis recebem algum tipo de ajuda, sendo
que destes 48 são atendidos pela SMAB. Já no que se refere à área, a maioria dos
imóveis, 31,27%, tem entre um e três hectares e a maior proporção de área acontece
entre os imóveis de cinco a dez hectares.
Em relação ao uso do solo, predominam as áreas verdes (31,89%), depois as
pastagens (18,14%), seguidas das lavouras (16,85%) e da olericultura (5,73%). Estes
números explicam a existência de equipamento agrícolas em 78 imóveis e a presença
de empregados em 79. Este último dado mostra que a agricultura urbana em Curitiba
não é apenas familiar.
Segundo a SMAB (2009), “ficou explicitado que ainda há alguns bairros com
atividades agrícolas e pecuárias, bem como famílias que sobrevivem dessa atividade”.
E ainda “que a troca de informações com essa população trouxe novas perspectivas
de ação para o setor, uma vez que muitas das pessoas entrevistadas gostariam de
continuar com a atividade de maneira sustentável, porém com maiores incentivos”.
67
6. INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE
6.1.1 Histórico
68
O bairro concentra apenas 0,25% das áreas verdes municipais, mesmo que
possua cerca de 0,85% da população, com uma distribuição de 17,37m² por habitante,
enquanto a média para Curitiba é de 58m² por habitante, valor quase quatro vezes
maior. O Rebouças possui 2 praças, 2 largos, 1 jardinete e 1 eixo de animação.
Quanto aos aspectos socioeconômicos, no Rebouças a atividade majoritária
é o setor terciário, as atividades de comércio e serviços juntas somam 90,13% dos
estabelecimentos ativos, além disso, analisando os dados da Regional Matriz, a qual
o Rebouças faz parte, há atividade econômica dedicada ao cultivo de alimentos,
representando cerca de 1% da atividade econômica total da Regional.
A renda mensal por habitante no Rebouças é de R$2.164,24, valor maior que
a renda média de Curitiba em R$739,64. Quanto à segurança, o bairro é mais perigoso
que a média da cidade, com uma média de 47,02 homicídios para cada 100.000
habitantes, enquanto a média municipal é de 42,81 homicídios para cada 100.000
habitantes.
O bairro Rebouças é muito bem conectado com os bairros do entorno, por ser
limítrofe com o centro, encontra-se próximo dos eixos estruturais Sul e Leste-Oeste,
além de possuir várias linhas troncais que saem do Centro para outros bairros do
70
7. DIRETRIZES DE PROJETO
Após análise dos conceitos teóricos, estudos de caso e dos dados levantados,
foi possível adquirir as percepções que definem as diretrizes que nortearão o
desenvolvimento do projeto arquitetônico do Centro de Agricultura Urbana de Curitiba.
As informações obtidas no decorrer deste trabalho influenciaram a forma de ocupação
do espaço, a setorização e as áreas do programa.
O objetivo é a criação de um espaço de uso misto, com foco na produção
agrícola em meio urbano, mas também integrando espaços pedagógicos, de forma
que o edifício incentive a disseminação do conhecimento sobre boas práticas agrícolas
e alimentares, além de promover as relações com o ecossistema urbano. O público
alvo pretendido são os habitantes da cidade como um todo, de todas as idades e
classes, incentivando a interação entre diferentes grupos e seu interrelacionamento,
potencializando a cultura de Agricultura Urbana.
A escolha do terreno no bairro Rebouças tem o objetivo de aumentar a
variação dos usos e das tipologias das edificações, além de estar inserido na região
do Vale do Pinhão, denominação dada ao Ecossistema de Inovação de Curitiba,
composto por atores que tem como objetivo o desenvolvimento de inovação, como
universidades, aceleradoras, incubadoras, fundos de investimento, centros de
pesquisa & desenvolvimento (PMC, 2017). Que, além do próprio programa proposta,
atrairia simpatizantes dos ideais e possíveis consumidores, permitindo que o edifício
se relacione com seu entorno e seja um ponto de referência para a população.
O projeto possui quatro grandes áreas determinantes para o desenvolvimento
de seu programa de necessidades:
1. Espaço de produção de alimentos, com as seguintes características:
1.1.Área de cultivo intensiva de culturas variadas, utilizando a
produção hidropônica para potencializar o cultivo, com o melhor
aproveitamento de recursos hídricos e do espaço disponível, evitando
desperdícios e a geração de resíduos.
1.2.Abrangência de todos os aspectos da produção, desde o
cultivo, transformação, processamento e comercialização.
1.3.Estimular a economia local, visando a suficiência alimentar
da região central.
