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U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

FOTOGRAMETRIA E
FOTOINTERPRETAÇÃO

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03

UNIDADE 2 – FOTOGRAMETRIA ......................................................................... 05


2.1 Fotogrametria .................................................................................................... 05
2.2 Técnicas de fotogrametria ................................................................................. 09
2.2.1 Fotogrametria analógica ................................................................................. 09
2.2.2 Fotogrametria analítica ................................................................................... 11
2.2.3 Fotogrametria digital ....................................................................................... 13

UNIDADE 3 – O PROCESSO FOTOGRÁFICO ...................................................... 17


3.1 Princípios da luz e fotografia ............................................................................. 17
3.2 Geometria da fotografia ..................................................................................... 23
3.3 Fototriangulação ............................................................................................... 26
3.4 Restituição......................................................................................................... 28
3.5 Ortofoto ............................................................................................................. 28
3.6 Anaglifo ............................................................................................................. 29

UNIDADE 4 – FOTOGRAMETRIA APLICADA ...................................................... 31


4.1 Fotogrametria terrestre na amostragem de mina subterrânea .......................... 31
4.2 Fotogrametria em Engenharia civil .................................................................... 35
4.3 Fotogrametria para cadastro ............................................................................. 38

UNIDADE 5 – AEROFOTOGRAMETRIA X SENSORIAMENTO REMOTO........... 41


5.1 Derivações do conceito de aerofotgrametria ..................................................... 41
5.2 Etapa das operações em aerofotogrametria ..................................................... 43
5.3 Tipo ou geometria da fotografia aérea .............................................................. 46
5.4 Pontos importantes do voo fotogramétrico e fotos aéreas ................................ 48

UNIDADE 6 – ESTEREOSCOPIA .......................................................................... 50

UNIDADE 7 – FOTOINTERPRETAÇÃO ................................................................ 55


7.1 Os elementos de interpretação ......................................................................... 56
7.2 Método das chaves ........................................................................................... 59
7.3 As fases ou mecanismos da interpretação ........................................................ 62

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 66

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Luz, descrição e medidas! Estas são três palavras básicas que nos levam
ao universo da fotogrametria e fotointerpretação e sintetizam estes dois
atos/ações que buscam identificar objetos e determinar seus significados.

Arte, ciência ou técnica de extrair de fotografias métricas, a forma, as


dimensões e a posição dos objetos nelas contidos. Esta é a definição mais
simples para fotogrametria (FAGUNDES; TAVARES, 1991).

Portanto, quando falamos em fotogrametria nos reportamos à ciência e


tecnologia que aliadas nos fornecem uma informação confiável.

 Ciência porque utiliza-se de métodos científicos para o estudo do


funcionamento dos processos de captação da energia eletromagnética e
análise dos registros advindos dos mesmos.

 Tecnologia, uma vez que lança mão do estado da arte da tecnologia para
tornar tais processos mais rápidos e eficazes para os usuários.

Podemos ampliar a definição dada acima para fotogrametria e incluir nela


a interpretação de fotografias, como uma função de importância quase igual, vez
que a capacidade de reconhecer e identificar uma imagem fotográfica é, com
frequência, tão importante quanto a capacidade de deduzir a sua posição a partir
de fotografias. Abrindo esse leque, a fotogrametria passa então a atender, não
apenas, ao cartógrafo, mas a diversos técnicos ou especialistas, no amplo campo
da fotointerpretação, por exemplo, o engenheiro, o urbanista, o geólogo, o
geógrafo, o oceanógrafo, o meteorologista, o agrônomo, o militar, o economista,
etc. (DI MAIO, 2009).

A fotointerpretação por sua vez, nada mais é do que o ato de examinar e


identificar objetos em fotografias aéreas.

Definições e conceitos para fotogrametria e fotointerpretação,


classificação analógica, analítica e digital; o processo fotográfico, a fotogrametria
para cadastro; a evolução do mapeamento e da aerofotogrametria, tipos de

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câmeras, de fotografia aérea e a estereoscopia são alguns dos temas a serem


tratados neste módulo.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha


como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia,
fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os
temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação
das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não
se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático
da obra, não serão expressas opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo
modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo
dos estudos.

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UNIDADE 2 – FOTOGRAMETRIA

2.1 Fotogrametria
Etimologicamente, a palavra “fotogrametria” nasce de “photon - luz,
graphos – escrita, metron – medições”, ou medições executadas através de
fotografias. Muitas abordagens e discussões para o tema foram desenvolvidas ao
longo do século XX, tornando tal assunto confuso para aqueles que estão
tomando um primeiro contato com o mesmo. Entretanto, o consenso geral define
tal termo, grosso modo, como a ciência e tecnologia de se obter informação
confiável, através de imagens adquiridas por sensores.

Alguns conceitos para Fotogrametria:

[...] ciência e tecnologia de obter informações confiáveis através de


processos de registro, interpretação e mensuração de imagens (ANDRADE,
1998).

[...] arte, ciência e tecnologia de se obter informações confiáveis de


objetos físicos e do meio ambiente através de fotografias, por medidas e
interpretação de imagens e objetos (WOLF, 1983 apud ZAIDAN, 2008).

A Fotogrametria é a técnica que permite o estudo e a definição das


formas, das dimensões e da posição de objetos no espaço, utilizando-se de
medições obtidas a partir de fotografias ou imagens raster1 (ZAIDAN, 2008, p. 7).

Para Marchetti e Garcia (1989, p. 13), fotogrametria é “a ciência e a arte


de se obterem medidas dignas de confiança por meio de fotografias”.

Loch e Lapolli (1989, p. 5) ampliam esse conceito e definem fotogrametria


como sendo “a ciência e a tecnologia de obter informações seguras acerca de
objetos físicos e do meio, através de processos de registro, medição e
interpretação das imagens fotográficas”.

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Dados raster (ou bitmap, que significa mapa de bits em inglês) são imagens que contêm a
descrição de cada pixel, em oposição aos gráficos vetoriais.

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Na definição da International Society for Photogrammetry and Remote


Sensing (ISPRS), acrescente-se a interpretação de imagens fotográficas e
padrões da energia eletromagnética radiante e outros fenômenos.

A Fotogrametria é uma técnica em constante evolução de instrumentos e


processos (LIMA; THOMAZ; SEVERO, 2010).

Segundo Abib (1983), François Arago, ao apresentar a então invenção da


fotografia à Academia de Ciências da França, em 1839, colocou entre as suas
eventuais aplicações o mapeamento topográfico, fato ocorrido pela primeira vez
em 1858, na construção da Carta da França com o Cel. Aimée Laussedat. Desde
então, esta técnica se encontra na vanguarda tecnológica, evoluindo em conjunto
com as novas inovações científicas.

São objetivos da fotogrametria:

 medição sobre fotografias aéreas;

 preparação de mapas planialtimétricos, geológicos, geomorfológicos,


geográficos, etc., a partir de fotos aéreas;

 estudos e exploração do espaço;

 traçar contatos litológicos;

 identificação de áreas com reserva ecológica;

 delimitar áreas para o zoneamento ecológico-econômico (Desenvolvimento


Sustentável).

A Fotogrametria pode ser dividida em duas áreas:

1º. Fotogrametria Métrica que envolve medidas precisas e computacionais


para determinar a forma e as dimensões dos objetos. Aplicada na
elaboração de mapas planimétricos e topográficos.

Ou...

2º. Fotogrametria interpretativa que se ocupa do reconhecimento e


identificação dos objetos (ROCHA, 2000).

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Existe uma gama enorme de aplicações através da utilização da


fotogrametria, dentre elas destaca-se a elaboração de mapas em colaboração
com outras ciências como a Geodésia e a Cartografia. Podemos citar como
exemplo a elaboração de mapeamentos como:

 rede de drenagem;

 cobertura vegetal;

 culturas vegetais;

 rede viária;

 feições geológicas;

 tipos de solos;

 uso ocupação do solo e outras.

