1º módulo do Curso

Jurema e Encantaria.

Palestrante, Babalorixá Milton de Xangô Agodó e convidados

 Introdução
 Jurema e encantados (Reinos da Jurema e encantados)
 Iniciação (TesteMediúnico, Lavagem de Cabeça, Amaci,
Desenvolvimento, Confirmação e Tombo de Jurema)
 Jurema Planta e suas Cidades Sagradas.

São Paulo, 03 de novembro de 2019

Jurema e encantaria

INTRODUÇÃO
Pretendemos com este trabalho mais uma vez, esclarecer e transmitir um
pouco de conhecimento, para esclarecer o que éJurema Sagradae Encantaria de uma
forma geral, além de passar conhecimentos de seus fundamentosde magia e força
espiritual. Porém, não estaremos aqui de forma alguma, iniciando espiritualmente
ninguém, pois os atos de iniciação são sacramentos, que, como todo sacramento, são
realizados com dogmas e rituais emlocal próprio, além de ser ato presencial do médium.

Porém, temos aquineste trabalho, todo um conhecimento de dogmase esclarecimentos

que devem ser observados e compreendidos da melhor forma possível. A Jurema
Sagrada, assim como qualquer outra religião espírita tem à humildadecomo um de seus
pilares básicos.Há humildade do médium iniciante e principalmente iniciado, faz a
diferença na famosa consciênciado que chamamos espiritualidade.

Na espiritualidade dizemos que: “Não somos nada,porque não somos ninguém”, as

entidades espirituais que trabalham través de nossos chacrasumbilical ou coronário é
quem são mensageiros espirituais, lembre-se que o conhecimento nos aprimora, mais
não nos dar poder, nos dar responsabilidade, e a lei sempre será,Amor, Humildade e
Tolerância. Esta, determina fazer o bem sem olhar a quem,usando a famosa Lei do
retorno, deixando claro que o problema espiritual dos outros sem qualquer
conhecimento,será sempremaior que o seu que já possui conhecimento e assistência
espiritual. Assim funciona a consciência de um médium que trabalha para a prática do
bem do amor e da caridade espiritual.

Com carinho, Pai Milton de Xangô

Umbanda (jurema e encantaria) ou termo catimbó.
* Mestre: Entidade que disponibiliza sua ciência e conhecimento as pessoas.

* Padrinho: É a Mestre que inicia novos discípulos na Ciência da Jurema.

* Sacerdote iniciador: É aquele que já foi iniciado e possui conhecimentos e tempo de

experiência para iniciar novos discípulos na Ciência da Jurema.

Na formação de hierarquia da jurema sagrada assim como na umbanda, não existem

consagrações a cargos. O Ogan é apenas a pessoa que toca tambor, não há qualificação
ao título, como é de costume aos dogmas no candomblé. Também não existe na jurema
o título daekeji. (Médium do Sexo feminino que não incorpora, responsável por tarefas) nem
Babalorixá(Pai de Santo) e muito menos Yalorixá(Mãe de Santo). Na jurema só existe a figura
do Padrinho e Madrinha de Jurema,que são os sacerdotes iniciados que preparam os
iniciantes, porém deferente do Candomblé, são os Mestres Juremeiros quem consagra o
iniciante, e recebe o nome de padrinho dos Médiuns iniciantes. Porém tem centros, que
linguisticamente trata com os mesmos nomes do candomblé, isso ocorre por uma
prática comum, em razão, da influência linguística africana na miscigenação religiosa.
Estabelecetambém, diferença entre o Catimbó e a Umbanda. Existem, além disso,
características do Catolicismo e Espiritismo nessa tradição. Pois existem procedimentos
que em certos pontos fazem referência, como por exemplo a defumação e o uso das
ervas.

A crença diz que os banhos e bebidas feitos de jurema têm o poder medicinal de curar
doenças, afastar entidades malignas, problemas profissionais e amorosos. As origens
históricas desse pensamento têm como base um sistema de misticismo religioso no qual
ela é considerada uma árvore sagrada.

Na Paraíba, existem indícios de que ela já era utilizada pelos índios nativos, os Potiguaras
e Tabajaras, antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil. Foi em Alhandra,
município a poucos quilômetros de João Pessoa, que esse culto alcançou fama. O
misticismo religioso que existiu por muito tempo no local fez com que ele passasse a ser
conhecido como “A Cidade da Jurema”, pois era comum a presença da planta nos locais
onde era praticado o Catimbó. A perseguição aos mestres da jurema na Paraíba obrigou
que os rituais fossem realizados às escondidas.

