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Curso em Fotografia Do Senac PDF
Curso em Fotografia Do Senac PDF
Edição 01 – Julho/04
Apresentação
Esta apostila tem o objetivo de proporcionar ao estudante um conhecimento
básico sobre a fotografia. Nela estão inclusos o funcionamento dos diferentes tipos de
câmeras fotográficas, seus acessórios, noções sobre os diversos tipos de filmes,
composição e enquadramento.
Este é somente o passo inicial para aqueles que querem fazer do ato de fotograr
uma profissão. A fotografia é um tema fascinante e complexo e que exigirá do aluno
dedicação, aprendizado e pesquisa durante toda a sua futura carreira.
Sumário
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................................3
SUMÁRIO................................................................................................................................................ 4
UM PEQUENO HISTÓRICO DA FOTOGRAFIA............................................................................. 6
VALE A PENA CONHECER..............................................................................................................................9
VISUALIZAÇÃO...................................................................................................................................10
A CÂMERA FOTOGRÁFICA.............................................................................................................13
OS DIVERSOS TIPOS DE CÂMERAS FOTOGRÁFICAS............................................................................................ 13
Câmeras simples.............................................................................................................................. 13
Câmeras automáticas...................................................................................................................... 14
Câmeras ajustáveis ou manuais...................................................................................................... 15
COMPONENTES DA CÂMERA FOTOGRÁFICA..........................................................................16
CORPO DA CÂMERA................................................................................................................................... 16
DIAFRAGMA.............................................................................................................................................16
Profundidade de campo................................................................................................................... 17
OBTURADOR............................................................................................................................................ 18
Combinação velocidade-abertura................................................................................................... 21
DISPARADOR............................................................................................................................................21
INDICADOR DE SENSIBILIDADE DO FILME....................................................................................................... 22
VISOR.....................................................................................................................................................23
CONTADOR DE EXPOSIÇÕES.........................................................................................................................23
MECANISMO DE TRANSPORTE DO FILME........................................................................................................ 23
FOTÔMETRO.............................................................................................................................................23
OBJETIVAS...............................................................................................................................................25
Tipos de objetivas............................................................................................................................ 26
Tubo de extensão:............................................................................................................................ 29
Fole de extensão:............................................................................................................................. 29
OUTROS TIPOS DE CÂMERAS........................................................................................................ 31
CÂMERAS DE GRANDE FORMATO ..............................................................................................32
O FILME.................................................................................................................................................34
SUB-EXPOSIÇÃO........................................................................................................................................35
SUPER-EXPOSIÇÃO.....................................................................................................................................35
FLASH.................................................................................................................................................... 36
Flash eletrônico embutido............................................................................................................... 36
Flash descartável.............................................................................................................................37
Flash manual................................................................................................................................... 37
Flash eletrônico controlado por fotocélula..................................................................................... 37
Números-guia.................................................................................................................................. 38
Manuseios e cuidados......................................................................................................................38
Flash fora da câmera.......................................................................................................................38
Flash rebatido..................................................................................................................................38
Flash com luz do dia........................................................................................................................39
Ação na hora de fotografar............................................................................................................. 39
ACESSÓRIOS........................................................................................................................................ 41
TRIPÉ......................................................................................................................................................41
MOTOR DRIVE.......................................................................................................................................... 41
FILTROS.................................................................................................................................................. 42
Tipos básicos de filtros.................................................................................................................... 42
PRINCÍPIOS DA COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA....................................................................... 43
ENQUADRAMENTO.....................................................................................................................................49
LUZ..........................................................................................................................................................50
LUZ LATERAL.......................................................................................................................................... 50
LUZ VERTICAL.........................................................................................................................................50
LUZ FRONTAL..........................................................................................................................................50
LUZ POSTERIOR........................................................................................................................................ 51
DEFEITOS COMUNS NA FOTOGRAFIA........................................................................................53
FICHA TÉCNICA................................................................................................................................. 55
Um pequeno histórico da fotografia
No século XVI inovações e descobertas no campo da física e da química
possibilitaram o surgimento de diversos inventos científicos. No ano de 1556, por
exemplo, o alquimista Fabrício verificou que o cloreto de prata enegrecia quando exposto
à ação da luz, um dos princípios básicos da construção da imagem fotográfica.
O mais antigo desenho conhecido de uma câmera escura construída data de
1544 e foi feito pelo médico e matemático holandês Reinerws Gemma Fristus. Este
engenho se destinava à observação de eclipses solares sem que houvesse riscos para os
olhos. Tal câmera consistia em um pequeno orifício na parede externa de um quarto
escuro. Os raios solares atravessavam este orifício e projetavam uma imagem invertida
em uma tela colocada na parede oposta à do orifício.
Câmera escura
Em 1827 Niépce recebeu uma carta de Daguerre que lhe relatava seu interesse
em gravar imagens. Anos mais tarde Niépce e Daguerre passaram a trocar
correspondências sobre seus trabalhos. Em 1829 tornaram-se sócios, mas continuam
trabalhando em separado e relatando suas experiências por carta.
Niépce faleceu em 1833. Daguerre prosseguiu suas experiências e em 7 de
janeiro de 1839, já satisfeito com seu novo processo fotográfico, dispôs-se a anunciá-lo à
Academia Francesa de Ciência, que passou a chamá-lo de Daguerreótipo.
Somente em agosto de 1839, depois que a autenticidade de seus retratos foi
posta em dúvida, é que ele revelou que o composto usado era iodeto de prata, mais
eficaz que os compostos usados por Schulze e Wedgwood.
Nos Daguerreótipos as imagens eram fixadas de maneira permanente. Estes
compostos químicos são atualmente conhecidos como tiossulfato de sódio. Daguerre
vendeu sua invenção ao governo francês, recebendo en troca uma pensão vitalícia de 6
mil francos.
O daguerreótipo era uma peça única de cobre banhada com sais de prata tratada
com vapores de iodo e revelada com mercúrio aquecido. Para tornar a imagem inalterável
bastava submergí-la em uma solução aquecida de sal de cozinha. O tempo de exposição
para obter os primeiros daguerreótipos variava entre 15 e 30 minutos. Este tempo foi
reduzido drasticamente depois que o húngaro Josef Petzval fabricou, em 1830, uma lente
dupla (acromática), bem mais clara que as utilizadas até então.