De acordo com a posição da câmera podemos definir também dois tipos


de fotografias:

a) Fotogrametria Terrestre, que consiste nas atividades de captação de


dados gráficos por meio da Fotogrametria, utilizando como sensor uma câmara
métrica terrestre (veja ilustração abaixo):

Fotografia terrestre

Para o estudo da Fotogrametria, é necessário ter dois conceitos bem


definidos: estereoscopia e paralaxe. A estereoscopia, como veremos adiante, diz
respeito à visualização de um mesmo foco por dois mecanismos de captação de

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imagens. A paralaxe é o deslocamento aparente na posição de um objeto, em


relação a um ponto de referência, causado por uma mudança na posição de
observação (TOMMASELLI, 2004).

b) Aerofotogrametria é uma técnica que tem como objetivo elaborar


mapas mediante fotografias aéreas tomadas com câmaras aerotransportadas,
com o eixo ótico posicionado na vertical ou diagonal, utilizando-se aparelhos e
métodos para se obter produtos estereoscópicos.

Fotogrametria aérea

Atualmente, a técnica da aerofotogrametria é a mais utilizada para o


mapeamento de áreas com grande dimensão, principalmente no mapeamento
sistemático. Isso ocorre principalmente em razão de apresentar produtos precisos
a custos relativamente baixos.

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2.2 Técnicas de fotogrametria


De acordo com a classificação anterior, ou seja, fotografia terrestre e
aerofotogrametria, teremos algumas técnicas que podemos dizer, mostram sua
evolução ao longo dos tempos.

De maneira resumida e pontual, podemos dizer que no período entre


1840 a 1900, tivemos o período da fotogrametria pioneira; a analógica entre 1901
e 1950; a analítica prevaleceu de 1951 a 1990 e a digital de 1990 até os dias
atuais.

Sobre a fotogrametria pioneira, vale saber que poucos anos após a


descoberta da fotografia (graças aos trabalhos pioneiros de Nicéphore Nièpce, em
1826 e Louis-Jacques Daguerre, em 1839), surgiram propostas, como a do
francês Argo, em 1840, com o objetivo de aproveitá-la para os dispendiosos
levantamentos topográficos. Infelizmente, mais alguns anos se passaram sem
nada de concreto sobre o tema.

Em 1851, Aimé Laussedat desenvolve os primeiros princípios e técnicas


fotogramétricos, sendo seguido por trabalhos importantes de documentação de
edifícios e prédios históricos, como os de Meydenbauer e Ernst Mach. A então
nascente Ciência recebeu seu primeiro livro teórico em 1889, o Manual de
Fotogrametria, de autoria do alemão C. Koppe.

Algumas fotografias aéreas foram inclusive tiradas, sendo as mais


notórias, a de Nadar, ou Gaspard Félix Tournachon, sobre a cidade de Bièvre, na
França, em 1858 (que infelizmente foi perdida com o passar dos anos) e a de
James Wallace Black, em 1860, sobre a cidade de Boston, nos Estados Unidos.
No entanto, somente com a invenção do avião, tal situação viria a mudar
sensivelmente.

2.2.1 Fotogrametria analógica


É a parte da fotogrametria que trata dos aspectos geométricos do uso de
fotografias, com a finalidade de obter valores precisos de comprimentos, alturas e
formas, baseando-se no uso de equipamentos ótico mecânicos analógicos. Ela é

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totalmente baseada no princípio da estereoscopia e na orientação analógica das


fotos (ZAIDAN, 2008).

A invenção do aparelho “estereocomparador”, por Pullfrich, marca a


primeira revolução da fotogrametria, através da qual foi possível facilitar
surpreendentemente o trabalho dos usuários, graças à substituição dos inúmeros
cálculos matemáticos por aparelhos óptico-mecânicos (BRITO; COELHO FILHO,
2007).

Em 1911, o austríaco Theodore Scheimpflug cria um método bem-


sucedido de retificação de fotografias aéreas, iniciando todo um processo de
utilização de tais fotografias para mapeamento de extensas superfícies.

Os retificadores analógicos passam a ser utilizados largamente, sendo


posteriormente substituídos pelos famosos restituidores analógicos, que
permitiam visão estereoscópica, através da utilização de um par estereoscópico
(ou seja, um par de fotografias com áreas de superposição). Inúmeros aparelhos,
sobretudo os suíços e alemães, como os restituidores Wild, Zeiss e Kern
possibilitavam a obtenção de cartas topográficas a precisões surpreendentes.

Exemplo de um restituidor analógico

Fonte: Zaidan (2008, p. 8).

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Obviamente, tal trabalho passou a ser altamente específico, tornando


fundamental a figura do técnico em fotogrametria, uma vez que tais aparelhos
necessitavam de treinamento específico e aprofundado.

O trabalho de campo também foi enormemente facilitado, com a


introdução do processo da aerotriangulação analógica, que permitia o
adensamento em laboratório dos pontos de campo.

Paralelamente a estes desenvolvimentos, surgiram câmaras cada vez


mais específicas para esta tarefa, chamadas de câmaras métricas. As mesmas
dispunham de mecanismos para imprimir nas fotos informações relevantes quanto
ao sistema de coordenadas de imagem, aumentando ainda mais a precisão das
medições efetuadas. Um exemplo são as marcas fiduciais, que estão em todas as
fotos e cujas coordenadas no sistema fotográfico são determinadas em
laboratórios.

Convém ressaltar que é deste período a criação e fortalecimento de


inúmeras associações e entidades congregando todos os interessados na área. A
ISP (International Society for Photogrammetry), atual ISPRS (International Society
for Photogrammetry and Remote Sensing) foi fundada em 1910, por E. Dolezal,
na Aústria.

2.2.2 Fotogrametria analítica


É a parte da fotogrametria que trata dos aspectos geométricos do uso de
fotografias, com a finalidade de obter valores precisos de comprimentos, alturas e
formas, baseando-se no uso de equipamentos eletrônicos analíticos. Ela é
totalmente baseada no princípio da estereoscopia e na orientação analítica das
fotos auxiliadas por computadores (ZAIDAN, 2008).

Sua evolução coincide com a invenção do computador, nos anos 1940,


que deu início a uma transformação nos processos fotogramétricos de então. A
grande quantidade de cálculos necessários, que havia sido substituída pelos
aparelhos mecânicos, passou a poder ser executada computacionalmente.

O primeiro estudo nesta área foi desenvolvido em 1953, pelo Dr. Helmut
Schmidt, do Laboratório de Pesquisa Balística, em Aberdeen, Maryland, Estados

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Unidos. Neste estudo, foram estabelecidas as bases da fotogrametria analítica,


incluindo-se o tratamento matricial, as soluções por mínimos quadrados (um tipo
de método estatístico), a solução simultânea utilizando múltiplas imagens e uma
análise completa de propagação de erros (BRITO; COELHO FILHO, 2007).

Em 1957, o finlandês Uki Helava desenvolve o conceito de restituidor


analítico, utilizando servo-mecanismos para medir as coordenadas das marcas
fiduciais nas imagens. Computadores realizavam todos os demais cálculos,
simplificando bastante o processo final. Os primeiros restituidores analíticos foram
apresentados no congresso da ISP (atual ISPRS), em 1976. A partir daí, tais
aparelhos revolucionaram o conceito de fotogrametria, permitindo a
aerotriangulação de blocos (conjuntos de fotos) cada vez maiores e a utilização
de câmaras comuns (não-métricas) (BRITO; COELHO FILHO, 2007).

Exemplo de um restituidor analítico

Fonte: Zaidan (2008, p. 9).

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2.2.3 Fotogrametria digital


A fotogrametria digital teve o seu surgimento nos anos 1980, tendo como
grande inovação a utilização de imagens digitais como fonte primária de dados. A
imagem digital pode ser adquirida diretamente de uma câmara digital, ou mesmo
através da digitalização matricial de uma imagem analógica (submetendo-a a um
scanner).

