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O FADO
Ensaios sôbre um problema
Etnográfico - Folclórico
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✓A ^losé maciel Ribeiro Fortes
n» ‘iooiodade Portuguesa do Antropologia o Etnologi
DrÍnXto Portuense do Estudos e Contortocias
Do Instituto de Coimbra
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J. F.
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fontes doutrinais e origens possiueimente
atribuíueis ao Fado; é êste um produto
cancional português “sui generis .
Do Diário da Madeira:
«Citámos, na nossa crónica xvi, a mono¬
grafia que o Dr. José Maciel Fortes está escre¬
vendo com esmerado e escrupuloso estudo, e
fixámos no nosso espirito, reservadamente, o
desejo de apresentarmos nestas crónicas a
opinião de êsse ilustre escritor.
É o que vamos fa^er agora.
Acedendo gentilmente ao nosso pedido, e
respondendo a uma espécie de questionário
que apresentámos a esse tão querido amigo,
vamos lê-lo nas suas divagações eruditas, e
registar aqui as suas opiniões, baseadas no
estudo consciencioso do assunto.
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* *
Em bandolim marchetado
Os ligeiros dedos prontos,
Louro peralta adamado,
Foi depois tocar por pontos
O doce londum chorado:
Se Mareia se bamboleia
Nêste inocente exercício;
Se os quadris saracoteia;
Quem sabe se traz cilício,
E por virtude os meneia?
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Vila do Conde.
Outubro de 1922.
R influência cancional negróiâe, represen-
taâa principalmente pelo Lunâum; as
formas cantáueis âe característica emi¬
nentemente nacional.
Do Diário da Madeira:
É impossível!
Podem lá os Fados traduzir intensamente
a alma nacional 1
Podem lá os Fados exprimir o sentimento
de unidade moral, de cooperação colectiva.den¬
tro da nossa democracia, fazendo explodir, do
solo da pátria, no canto coral, como mais ade¬
quada das fôrmas plásticas, o símbolo estético
que sintetisa êsse estado superior da alma das
nações! (')
Pois se o Fado, o nôme o diz, nasceu nos
centros da maior abominação; se a maneira de
o cantar é o conjunto mais completo e ridículo
de êrros estilísticos, de faltas de bom-gosto; se
só assim tem a côr própria, local, e uma vez
modificado, ou estilizado diversamente, perde
todo o valor e fica reduzido à sua eterna e
* *
Do Primeiro de Janeiro:
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Da Revista — « Diónysos.»
* *
Com efeito.
Podemos estabelecer durante aquêle longo
período a divisão seguinte, quanto às melodias
às dansas e às formas verbalizadoras do canto,
que constituíram os elementos básicos do
Fado:
Da Revista — «Diónysos.»
* *
* *
* *
it
Observação
/ Focos irradiantes da
l eclosão do Fado.
] Origens propriamente
Etiologia Fadográfica { ditas do Fado.
Causas deteminantes
do aparecimento do
Fado.
Elementos básicos pri¬
mordiais do Fado.
Elementos básicos se¬
Eurística Fadográfica cundários do Fado;o
movimento espiritual
romântico.
Elementos tecnico-mu-
sicais.
Desenvolvendo ou explicando:
A Etiologia Fadográfica, estudando, no seu
aspecto o mais amplo e lato possível, a origem
da fórma cancional —«O Fado» —(que sempre
consideramos como um produto doentio en-
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* *
194
Citaremos alguns.
Ocorre-me de comêço o nome do scinti-
lante escitor Afonso Lopes Vieira como um
dos primeiros a mencionar.
Com efeito; em 1910 realisava em Lis-
bôa, aquêle Autor, uma Conferência em que
se faziam as subseqúêntes alusões: primei¬
ramente ao mórbido desmazeladismo portu¬
guês, resultando natural, como fórma passiva
de resistência, do divórcio entre o Povo e o
Estado, depois da tarefa extenuante dos ma¬
res... A seguir pregunta-se se essa resignação
torturada... de sentir que se não revolta,
essa tristeza de abandono da alma sonhadora
que se sente apresada entre garras mortais,
não teria achado a sua expressão espontânea
na música do fado ?
Não é isto reconhecer no Fado como que
um índice expressivo da psíquica nacional,
tanto mais que para A. L. Vieira o Fado não é
só do horrível fadista lisboêta, mas é também
dos cégos ambulantes, em cujos bornais Garrett
197
ÍNDICE $ **C*G
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