Entretanto a daguerreotipia ainda não era o processo definitivo, pois através dela
obtia-se apenas um positivo, ou seja, uma única fotografia.
Por volta de 1835 o inglês William Henry Fox Talbot obteve as primeiras
fotografias em negativo. Mas ele levou cerca de 5 anos para descobrir que, utilizando
iodeto de prata, o tempo de exposição se reduziria para menos de 1 minuto. Seu
processo passou a ser conhecido como Calótipo e mais tarde, Talbótipo. As linhas não
eram bem definidas o que tornava os detalhes apagados e enevoados. O calótipo passou
a ser usado mais para reproduzir imagens de arquitetura, paisagens e naturezas mortas.
Em 1851 Frederick Scott Archer inventa o processo de colódio úmido, também
chamado de Chapa Úmida. Quando fotografado em boas condições de luz em estúdio,
obtinha-se negativos ricos em detalhes e textura, o que permitia a obtenção de muitas
cópias. Entre seus usos estavam os retratos de políticos e atores. Mas seus exemplos
mais famosos são as fotografias tiradas por Roger Fenton durante a Guerra da Criméia e
por Mathew Brady na Guerra de Secessão Norte Americana. A popularização deste
processo foi a responsável pela morte do daguerreótipo.
Com o surgimento da fotografia surge também uma nova profissão: o fotógrafo.
Casas especializadas em instrumentos óticos e laboratórios especializados em químicos
usados para as revelações fotográficas também começaram a aparecer.
Em 1853 10 mil americanos produziram 3 milhões de fotografias.
Em 1856 a Universidade de Londres incluiu a fotografia no seu currículo. Em
1861 surge a celulose e com ela o filme flexível. Gaudin produziu as primeiras emulsões
gelatinosas.
Em 1869 surge a primeira fotografia colorida.
Em 1871 Richard Leach Maddox produziu a primeira chapa manipulável usando
gelatina para fixar o bormeto de prata sobre a base de vidro ou de celulose. Com isso já
não era mais necessário untar as chapas antes da exposição ou revelá-las imediatamente
após a fotografia ser tirada. Esse foi um passo importante para a popularização da
fotografia.
Em 1880 McKellen patenteou a primeira máquina fotográfica reflex, na qual o
espelho deslocava-se automaticamente durante a exposição, ligado a um obturador de
cortina.
Em 1881 George Eastman funda a Eastman Dry Plate Company. Em 1888 esta
empresa lança a Kodak, primeira câmera fotográfica portátil com filme de rolo.
Em 1922 surge o Ektachrome, primeiro filme colorido lançado pela Kodak.
Em 1925 é lançada a câmera Leica, precursora das câmeras 35mm.
Em 1936 é lançado o Kodachrome 35mm.
Em 1949 surge a Polaroid para fotografias em preto e branco, máquina que
produz fotos instantâneas. Em 1963 surge a Polaroid colorida.
Vale a pena conhecer
Segundo Henri Cartier-Bresson, mago da fotografia preto e branco e do
flagrante, “fotografar é colocar numa mesma mira, a cabeça, o olho e o coração”. “É uma
maneira de gritar, de se liberar, e não de aprovar ou afirmar a sua própria originalidade”.
É em suma, uma maneira de viver.
David Hamilton considera a composição e a iluminação aspectos secundários.
Para ele o importante é captar a poesia presente no momento em que ele fotografa.
Hamilton sempre preferiu usar trechos de poemas para divulgar seus trabalhos ao invés
de dados técnicos.
Brian Seed, fotógrafo norte-americano, iniciou sua carreira trabalhando na
Editora Time-Life. Atualmente produz audiovisuais com fins educativos para diversas
escolas.
Kenneth Griffths não é considerado um fotógrafo convencional. Ele utiliza uma
câmera de estúdio, fabricada a mão pela Gandolfi Brothers, de Londres. Suas fotos são
sempre tiradas com exposição longa e pequenas aberturas na objetiva.
Adam Woolfitt prefere as paisagens e arquiteturas com pouca iluminação.
Tessa Traeger é especialista em naturezas mortas com equilíbrio nas cores.
Por sua vez Ernest Haas, hoje considerado um mestre da fotografia colorida,
afirma: “A fotografia é uma transformação e não uma reprodução do mundo.”
O brasileiro Sebastião Salgado é considerado atualmente o maior fotógrafo de
temas sociais. Trabalhando sempre em preto e branco com máquinas Leica e filme TRI-X
400, ele está há anos registrando a migração de populações devido a motivos políticos e
sociais. Este economista que começou a fotografar quando fazia seu doutorado em Paris,
também já registrou as lutas pela terra e o mundo do trabalho. Salgado também já foi
diretor da Magnum, importante agência de fotografia criada por Cartier-Bresson.
Klaus Mitteldorf, brasileiro, prefere explorar a cor. Ele tem muitos trabalhos em
revistas como Playboy e Vogue. Mitteldorf morou anos na Alemanha, onde realizou
trabalhos com saturação de cores.
A catarinense Lair Leone Bernardoni evoca em suas fotografias atmosferas
oníricas. Ela possui um controle muito bom sobre o uso de filtros e luz natural.
Ansel Adams, considerado o mestre da fotografia de natureza em preto e branco,
tinha na reprodução precisa dos detalhes a sua mais forte característica. Extremamente
técnico, Adams criou o “Sistema de Zonas”, onde a previsualização da imagem e o seu
resultado ampliado em papel acontecia antes mesmo do click final.
Visualização
O termo visualização se refere a todo o processo emocional-mental da criação de
uma foto, e como tal, é um dos mais importantes conceitos da fotografia. Ele inclui a
habilidade de antecipar uma imagem ampliada antes mesmo de se realizar a exposição.
No processo criativo isto tudo pode ser ensinado e praticado. Porém, os domínios
da visão pessoal e do insight , o olhar criativo do individuo, estes já não podem ser
ensinados, somente reconhecidos e encorajados.
A fotografia envolve uma série de processos mecânicos, óticos e químicos que se
localizam exatamente entre o objeto e a fotografia deste objeto. Cada etapa do processo
nos deixa um pouco mais distantes do objeto e mais próximos da fotografia do objeto
propriamente dita. Mesmo a mais realista das fotos não é a mesma coisa que o objeto
real, somente sua representação, separados pelas variadas influências do sistema
fotográfico. O fotógrafo até pode escolher e dar mais ênfase, ou não, a estas separações
da realidade, mas ele não pode eliminá-las completamente.