Nos anos 1990, este ramo da fotogrametria realmente pôde ser usado de
maneira extensiva, graças ao desenvolvimento de computadores com capacidade
suficiente para o processamento interativo de imagens digitais, gerando elevados
volumes de dados (BRITO; COELHO FILHO, 2007).

O restante do processamento se dá de maneira semelhante à


fotogrametria analítica, sendo possível, hoje em dia, a elaboração de produtos
digitais (além das cartas digitais) que necessitam de processamento
computacional extremamente elaborado, como as ortoimagens ou imagens
ortorretificadas (imagens em perspectiva ortogonal) e mosaicos digitais, que
consistem na junção de várias imagens. Esses mosaicos são considerados sendo
não-controlados se não houver tratamento sobre as imagens e controlado, caso
as imagens já tiverem sido ortorretificadas.

Os aparelhos atualmente empregados também mudaram, sendo


chamados de estações fotogramétricas digitais, ou seja, estações de trabalho
inteiramente voltadas para a fotogrametria. Computadores comuns também
podem ser aproveitados para este fim, sendo chamados de computadores
repotencializados, por receberem hardware e software específicos.

Um comentário que se faz necessário neste ponto é quanto à diferença


de fotogrametria digital e fotogrametria apoiada por computador (ou
simplesmente, fotogrametria com uso de computadores). Com o objetivo de não
perder a experiência de anos de trabalho de operadores habilidosos e também de
aumentar a expectativa de vida dos ainda eficazes aviógrafos analógicos e
analíticos, computadores foram ligados aos mesmos, possibilitando uma saída de
dados digital, ou seja, um arquivo de computador (em geral um formato
compatível com os inúmeros programas de CAD – Computer Aided Design

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existentes). Mesmo assim, estes aparelhos não podem ser relacionados à


fotogrametria digital, uma vez que a entrada de dados ainda se dá de modo
analógico (fotografia impressa em filme). Mesmo o restituidor analítico, que realiza
todo o restante do processamento de forma computacional, ainda as considera
como dado de entrada. Somente na fotogrametria digital tem-se uma análise
computacional completa de todo o processo.

Zaidan (2008) resume que essa é a parte da fotogrametria que trata dos
aspectos geométricos do uso de fotografias, com a finalidade de obter valores
precisos de comprimentos, alturas e formas, baseando-se no uso de imagens
digitais, armazenadas em meio magnético, na forma de pixels. Ela é totalmente
baseada no princípio da estereoscopia e na orientação analítico-digital das fotos.

O objetivo principal da fotogrametria digital é reconstruir de forma


automática o espaço tridimensional (espaço objeto) a partir de imagens
bidimensionais (espaço imagem) (BRITO; COELHO FILHO, 2007).

Ela preocupa-se em automatizar a fotogrametria, principalmente levando-


se em conta que os equipamentos de informática hoje em dia permitem o rápido
processamento da avalanche de dados que surge em consequência destes
processos.

Ter-se-ia, então, como ideal a criação de uma “máquina de mapeamento


automático”, capaz de reconhecer automaticamente as feições do terreno (como
prédios, pontes e outras construções) e extrair a forma do relevo da região a ser
mapeada, de todo modo, o problema proposto não é tão simples assim, uma vez
que não há um espaço 3D tão “bem comportado”. Pelo contrário, o relevo da
superfície terrestre apresenta-se com inúmeras descontinuidades, o que torna
praticamente impossível seu mapeamento automático. Surgem então várias
condições de contorno para sua solução, exigindo a interação do homem em
vários processos.

Hoje em dia, pode-se dizer que o estado da arte em fotogrametria digital é


o mapeamento semiautomático, ou seja, os processos implementados tentam ser
automáticos, porém, ainda exigem a supervisão, e eventual intervenção humana
nos mesmos.

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O quadro abaixo nos mostra a evolução tecnológica da fotogrametria

FOTOGRAMETRIA ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA


Analógica Foto analógica Analógico Analógico
(em filme) (óptico mecânico) (scribes/fotolitos)
no passado ou
digital (CAD, por
exemplo) no
presente.

Analítica Foto analógica Analítico Analógico


(em filme) (computacional) (scribes/fotolitos)
no passado ou
digital (CAD, por
exemplo) no
presente.

Digital Imagem digital Analítico Digital


(obtida da câmera digital, (computacional)
por exemplo) ou
digitalizada (foto analógica
submetida a um scanner)
Fonte: Coelho Filho e Brito (2007 adaptado de Augusto, 1999).

Guarde...

As fotografias são utilizadas para o posicionamento de pontos na


superfície terrestre.

O posicionamento de pontos é realizado através do método da


“Triangulação Fotogramétrica” ou “Fototriangulação”, também denominada de
Aerotriangulação, Triangulação Aérea ou Triangulação Espacial.

Após este posicionamento, faz-se a transferência de informações


temáticas para o mapa, sendo esta, denominada de “Restituição” ou também
chamada de “Compilação Fotogramétrica”.

Desta forma, podemos definir então, que a área da Fotogrametria que


trata das fotografias aéreas é conhecida como “Aerofotogrametria” e engloba suas
aplicações correlatas (ZAIDAN, 2008).

A fotogrametria a curta distância, aérea ou terrestre é aplicada em


problemas laboratoriais, controle geométrico de processos laboratoriais,
investigações policiais, etc.

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A microfotogrametria é utilizada em técnicas microscópicas permitindo a


medida precisa e o mapeamento de objetos microscópicos. Muito utilizada na
medicina, como por exemplo, para o monitoramento da evolução de quadros
clínicos, análises fisioterápicas e casos forenses.

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UNIDADE 3 – O PROCESSO FOTOGRÁFICO

3.1 Princípios de luz e fotografia

Luz é conceito básico quando se fala em processo fotográfico! E quando


ela interage com a matéria, gera fenômenos como absorção, emissão, difusão e
reflexão que estão ilustrados abaixo:

A interação destes processos ajuda a explicar as diferentes cores com as


quais os objetos se apresentam. A sensação de cor é determinada pelo
comprimento de onda que atinge a retina dos nossos olhos, que percebem os
comprimentos de onda situados entre 400 a 700 milimicrons, que são
interpretados como cores diferentes (ANDRADE, 1998), conforme representado
abaixo:

Representação do Comprimento de onda através do Espectro


Eletromagnético

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Tabela com exemplo da faixa do comprimento de onda visível pelo olho


humano

ESPECTRO VISÍVEL DA LUZ SOLAR

FAIXA DO COMPRIMENTO DE ONDA COR

400-446 milimicrons Violeta

446-500 milimicrons Azul

500-578 milimicrons Verde

578-592 milimicrons Amarelo

592-620 milimicrons Alaranjado

620-700 milimicrons Vermelho

Essas cores podem ser reproduzidas a partir de dois conceitos muito


interessantes: o modelo de cores aditivas e o modelo de cores subtrativas.

O princípio da fotografia colorida consiste na possibilidade de se


reproduzir qualquer cor, a partir de uma mistura de apenas três cores primárias:
azul, verde e vermelho. Ou seja, o sistema RGB: Red, Green e Blue.

A mistura das cores primárias, ou adição de uma sobre a outra em


proporções diferentes, denomina-se “Processo Aditivo”, conforme consta na
tabela abaixo.

OBTENÇÃO DA COR POR ADIÇÃO

COR ADIÇÃO

Ciano Verde + Azul

Magenta Vermelha + Azul

Amarela Verde + Vermelha

Branca Verde + Azul + Vermelha

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O resultado desta mistura é a formação das cores secundárias amarelo,


ciano e magenta, também chamadas de cores subtrativas.