Os devotos iniciados nos rituais são chamados de Juremeiros e as entidades centrais da

jurema nordestina são os mestres. Eles são praticantes falecidos que detinham muitos
conhecimentos sobre essa tradição.
Guias da Jurema
Mestres e Mestras: Espíritos que quando vivos, de alguma forma cultuavam a Jurema.

Encantados: Espíritos que estão ligados a natureza. Espíritos antigos que nos passam
conhecimento sobre os mistérios da vida e da magia. (Príncipes, médicos e mentores
espirituais)

Caboclos: Índios miscigenados com brancos, de origem do norte e nordeste brasileiro.

Boiadeiros: Espíritos de fazendeiros, vaqueiros e sertanejos.

Pajés: Índios feiticeiros do Brasil. Uma espécie de Xamã.

Ciganos: Ciganos que vieram de Europa e Oriente e que tiveram contato com os índios
do Norte do Brasil.

Reinos da Jurema Sagrada

A Jurema é composta por 12 Reinos. Alguns Mestres são consagrados a uma específica,
enquanto outros trabalham com todas misturadas. Sete cidades, sete ciências: Vajucá,
Junça, Catucá, Manacá, Angico, Aroeira e Jurema. Enquanto outro autor, se dividiria em
outros onze reinos: Juremal, Vajucá, Ondina, Rio Verde, Fundo do Mar, Cova de Salomão,
Cidade Santa, Florestas Virgens, Vento, Sol e Urubá

1ª Reino do Juremá: Composto pelas cidades: Estrela Dalva, Campos Verdes e Juremá.
São feiticeiros e trabalham com ervas. Formam as primeiras famílias de Catimbozeiros
que se iniciaram na Jurema.O governante é Tupã também chamado de Rei Tanaruê. Este
não se incorpora ou acosta, por se tratar do Deus Maior dos Índios. Aqui trabalha toda a
família de Tupinambá.

Os Mestres que tomam a frente desta cidade são: Mestre Inácio de Oliveira, Roldão de
Oliveira e Maria Acais. (Vivente na cidade de Alhandra na PB)

Trabalham diretamente com a Ciência da Jurema, com a prosperidade, o conhecimento

e na saúde.

2ª Reino Vajucá: Constituído pelas cidades: Aldeia Vajucá, Aldeia Mata Virgem e Aldeia
Arruada. Muitos caboclos e pretos velhos trabalham neste reino que diz está situada na
direção norte de RN e PB.

Ele está dividido em duas partes, uma por uma floresta habitada por índios brabos e a
outra parte é a Caatinga.
Trabalham com a manipulação da terra através da argila, por exemplo, e fabricam
receitas com plantas para usar em cachimbo e defumação.

Os Mestres que tomam a frente desta cidade são: Mestre Carlos, João da Mata e Mestra
Faustina.

3ª Reino Tanema: Reino das renovações, da transmutação, da transformação, do

equilíbrio e da harmonia. Trabalham com ervas e animais, são eles: Pajés, Ciganos e
curandeiros.

4ª Reino Angico: Um dos Reinos mais importantes da Jurema onde trabalham as

Mestras Aninha, Joana Pé de Chita, Sibanba. Manipulam os segredos das águas. Trazem
proteção, limpeza, fechamento de corpo.

5ª Reino do tigre: Aqui habitam espíritos que foram torturados e massacrados acusados
de magia e bruxaria. Trabalha com este reino nas esquerdas, ou seja, trabalhos de
destruição e para desmanchar energias densas.

6ª Reino do Bom Florar: São especialistas nas artes da cura. Aqui trabalham grandes
mestres iluminados.

7ª Reino Uruba: é a capital da raça negra na Jurema. Encontras aqui culto aos Vodus,
Orixás, Pretos Velhos.

8ª Reino 7 Covas de Salomão: Reino do Oriente, do Povo Cigano, da sabedoria. Muda

de local de 12 em 12 horas e poucos conseguem contato come este Reino.

Trabalham com orações, invocações, conjurações e cânticos.

9ª Reino Rio Verde: Este Reino encontra se debaixo das águas. Aqui habitam botos,
marinheiros, caravelas, sereias, ondinas e tritões.

Suas Aldeias são: Aldeia Rio Verde, Aldeia Riacho Bonito, Aldeia das Ondinas.

A Rainha é Princesa Aurora mãe da princesinha Flora, Príncipe Rio Verde, Príncipe Boço
Jara, Rio Negro e Maresia.