O processo fotográfico se inicia com o sistema câmera/lente/obturador, que vê de
uma forma semelhante, mas não idêntica, ao olho humano. A câmera, por exemplo, não
se concentra no centro do seu campo de visão como o olho faz, mas vê tudo com igual
claridade. O olho varre o objeto para incluí-lo totalmente, enquanto a câmera registra o
todo de forma fixa.
Depois temos o filme, que possui uma sensibilidade que é somente uma fração
daquela que o olho possui.
Entender este processo, sua capacidade e seus limites é a tarefa do estudante e
do fotógrafo na busca do controle total sobre a criação e qualidade da imagem final. Se
falharmos na compreensão deste sistema ou optarmos pelo controle automático do
processo, estaremos permitindo que o sistema dite os resultados, ao invés de possuírmos
o comando para elaborar os nossos próprios resultados.
A câmera fotográfica basica
De forma bem simples, qualquer câmera fotográfica é um instrumento de fazer
imagens em uma superfície. Este modo de produzir imagens já era conhecido há séculos
e baseou-se no princípio ótico da câmera escura.
Como o nome indica, câmera escura é um compartimento à prova de luz. Pode ser
um cômodo da casa, uma caixa qualquer ou mesmo uma lata. O principal é que esta
câmera escura seja totalmente fechada e não deixe entrar luz.
Toda câmera escura necessita que em uma de suas faces haja um pequeno
orifício. Por este orifício a luz penetrará e formará na face oposta a este furo a imagem do
que estiver do lado de fora da câmera escura.
Câmeras simples
O que caracteriza uma câmera simples é o fato de que praticamente não possui
controles. Nela o foco é fixo, ou seja, tudo o que estiver a mais de 1,20 metros de
distância estará em foco. O visor na maioria das vezes é direto, não através da lente, o
que significa que aquilo que estamos vendo pode não ser exatamente o que está sendo
registrado no filme. Ela também não possui controles de abertura do diafragma e
velocidade, sendo que somente podemos escolher se a foto será tirada sob o sol, dia
nublado ou com uso de flash. Geralmente também não podemos selecionar o tipo de
filme utilizado. Quando muito, algumas permitem escolher entre ASA 100 ou 400.
Possuem a vantagem de serem mais leves, compactas e baratas.
Câmeras automáticas
Estas câmeras tem este nome porque possuem uma fotocélula que regula
automaticamente a abertura do diafragma ou a velocidade do obturador ou ambos, porém
alguns modelos podem oferecer também o controle manual de abertura e velocidade. As
câmeras automáticas possuem maior versatilidade que as câmeras simples, embora
tenham limitações que impedem sua utilização sob determinadas condições de luz.
Deve-se ter os mesmos cuidados indicados para o uso de uma câmera simples:
− Segurar corretamente e com firmeza
− Manter a distância correta. Alguns modelos de câmeras automáticas permitem a
focalização a partir de 90 centímetros.
− Enquadrar com perfeição, sem esquecer uma margem de segurança acima e abaixo
do quadro, para evitar cortes da cabeça ou dos pés
− Observar as condições de luz
As câmeras automáticas em geral tem um indicador que avisa quando há pouca
luz para fotografar. Nestes casos é necessário o uso do flash, que em muitas câmeras é
acionado automaticamente toda vez que a máquina percebe que o ambiente está escuro.
As fotos contra a luz ou em ambientes com luz e sombra devem ser evitadas, pois a
fotocélula não consegue fazer uma leitura correta quando há no mesmo quadro cenas
com muitas luz e cenas com pouca luz. Para se fotografar dentro de casa na maioria das
vezes é necessário o uso do flash.
As câmeras automáticas podem possuir visor direto, como grande parte das
simples ou serem mono-reflex (visão através da lente - SLR) como na maioria das
câmeras manuais.
Câmera mono-reflex
Corpo da câmera
Podemos dizer que tudo o que não é objetiva ou acessório faz parte do corpo da
câmera. Nele estão o porta-filme, a cortina (obturador), o visor, todos os encaixes (para
objetivas, flash e cabos) e os controles de velocidade do obturador, disparador, timer ou
temporizador, abertura do compartimento do filme, escolha da sensibilidade do filme, etc.
É comum fotógrafos profissionais que carregam em suas bolsas dois ou mais
corpos para a eventualidade de ocorrerem problemas elétricos ou mecânicos em um
deles. Nestes casos todos os corpos geralmente possuem o mesmo encaixe de lentes, ou
seja, todos eles aceitam as mesmas objetivas e com isso o fotógrafo não precisa carregar
também dois ou três conjuntos de objetivas.
Diafragma
É um mecanismo existente no interior da objetiva que possibilita controlar a
quantidade de luz que irá atingir o filme. Quanto mais aberto estiver o diafragma mais luz
chegará até o filme.
Os valores de abertura do diafragma são determinados por uma escala que tem
relação direta com o diâmetro da abertura da objetiva e que podem ser:
f/1.2 – f/1.4 – f/2 – f/2.8 – f/4 – f/5.6 – f/8 – f/11 – f/16 – f/22 – f/32
Quanto maior o número do diafragma (f/32, por exemplo) mais fechado ele está e
consequentemente menos luz atingirá o filme. Quanto menor o número do diafragma
(f/1.2, por exemplo) mais aberto ele estará e consequentemente mais luz atingirá o filme.
Na gíria fotográfica chama-se “abrir um ponto” à passagem de uma abertura menor para
uma maior, como por exemplo de f/11 para f/8. O contrário, ou seja, passar de uma
abertura maior para uma maior é considerado como “fechar um ponto”.
O controle da abertura do diafragma pode ser feito através de um anel situado na
própria objetiva ou de um controle no corpo das câmeras mais modernas.
Cada valor de abertura deixa entrar na câmera o dobro de luz da abertura
seguinte. Por exemplo, com abertura f/2.8 chegará ao filme o dobro de intensidade
luminosa da abertura f/4, que por sua vez permitirá que o filme receba o dobro de luz da
abertura f/5.6, e assim por diante. É importante observar que estamos considerando a
velocidade do obturador inalterada para todas estas variações de abertura do diafragma.
É comum que o maior abertura da objetiva não pertença a esta escala, como por
exemplo f/3.5, mas os demais valores serão os padronizados.
