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Tournarround

O conceito é utilizado em empresas com dificuldades e acionada em situações de emergência,


como a falência. A empresa, ameaçada na sua própria sobrevivência, tenderá a precisar de
providências rápidas. “Essas medidas implementadas tem um só objetivo: re-conduzir a
empresa no caminho do bom desempenho e da lucratividade”
Fatores que levam ao insucesso
O declínio é uma das fases do ciclo de vida de uma empresa. (No ciclo de vida de uma empresa
estão presentes as seguintes fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio)
Num contexto empresarial cada vez mais competitivo rodeado de incertezas, todas as empresas
são vulneráveis e para tal estão expostas a uma constante mudança, quer seja pela crescente
globalização, pelo impacto das novas tecnologias e pelas alterações que o mercado enfrenta.
Para tal as empresas não podem estar confortáveis, mesmo sendo líderes de mercado, têm de se
adaptar.
No entanto, quando uma empresa começa a entrar numa situação de declínio e afrentar
dificuldades ao ponto de chegar a comprometer a sua própria existência, e necessita de um
processo de turnaround. Para isso deve primeiro identificar as causas do seu declínio, para que
as decisões a ser tomadas ponham em prática estratégias com o objetivo de recuperar a
estabilidade da empresa. Entre outras encontram se estas causas internas e externas. Má gestão,
um inadequado controlo financeiro, má gestão do fundo de maneio, custos elevados, falta de
esforço do departamento de marketing, grandes projetos, aquisições, desadequada política
financeira, inércia e/ou confusão organizacional (internas) mudanças na procura, competição,
impactos adversos no mercado das matérias-primas (externas).
Fases do processo
Processo de turnaround é composto por cinco fases: uma possível mudança de gestor; avaliação
(analisar a viabilidade da empresa e se esta tem possibilidade de perdurar a curto prazo e optar
pela alternativa que permite dar maior valor aos stakeholders, o importante para a empresa
perceber a posição dos stakeholders relativamente a esta situação uma vez que eles são
determinantes para a sua recuperação); emergência (a principal preocupação é o
desenvolvimento de uma estratégia a curto prazo de modo a conseguir garantir a sua
sobrevivência e de certa forma, estagnar o declínio); estabilização e retorno ao crescimento
(aumentar o seu volume de negócios, formando um suporte financeiro de modo a que a empresa
possa crescer de forma equilibrada, aumentar a sua produtividade e capacidade produtiva e
financeira, investir nos recursos humanos, e apostar na colocação de novos produtos no
mercado, mas também melhorar os produtos atuais da empresa).

Estratégias de turnaround
A escolha da estratégia de turnaround deve se analisar o contexto interno e externo da empresa.
Aquando da formulação da estratégia de turnaround a adotar, a organização deverá ter em conta
a disponibilidade dos seus recursos, para que a recuperação seja viável.

Estratégia orientada para a eficiência – baseia se numa política de redução de custos, enquanto
que a adoção de uma estratégia empresarial orientada procura alinhar a estratégia da
organização com o ambiente externo em que ela atua. Na estratégia orientada para a eficiência,
as organizações deverão iniciar uma tática que cinge em reduzir os custos operacionais,
downsizing, redução de ativos operacionais e investimentos internos.
Estratégia empresarial orientada - realizar investimentos em investigação e desenvolvimento e
adotar uma estratégia de investimento e/ou desinvestimento de ativos.
Há quem defenda que as estratégias orientadas para a eficiência deverão ser aplicadas,
independentemente de quais sejam as causas do declínio da organização, sendo depois
realizadas medidas de recuperação.
Mas também quem defenda que se devem unir as duas estratégias. Assim, a organização deverá
reduzir os custos e os seus ativos com vista a gerar uma maior eficiência e ter um cash flow
positivo. E posteriormente, a empresa deverá dar a início ao processo de recuperação, onde o
objetivo é o crescimento e desenvolvimento através de estratégias como aquisições, novos
produtos, maior penetração no mercado e de novos mercados.
Defende-se também que deve existir um envolvimento dos stakeholders da organização no
processo de turnaround, contruindo bases sólidas para a recuperação da empresa.
No processo de recuperação de uma determinada organização é importante que a gestão
identifique quais são as áreas rentáveis e as áreas que não têm a rentabilidade desejada. Deste
modo, as empresas deverão fortalecer o seu investimento nas áreas que podem trazer vantagem
competitiva e desinvestir nas áreas menos rentáveis. O desinvestimento nestas áreas permitirá à
empresa obter fundos, caso esta possua ativos, que poderão ser aplicados para “reduzir o peso
da dívida e para investir em unidades de negócios e mercados de criação de valor acrescentado.”
Todavia, existem outras medidas que podem ser tomadas e, que poderão disponibilizar recursos
para a recuperação da empresa, tais como a redução dos custos dos produtos, redução das
despesas gerais e administrativas e a restruturação administrativa.
É importante referir que no processo de alocação dos recursos, e as decisões tomadas deverão
ser sustentáveis. Para tal, é necessário que os gestores possuam uma flexibilidade estratégica
que lhes permita “reconhecer as mudanças no ambiente externo e aproveitar os recursos
existentes para tomar as medidas adequadas em tempo útil e de forma rápida”.

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