Segundo a lenda, a Rainha Aurora se casou com o Príncipe Fleximar e teve com ela dois
rios (Verde e Negro) que eram gêmeos e acabaram por ordem do Rei Tanaruê gerando o
príncipe solimões, com uma cuia mágica dada por Tanaruê.

Maresia é um encantado filho de um branco com a rainha Aurora e Boço Jara é filho do
Rei da Turquia.
O Príncipe Rio Negro se encanta num pé de Taioba roxo e o Rio Verde num Irapuru.

Água Clara é uma das 12 meninas da saia verde é também outro nome como é
conhecido o Reino do Rio Verde.

Rio Verde também trabalha como caboclo, porém dá o nome de caboclo Lírio.

* 10ª Reino do Acaes: É porta de passagem para os Mestre mais importantes da Jurema.
São eles: Mestre Manoel Cadete, Mestre Machado Bravo, Mestre José Pelintra entre
outros.

11ª Reino de Canindé: Reino do Rei Canindé, filho de Tupã, senhor das guerras, festas e
bebidas. Daqui vem as explicações para os sacrifícios de animais na Jurema.

12ª Reino de Tronos: Reino dos Principados, Potestades, Anjos e Tronos. É o mais
misterioso de todos. Aqui os anjos atuam com trabalhos de purificação.

Encantados:
A Encantaria é uma mistura de muitos povos e culturas diferentes. Celtas, Egípcios,
Índios, Xamãs, Ciganos, Gregos, africanos entre muitas outras culturas e povos
encontram se neste sistema religioso como espíritos sábios e conselheiros.

Sua base é indígena, em especial a cultura Tupi Guarani.

Recebe nomes diferentes em outras partes do Brasil:

Pajelança no Norte

Terecô e catimbó no Maranhão

Catimbó no Nordeste
Quimbanda na Bahia

Macumba em São Paulo e no Rio

Batuque no Rio Grande do Sul entre muitos outros.

Não há raízes ou tradições sucessórias. Cada casa tem sua própria prática, costume e
forma de culto.

Não há ritual de INICIAÇÃO ou doutrina propriamente dita, os encantados podem se

manifestarem e o médium pode ficar naquele estagio de transe por dias, podendo
inclusive alimentar-se e realizar suas necessidades fisiológicas. Totalmente diferente dos
terreiros de Umbanda e Jurema, que seguem um processo iniciativo com dogmas,
cantos e ritual próprio de forma sequenciados, hora de caboclo é caboclo, de mestre é
de mestre e assim sucessivamente.

Processo iniciativo:
Teste de mediunidade

Lavagem cabeça nas ervas

Desenvolvimento.

Confirmação (batismo)

Feitura (tombo de jurema).

Ensinamentos

O QUE É TESTE DE MEDIUNIDADE?

Sexto sentido, intuição, premonições.... Muitas pessoas têm uma capacidade especial
para se relacionarem com o mundo espiritual. Enquanto que a intuição é uma
ferramenta que nasce conosco, os dons psíquicos definem-se como a capacidade de
captar informações e de se conectar com outros planos de existência. A mediunidade vai
além desses dons, pois implica a capacidade de receber informações e se estabelecer
comunicação com o plano espiritual. Nem todos os médiuns conseguem ver espíritos ou
ouvir vozes, e muitas pessoas possuem o dom da mediunidade, num grau mais ou
menos elevado. Por isso a necessidade de realizar o teste mediúnico, existem várias
formas de se realizar este teste, o teste é sempre individual seja de que forma for.

Eu, em particular, prefiro e adoto o teste com as mãos estendidas uma sobre as
outras do médium avaliado. Método transmitido a mim pelo Mestre José Inácio e pelo
Mestre Eliziário, (Mestre Inácio - Mestre Adjunto Maior, Mestre Elizíário - meu mestre Instrutor e
iniciados na corrente BRANCA DO ORIENTE MAIOR, INDIANA NO ESPAÇO E A NA CORRENTE MÉDICA DE
MANHANTE). Sem que elas se toquem o médium avaliado sentirá o fluxo da energia em
umas das mãos e através deste, poderemos identificar com facilidade e 100% de certeza
o grau de mediunidade deste médio, (explicação e demonstração em vídeo)