A luminosidade de uma objetiva depende de diversos fatores, como diâmetro da
objetiva, qualidade e quantidade das lentes usadas e distância focal da objetiva. Quanto
maior o diâmetro, mais luz o filme poderá receber. Isso é utilizado para melhorar a
qualidade de objetivas de grande distância focal. Quanto maior a distância focal, maior a
distância entre a câmera e o objeto, e consequentemente menor a quantidade de luz
daquele objeto que o filme irá receber. Quanto mais elementos (lentes) uma objetiva
possuir, mais escura ela será. Isso é facilmente constatado quando comparamos objetivas
zoom com objetivas fixas. As fixas são mais claras porque possuem menos lentes na sua
construção. Para compensar isso utiliza-se lentes de maior qualidade (mais claras) ou
maior diâmetro da objetiva.
Profundidade de campo
Além de controlar a quantidade de luz que irá atingir o filme, a abertura do
diafragma controla também a profundidade de campo, ou seja, a extensão da região
nítida (em foco) quando se tira uma fotografia.
Como podemos observar na ilustração anterior, quanto maior a abertura do
diafragma, menor a profundidade de campo, e quanto menor a abertura do diafragma
maior é a profundidade de campo. Algumas objetivas possuem gravado em seu corpo um
anel de profundidade de campo. Através desta escala poderemos saber qual a extensão
da área em foco para uma determinada abertura.
Obturador
Obturador de plano focal
Com velocidades abaixo de 60, ou 30 para aqueles que não tem mão firme,
recomenda-se o uso de tripé para que a foto não saia tremida. E lembre-se: mesmo que a
foto não pareça tremida em uma ampliação 10x15, quando quisermos ampliá-la mais
esses pequenos e quase imperceptíveis movimentos durante a exposição podem fazer a
fotografia perder a nitidez , parecendo borrada ou fora de foco. Por isso, se planejar fazer
cópias em tamanho grande de suas fotografias, nunca utilize velocidades baixas ou se o
fizer, utilize o tripé.
• 1, 2, 4, 8, 15 - Velocidades Lentas
• 30, 60, 125 - Velocidade Média
• 250, 500, 1000 - Velocidades Altas
A velocidade B (bulb) significa que a cortina do obturador permanecerá aberta
pelo tempo em que o fotógrafo estiver pressionando o botão disparador. Algumas
máquinas possuem velocidade T (time), ou seja, pressiona-se uma vez o disparador para
abrir o obturador e outra vez para fechá-lo. Este recurso é muito útil em exposições
longas, de forma a evitar que se tenha de ficar pressionando o botão do disparador por
muito tempo. Para fotos em B é recomendável o uso do cabo disparador, o que evita o
contato direto com a máquina e elimina possíveis tremidas do equipamento. Velocidades
B ou T geralmente são usadas para fotografias noturnas, pôr-do-sol ou então quando se
quer registrar movimento.
Existem dois tipos básicos de obturador: o central e o de plano focal.
Obturador central
Combinação velocidade-abertura
Exposição é a combinação entre uma abertura do diafragma com uma
velocidade do obturador, ou seja, é a relação entre a quantidade de luz e o tempo que
esta quantidade de luz irá atuar sobre o filme.
Nos exemplos abaixo será utilizado um filme Kodak ISO 100 e estarão indicadas
a abertura do diafragma e a velocidade do obturador necessárias.
Partindo das indicações, pode-se variar as regulagens para diversas situações.
Por exemplo: em dia de sol, diafragma F/11, velocidade 1/125. Se mudar a abertura do
diafragma para F/8, vai entrar o dobro de luz. Se mantiver a velocidade 1/125 a fotografia
ficará superexposta. Assim, para que a fotografia saia correta é preciso compensar o
excesso de entrada de luz com a mudança da velocidade do obturador para 1/250.
Disparador
É o botão utilizado para tirar a fotografia. Nas câmeras que possuem fotômetro,
geralmente uma pequena pressão sobre este botão irá provocar o aparecimento e
funcionamento do medidor de luminosidade (fotômetro). Quando for utilizado tripé,
geralmente é no disparador que se encaixará o cabo para disparo manual.
Cabos disparadores
Contador de exposições
É uma escala que indica quantas fotos já foram feitas (em algumas câmeras,
quantas fotos faltam serem batidas) no filme. É muito útil para sabermos quanto do filme
já foi utilizado ou para podermos tirar e reinserir um filme na câmera.
Fotômetro
O fotômetro ou exposímetro é um aparelho utilizado para medir a intensidade da
luz no ambiente (luz geral) ou em um determinado assunto (luz direcionada). Através dele
podemos saber quais são as combinações velocidade/abertura adequadas para a
ocasião. Alguns fotógrafos mais experientes usam a sua “sensibilidade” (leia-se
adivinhação) para ajustar velocidade e abertura. Esse procedimento tem muito mais
chances de funcionar com filmes preto e branco, que possuem uma latitude maior.
Latitude é a tolerância de um filme à variações na luz recebida. Os filmes coloridos, e
principalmente os slides, possuem uma pequena latitude, ou seja, são pouco tolerantes às
variações de luminosidade e por isso precisam receber a quantidade de luz correta.
A maioria das câmeras SLR já vem equipadas com fotômetros que podem ser
lidos dentro do visor quando se está focalizando o assunto desejado.
Para câmeras sem fotômetro ou para leituras mais precisas, utiliza-se fotômetros
externos ou de mão. Com eles podemos realizar a leitura diretamente sobre o assunto ou
objeto desejado.
Objetivas
A objetiva é uma espécie de “funil” para os raios de luz. Ela os orienta de forma a
convergerem para o fotograma. Sem a objetiva a luz atingiria o filme de forma difusa,
irregular e não teríamos imagens de qualidade.
Outro componente comum em todas as objetivas é a rosca frontal, que serve para
encaixarmos a tampa de proteção e filtros. Olhando a objetiva frontalmente, além da
rosca poderemos ler algumas informações sobre a objetiva. Ali temos o nome do
fabricante, a distância focal (ex: 24mm), a abertura máxima (ex: 1:2.8) e o diâmetro da
objetiva (ex: Ø 52mm).
Tipos de objetivas
Milimetragem e ângulo de visão das objetivas
Grande angular:
Normal:
A lente ou objetiva normal é aquela cuja distância focal corresponde a medida da
diagonal do negativo.