A subtração das cores secundárias: amarelo, ciano e magenta, em


proporções diferentes, através de filtros, resultará na formação das cores
primárias novamente, conforme tabela abaixo:

OBTENÇÃO DA COR POR SUBTRAÇÃO

COR SUBTRAÇÃO

Vermelha Branca – verde – azul

Azul Branca – verde – vermelha

Verde Branca – vermelha – azul

Magenta Branca – verde

Ciano Branca – vermelha

Amarela Branca – azul

Feitas estas considerações iniciais, podemos partir para o entendimento


do processo fotográfico tão importante para os estudos em tela, afinal de contas,
a fotografia é a principal ferramenta de trabalho do fotogrametrista.

O processo chamado fotografia foi desenvolvido a partir de 1839, graças


aos esforços dos pioneiros Nicéphore Niépce, William Talbot e Louis Daguerre. O
princípio da câmara escura é de tal simplicidade e eficácia que até os dias de hoje
é utilizado em sua essência. Tal princípio está descrito esquematicamente na
figura abaixo.

Princípio da câmara escura

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Temos um objeto a ser fotografado e uma câmara, que se constitui em


um recipiente oco (com um pequeno furo por onde passa a luz), com as paredes
internas escuras, exceto uma, onde se encontra um dispositivo que pode ser
sensibilizado pela luz (um filme ou matriz de CCDs como exemplos). A imagem é
formada de maneira invertida, em uma distância que depende da distância do
objeto ao furo.

Entretanto, o aparato não se mostrou prático, pois eram necessárias


horas de exposição para sensibilizar suficientemente o filme. Para contornar esse
problema, instalou-se um sistema de lentes na frente da câmara, o que diminuiu
bastante o tempo de exposição, como exibido na figura abaixo:

Princípio da câmara fotográfica

Quando o arranjo está devidamente posicionado, pode-se relacionar a


distância focal (f), à distância-imagem (i) e à distância-objeto (o) do seguinte
modo (Lei de Gauss):

Embora a fórmula especifique rigidamente uma determinada distância-


imagem e uma determinada distância-objeto, necessárias para que o sistema
esteja absolutamente focado, há um intervalo de tolerância dentro do qual
mudanças de posição do objeto não acarretam perda de nitidez da imagem. Tal
conceito é chamado profundidade de campo (BRITO; COELHO FILHO, 2007).

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No caso de fotografias aéreas (ou terrestres visando a longas distâncias),


a distância-objeto assume valores muito grandes, reduzindo a equação 1/f = 1/i,
donde se conclui que nesses casos, f = i.

Outro conceito importante para as câmaras fotográficas é a exposição em


qualquer ponto do plano focal. De acordo com Lillesand e Kiefer (2000), ela é
expressa pela fórmula:

onde:

Exp é a exposição em si, expressa em Jmm-2;

s expressa o brilho da cena em Jmm-2 s-1;

d é o diâmetro da abertura da lente em mm;

t é o tempo de exposição em s;

f é a distância focal da câmara em mm.

Outro conceito igualmente importante é o de velocidade das lentes, ou F -


stop. Ele é dado pela relação entre a distância focal da câmara e o diâmetro da
lente:

Com isso, pode-se reescrever a equação anterior a esta da seguinte


forma:

Verifica-se que, à medida que o f-stop aumenta, a exposição diminui. Em


geral, o f-stop é representado em potências de 2. Convenciona-se, para um valor
x de f-stop, representá-lo como f/x. Assim, alguns valores comuns seriam: f/2, f/4,
f/1,4 e assim por diante. Como, na verdade, a velocidade das lentes é

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representada por uma relação, quanto maior a abertura das lentes (pequenos f-
stop), mais luz chegará ao filme, o que possibilita a diminuição da exposição.

Pequenas aberturas de lentes obrigam maiores tempos de exposição,


mas aumentam a profundidade de campo. É interessante ressaltar que não existe
uma relação ideal, cabendo ao profissional envolvido escolher o melhor filme e as
melhores condições para cada situação prática que se apresente.

As câmaras fotográficas podem ser classificadas, quanto à fabricação, em


analógicas (sensibilizam um filme que, se revelado, leva a uma imagem
analógica) ou digitais (obtêm a imagem diretamente em formato digital).

Outra chave de classificação das câmaras fotográficas permite dividi-las


em dois grandes grupos: as câmaras métricas e não métricas, ou de fotógrafo
amador. As métricas distinguem-se das não métricas pelo fato de possuírem
características especiais, convencionando-se chamá-las de câmara
fotogramétrica.

No caso, o que determina a dissensão entre essas definições é o maior


rigor métrico na definição dos parâmetros que regem a câmara. Assim, pode-se
extrair informação métrica e precisa das imagens adquiridas por tal tipo de
câmara.

As câmaras fotogramétricas em geral são aéreas, mas podem ser


terrestres (para uso em fotogrametria arquitetônica ou mesmo na aquisição de
imagens oblíquas de feições muito irregulares). Deve-se, porém, considerar que,
para câmaras terrestres, a distância focal não é constante e os valores de
profundidade de campo devem ser respeitados.

Quanto ao processo fotográfico especificamente, Zaidan (2008) explica


que existem na natureza muitos materiais sensíveis à luz. Um dos que reagem
quimicamente mais rápido na presença da luz é o brometo de prata. Quando a
molécula de brometo de prata recebe luz ela se reduz a bromo e prata.
Dependendo da intensidade e do tempo de exposição resultará em mais ou
menos prata.

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Geralmente, o brometo de prata é diluído em um tipo de gelatina própria


para dar origem à chamada “emulsão fotográfica”. Esta emulsão fotográfica
aplicada em um suporte adequado dá origem ao “filme fotográfico”.

No processo fotográfico, o filme é exposto à luz, fazendo com que parte


do brometo de prata seja reduzido, dando origem à chamada “imagem latente”.
Através da aplicação de um agente desenvolvedor chamado de “revelador” faz-se
a redução total dos grãos de brometo de prata já parcialmente reduzidos fazendo
com que a imagem fique visível. Desta forma, origina-se a “imagem revelada”.
Observa-se que este processo de revelação deve ser realizado no escuro para
não causar a redução dos grânulos de brometo de prata intactos. Após todo este
processo, retira-se o restante dos grãos de brometo de prata não reduzidos para
que o processo não prossiga estragando a imagem obtida. Isto é feito através da
aplicação de um solvente específico chamado de “fixador”. Porém, os grãos que
ficam são os que recebem mais luz, criando uma “imagem negativa”, onde as
áreas mais claras são representadas por cores mais escuras.

Para que haja correspondência de tons com a realidade, é necessário


reverter os efeitos, criando a “imagem positiva”. O processo de obtenção de
“imagens positivas” se dá a partir da exposição do filme ou papel fotográfico à luz
que atravessa o filme negativo e sua posterior revelação e fixação como na
produção dos negativos.

A imagem positiva pode ser produzida em material fotográfico


transparente ou opaco. A imagem positiva em material de base transparente
chama-se “diapositivo fotográfico” e em material de base opaca chama-se
“fotografia” (ZAIDAN, 2008).

3.2 Geometria da fotografia

Segundo Wolf (1983 apud LIMA, THOMAS e SEVERO, 2010), ao tomar a


fotografia de um objeto qualquer, esta pode ser classificada de acordo com a sua
geometria:

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 fotografia vertical – é tomada quando o eixo ótico da câmara encontra-se


na vertical ou aproximadamente na vertical. Normalmente, uma fotografia
vertical é tomada com o eixo ótico ligeiramente inclinado; refere-se a esta
foto como inclinada. Esta inclinação acidental do eixo ótico deve ser menor
que três graus;

 fotografia baixo-oblíqua – é tomada com o eixo ótico inclinado, mas não o


suficiente para mostrar o horizonte;

 fotografia alto-oblíqua – é uma foto tomada com o eixo ótico


suficientemente inclinado para mostrar o horizonte terrestre;

 fotografia convergente – é um par de fotos baixo-oblíquas em que o eixo


ótico da câmara converge em direção ao outro. As duas fotos cobrem
aproximadamente a mesma porção do terreno.