LAVAJE DE CABEÇA

Podemos dizer que, Lavagem de cabeça é um ritual como o próprio nome o define, para
lavar a cabeça do médium, primeiro fazendo o Amaci (INFUNSÃO DE ERVAS) e posteriormente a
lavagem de cabeça do médium. Estacerimônia geralmente é realizada e comandada por
uma entidade da jurema sagrada, o próprio mestre juremeiro, um preto velho ou preta
velha, geralmente é realizada por entidades mais esclarecidas e de um nível de luz
elevado. É escolhido neste ato, por única escolha do iniciante e a sua vontade, uma ou
duas pessoas, em geral um casal, mas também podendo do mesmo sexo, pois o que
importa nesta escolha é que sejam pessoas de afetividade do iniciante e que já sejam
iniciadas para que se ternarem padrinhos do médium iniciante, e estes terem a
incumbência de ajudar sacerdote a orientar e passar ensinamentos ao médium iniciante.
Porém neste ritual de preparação e sacramento, tratasse na verdade da limpeza do
Chacra coronário para pontos de “acoplamento” entre os espíritos comunicantes (guias-
espirituais) e o médium.
O que é o Amassi, Amaci ou Amasse?

Amaci é um líquido preparado por folhas sagradas, maceradas em água, e perfumes,

pemba e etc.…para serem usadas em uma cerimônia imediata, ou deixando repousar de
acordo com as orientações do guia chefe da casa. É destinado para banho dos médiuns e
para a lavagem de cabeça dos médiuns iniciantes, normalmente com as folhas dos
mestres e caboclos orientada pelos, pai e mãe de santo, bem como as folhas dos Orixás,
Oxalá e as de Ossãe. O Amaci age como um neutralizador de correntes negativas e como
um energiza dor, que oferece rituais próprios em seu ato de preparação.

Cada amaci é feito com as ervas passadas e deixada de repouso na quantidade de dias
pedidos. Há casos em que os filhos ficam de preceito e no dia do Amaci abrimos a
Jurema, saudando o mesmo, defumando a cada filho e suas guias são deixadas junto ao
amaci para serem limpas e renovada as energias.

 “ Amassa folha por folha tata miôoooo

Amassa maracanboa tata miôoo

Eu sou filho de xangô tata miôoo

Tata miôoo abençoou, tata miôoo “

Entre muitasoutras…,
DESENVOLVIMENTO MEDÚNICO

O Desenvolvimento da Mediunidade é o aperfeiçoamento de uma faculdade inerente a

todos os seres humanos. O Espiritismo insiste no conceito que todos são médiuns para
poder desmistificar algo natural e, de certo aspecto, fisiológico a organização do corpo
físico e espiritual. Há, entretanto, no processo de Desenvolvimento da Mediunidade, o
entendimento dos fenômenos mediúnicos é necessário a depuração de questões morais.
Em relação aos fenômenos mediúnicos, o que ocorre é um avanço de suas faculdades, o
que o espiritismo entende como Mediunidade Ostensiva. A responsabilidade dessa
faculdade exige do encarnado muito estudo e instrução, pois talvez a questão mais
importante na qual o médium deve se ater é sobre o seu desenvolvimento moral. O
orgulho e o egoísmo podem atrapalhar o desenvolvimento mediúnico.

Os médiuns devem compreender que a atividade da faculdade mediúnica durante uma

encarnação, mais do que ensinar algo, é servir a espiritualidade como intermédio à
humanidade. É extremadamente normal a incorporação consciente, em estágio de
transe, não existe esta fantasiosa informação que o espirito sai do corpo do médium
para outro entrar, isto é só no Filme Ghost(o outro lado da vida), na verdade há uma
ligação espiritual em ter a entidade e o médium através da chacra umbilical ou coronário,
que com o passar do tempo e desenvolvimento do médium este estágio de consciência
vai ficando cada vez mais raro e a entidade consegue utilizar do corpo do médio como se
este fosse o seu. Mais isso sempre através da ligação dos chacras, o espirito do médium
sempre estará no mesmo lugar no corpo.

COMFIRMAÇÃO

Cada casa tem seu jeito de apresentar este sacramento comum nas cassas de umbanda
chamado de cruzamentos. Os cruzamentos,porém, nos registros de casas muito antigas
podemos encontrar o ritual sendo feito pelo dirigente ou guia-chefe da casa, ou ainda
por alguém por ele definido. Usando-se da Pemba Branca ou de Pemba ralada, marcava-
se no corpo do médium cruzes (+) em determinados pontos, tais como: Fronte, Tórax,
Umbigo (alguns trocam pela nuca), Costas das Mãos e Peito dos Pés.Dessa forma,
cruzando e abençoando esses locais, lavava-se a cabeça com o Amaci.