As câmeras que utilizam filme 135mm teriam uma distância focal normal de
43mm. Os fabricantes, no entanto, consideram normais a lentes de 45, 50 ou 55. As mais
usadas são as de 50mm.
A objetiva normal tem o ângulo de visão semelhante ao do olho humano e são
geralmente mais claras, leves e baratas.
Teleobjetiva:
É a lente que possui uma distância focal maior que a objetiva normal. As mais
usadas são as de distância focal de 80, 100, 200, 300, 600 e 1200mm. A função da
teleobjetiva é aumentar o tamanho da imagem no negativo. Ela aproxima a imagem do
objeto, aumentando seu tamanho e reduzindo o ângulo de visão.
O maior cuidado que se deve ter ao usar uma teleobjetiva é manter a câmera
firme. Geralmente se utiliza tripé e velocidades mais altas para fotos com objetivas acima
de 300mm. São as lentes mais escuras, caras e pesadas.
Objetiva Macro:
A objetiva macro é uma lente para fotos de assuntos pequenos como flores,
insetos, reproduções de fotografias ou ilustrações, etc.
A macro-objetiva possibilita a reprodução de 1 por 1, ou seja, a imagem será reproduzida
no filme no seu tamanho real por permitir que o fotógrafo se aproxime bastante do objeto
a ser fotografado sem que a imagem perca o foco. É comum encontrarmos no mercado
objetivas normais, grande-angulares ou teleobjetivas com macro. Isso significa que, além
do uso normal destas objetivas, elas também podem ser utilizadas para fotografar objetos
pequenos, porém em geral elas não permitem a reprodução 1:1, limitando-se a 1:2 ou 1:4
.
Zoom:
É um tipo especial de objetiva que pode ser ajustada para diferentes distâncias
focais. Com isso podemos substituir várias objetivas por uma só. Sua desvantagem está
na memor luminosidade e no seu peso, geralmente superior quando comparadas à uma
objetiva de distância focal única.
Como exemplos de objetivas zoom podemos citar a 28-70mm, a 70-210mm, a
75-300mm e assim por diante.
Tubo de extensão:
De forma idêntica às macro-objetivas, os tubos de extensão são acessórios
utilizados para fotos de assuntos pequenos à curta distância.
Eles são adaptados entre o corpo da câmera e a objetiva. Pode-se encaixar um
único tubo ou uma série deles. Quanto maior a extensão maior será a imagem obtida.
Entretanto, há um limite a partir do qual a imagem começa a perder a qualidade.
Tubos de extensão
Fole de extensão:
Tem a mesma finalidade dos tubos de extensão só que é mais versátil, preciso e
prático. É dotado de um sistema de sanfona que permite ajustar o tamanho da extensão.
Nos tubos isso é feito acrescentando ou retirando um tubo. Desta forma os foles, além de
tornarem-se mais práticos, possuem distâncias intermediárias impossíveis para os tubos
de tamanho fixo.
Da mesma forma que os tubos, o fole é adaptado entre o corpo da câmera e a
objetiva. Sua única desvantagem é o preço, maior que o dos tubos.
Fole de extensão
Outros tipos de câmeras
Existem ainda outros tipos de formato de câmeras definidas de acordo com o
tamanho do filme que utilizam.
Câmeras digitais
Sub-exposição
Condição que se nota quando o filme é atingido por pouca luz, resultando
negativos claros e cópias escuras. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando o fotômetro
está estragado ou quando o flash não funciona.
Super-exposição
Ocorre quando o filme é atingido por muita luz resultando negativos escuros e
cópias claras. Um erro comum que causa super-exposição é colocarmos na máquina um
filme ASA400 e a regularmos para ASA100. Como um filme 400 precisa de menos luz que
o 100, ocorrerá super-exposição.
Flash
Quando não há luz suficiente para fotografar a única saída é usar um flash. É
importante conhecermos e testarmos o flash que vamos utilizar antes de qualquer
trabalho importante, pois os flashes tem potências diferentes e podem dar resultados
diferentes dependendo das condições de uso. Existem vários tipos de flashs ou luzes
auxiliares, cada uma para um uso específico.
Após bater uma foto o flash leva algum tempo até ficar pronto para a próxima foto
devido ao tempo de recarga. A lâmpada-piloto acenderá quando o flash estiver carregado.
Quando a lâmpada-piloto demorar muito para acender, troque as pilhas ou recarregue a
bateria.
Use sempre pilhas alcalinas novas ou de pouco uso e não se esqueça de retirá-
las do equipamento quando este não estiver sendo usado.
Flash manual
Os flash mais baratos ou mais antigos usam sempre a máxima potência para
cada disparo. Para obter fotografias com exposição correta é necessário regular a câmera
uma vez que a velocidade sempre será a mesma (conforme manual de instruções da
câmera, em geral 60 ou 125) e você terá de regular a abertura do diafragma
manualmente. A leitura da abertura correta é feita em uma tabela que geralmente está no
corpo do próprio flash e varia de acordo com a distância flash-objeto e com a ASA do
filme.
As câmeras sem flash embutido tem uma sapata para o encaixe do flash.
Colocando um flash com contatos elétricos na sapata todas as conexões elétricas
necessárias são feitas automaticamente. Câmeras ou flashes mais antigos podem não ter
estes contatos. Neste caso o flash deve ser ligado à câmera por meio de um cabo. Se
houver mais de uma entrada para flash na câmera escolha aquela que estiver marcada
com um "X", pois as demais são para flash de lâmpadas.
Eis um caso típico explicado passo a passo:
− Conecte o flash à câmera. Se a sapata não tiver contatos ligue o flash à câmera
através de um cabo.
− Marque na tabela de cálculo do próprio flash a ASA do filme que estiver usando.
− Regule a câmera com velocidade do obturador indicada para flash.
− Ligue o flash.
− Focalize o motivo.
− Verifique a distância entre o flash e o objeto a ser fotografado.
− Marque a distância na tabela de cálculo do flash para saber a abertura do diafragma
necessária.
− Regule a abertura do diafragma.
− Bata a foto.
Números-guia
A proliferação dos sistemas automáticos de flash quase apagou da memória uma
fórmula que era usada para calcular a regulagem do diafragma quando se usa flash. Ela
pode ser muito útil num aperto.
Se você souber o número-guia para a combinação flash/filme que estiver usando e a
distância entre o flash e o objeto a ser fotografado, é fácil calcular a abertura. Basta dividir
o numero guia pela distância. O resultado será a abertura do diafragma ou um número
próximo dela.