As fotografias oblíquas, apesar de haver uma limitação geométrica que


dificulta seu uso para o mapeamento, são úteis por representarem uma área
extensa e pelo realce do relevo fotografado, que são itens importantes para o
reconhecimento do terreno.

As fotografias convergentes, segundo Ruy (2008), tem maior utilização na


Fotogrametria terrestre, dada a difícil adequação para obtenção das fotografias
por sensores aerotransportados.

Quando a foto é vertical, pode-se, através de uma relação geométrica


(veja abaixo) determinar uma relação entre a fotografia e a cena fotografada
(objeto).

Relação geométrica entre a foto e a cena

Fonte: REISS (2008).

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Os parâmetros envolvidos nessa relação são apresentados a seguir:

F é a distância focal, obtido nas propriedades da imagem;

AB é a distância conhecida no terreno;

ab é a distância medida na imagem;

Z é a distância câmara-objeto (altura de voo).

Desta forma, por semelhança de triângulos f está para Z assim como ab


está para AB.

ou seja:

Assim, qualquer medida na fotografia pode ser relacionada com a cena.


Entretanto as medidas realizadas na foto e na cena possuem diferentes sistemas
de coordenada. Os parâmetros apresentados estabelecem a relação entre os dois
sistemas (foto e objeto).

No exemplo anterior, considera-se que a superfície da cena é plana.


Quando esta é irregular (figura abaixo), utiliza-se a seguinte expressão:

Relação geométrica entre a foto e a cena quando o terreno é irregular

Fonte: REISS (2008).

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Onde:

H é a altitude de câmara no momento da tomada da fotografia;

hAB é a média da altitude dos pontos A e B.

Os procedimentos apresentados se referem a apenas uma fotografia, no


entanto, quando se tem duas ou mais fotografias de uma mesma feição ou objeto,
tiradas de diferentes posições, pode-se gerar modelos tridimensionais destes,
além de extrair suas medidas (LIMA; THOMAS; SEVERO, 2010).

Por fim, a distância focal será a distância entre o ponto nodal posterior e o
plano focal imagem da objetiva. Brito e Coelho Filho (2007) definem o ponto nodal
posterior como sendo o ponto de saída de um raio de luz do sistema de lentes. As
distâncias focais que normalmente são abordadas seguem o conceito de Wolf
(1983), que menciona a distância focal equivalente (f), como a que é efetivamente
próxima ao centro das lentes da câmara, e a distância focal calibrada (c), que
produz uma distribuição média global da distorção radial das lentes.

3.3 Fototriangulação
De acordo com Lugnani (1987), fototriangulação é um método de
determinação de coordenadas de pontos de interesse no espaço objeto. Essa
determinação é possível dada à relação geométrica entre as fotografias
adjacentes, o controle de campo mediante pontos de apoio, e o conjunto de
valores aproximados de parâmetros de orientação da fotografia.

Segundo Andrade (1998), o maior objetivo da fototriangulação é fornecer


coordenadas precisas para os pontos necessários para a orientação de modelos
fotogramétricos para a restituição ou elaboração de ortofotos.

Geralmente, os pontos usados no procedimento de fototriangulação –


tanto os de ligação (tie points) quanto os de apoio terrestre – estão localizados na
região de Von Gruber em cada fotografia. No que diz respeito ao bloco de
fotografias, a disposição dos pontos de apoio terrestre deve ser nas suas
extremidades, bem como nas junções entre as faixas. A quantidade de pontos de

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apoio vai depender se o fator escolhido para a aplicação for de um ponto a cada
três, quatro ou cinco modelos. Essa escolha fica a critério de cada planejamento.

O planejamento da fototriangulação deve ter início no planejamento da


cobertura fotogramétrica, devido à necessidade de saber a quantidade de pontos
de campo, a necessidade de se fazer um voo apoiado, entre outros fatores que
influenciam os procedimentos futuros, visto que deve-se ter confiança de que irá
se ter todos os dados necessários para a realização da triangulação com
qualidade.

Normalmente, os pontos de apoio são obtidos usando um referencial


geodésico, para que as informações resultantes desse processo sejam
intercambiáveis com outras informações provenientes das mais diferentes fontes.
Em um processo de fototriangulação, os pontos trabalhados podem ser de dois
tipos: pontos de apoio terrestre e pontos fotogramétricos.

Cabe destacar o procedimento de fototriangulação por feixe de raios


(bundle method), que segundo Brito e Coelho Filho (2007), pode ser entendido
como uma resseção espacial simultaneamente à execução da interseção espacial
para um conjunto de imagens digitais do terreno. Sendo a resseção espacial um
método para a obtenção dos parâmetros de orientação exterior e a interseção
espacial usada para determinar as coordenadas de um ponto do espaço-objeto
que esteja em pelo menos duas fotografias. Lugnani (1987) cita que neste
modelo, uma foto é considerada como um feixe de retas, e cada uma dessas
retas é definida pela condição de colinearidade de três pontos. Na
fototriangulação por feixe de raios, único método totalmente analítico, os
parâmetros de orientação exterior de todas as imagens trabalhadas são obtidos
por meio de um único ajustamento.

Segundo conclusão de Brito e Coelho Filho (2007), os métodos de


fototriangulação representam um grande avanço das técnicas fotogramétricas, por
permitir a obtenção de coordenadas de vários pontos no terreno a partir da
interpolação de apenas alguns pontos de campo. Observa-se a importância da
realização dessa operação, isto é, que seja feita com qualidade, dado que os

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parâmetros obtidos nesse passo são essenciais na retificação, ortorretificação e


restituição.

3.4 Restituição
Segundo Oliveira (1993), a restituição trata da elaboração de um mapa,
ou parte dele, a partir de fotografias aéreas e de dados de controle geodésico, por
meio de instrumentos fotogramétricos. Hasegawa (2004) complementa citando
que os instrumentos de restituição – os restituidores – podem ser analógicos,
analíticos ou digitais. Também que o produto gerado na restituição, primeiro
esboço do mapa, é denominado de minuta de restituição. Esse produto já consta
com as informações precisas dos pontos no espaço objeto.

Segundo Brito e Coelho Filho (2007), a restituição objetiva a interpretação


das diversas feições naturais ou artificiais manifestas no terreno, extraindo as
geograficamente referenciadas ao espaço-objeto. É importante salientar que a
restituição fotogramétrica normalmente é baseada na estereoscopia, a partir de
um estereopar. Assim, a restituição pode ser desenvolvida a partir de múltiplas
fotografias do objeto. Este processo é fundamentado no Desenho Projetivo e na
Perspectiva Exata, onde são determinadas as posições no espaço (restituição)
dos pontos de interesse, a partir da interseção dos raios luminosos que passam
através do centro óptico (centro perspectivo) e nos pontos homólogos existentes
nas várias fotos.

Hasegawa (2004) ainda fala sobre o funcionamento dos restituidores,


inclusive dos analíticos, onde a projeção dos feixes perspectivos na reconstrução
é realizada matematicamente, eliminando assim, os erros provocados pelos
componentes mecânicos ou óticos, que em sua estrutura são poucos. As
informações dos produtos gerados, por serem numéricas, se tornam mais
flexíveis e maleáveis na sua utilização.

3.5 Ortofoto
Lima, Thomaz e Severo (2010) ressaltam que com o crescente emprego
da Fotogrametria Digital no mapeamento, observou-se a possibilidade de
utilização de fotografias para geração direta de um mapa. Ou seja, a fotografia
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além de ser um insumo para a confecção de mapas, passa a ser um deste,


quando devidamente tratada e com a adição de algumas informações que são
relevantes na confecção do mapa. Este produto é denominado ortofotocarta.

Entretanto, fotografias em seu estado bruto não podem substituir, por


exemplo, mapas topográficos de forma ideal. Tal fato ocorre, pois a tomada da
fotografia representa uma realidade gerada a partir de uma projeção cônica
central, enquanto o mapa topográfico é gerado em projeção ortogonal à superfície
mapeada.

