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DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
a b
Figura 1 – O campo magnético terrestre. a)- linhas de campo magnético. NM e SM – norte e sul
magnéticos; NG e SG – norte e sul geográficos; β – declinação magnética, b)- linhas de declinação
magnética da Terra.
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a b
Figura 2 – Correção da declinação magnética. a)- 200 para oeste, b)- 200 para leste. Em ambos os
casos, o disco interno com a numeração dos ângulos é movido, por um parafuso externo, para a
esquerda ou direita, respectivamente.
ATITUDE
A atitude de um plano é definida pela sua direção (ângulo horizontal) e seu ângulo de
mergulho (ângulo vertical); de uma linha, pelo seu rumo e pelo seu caimento.
Figura 3 – Atitude de planos (e.g. acamamento, foliações, planos de falhas e fratura): direção
(strike) e ângulo de mergulho (dip).
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Figura 4 – Atitude de linhas (lineações, estrias de falha, eixos de dobras): rumo (trend) e
caimento (plunge).
A BÚSSOLA DE GEÓLOGO
O instrumento utilizado pelo geólogo para posicionar espacialmente uma determinada estrutura é a
bússola. Entretanto, não é aquele tipo de bússola convencional que se usa para orientação, mas uma
outra especial. Existem três tipos de bússola de geólogo: o clássico modelo americano Brunton da
Brunton Company, o modelo Silva também americano, e o modelo alemão Breithaupt da Breithaupt
Kassel, também conhecido como bússola Clar, nome de um professor da Universidade de Viena,
(Fig.5).
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MEDIÇÃO DA ATITUDE
Embora todos os três modêlos façam as mesmas operações, cada um tem sua característica
própria. Com as bússolas Brunton e Silva, a leitura é geralmente do tipo azimutal - direção e ângulo
de mergulho de planos e, rumo e caimento de linhas. Para isto, são realizados dois movimentos com
o aparelho: a bússola na horizontal, para se medir a direção (strike) do plano, e a bússola na vertical,
numa seção perpendicular à direção, para se medir o ângulo de mergulho (dip). O aparelho fica na
horizontal quando a bôlha do nivelador horizontal está centrada, e o eixo N-S da bússola está
paralelo ao traço horizontal do plano (Fig. 6a). Nessa posição, a direção do plano é o ângulo
horizontal entre o norte magnético e o eixo N-S da bússola (corrigida a declinação magnética). Para
a medição do ângulo de mergulho, coloca-se a bússola na posição vertical, perpendicularmente ao
traço horizontal do plano, de modo que se possa movimentar o clinômetro da bússola, tanto
manualmente como por gravidade, dependendo do modêlo Brunton ou Silva (Fig 6b). Nesta
posição, o ângulo de mergulho do plano será o ângulo entre o traço do plano horizontal e o traço do
plano inclinado.
a b
Figura 6 – Medição da atitude de um plano com bússola Brunton. a)- direção do acamamento em
quartzito. A bússola quando nivelada funciona como um plano horizontal; b)- ângulo de mergulho
verdadeiro, medido num plano vertical perpendicular ao anterior.
Na bússola Breithaupt, o clinômetro (mede ângulo vertical) fica localizado na parte externa
do aparelho, no eixo que une a tampa ao seu corpo principal. Desta forma, com um só movimento e
utilizando-se a tampa do aparelho, obtém-se um tipo de leitura denominado dip-dip, ou seja, mede-
se o sentido do mergulho e o ângulo de mergulho. Quando a tampa do aparelho estiver paralela à
inclinação do plano, o corpo principal da bússola estará na horizontal. A agulha magnetizada
indicará o sentido do mergulho, medido perpendicularmente à direção do plano. O ângulo lido no
clinômetro lateral indicará o ângulo de mergulho (Fig. 7).