Ex.: Se o número-guia da combinação flash/filme é 25 e a distância flash-motivo
é 3 metros.
25 ÷ 3 = 8,33 - utilizaremos abertura F/8
Manuseios e cuidados
Os piores inimigos de um flash eletrônico são as pilhas velhas e o uso
esporádico. Procure tirar as pilhas e guardá-las em local arejado e fresco, o que aumenta
a vida útil das pilhas e protege o flash contra eventuais vasamentos. Nunca é demais
lembrar que o líquido que vasa das pilhas é altamente corrosivo e consequentemente
destrói contatos e componentes eletrônicos. Nos modelos que utilizam baterias
recarregáveis é importante utilizar o flash todos os meses.
Retire as pilhas do flash quando ele estiver com carga total nos capacitores para
proteger o flash enquanto estiver guardado. Antes de usá-lo novamente coloque as pilhas
no flash e prepare o capacitor disparando o flash manualmente várias vezes. Pilhas fracas
podem diminuir a vida útil do seu flash.
Flash rebatido
Uma boa maneira de melhorar a qualidade da fotografia realizada com flash é
rebatê-lo em um teto ou parede próximas ao motivo ou ainda, utilizar um cartão branco
preso à cabeça do flash. Para que possamos rebater a luz é necessário que o flash tenha
a cabeça inclinável ou que possamos utilizá-lo na mão (separado da câmera).
A luz indireta (rebatida) é mais suave e muitas vezes pode criar uma sensação de
volume através das sombras mais suaves que proporciona.
Escolha uma parede ou teto de tons claros, a cor da superfície será rebatida e refletirá no
objeto fotografado. A parede é preferível pois não produzirá sombras sobre os olhos das
pessoas. Calcule a distância que a luz percorrerá do flash à parede e daí ao modelo, esta
será a distância total percorrida pela luz do flash. Avalie o diafragma e se necessário abra
mais um ou dois pontos, pois a luz do flash rebatida perde intensidade dependendo da
superfície do rebatedor e da distância deste para o objeto. Isto é determinado mais pela
experiência do fotógrafo do que por uma regra fixa.
Reflexos:
Preste atenção quando houver fundos brilhantes ou óculos na cena. Eles produzem
brilhos desagradáveis se o flash não for rebatido.
Olhos vermelhos:
Os olhos de algumas pessoas e de alguns animais podem refletir a luz do flash com
um brilho estranho e avermelhado. Isto ocorre porque em ambientes pouco iluminados a
pupila dilata e na hora da foto a luz do flash ilumina o fundo do olho e os vasos
sangüineos são refletidos;
− Para evitar este reflexo intenso da luz do flash, acenda todas as luzes internas, pois
uma maior luminosidade ajudará a diminuir o tamanho da pupila;
− Aumente a distância entre o flash e a objetiva da câmera. Em algumas câmeras é
possível usar uma extensão para o flash. Afaste-se até os limites permitidos pelo flash
para que os reflexos fiquem menos intensos.
Faixas de distâncias:
Com câmeras simples, fotografe dentro dos limites de distância recomendadas
pelo fabricante, o que irá variar com o tipo de flash e do filme. Com outras câmeras a faixa
de distância para expor corretamente é determinada pela sensibilidade do filme, a
abertura do diafragma e, eventualmente, pelo modo de operação do flash. Entretanto, é
mais comum que a partir da sensibilidade do filme e da distância do flash ao motivo se
defina a abertura do diafragma necessária.
Grupos:
Pessoas que estejam a diferentes distâncias da câmera receberão diferentes
quantidades da luz do flash. Algumas ficarão muito claras, outras muito escuras.
Procure fazer com que todas as pessoas estejam aproximadamente a mesma
distância do flash.
Acessórios
Tripé
Motor drive
É um acessório que serve para avançar automaticamente de uma foto para a
seguinte após a mesma ser batida. Atualmente este é um acessório que já vem
incorporado em muitas máquinas. Também chamado simplesmente de “drive”, este
acessório é bastante útil para realizar seqüências rápidas de fotos, principalmente em
fotojornalismo ou esportes de ação. Ao pressionarmos o disparador a máquina irá bater
uma foto atrás da outra até soltarmos o botão disparador. O número de fotos batidas por
segundo varia de acordo com o modelo e o fabricante do drive, sendo um ítem importante
a ser considerado na hora da compra.
Filtros
É uma lente de vidro ou uma transparência de gelatina plastificada utilizado na
frente da objetiva que modifica a luz que atinge o filme.
Os filtros coloridos permitem que a luz de sua própria cor passe através da lente
e atinja o filme. Ele filtra (retém) a luz de outras cores.
• Filtro fantasia:
Close-up - Imita o macro, permitindo que a câmera se aproxime mais do objeto, e
consequentemente conseguindo captar objetos pequenos.
Cross-screan - Cria estrelas nos reflexos de luz.
Spot-soft - Retira o reflexo da luz do sol.
Polarizador – Elimina reflexos da luz solar e ressalta a cor das superfícies refletoras.
• Filtro de proteção:
Skylight ou UV (ultravioleta) - são filtros que praticamente não alteram a fotografia. A
única alteração é que limpam o horizonte no caso de haver névoa e ressaltam as
nuvens. Mas o objetivo principal deles é proteger a lente exterior da objetiva de
qualquer impacto. Em caso de acidentes o que é danificado é o filtro, que tem um
custo muito mais baixo para reposição se comparado à objetiva.
Princípios da composição
fotográfica
A composição fotográfica é a arte de selecionar e arranjar de maneira
harmoniosa os assuntos dentro da área a ser fotografada.
Os arranjos são feitos colocando-se as pessoas ou os objetos em determinadas
posições. As vezes, mudar o ângulo de tomada da foto acarreta uma mudança
considerável na composição.
Alguns instantâneos podem ser tornar boas composições, mas a maioria das
boas fotografias são criadas.
E como se criam boas fotos? Primeiro, aprendendo as regras básicas para uma
boa composição. Você verá que uma foto bem composta freqüentemente envolve um
planejamento cuidadoso e, às vezes, muita paciência.
Com o tempo as regras de composição se tornarão parte de suas idéias quando
você estiver procurando por motivos fotográficos e, em breve, elas se constituirão em algo
normal e automático para você. Neste programa iremos discutir simplicidade, regra do
terço, linhas, equilíbrio, enquadramento e fusões.