Segundo Lima e Loch (1998), para que uma fotografia aérea apresente-se
análoga a uma carta topográfica, do ponto de vista quantitativo, a fotografia
deveria atender às seguintes condições ideais:

 terreno perfeitamente plano e horizontal;

 perfeita verticalidade do eixo ótico da câmara fotogramétrica;

 linha de voo perfeitamente horizontal, sem variações na altitude do


voo entre as sucessivas estações de tomadas das fotografias.

Sendo estas condições ideais bastante improváveis de se obter,


procedimentos de correção das fotografias como a ortorretificação, são aplicadas.
A técnica de ortorretificação elimina as distorções relativas à rotação da câmara,
além de remover as distorções devidas ao relevo da área fotografada, realizando-
se a transformação da perspectiva cônica para a ortogonal (LIMA; THOMAZ;
SEVERO, 2010).

Para realizar a ortorretificação, utilizam-se informações de inclinação,


posição e distorção da câmara aérea no instante da tomada das fotografias, além
de informações referentes ao terreno que são obtidas através de um modelo
digital de terreno.

3.6 Anaglifo
Anaglifo é uma imagem elaborada a partir de um par de fotografias com
uma área de sobreposição que permite fornecer o efeito tridimensional quando
vista com óculos de duas cores. O efeito de profundidade é produzido através da

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distância entre estas duas fotografias e de duas camadas de cor sobrepostas. O


córtex visual do cérebro humano funde as imagens sobrepostas na percepção de
uma cena tridimensional (LIMA; THOMAZ; SEVERO, 2010).

O anaglifo consiste no uso de filtros de cores complementares,


usualmente vermelho e azul ou verde, no par de fotografias estereoscópicas para
separar as projeções da esquerda e direita. Usualmente, o filtro azul ou verde é
colocado sobre a fonte de luz do projetor esquerdo simultaneamente ao uso do
filtro vermelho no projetor direito, o que permite que o operador, utilizando os
óculos com lentes vermelha e azul ou verde, observe a imagem projetada em
terceira dimensão (SCHULER; ARAUJO, 2005). A figura abaixo mostra os óculos
utilizados para a visualização tridimensional do anaglifo.

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UNIDADE 4 – APLICAÇÕES DA FOTOGRAMETRIA

4.1 Fotogrametria terrestre na amostragem de mina subterrânea


Dentre as aplicações da fotogrametria terrestre digital temos aquela
voltada para amostragem de mina subterrânea de modo a determinar sua
viabilidade operacional.

Assis (2011) explana que a tecnologia tem se mostrado aliada das


grandes empresas, as quais visam agilidade na obtenção da informação,
concomitante à confiabilidade da mesma e a segurança dos seus colaboradores,
citando um instituto de pesquisa a CSIRO – do governo australiano
(Commonwealth Scientific and Industrial Organization) que desenvolveu o
Sirovision.

O Sirovision é uma tecnologia para capturar dados geotécnicos e


geológicos (estruturas, atitudes de planos e feições geológicas) que utiliza a
combinação de cálculos matemáticos com fotografias digitais auxiliando na
construção do modelo tridimensional (3D) georreferenciado de alta qualidade. Sua
aplicação se dá tanto para mina a céu aberto (open pit) quanto para mina
subterrânea (underground mine).

O Sirovision é constituído da combinação de hardware e software, sendo:

 hardware – o arranjo customizado (rig) para mina subterrânea de duas


câmeras comerciais; e,

 software – os módulos Sirolink, que converte as imagens para tif, Siro3D,


que cria o modelo 3D, e o Sirojoint, que cria os grupos de dados estruturais
utilizando o modelo 3D.

O rig é um equipamento desenvolvido especificamente para trabalhos em


subsolo, também possui quatro pontos de lasers, flash e luzes acoplados, assim
como um mono pé.

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A seguir temos uma ilustração desse equipamento.

Composição do rig para mina subterrânea

Fonte: Assis (2011, p. 12).

A captura do par de fotografias digitais em 2D de uma mesma área se dá


a partir de um único disparo e a abrangência varia entre 3 e 5 m 2, de acordo com
a distância do rig em relação ao local a ser fotografado. As imagens são
posteriormente processadas no computador para gerar a imagem 3D
georreferenciada nas coordenadas reais da mina. Esse modelo tridimensional de
alta qualidade servirá de ponto inicial para o desenvolvimento de pesquisas nas
áreas da mecânica de rochas e da geologia, uma vez que permite a obtenção de
dados detalhados e georreferenciados sobre toda área fotografada (ASSIS,
2011).

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Para atingir esses objetivos, a pesquisadora adotou a seguinte


metodologia explicada nos fluxogramas esquematizados a seguir:

Fluxograma da estrutura geral da metodologia referente ao subsolo

Fluxograma da estrutura geral da metodologia referente à superfície

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O estudo apresentado por Assis (2011) teve como objetivo a análise


comparativa entre as informações da posição espacial (coordenadas X, Y e Z)
das seções de amostragem adquiridas pelo uso da estação total em confronto
com os dados obtidos a partir de um modelo tridimensional georreferenciado.
Esse modelo foi gerado através de técnicas da fotogrametria terrestre digital
através do uso do sistema Sirovision.

Por se tratar de uma nova técnica, foi necessária a validação das


informações obtidas, tendo como base os dados de seções adquiridos pelo
método tradicional de levantamento por estação total utilizado na mina onde o
estudo foi realizado.

De maneira geral, os resultados obtidos com o uso do modelo 3D


georreferenciado foram considerados semelhantes àqueles adquiridos pela
estação total, o que a pesquisadora comprovou pelos altos valores do coeficiente
de correlação entre as coordenadas dos eixos X, Y e Z de ambos os métodos de

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aquisição das informações. Os valores são próximos ao +1, valor que indica
perfeita associação positiva entre as variáveis.

A utilização da fotogrametria terrestre digital tendo como produto final um


modelo tridimensional georreferenciado oferece maior nível de detalhamento das
informações referentes ao maciço rochoso que o levantamento das seções por
estação total.

A partir da análise e estudo detalhado desse modelo, é possível extrair


informações do âmbito geológico (litologias, teor mineral) como também da
mecânica de rochas (estruturas, falhas). Além disso, é possível fazer o registro
sequencial das frentes de trabalho conforme vão sendo lavradas, gerando um
histórico do desenvolvimento, permitindo ainda a consulta posterior da
informação.

Embora os resultados apresentados tenham sido favoráveis à


implantação do uso do Sirovision na rotina de trabalho onde o estudo foi
realizado, há que se considerar que em uma mina em operação ininterrupta, a
agilidade de obtenção da informação é peça fundamental. Diante disso, acredita-
se ser possível uma futura implantação quando os softwares constituintes do
sistema Sirovision sofrerem atualizações, com vista a agilizar o processamento
dos dados (ASSIS, 2011).

4.2 Fotogrametria em Engenharia civil


São inúmeras as aplicações na Engenharia Civil como bem atestam
Borges (1999); Schafer (2004); Valença, Júlio e Araújo (2006); Santos e Cintra
(2009) e outros.

Schafer (2004) justifica de várias maneiras a importância de se conhecer


em detalhes as características de uma área onde se pretende implantar uma
rodovia, por exemplo, para que se possa alterar o mínimo possível o ambiente
nesta área e que o ambiente não cause riscos a operacionalidade da rodovia. O
Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM) aliado a modernas técnicas de
Sensoriamento Remoto, propicia o conhecimento do local e traz subsídios para a

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realização do projeto facilitando o conhecimento do ambiente onde a rodovia será


implantada, atendendo de maneira eficaz aos requisitos ambientais.

