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Erwin Panofsky

Erwin Panofsky (Hanôver, 1892 - Princeton, Nova Jérsia, 1968) foi


um crítico e historiador da arte alemão, um dos principais representantes do
chamado método iconológico, estudos acadêmicos em iconografia.

Biografia
Discípulo de Aby Warburg, Panofsky graduou-se em 1914 na Universidade de
Friburgo, com uma tese sobre o pintor alemão Albrecht Dürer, depois de
estudar em várias universidades alemãs.
Em 1916 casou-se com Dora Mosse, também historiadora da arte. Em 1924
aparece a primeira de suas grandes obras: Idea: uma contribuição para a
história das ideias na história da arte, em que examina a história da teoria neo-
platônica na arte.
Entre 1926 e 1933 foi professor na Universidade de Hamburgo, onde havia
começado a lecionar em 1921. Abandonou a Alemanha quando
os nazis tomaram o poder em 1933 (era de ascendência judia) e instalou-se
nos Estados Unidos, para onde havia viajado como professor convidado
em 1931. Foi professor no Instituto para Estudos Avançados da Universidade
de Princeton (1935-1962), mas também trabalhou nas universidades
de Harvard (1947-1948) e Nova Iorque (1963-1968).
Para Panofsky a História da Arte é uma ciência em que se definem três
momentos inseparáveis do ato interpretivo das obras em sua globalidade: a
leitura no sentido fenomênico da imagem; a interpretação de seu significado
iconográfico; e a penetração de seu conteúdo essencial como expressão de
valores. A arte medieval e do Renascimento (que estudou profundamente),
estão definidos em seu livro Renascimentos e Renascimentos na Arte
Ocidental.
Foi amigo de Wolfgang Pauli, um dos criadores da física quântica.
Iconografia e iconologia[editar | editar código-fonte]
Panofsky fazia distinção entre iconografia e iconologia. em Estudos em
Iconologia (1939) dando exemplos sobre as diferenças. Ele definiu iconografia
como o estudo tema ou assunto, e iconologia o estudo do significado. Ele
exemplifica o ato de um homem levantar o chapéu. Num primeiro momento
(ICONOGRAFIA) é um homem que retira da cabeça um chapéu, num segundo
momento, (ICONOLOGIA) menciona que ao levantar o chapéu educadamente,
esse gesto é "resquício do cavalherismo medieval: os homens armados
costumavam retirar os elmos para deixarem claras suas intenções pacíficas".
Enfatizando a importância dos costumes cotidianos para se compreender as
representações simbólicas.
Em 1939, o livro Estudos em Iconologia, Panofsky detalha suas ideias sobre os
três níveis da compreensão da história da arte:

 Primário, aparente ou natural: o nível mais básico de entendimento,


esta camada consiste na percepção da obra em sua forma pura. Tomando-
se, por exemplo, uma pintura da Última Ceia. Se nós pararmos no primeiro
nível, o quadro poderia ser percebido somente como uma pintura de treze
homens sentados à mesa. Este primeiro nível é o mais básico para o
entendimento da obra, despojado de qualquer conhecimento ou contexto
cultural.
 Secundário ou convencional: Este nível avança um degrau e traz a
equação cultural e conhecimento iconográfico. Por exemplo, um observador
do Ocidente entenderia que a pintura dos treze homens sentados à mesa
representaria a Última Ceia. Similarmente, vendo a representação de um
homem com auréola com um leão poderia ser interpretado como o retrato
de São Jerônimo.
 Significado Intrínseco ou conteúdo (Iconologia): este nível leva em
conta a história pessoal, técnica e cultural para entender uma obra. Parece
que a arte não é um incidente isolado, mas um produto de um ambiente
histórico. Trabalhando com estas camadas, o historiador de arte coloca-se
questões como "por que São Jerônimo foi um santo importante para o
patrono desta obra?" Essentialmente, esta última camada é uma síntese; é
o historiador da arte se perguntando: "o que isto significa"?
Para Panofsky, era importante considerar os três estratos como ele examinou a
arte renascentista. Irving Lavin diz que "era esta insistência sobre o significado
e sua busca - especialmente nos locais onde ninguém suspeitava que havia -
que levou Panofsky a entender a arte, não como os historiadores haviam feito
até então, mas como um empreendimento intelectual no mesmo nível que as
tradicionais artes liberais".

Livros[editar | editar código-fonte]
Obras traduzidas[editar | editar código-fonte]

 A perspectiva como forma simbólica


 Arquitetura Gótica e Escolástica: sobre a analogia
entre arte, filosofia e teologia na Idade Média
 Estudos de Iconologia - Temas Humanísticos na Arte do Renascimento
 Idea: a evolução do conceito de belo
 O desenvolvimento do discurso e dos conceitos científicos
 Significado nas Artes Visuais.
 “A caixa de pandora”. com Dora Panofsky. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009
Seleção Bibliográfica[editar | editar código-fonte]

 Dürers Kunsttheorie, 1915


 Dürers "Melencholia I", 1923 (with Fritz Saxl)
 Deutsche Plastik des elften bis dreizehnten Jahrhunderts, 1924
 A Late-Antique Religious Symbol in Works by Holbein and Titian, 1926
(with F. Saxl, Burlington Magazine)
 Über die Reihenfolge der vier Meister von Reims, 1927 (Jahrbuch für
Kunstwissenschaft, II)
 Das erste Blatt aus dem 'Libro' Giorgio Vasaris, 1930 (Städel-Jahrbuch,
VI)
 Hercules am Scheidewege und andere antike Bildstoffe in der neueren
Kunst, 1930 (Studien der Bibliotek Warburg, XVIII)
 Classical Mythology in Mediaeval Art, 1933 (with F. Saxl, Metropolitan
Museum Studies, IV)
 Codex Huygens and Leonardo da Vinci's Art Theory, 1940
 Albrecht Dürer, 1943 - The Life and Art of Albrecht Dürer (4th ed. 1955)
 Abbot Suger on the Abbey Church of St. Denis and Its Art Treasures,
1946
 Postlogium Sugerianum, 1947 (Art Bulletin, XXIX)
 Style and Medium in the Motion Pictures, 1947 (Critique, Vol. 1 No 3)
 Gothic Architecture and Scholasticism, 1951
 Early Netherlandish Painting: Its Origins and Character, 1953
 Meaning in the Visual Arts, 1955
 The Life and Art of Albrecht Dürer, 1955
 Gothic Architecture and Scholasticism, 1957
 Renaissance and Renascences in Western Art, 1960
 The Iconography of Correggio's Camera di San Paolo, 1961
 Studies in Iconology, 1962 (2nd ed.)
 Tomb Sculpture, 1964 (ed. by H.W. Janson)
 Problems in Titian, Mostly Iconographic, 1964
 Dr. Panofsky and Mr. Tarkington, 1974 (ed. by Richard M. Ludwig)
 Perspective as Symbolic Form, 1991 (first appeared in 1927)
 Three Essays on Style, 1995

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