Há quem inverta o ritual, primeiro fazendo o Amaci e posteriormente cruzando os

médiuns, porém o que devemos notar aqui é o intuito desses rituais, de preparar e
sacramentar certos pontos de “acoplamento” entre os espíritos comunicantes (guias-
espirituais) e os encarnados.
TOMBO DE JUREMA (feitura na jurema)

uremeiro, aquele que cultua a jurema sagrada, passando assim por

É considerado Juremeiro,
iniciação até ser totalmente pronto dentro da jurema, altura em que ele se chama
tombo de jurema.

O médium já com o conhecimento devido e passando por todos os estágios anteriores,

normalmente é escolhido pelo seu sacerdote ou pela própria entidade que o preparou,
preparou
mbo na jurema e com isso receba a
para que este afilhado ou esta afilhada, faça o seu tombo
consagração
ção e ou a incorporação do seu mestre juremeiro.

passará a iniciar seus afilhados, podendo este abri sua própria

Mestre este que passará
entro e dando a partir daí seguimento de todo que aprendeu de seu padrinho
casa ou Centro
a seus afilhados. Pois na jurema Sagrada não se tem filhos de santo e sim,
sim afilhados(as)
de jurema, istoporque quem lhe sacramenta juremeiro e prepara todos os sacramentos,
são as entidades Mestre juremeiro incorporadoao médium , (Pai ou Mae de Santo)
padrinho, e não o sacerdote, Pai de santo e filhos de santo são expressões comum do
Cambomblé , O tombo de jurema tem obrigação para todas as entidades de jurema, os
guias, caboclos, mestres, mestras e o povo da rua.

Jurema

A Jurema (Acácia Jurema mart.) É uma das muitas espécies das quais a Acácia é o gênero.
Várias espécies de Acácia nativas do nordeste brasileiro recebem o nome popular de
Jurema.

As Acácias sempre foram consideradas plantas sagradas por diferentes povos e culturas
de todo o mundo; Os Egípcios e Hebreus veneravam a "Acácia nilotica" (Sant, Shittim,
Senneh), os Hindus a "Acácia suma" (Sami), os Árabes a "Acácia arábica" (Al-uzzah), os
Incas e outros povos indígenas da América do sul veneravam a "Acácia cebil"(vilca,
Huillca, Cebil), os nativos do Orinoco a "Acácia niopo" (Yopo) e os índios do nordeste
brasileiro tinham na "Acácia jurema" (Jurema, Jerema, Columbia) a sua árvore sagrada, a
sua Acácia, ao redor da qual desenvolveu-se essa tradição hoje conhecida como "Jurema
sagrada".

A jurema sagrada é remanescente da tradição religiosa dos índios que habitavam o

litoral da Paraíba, Rio Grande do Norte e no Sertão de Pernambuco e dos seus pajés,
grandes conhecedores dos mistérios do além, plantas e dos animais.

Depois da chegada dos africanos no Brasil, quando estes fugiam dos engenhos onde
estavam escravizados, encontravam abrigo nas aldeias indígenas, e através desse
contato, os africanos trocavam o que tinham de conhecimento religioso em comum com
os índios. Por isso até hoje, os grandes mestres juremeiros conhecidos, são sempre
mestiços com sangue índio e negro. Os africanos contribuíram com o seu conhecimento
sobre o culto dos mortos EGUN e das divindades da natureza os Orixás voduns e inkices.
Os índios, estes contribuíram com o conhecimento de invocações dos espíritos de
antigos pajés e dos trabalhos realizados com os encantados das matas e dos rios. Daí a
jurema se compor de duas grandes linhas de trabalho: a linha dos mestres de jurema e a
linha dos encantados.

Cidade do Segredo da Jurema

7 Cidades Sagradas guardam os segredos da jurema, são elas:

Jurema, Vajucá, Junça, Angico, Aroeira, Manacá e Catucá.

Alhandra:
* Situada entre a Paraíba e Recife Alhandra é a capital da Jurema. Onde tudo começou,
guarda os restos mortais da grande mestra da Jurema Sagrada Mestra Maria do Acaio.

Na cidade há mais Três cidades encantadas: Acais, Tapuiú e Estiva.

É nestas cidades que descansam os túmulos dos maiores Mestres Brasileiros da Jurema.
Este pequeno município de litoral sul da Paraíba está situado a cerca de 40km da capital,
João Pessoa. A cidade foi fundada a partir da instauração do aldeamento de Arataguy, no
final do século XVI, logo após a consolidação da conquista da Paraíba, que repercutiu
com a fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), em 1585.
Mas como essa religiosidade vem a ser polarizada no litoral da Paraíba.