Mas como a fotografia é uma arte, a composição também não tem regras
definitivas. Por isso, considere estes ítens como simples orientações, muito úteis no início
mas que não devem ser um limitador da sua criatividade.
A primeira, e talvez a mais importante das orientações, baseia-se na
simplicidade. Procure utilizar formas que dêem maior atenção visual ao centro de
interesse da foto. Uma das maneiras de se conseguir isso é selecionar um fundo que não
roube a atenção do assunto principal.
© Arquivo Senac
© Arquivo Senac
© Mauro Goulart
© Mauro Goulart
Conseguir bom equilíbrio também faz parte das recomendações para uma boa
composição. O enquadramento e a disposição dos assuntos foram todos cuidadosamente
selecionados a fim de poderem criar uma foto bem equilibrada.
© Mauro Goulart
Uma foto bem equilibrada dispõe os objetos de forma que eles não fiquem
concentrados em um único ponto, nem que fiquem simplesmente jogados em qualquer
lugar. Pelo contrário, o equilíbrio requer distribuição dos pesos de forma que nenhum
ponto fique “massudo”, ou seja, com uma super-concentração de objetos.
Enquadramento é o outro item importante para melhorar uma composição
fotográfica. Enquadrar é deixar o centro de interesse cercado por objetos que formam
uma espécie de moldura. Com isso evitamos que o olhar do espectador seja levado para
fora da fotografia.
© Arquivo Senac
© Arquivo Senac
Quando queremos dar uma idéia de amplidão do espaço, podemos colocar nosso
horizonte na parte de baixo da foto.
© Arquivo Senac
Quando a idéia for de proximidade, de modo que as distâncias aparentem ser
mais curtas, podemos colocar a linha do horizonte no alto da foto.
© Arquivo Senac
As linhas verticais de nossas fotos devem ser mantidas sempre verticais (ex:
árvores, postes, edifícios, etc.).
© Arquivo Senac
Enquadramento
O enquadramento é o recorte que damos à realidade, ou seja, aquilo que iremos
considerar o nosso “quadro”. A posição da câmera em relação ao assunto também pode
fornecer diferentes ângulos de visão para um mesmo assunto. Consideraremos aqui
como ângulo normal aquele obtido quando o fotógrafo está em pé e aponta a câmera para
frente, na altura do seu olhar. Mas existem outros ângulos muito interessantes de
explorar:
• Planjêe: câmera alta, ângulo de tomada de cima para baixo.
• Contra Planjêe: câmera baixa, ângulo de tomada de baixo para cima.
• Câmera insólita: 90º com o teto, de cima para baixo, irá achatar o motivo.
• Plano aberto: visão geral da imagem, em ângulo aberto.
• Plano médio: na fotografia de pessoas, cortar da cintura para baixo.
• Plano americano: na fotografia de pessoas, cortar da coxa para baixo.
• Plano insólito: ângulo inusitado, diferente de todos os classificados.
• Close ou Plano de detalhe: fotografia tirada de bem perto.
Luz
Diferentes tipos de fotos requerem diferentes graus de iluminação.
Dias nublados são melhores para fotografar pessoas. Uma camada fina de névoa
cobrindo o sol atenua a luz solar, criando um sombreado suave e meios tons de na foto.
Assim a imagem de uma pessoa parece natural, pois não há sombras profundas em sua
face.
Nos dias de céu aberto sem nuvens se produz as melhores fotos de paisagem. O
sol torna cada detalhe do cenário mais nítido criando áreas escuras e iluminadas na foto.
A luz mais amarelada das primeiras horas da manhã e do fim de tarde são em geral as
preferidas pelos fotógrafos de natureza por proporcionar um tom mais “quente” às
imagens.
Quando se tem de fotografar uma pessoa em dia claro é preciso controlar as
sombras sobre o rosto. Antes de tirar a fotografia estude a maneira como a luz incide
sobre o objeto. Há quatro maneiras pelas quais o sol pode incidir sobre a cena.
Luz Lateral
É a luz que ilumina um lado do objeto. Desta forma o outro lado do objeto ficará
no escuro. Pode-se iluminar essa área escura mantendo a pessoa ou objeto fotografado
próximo a uma parede clara ou com o uso de um rebatedor.
Se a distância entre a fonte de luz (flash) e o objeto a ser fotografado for menor
que 2,4 metros, pode-se cobrir o refletor com um lenço ou papel vegetal. Isso reduzirá a
luminosidade produzida pelo flash e suavizará sua luz. O uso de uma luz extra confere
mais detalhes ao lado sombreado da face.
Luz Vertical
É a luz natural que acontece próximo ao meio-dia quando o sol está bem acima
da cabeça da pessoa. O sol produz sombras indesejáveis sob as sobrancelhas e nariz.
Para corrigí-las use refletores ou mesmo o flash.
Luz Frontal
Incide sobre o rosto da pessoa produzindo sombras tão desagradáveis como
iluminação vertical. Essa iluminação também poderá fazer com que a pessoa feche os
olhos. A foto saíra melhor se o fotógrafo mudar a cena de posição a fim de que a fonte de
luz ilumine um lado da pessoa.
Luz posterior
Iluminação que vem por trás da pessoa ou objeto a ser fotografado. Se o sol
estiver muito forte, produzirá uma sombra escura na parte frontal do assunto e o assunto
fotografado aparecerá como uma silhueta. Neste caso o uso de refletor ou flash irá
melhorar a fotografia.
Se a luz do sol for fraca , produzirá apenas uma sombra leve e agradável sobre a
parte frontal do assunto.
Para fotografar um assunto que recebe iluminação posterior deve-se usar um
protetor de lente ( parasol ) para proteger a lente da iluminação direta, caso contrário o sol
iluminará diretamente a lente produzindo listas e manchas brilhantes na foto ( flare ).
Cor
O princípio fundamental da fotografia colorida consiste na possibilidade de se
reproduzir qualquer cor, a partir de uma mistura de apenas três cores primárias “básicas”
– vermelho verde azul
Através do uso da cor, podemos agregar todo um novo conteúdo às nossas fotos.
Com a cor podemos criar climas ( quente - amarelo, laranja ou frio - azul, violeta),
podemos ainda usar a cor como elemento de composição, podemos isolar elementos na
foto ou destacar cenas com o uso de cores predominantes, bem como mostrar detalhes
que possuam cores diferentes das do resto da cena e até mesmo evocar emoções.