80
também serão desenvolvidas no edifício, como uma área de mercado público, com
quiosques destinados a venda dos produtos colhidos, lanchonetes e restaurantes,
uma área de exposição de como o cultivo é realizado, que atraia a atenção da
população para a agricultura urbana e possibilite a relação entre produtores e
consumidores. Há ainda áreas pedagógicas, de eventos e exposições, onde as
pessoas podem se inscrever e participar de cursos, oficinas e workshops sobre
assuntos relacionados a agricultura urbana, preparo de alimentos e alimentação
saudável e organizações externas podem realizar eventos com temas em comum.
Também é necessária uma área administrativa para gerenciar o cultivo e todas as
atividades desenvolvidas no edifício, além de um espaço para os funcionários da área
de cultivo.
Baseando-se no caso da Growing Plants, um quarto da área total do edifício
foi destinado para a área de cultivo, buscando esta proporção, estima-se a seguinte
proporção para o cultivo: para mudas de hortaliças de folhas, considera-se uma média
de 2.000 unidades para 10m², logo, em 90m², existem 18.000 mudas, que necessitam
de uma área de 900m² quando adultas e em estágio de produção. Para mudas de
hortaliças frutíferas, considera-se uma média de 4.000 unidades para 10m², que
necessitam de 1.600m² quando adultas e em estágio de produção (Quadro 11). Estes
dados referem-se apenas a distribuição horizontal das plantas e dos perfis
hidropônicos, considerando que eles também podem ser distribuídos verticalmente, o
cultivo total é estimado em 8 vezes estas quantidades (Alberon, 1997).
Considerando estes dados, são necessários 4 tanques para soluções
nutritivas, correspondente a cada estágio de crescimento dos diferentes tipos de
hortaliças, o cálculo dos tanques está representado no Quadro 12, somando um total
de 57m³.
Processamento e Beneficiamento
Separação Privado 1 60 60
Lavagem Privado 1 50 50
Empacotamento Privado 1 80 80
Docas Privado 1 40 40
Subtotal 230
Armazenamento
Eventos
Secretaria Público 1 40 40
Escritórios Privado 2 30 30
Diretoria Privado 1 30 30
Sala de Reuniões Privado 1 40 40
Sanitário Masculino Privado 1 15 15
Sanitário Feminino Privado 1 15 15
Copa Privado 1 30 30
Convivência Privado 1 30 30
Almoxarifado Privado 1 10 10
Subtotal 240
Cultivo
A partir dos dados levantados e o estudo dos fluxos entre as diferentes áreas,
foi criada uma proposta de implantação para o Centro de Agricultura Urbana de
86
Curitiba (Figura 34). Buscou-se uma setorização de forma que os usos públicos fiquem
localizados no térreo e nos primeiros pavimentos e também foi feito um escalonamento
da forma, para otimizar a insolação, conforme visto nos estudos de caso analisados.
8. PROPOSTA
A partir desta pesquisa, cujo foco foi a agricultura urbana e fazendas verticais, além
da contextualização da agricultura no município de Curitiba, foi desenvolvido o desenho
arquitetônico do edifício fazenda vertical, com áreas de mercado público, restaurantes,
pedagógicas, estacionamento, cultivo e administrativas.
Ao desenvolver o projeto, constatou-se que o terreno inicialmente escolhido no
decorrer da pesquisa não se adequaria às necessidades da edificação e seu programa,
principalmente por estar em uma região com características históricas e com um entorno
de edificações de gabarito predominante baixo. Com o intuito de preservar a
homogeneidade da paisagem histórica do bairro São Francisco, buscou-se um terreno
que se adequaria melhor às necessidades do programa.
O novo terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto arquitetônico do
edifício fazenda vertical, encontra-se no centro de Curitiba, uma região de maior destaque
e visibilidade para a edificação proposta. Localizado na esquina da Avenida Visconde de
Guarapuava e da Rua Desembargador Westphalen, o terreno possui 2.652m², onde
atualmente funciona um estacionamento privado.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Anais do XXXV EnANPAD, 2011.
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Scientific American Inc. 301 (5): 60–67, 2009.
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Organziation of the United Nations, FAO, Roma, 1998.
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OMETTO, J.C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981. 425p.
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Reconstruction (IIRR) e International Development Research Centre (IDRC),
2006.