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Nos modelos tipo Brunton e Breithaupt, o leste e o oeste estão trocados de posição. Isto se deve por
questões operacionais devido ao tipo de construção do aparelho. Neste tipo de bússola quem se
move (para direção do norte magnético) é a agulha magnetizada, enquanto que o disco interno
contendo os valores numéricos dos ângulos é fixo. Nas bússolas convencionais (usado para
navegação) o disco interno com os valores numéricos dos ângulos e com o norte nele desenhado é
que se move, orientando-se para o norte magnético. O marcador de leitura dos ângulos é fixo, e
colocado do lado externo. A Fig. 8 exemplifica a situação, considerando a atitude de um contato
plano. A direção do contato é o ângulo horizontal entre seu traço no plano horizontal com o norte
magnético (ou geográfico, se corrigida a declinação magnética). A bússola faz o papel do plano
horizontal (para isso existe uma bolha niveladora no interior do aparelho), portanto, sempre com seu
comprimento maior paralelo ao traço do contato no plano horizontal, ou seja, na nossa bússola,
sempre com o eixo norte-sul paralelo ao traço, na bússola convencional, com o marcador de leitura
paralelo ao traço. Assim, se o traço está orientado NE-SW em relação ao norte magnético (para
onde a agulha da bússola se orientará), caso o leste e o oeste estivessem em suas posições normais
(à direita e à esquerda, respectivamente) a leitura seria um ângulo no quadrante NW e não NE como
realmente é. Assim, fazendo-se a inversão de suas posições, resolve-se o problema. Numa bússola
convencional, o norte magnetizado estaria orientado paralelamente ao norte magnético e a leitura
seria um ângulo no quadrante NE como realmente é. No modelo Silva, o leste e o oeste estão em
suas posições corretas, pois para se fazer a leitura é necessário girar o disco externo colocando o
norte nele desenhado na posição da agulha magnetizada, o que elimina a troca de posição entre o
leste e o oeste.
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A atitude pode ser lida de dois modos diferentes: pela leitura azimutal, ou pela leitura por
quadrante. A leitura azimutal é aquela em que a direção de um plano ou o rumo de uma linha são
lidos no sentido horário com o ângulo horizontal variando de 0º à 360º. A leitura por quadrante
deriva de modêlos antigos de bússola tipo Brunton, as quais eram divididas em quatro quadrantes de
0º à 90º (NE, SE, SW e NW).
• ESTRUTURAS PLANARES
A atitude de um plano pode ser obtida de duas maneiras diferentes: 1)- pela sua direção e ângulo de
mergulho - anotação strike-dip (Figs. 6a e 6b) ou, 2)- pelo sentido do mergulho e seu ângulo -
anotação dip-dip (Fig. 7). O primeiro tipo de anotação é a que se faz quando queremos representar a
atitude em um mapa e, geralmente, quando se usa as bússolas tipo Brunton e Silva. O segundo tipo
de anotação é a que se faz quando usamos a bússola tipo Breithaupt, embora também se possa fazer
o mesmo com os outros dois modêlos de bússola (Fig. 9).
Figura 9 – Anotação dip-dip (sentido e ângulo de mergulho) utilizando-se bússola tipo Brunton. a)-
sentido de mergulho, b)- ângulo de mergulho.
Para exemplificar o que foi dito acima, suponhamos que um geólogo tenha medido a atitude
de uma camada de arenito, independentemente do tipo de bússola utilizada, encontrando os valores
de 30º ou seu complemento 210º, para a direção da camada e 20º para o ângulo de mergulho. Como
a camada está inclinada para um determinado sentido, deve-se identificar o rumo da inclinação ou o
quadrante para o qual a camada mergulha (Fig. 10):
1 - Se o geólogo fez uma anotação strike-dip (direção e ângulo de mergulho) com leitura azimutal,
escreverá 30º/20º SE ou 210º/20º SE, uma vez que a direção não tem sentido, é uma linha de “mão
dupla”.
2 - Se fez uma anotação strike-dip com leitura por quadrante, escreverá N 30º E / 20º SE; ou 30º
NE/20º SE; ou S 30º W/20º SE; ou 30º SW/20º SE.
3 - Se fez uma anotação dip-dip com leitura azimutal, escreverá 120º/20º onde o primeiro número
indica o sentido de mergulho (quadrante SE) e o segundo, o ângulo de mergulho ou a inclinação da
camada. Para recuperarmos o valor da direção da camada (strike), basta somar ou diminuir 90º do
sentido de mergulho.
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Portanto, preste atenção como você transmite a seu companheiro de campo um dado de atitude
pois, dependendo do modo como você o disser, ele poderá entender de diferentes maneiras.