Entender os pricípios básicos das cores nos ajudará a tornar possível todas as
possiblidades acima, já que existe uma integração e até uma lógica no uso das cores.
Através da “roda da cores” podemos visualizar melhor a relação que as cores
possuem umas com as outras. As cores adjacentes (vizinhas) se harmonizam e as
complementares (opostas) tendem a contrastar.
Roda das cores
Defeitos comuns na fotografia
Assunto borrado: Qualquer assunto em movimento sairá borrado se fotografado com
velocidade baixa.
Assunto cortado: Enquadramento incorreto durante a tomada resultará em corte de parte
do assunto. Deixe uma pequena margem entre a borda do visor e o assunto, respeitando
a correção de paralaxe.
Assunto tremido: A câmera foi movimentada durante a tomada fotográfica.
Calor: Filme exposto ao calor dará copias sem nitidez e distorção de cores. Não deixe a
câmera ou o filme no porta-luvas do carro, nem exposto ao sol.
Contra-luz: Iluminação vinda de trás do assunto principal poderá reverter em perda de
nitidez frontal. Recomenda-se o uso de iluminação auxiliar frontal.
Cópia amarela: Fotos feitas ao entardecer poderão resultar em cópias amareladas devido
a maior incidência de raios infravermelhos.
Cópia desbotada: Iluminação insuficiente resulta em cópias escuras, sem definição e de
pouco contraste. Para evitar esse tipo de problema ajuste corretamente a velocidade e a
abertura do diafragma. Verifique as condições do fotômetro da câmera e o ajuste para
flash.
Cores alteradas: Se o filme ficar guardado muito tempo ou mal armazenado poderá
resultar em cópias de cores alteradas. Verifique a data de vencimento e garanta as
condições de armazenamento se necessitar guardar o filme antes de usá-lo.
Cor predominante: O uso de filtros inadequados poderá resultar em cópias com
predominância de cor.
Filmes sem imagem: Tampa da lente não removida é um problema comum nas máquina
simples, onde o visor é independente da objetiva. Se o filme foi mal colocado ou a
iluminação for insuficiente, isso poderá fazer com que o filme fique sem imagem.
Fora de foco: Fotos batidas a menos de 1,2 metros (o valor exato depende da marca e
modelo, podendo ser verificado no manual da câmera) da objetiva de foco fixo ficarão fora
de foco. Um erro no ajuste da objetiva de foco variável também resultará em fotos
desfocadas.
Fora de nível: Resulta fotos com enquadramento inclinado em relação às bordas.
Imagens sobrepostas: Avanço irregular do filme na câmera resulta em fotogramas
sobrepostos ou partes do filme sem exposição.
Manchas: Se algum objeto for colocado em frente à objetiva, próximo à câmera, isso
resultará em uma mancha indefinida na foto. Verifique se os dedos ou alça estão longe da
objetiva. Esse é um tipo de erro comum em câmeras simples, onde o visor é
independente da objetiva.
Negativos danificados: Câmeras sujas ou com elementos soltos, amassados ou mal
colocados podem vir a riscar o negativo. Negativo mal armazenado ou mal manuseado
também poderá ser danificado.
Papel protetor colado: Guardar o negativo, com invólucro protetor, em ambiente úmido,
poderá causar a aderência do invólucro ao filme. Guarde seus negativos em ambientes
secos, e envolvidos em plásticos quimicamente neutros.
Sincronismo do flash: Velocidade do obturador inadequada para o uso com flash,
resultará em assunto parcialmente exposto. Leia o manual da câmera para saber qual é a
velocidade correta para sua máquina.
Velatura: Coloque o filme na câmera sempre ao abrigo da luz direta, para evitar exposição
indevida (velatura) do filme. Filme velado é um filme que recebeu luz indevidamente, e por
isso “queimou”.
Ficha técnica
Fotografar é uma experiência pessoal baseada na prática e na observação.
A pessoa que procura sempre evoluir em seus resultados fotográficos terá maior
facilidade se mantiver um constante registro de todas as fotos que fizer, principalmente
quando se aventurar em experiências novas, para poder comparar o que foi feito com os
resultados obtidos e repetir os acertos ou saber onde pode ter errado.
Para isto, sugerimos ao aluno que organize, em um caderno, os dados da ficha
técnica sugerida aqui. Cada vez que fotografar, anote na ficha tudo o que estiver fazendo
em cada uma das fotos.
• Tipo de máquina - A marca e o modelo de sua câmera fotográfica. Mesmo que ela
seja bem simples, é importante registrar qual o tipo que foi utilizada.
• Tipo de filme - O tipo, a marca e a sensibilidade do filme, bem como o número de
fotos disponivel.
• Númeração das fotos - Anote o numero da foto que você bateu, a partir de uma
seqüência que inicie em 1. Não é recomendado basear-se no indicador da câmera.
• Horário - É importante anotar o horário em que foi feita a foto. Conforme a hora, a luz
é totalmente diferente. Se você fez a foto com flash, anote o tipo e a potência do
mesmo. É importante indicar se a foto foi feita sob o sol, em dia nublado ou à sombra,
pois a luz é muito diferente.
• Diafragma - Se a sua maquina tem regulagem manual da abertura do diafragma,
anote sempre a abertura usada.
• Velocidade - Se a sua maquina possui regulagem de velocidade do obturador, anote
sempre a velocidade usada.
• Objetivas - Anote a marca e a distância focal da objetiva que usou.
• Observações - Aqui é anotado tudo o que você considera importante ser lembrado
no futuro, como por exemplo o local onde fotografou, os efeitos especiais utilizados,
etc.
TIPO DE MÁQUINA_________________________________________________
TIPO DE FILME____________________________________________________
Referências Bibliográficas
BUSSELE, Michael. Tudo sobre fotografia. 4ª ed.. São Paulo: Livraria Pioneira Editora,
1988.
OLIVEIRA JR., Antônio Ribeiro de. Manual de fotografia – Módulo 2. Rio de Janeiro:
Senac, 1993.
ADAMS, Ansel. The camera – The Ansel Adams Photography Series 1 . United
States: Little, Brown and Company, 1983.
LANGFORD, Michael. Aprendizado da fotografia – Iniciação. Lisboa: Editora
Presença, 1979.