A utilização de fotografias aéreas em projetos de implantação de rodovias


é uma prática bem aceita em engenharia rodoviária. As fotografias aéreas de
grande escala são importantes tanto nas etapas preliminares quanto na fase final
de um levantamento, pois elas fornecem uma visão da área mostrando as
condições existentes em um momento particular. Podemos observar nelas os
elementos da superfície e, com isso, estabelecer a relação entre geologia, fatores
culturais e ambientais relevantes para a avaliação dos impactos de um projeto de
engenharia no ambiente. As fotografias aéreas para este tipo de estudo são
confiáveis, econômicas e consequentemente essenciais para a avaliação de
muitos parâmetros ambientais inerentes à construção e uso da rodovia
(FERGUNSON, 1985 apud SCHAFER, 2004).

A partir da década de 1990, com o surgimento das fotografias aéreas


digitais (obtidas através de escanerização de fotografias obtidas por métodos
convencionais ou por câmeras fotogramétricas digitais) vieram junto vantagens
como a possibilidade de serem visualizadas e processadas em computadores
comuns e a possibilidade de sua imagem digital ser melhorada devido ao acesso
ao seu conteúdo radiométrico (SCHAFER, 2004).

Um produto importante para projetos de engenharia rodoviária que pode


ser obtido a partir das fotografias aéreas é o Modelo Digital do Terreno (MDT). Ele
foi inicialmente utilizado para a determinação de volumes de corte e aterro em
trabalhos de terra, e atualmente é utilizado no projeto da rodovia propriamente
dito. Além disso, as técnicas de modelagem do terreno podem também ser
utilizadas para criar modelos de projeto digital da rodovia proposta. A
possibilidade de combinar o projeto e modelos do terreno propicia ainda uma
visualização mais realista do impacto que a implantação do projeto rodoviário
causará no ambiente.

Santos e Cintra (2009) trabalharam a aplicação da fotogrametria em


benefícios para o DER/MG, que através do suporte técnico do Núcleo de
Aerofotogrametria abrangem todos os Projetos de um modo geral, tais como:

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Estudos de viabilidade em drenagem, cálculo e dimensionamento de bueiros ou


pontes, estudos de alternativas de traçados, curvas de nível, alteração de greide
de estradas, estudos topográficos, dentre outros, objetivando dinamizar e
aperfeiçoar o sistema e o tornar mais econômico (redução de custos),
acarretando menos visitas ao campo, limitando-se as visitas apenas para trechos
não conhecidos, fatores estes que contribuem para o cumprimento das metas
dentro dos prazos estipulados.

Em projetos de contorno de cidades, o Serviço de fotogrametria, pela sua


discrição, facilita para que não haja especulação imobiliária nas regiões próximas
a esses perímetros urbanos.

Também enquadram-se perfeitamente no PMDI, pela obtenção de Política


de Qualidade, e dentro do plano estratégico, Políticas de desenvolvimento social
e econômico.

Borges (1999) também defende as aplicações práticas da fotogrametria


arquitetural na documentação de edifícios e cidades históricas, para uso efetivo
por arquitetos e planejadores apresentando uma lista de motivos e benefícios
para sua utilização, a saber:

Em ordem de prioridade, baseados em vários anos de experiência nesta


área, os motivos que levam à necessidade de obtenção de um levantamento
fotogramétrico variam basicamente em função, conforme elenca Borges:

 do tempo exigido para a realização de um levantamento arquitetônico que


apresente todas as vantagens oferecidas pela fotogrametria digital;

 do baixo custo de execução;

 da possibilidade de imediata utilização do produto final;

 da profusão de informações obtidas;

 das dificuldades de acesso ao objeto a ser levantado;

 da precisão confiável e homogênea, passível de ser estabelecida a priori.

Com o levantamento fotogramétrico, além de todas estas vantagens


serem verdadeiras, obtém-se um número excepcional de fotografias do objeto,

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que registra sem subjetividade as características marcantes que o fazem


pertencer a esta categoria especial de historicidade. O levantamento pode ser
verificado e acrescido de informações até mesmo após a perda parcial ou total do
objeto.

4.3 Fotogrametria para cadastro


A trena foi ao longo das últimas décadas a garantia necessária, o modelo
confiável para determinação de áreas dos imóveis voltadas ao cadastro
imobiliário. Ela garantia e evitava problemas técnicos e políticos aos
administradores públicos, no entanto, as conquistas tecnológicas e a necessidade
cada vez maior de otimizar as atividades prevendo reduzir custos tem levado os
profissionais a buscarem e utilizarem dessas tecnologias como a fotogrametria.

Segundo Néia (2013), obviamente que o Cadastro Técnico exige e


continuará exigindo muita responsabilidade e principalmente qualidade em seus
processos de coleta de dados, assim não estamos falando aqui de mera
substituição de procedimentos por algumas “soluções milagrosas”, como a
utilização de imagens orbitais de alta resolução, seguida da determinação de
coordenadas com a utilização de sistema GPS (nestes casos até de navegação
serve) para o “georreferenciamento das imagens” e até a elaboração de um
suspeito Modelo Digital de Terreno.

Realmente, as imagens orbitais apresentam avanço no aspecto de


resolução, mas a melhor precisão possível é compatível com o mapeamento na
escala 1:5.000, o que dentro das normas da cartografia nacional representa um
erro planimétrico médio de 2,5 m.

Entretanto, assim como os avanços nos sensores orbitais, temos


significativos avanços nos processos fotogramétricos, com a adoção de escalas
maiores e mais precisas (1:1.000 com precisão de 0,20m), graças a dispositivos
das câmaras aéreas com FMC, plataformas giroestabilizadoras, Modelos Digitais
de Terrenos precisos, entre outros, que fornecem o subsidio necessário
(qualidade) para desenvolvimento de novas técnicas para diversas aplicações.

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Para execução do Cadastro Imobiliário de Porto Velho, composto por


aproximadamente 100.000 imóveis (territoriais e prediais), Neia (2013) exemplifica
que foi realizada uma cobertura aerofotogramétrica na escala 1:5.000, seguido
das etapas de apoio de campo, aerotriangulação e restituição. Esta restituição
está sendo realizada somente dos elementos de interesse ao cadastro, ou seja:
sistema viário, hidrografia, altimetria, alinhamento predial, divisa de lotes e
edificações, obedecendo a uma estrutura de armazenamento segundo diferentes
layers, traços, cores, sendo todas as entidades representadas pelas coordenadas
x, y, z.

Para as edificações com mais de um pavimento, é coletado isoladamente


(em diferente layer) cada polígono, indicando sobre a entidade o total de
pavimentos da edificação. Esta técnica possibilita que no futuro, cálculo de área
construída, seja ponderado às áreas individuais para cada pavimento. Este
recurso é possível através da visão estereoscópica, que permite ao operador
determinar a altura da construção através da diferença de coordenadas z da base
da edificação e o seu topo.

Com a coleta dos dados vetoriais, é realizado o lançamento das


respectivas inscrições fiscais, seguido da sobreposição dos mesmos com as
ortofotos digitais coloridas, na escala 1:1.000, realizada através de detalhado
Modelo Digital de Terreno, obtido por processos fotogramétricos com os lados dos
triângulos compatíveis à escala requerida e considerando ainda todas as
breaklines, como cursos d’águas e talvegues.

O mesmo autor continua explicando que o material é preparado por


quadras, carregados em palmtops e enviados às equipes de campo que farão a
coleta dos dados constantes na BIC (Boletim de Informações Cadastrais), definido
com a prefeitura. Neste momento é realizada ainda a coleta, com trena, do beiral
das edificações, argumento comumente utilizado para restringir a utilização da
fotogrametria para o cadastro.

Com este material de volta ao gabinete, é gerado a topologia de cada


edificação, com os devidos tratamentos matemáticos de fechamento de
polígonos, e armazenado no banco de dados à respectiva área das unidades

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dentro do lote, bem como dos pavimentos, sempre observando o critério de


descontar a área do beiral anteriormente identificada.