Exemplo:
30º/20º SE ou 210º/20º SE – direção e ângulo de mergulho e leitura azimutal
N 30º E / 20º ou S 30º W/20º SE - direção e ângulo de mergulho e leitura por quadrante
120º/20º - sentido e ângulo de mergulho e leitura azimutal
• ESTRUTURAS LINEARES
Para as estruturas lineares (e.g. eixos de dobras, lineações, crista de marca de onda) a rotina
é mais simples. Necessitamos conhecer o rumo (trend) e a inclinação (plunge) da linha em questão
(Fig. 4). Para se achar o rumo (trend), nos três modêlos de bússola, basta orientá-las no sentido do
seu caimento e ler no ângulo apropriado (Fig. 9a). Para a inclinação (plunge), usa-se o clinômetro
interno das bússolas tipo Brunton e Silva (Fig. 9b). Na bússola Breithaupt, usa-se a borda maior da
tampa como a linha a ser medida e, num só movimento, lê-se o seu rumo e inclinação nos ângulos
apropriados (Fig. 12).
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O rumo (trend) de uma linha é a orientação do plano vertical que a contém. Sua inclinação
(plunge) é o ângulo vertical que ela faz com a horizontal (Fig. 4).
A anotação para estruturas lineares é semelhante àquela utilizada para anotação dip-dip para
estruturas planares, por exemplo 100º/ 20º: o primeiro valôr refere-se ao rumo da linha (quadrante
SE) e o segundo a sua inclinação. Em mapa, sua representação é feita por um símbolo de seta com
ou sem adornos. Como dito anteriormente, símbolos para atitude de estruturas lineares são também
comuns em livros de Geologia Estrutural, portanto, o leitor é encorajado a pesquisá-los (e.g. Anexos
1a e 1b).
È o ângulo vertical entre um plano inclinado e um plano horizontal, medido numa seção
que não seja perpendicular a direção do plano (Fig.13). Caso contrário, é dito ângulo de
mergulho verdadeiro (Fig. 3).
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numa seção paralela à direção de uma camada inclinada, nós a veremos como uma camada
horizontal (Fig. 14).
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de mergulho aparente de uma camada, visto numa seção não perpendicular à sua direção, os dados
necessários são os ângulos de mergulho verdadeiro e aquele entre a seção e a direção do plano.
Assim:
1- Marque os valores dos ângulos obtidos nos locais apropriados.
2- Em seguida, una os pontos por uma linha reta.
3- Leia o valor do ângulo na interseção da reta com a coluna de mergulho aparente (geralmente é a
do meio).
(a)
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(b)
Figura 15 – Diagramas para obtenção de ângulo de mergulho aparente: (a) – tabela de alinhamento
(Ragan 1973), (b)- nomograma (Lockzy e Ladeira 1976). Em ambos, unir por uma linha reta os
pontos representando o ângulo entre a direção do mergulho aparente e a direção da camada e o
ângulo de mergulho verdadeiro. O ângulo de mergulho aparente é lido no ponto em que a reta
intercepta a coluna de ângulo de mergulho aparente.
EXEMPLO
Considere uma sucessão sedimentar constituída por intercalações de carvão e pelitos, cuja
atitude é 0˚/20˚ E. Qual será o ângulo de mergulho aparente das camadas quando aflorarem numa
escarpa vertical orientada N45˚W ?
RESPOSTA
Pelo exposto, tem-se os seguintes dados: ângulo de mergulho verdadeiro = 20˚; ângulo entre
a direção do mergulho aparente (direção da escarpa vertical) e a direção da camada de carvão = 45˚
(Fig. 16). Utilizando-se a tabela de alinhamento, a reta que une os valores angulares citados
intercepta a coluna de mergulho aparente em 14˚, aproximadamente. Assim, a camada de carvão
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(bem como toda a sucessão sedimentar) apresentará um ângulo de mergulhando (aparente) de 14˚
na escarpa vertical.
Figura 16 – Bloco diagrama mostrando os ângulos envolvidos no exemplo dado para cálculo de
mergulho aparente (ver texto).