LOCALIZAÇÃO
LEGENDA
SISTEMA VIÁRIO
Shopping ESTRUTURAL
PRIORITÁRIA
Estação UTFPR SETORIAL
COLETORA
MERCADOS
pha
FEIRAS
Avenida V
is conde de MERCADO MUNICIPAL
Guarapua
est
ÁREA DE INTERVENÇÃO
gad
MISTO
COMERCIAL
bar
RESIDENCIAL
INSTITUCIONAL
sem
SERVIÇOS
Praça PRAÇAS
De
SEM USO
0
.0
00
0
.0
80
R. DESEMBARGADOR WESTPHALEN
08
.0
B 0 B
i=8% i=8%
0
.0
85
0
.5
00
04
08
.0
.0
0
0
IMPLANTAÇÃO
ESCALA 1:500
ACESSO PEDESTRES
ACESSO PEDESTRES
01
B
B
02 03
ACESSO PEDESTRES
13 12 06 04
10 05
09 11
06
14
04
15 15 05 15 06
Desce
Sobe
23
1 22
21
15
2
15 3 20
19
23E(0,17 m)
22P(0,30 m)
4
5
6
7
18
17
16
06 06
8 15
9 14
10 13
15
12
06 06
11
06 06
04
15 15 06 06
16 08
04
16 06 06 08
ACESSO GARAGEM
04
i=18%
20,00 % 20,00 % 07
01. Praça
02. Área de mesas
03. Mercado
04. Estoque
05. Depósito
06. Sanitários
ACESSO CARGA
E DESCARGA
12. Montagem
.5
00
13. Distribuição
A 0 1 2 3 5 14. Separação de resíduos
15. Vestiário
16. Controle de acesso
B
B
02
08
04
09 03
01
04
09 03
07 06
05
03 06
01. Praça
02. Recepção
03. Sanitários
04. Escritórios
05. Copa
06. Beneciamento
07. Diretoria
08. Sala de reuniões
09. DML
0 1 2 3 5
B
B
02
6
5
4
3
2
1
6
5
4
3
2
1
05
03
04
01
06 07
07 07 07
Desce
Sobe
18
17
1
16
2
18E(0,17 m)
17P(0,30 m)
15
3
14
4
13
08 5
6
7
12
11
10
08
8
9
11
10 10
09
07 07
12
01. Hall
02. Auditório
03. Apoio
04. Secretaria
05. Copa
06. Coordenação
07. Sanitários
08. Sala de aula
09. Depósito de materiais
A 10. Cozinha demonstrativa
11. Praça
0 1 2 3 5 12. Horta experimental
B
B
18
17
1
16
2
18E(0,17 m)
17P(0,30 m)
15
01
3
01
14
07 07
4
13
5
12
6
11
7
10
8
9
08
02 05 03 03 06 04
Água é redirecionada para o
reservatório superior, por meio de
uma bomba alimentada
pelo gerador
01. Cultivo
02. Depósito de materiais
03. Sanitários
04. Tanques de solução nutritivas
0 1 2 3 5 05. DML
06. Separação de resíduos
A 07. Processamento e separação
08. Armazenamento temporário
B
B
01
20,00 % 20,00 %
02
04 05 03
MALHA ESTRUTURAL
0 1 2 3 5
SUBSOLO
A
ESCALA 1:150
01 ESTACIONAMENTO
02 BACIA DE CONTENÇÃO DE CHEIAS
03 CISTERNA
04 CASA DE MÁQUINAS
05 COMPOSTEIRA
74,00 74,00
68,00 68,00
62,00 62,00
56,00 56,00
50,00 50,00
44,00 44,00
38,00 38,00
32,00 32,00
26,00 26,00
20,00 20,00
14,00 14,00
8,00 8,00
4,00 4,00
0,00 0,00
ELEVAÇÃO DA R. DES. WESTPHALEN ELEVAÇÃO DA AV. VISCONDE DE GUARAPUAVA Fazenda Vertical Urbana Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curso de Arquitetura e Urbanismo 08
Marcus Vinícius Santos Scapin
ESCALA: 1:150 ESCALA: 1:150 Orientador: Hermínio Antonio Pagnoncelli
Trabalho de Conclusão de Curso
2018.2 10
80,00
80,00
74,00
74,00
68,00
68,00
62,00
62,00
56,00
56,00
50,00
50,00
44,00
44,00
38,00
38,00
32,00
32,00
26,00
26,00
20,00
20,00
14,00
14,00
8,00
8,00
4,00
4,00
0,00
-3,00
0,00
Viga i 400x800
20,00
Esquadria de alumínio
com dupla camada
de policarbonato e
colchão de ar
Perfil i em vista
14,00
SUSTENTABILIDADE
Com o objetivo de tornar a edicação mais sustentável,
8,00
o projeto prevê o aproveitamento da insolação natural,
uso de painés solares em sua cobertura para diminuir
o gasto energético necessário para manter um ambiente
adequado ao cultivo, um sistema de reaproveitamento
das águas pluviais para o cultivo e uma composteira
com biorreatores, responsáveis por diminuir os resíduos
produzidos pelos diferentes setores da edicação.
Brise em madeira
0,00