• MÉTODO GRÁFICO
3.1. EXEMPLO A
Dados: as atitudes de um plano estrutural e de uma determinada seção vertical não perpendicular à
direção desse plano.
Objetivos: calcular ângulo de mergulho aparente do plano estrutural quando observado nesta seção.
Considere um contato litológico cuja atitude é 90º/20º N. Qual será o seu ângulo de
mergulho aparente quando observado numa parede vertical orientada N 45º W (315º) ?
COMENTÁRIO
Para se ter uma visão tridimensional do problema, é necessário construir um bloco diagrama
utilizando-se os dados mencionados (Fig. 17). Isto feito, o problema resume-se em rebater os dois
triângulos retângulos para o plano horizontal – o de mergulho verdadeiro e o de mergulho aparente.
O que eles têm em comum ? A ligação entre os dois triângulos está no fato de que ambos possuem
um cateto de mesmo comprimento d (DE = CF = d na fig. 17). Uma vez escolhido este tamanho
(qualquer que seja seu comprimento) para o triângulo de mergulho verdadeiro, este deverá ser
repetido para o triângulo de mergulho aparente, o que fará com que o desenho final fique amarrado
a esta escala.
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CONSTRUÇÃO
Uma vez visualizado o problema em 3D, passamos para a projeção dos triângulos de
mergulho no plano horizontal, ou seja, na vista de mapa (Fig. 18).
1- Numa folha de papel em branco marca-se a posição do norte. Todas as outras orientações a
serem plotadas deverão estar referenciadas a ele.
2- Uma linha reta de qualquer comprimento, na direção E –W representa o traço do contato. As
retas AB e EF nas figs. 17 e 18 representam este traço no plano horizontal. São denominadas
de linhas de strike (LS) ou direção e unem pontos de mesma cota, pois são produtos da
interseção de planos horizontais cotados com um plano inclinado ( no caso, um contato).
3- Uma nova linha reta é traçada na direção perpendicular (reta AD), também de qualquer
comprimento. Indica o sentido do mergulho verdadeiro.
4- Construa um triângulo retângulo utilizando o valor do ângulo de mergulho verdadeiro (no
caso, 20º) como ângulo agudo e a reta AD como um dos seus lados (cateto adjacente).
Perpendicular a AD, e com um comprimento qualquer d, construa a reta DE’ (cateto
oposto). O ponto E’ fica então definido, bem como o triângulo de mergulho verdadeiro. Este
comprimento d será então repetido na construção do triângulo de mergulho aparente. É o
segredo do método.
5- Construa o triângulo de mergulho aparente com os dados obtidos: a reta AC, orientada
N45W, representa o traço da seção vertical aonde será observado o ângulo de mergulho
aparente. O ponto C é definido pelo prolongamento da reta D(E)E’. As retas AB e CD (EF)
são as linhas de strike do contato projetadas no plano horizontal de cota 100 metros. Assim,
a reta CD é a projeção ortogonal da reta EF neste plano.
6- Perpendicular à direção de AC, e com o mesmo tamanho d estabelecido para o triângulo de
mergulho verdadeiro, construa as retas CF’ (cateto oposto do triângulo de mergulho
aparente) e AF’ (hipotenusa).
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Este é um método simples de se achar ângulo de mergulho aparente, não tendo uma tabela à
mão. Basta um transferidor.
3.2. EXEMPLO B
COMENTÁRIO
O problema em questão resume-se na construção de três triângulos de mergulho: dois para
os mergulhos aparentes e um para o mergulho verdadeiro. Como no caso anterior a solução está em
rebater para o plano horizontal os triângulos envolvidos (três ao todo), tendo em comum um dos
lados com comprimento d. Uma vez escolhido o comprimento d, este é repetido para a construção
dos triângulos restantes (Fig. 19).
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Figura 19 – Bloco diagrama mostrando as relações entre os ângulos envolvidos. ABC e ADE –
triângulos de mergulho aparente; AFG e HBC – triângulos de mergulho verdadeiro; α – ângulo de
mergulho verdadeiro; HI e CE – linhas de strike; d – diferença de cota entre as linhas de strike; N –
norte geográfico.
CONSTRUÇÃO
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Figura 20 – Construção gráfica para o cálculo da atitude de um plano, sendo conhecido dois ângulos
de mergulho aparente. ABC’ e ADE’ – triângulos de mergulho aparente; AFG’ – triângulo de
mergulho verdadeiro; BD – linha de strike.
• MÉTODO GRÁFICO-TRIGONOMÉTRICO
O problema anterior também pode ser resolvido por um outro método, combinando o
método gráfico com dados trigonométricos (Fig. 21).
CONSTRUÇÃO
1- Numa folha de papel em branco marca-se a posição do norte. Todas as outras orientações a
serem plotadas deverão estar referenciadas a ele.
2- Como anteriormente, a partir de uma origem qualquer (A na fig. 21), plote os dois traços dos
planos verticais onde foram observados os ângulos de mergulho aparente, conforme as
direções medidas (N72W e N35E, respectivamente).
3- Usando uma escala conveniente, dimensione o comprimento destes traços conforme o valor
da cotangente de cada ângulo de mergulho respectivo. Por exemplo: para o traço do plano
N72 W, o ângulo de mergulho aparente é de 10˚ e sua cotangente é 5,67. Assim, o
comprimento do seu traço na vista de mapa será de 5,67 cm ou mm, conforme a escala
escolhida. O mesmo se faz para o outro plano de mergulho aparente.
4- Plotados conforme descrito acima são determinados os pontos B e E. A linha que os une
será uma linha de strike, pois une dois pontos de mesma cota (vide fig. 19).
5- A distância perpendicular entre a origem A e a linha de strike BE (AF na fig. 21) será igual
ao valor da cotangente do ângulo de mergulho verdadeiro, que deverá ser igual a 1,73 (cm) e
que corresponderá a cotangente de 30˚, valor do ângulo de mergulho verdadeiro.
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• MÉTODO TRIGONOMÉTRICO
onde α1 e α2 são os ângulos de mergulho aparente, θ é o ângulo entre as direções dos dois mergulhos
aparentes (θ = ADB na fig. 19) , e φ é o ângulo entre a direção de α1 e a direção do mergulho
verdadeiro (φ = ADF na fig. 19).
Outra técnica também muito utilizada é o uso de estereograma, que consiste na projeção
dos planos envolvidos através de uma semi-esfera. O uso de estereograma é alvo de capítulo à parte.
Embora o padrão corrente em seções geológicas estruturais seja a escala vertical ser igual a
escala horizontal, ou seja a mesma do mapa geológico, muitas vezes há de se querer ampliar a
escala vertical (p.ex. mostrar detalhes da topografia e/ou camadas muito delgadas). Exceto para
camadas horizontais, variações na escala vertical faz com que ocorra um acréscimo no valor dos
ângulos do declive topográfico e de mergulho (dip). Para se determinar os ângulos a serem usados
na seção geológica, utiliza-se o transferidor de mergulhos proporcionais, uma tabela cujo
princípio de construção é dado a seguir (Lockzy & Ladeira 1976)(Figs. 22 e 23):
Seja o segmento AC a representação do traço do acamamento de uma camada mergulhando
µ= 45º, numa seção geológica na qual as escalas vertical e horizontal são iguais.
No triângulo ABC, onde AB = x, BC = y e x = y, tem-se: tg µ(45º) = BC/AB = x/y = 1
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LEITURAS RECOMENDADAS
MARSHAK, S. & MITRA, G. 1988. Basic Methods of Strucutral Geology. New Jersey
Prentice Hall, Inc., 446 pg. Cap. 1 – Measure of atitude and location, pg. 3-34 e, Apêndice 1,
pg. 387-400.
RAGAN, D.M. 1973. Structural Geology. An introduction to geometrical techniques. 2a
edição, New York, John Wiley & Sons, Inc., 206 p. – Cap. 1 - Atitude of Planes,
pg.1-8.
RAGAN, D.M. 1985. Structural Geology. An introduction to geometrical techniques. 3a
edição, New York, John Wiley & Sons, Inc., 393 p. – idem.
LOCKZY, L. de & LADEIRA, E. 1976. Geologia Estrutural e Introdução a Geotectônica. São
Paulo, Edgard Blucher Ltd; Rio de Janeiro, CNPq, 528 pg. - IV PARTE - Exercícios de
Gabinete.
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