Esta metodologia tem possibilitado uma produtividade em campo até 50%


superior ao procedimento tradicional, onde todas as medições são realizadas com
trena, elaboração de croquis e posterior digitalização, resultando em um produto
digital, mas não georreferenciado de forma precisa.

O processo fotogramétrico tem ainda a vantagem da consistência


simultânea, diminuição das equipes de cadastradores, pois apenas um técnico
realiza os trabalhos de preenchimento da BIC e medição do beiral, quando
necessário, verificação de edificações do tipo telheiros (não tributáveis), além de
checagem geral da restituição. A diferença máxima verificada entre as medidas
lineares obtidas à trena e aquelas obtidas no trabalho de Néia foi de 0,20cm.

Por fim, Neia (2013) destaca que este trabalho (e seus resultados
positivos) é possível devido ao aprimoramento técnico em todas as etapas do
trabalho, utilizando-se técnicas consagradas, com parâmetros matemáticos claros
de precisão e limites de uso, enfocando sempre a responsabilidade com a
informação gerada tendo em vista as aplicações atuais e futuras, pois as mesmas
sempre implicarão no cotidiano do cidadão, cuja qualidade de vida deve ser a
meta de todos envolvidos nas Administrações Municipais.

A aplicação da fotogrametria vai muito além do exposto até o momento.


Cabe aos profissionais terem visão de futuro e estarem abertos às novas
tecnologias que se apresentam cada vez mais avançadas e de aplicabilidade
prática.

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UNIDADE 5 – AEROFOTOGRAMETRIA X
SENSORIAMENTO REMOTO

Aerofotogrametria, relembrando, pode ser definida como a ciência da


elaboração de cartas mediante fotografias aéreas tomadas com câmara
aerotransportadas (eixo ótico posicionado na vertical), utilizando-se aparelhos e
métodos estereoscópicos.

A aerofotogrametria tem por finalidade determinar a forma, dimensões e


posição dos objetos contidos numa fotografia, através de medidas efetuadas
sobre a mesma.

A confecção de cartas topográficas, entendidas como aquelas que


compreendem as escalas médias, situadas entre 1:25.000 e 1:250.000, e que
contêm detalhes planimétricos e altimétricos, ainda hoje se baseia em
levantamentos aerofotogramétricos com o apoio de bases topográficas já
existentes.

Desde as primeiras tentativas de levantamentos, no século XIX,


utilizando-se fotografias e sensores diversos para a captação de imagens, um
enorme avanço tecnológico foi sendo experimentado. O ano de 1901 pode ser
pontuado como o momento em que o alemão Pulfrich introduziu na Fotogrametria
o chamado índice móvel ou marca estereoscópica que passou a ser possível não
somente observar o relevo, como medir as variações de nível do terreno.

Atualmente, o sensoriamento remoto – técnica que utiliza sensores para


captação e registro a distância (sem o contato direto) da energia refletida ou
absorvida pela superfície terrestre –, ocupa lugar de destaque como excelente
complementação e, em alguns casos, substituição aos métodos tradicionais de
confecção de mapas.

5.1 Derivações do conceito de aerofotogrametria


Da fotogrametria, conceituada como o conjunto de técnicas que visam
obter informações quantitativas e fidedignas de fotografias podemos derivar a

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aerofotogrametria como o conjunto de técnicas que buscam informações


quantitativas e fidedignas de fotografias aéreas. As aerofotos se distinguem das
convencionais em virtude de determinadas especificações técnicas que aquelas
devem possuir:

 formato do negativo: 23 cm x 23 cm;

 registro da altura de voo e/ou escala da foto;

 registro da data e hora da tomada;

 registro do número da foto e da faixa de voo;

 registro das marcas fiduciais ou de fé.

Outras características diferenciadas das aerofotos em relação às


fotografias convencionais dizem respeito aos tipos de filmes utilizados e à
orientação do eixo óptico da câmara (FITZ, 2010).

Com relação à sensibilidade da película (filmes utilizados), as aerofotos


podem ser:

 PANCROMÁTICAS – com a utilização de filmes preto e branco, com


variação de tons de cinza médio a preto, quando há absorção da luz, como
no caso de uma vegetação espessa, e de cinza médio a branco, quando há
reflexão da luz, como no caso de solo exposto;

 COLORIDAS – quando os objetos aparecem com a verdadeira coloração


que apresentam. Nesse caso, a escala das fotos deve ser maior (voos
mais próximos do terreno) para evitar a interferência atmosférica;

 INFRAVERMELHAS PRETO E BRANCO – quando o filme utilizado é


sensível à radiação infravermelha. As imagens sofrerão variações de tons
em razão da maior absorção ou reflexão de radiação. A vegetação, nesse
caso, aparecerá com tons claros;

 INFRAVERMELHAS FALSA-COR – quando o filme utilizado também é


sensível à radiação infravermelha (normalmente, em relação ao
infravermelho próximo), sendo, entretanto, aparentemente coloridas. Em
geral, de acordo com o filme utilizado, os objetos que absorvem radiação

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tendem a ficar azulados ou pretos, ao passo que os que refletem aparecem


com tons avermelhados, como a vegetação, por exemplo.

Outra caracterização das fotos aéreas refere-se à inclinação do eixo


óptico da câmara em relação à vertical ao terreno. Assim, obtêm-se aerofotos
oblíquas quando o eixo óptico é intencionalmente inclinado em relação à vertical
ao terreno, sendo classificadas, ainda, em oblíquas altas, quando a inclinação é
tal que permite o aparecimento da linha do horizonte, utilizadas em regiões de
acesso dificultoso, ou baixas, no caso contrário. Já as aerofotos verticais são
aquelas em que o eixo óptico coincide com a vertical ao terreno, sendo as mais
utilizadas, pois causam menores deformações (já falamos sobre essas
características).

Uma situação de possível ocorrência é a inclinação involuntária da


câmara aerofotogramétrica por causa das oscilações do avião durante o voo.
Com relação ao eixo óptico, o ângulo máximo de inclinação tolerado para que
uma aerofoto seja considerada vertical é de três graus.

Alguns outros imprevistos, que devem ser evitados na medida do


possível, podem ocorrer durante a tomada de fotos no decorrer do voo. Entre
eles, citam-se ventos fortes, que eventualmente modificam a trajetória da
aeronave; interferências atmosféricas, como nuvens, e a questão da inclinação
solar, que pode ser prejudicial tanto no caso da falta quanto do excesso de
sombreamento, pois dificulta a interpretação das feições.

Em trabalhos cartográficos, utilizam-se tão somente aerofotos verticais,


em virtude de suas peculiaridades. As características apresentadas a seguir serão
referidas a essa situação (FITZ, 2010).

5.2 Etapa das operações em aerofotogrametria


A obtenção de um produto bom e confiável deve levar em consideração
determinados aspectos de suma importância, a fim de evitar gastos indevidos.
Assim, determinadas etapas devem ser cumpridas:

1º. PLANEJAMENTO DO VOO: por meio de estudo teórico-prático da região a


ser recoberta.

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2º. EXECUÇÃO DO VOO: com os equipamentos adequados e observando


todos os quesitos relacionados às condições meteorológicas necessárias,
horário para a tomada das fotos, etc.

3º. REVELAÇÃO DO FILME: (no caso de fotos convencionais) e posterior


verificação da qualidade da imagem das fotos impressas ou no formato
digital.

4º. REALIZAÇÃO DE APOIO TERRESTRE: com a utilização de pontos de


controle que devem estar presentes nos pares estereoscópicos.

5º. PROCESSO DE FOTOTRIANGULAÇÃO, ou TRIANGULAÇÃO AÉREA: no


qual se analisam as imagens obtidas, a fim de que se estabeleça um
controle geométrico da foto pelo processo de triangulação.

6º. PROCESSO DE RESTITUIÇÃO FOTOGRAMÉTRICA ou


AERORESTITUIÇÃO: que visa à confecção de um mapa com a utilização
de aparelhagem adequada, com base nas aerofotos obtidas no
levantamento realizado.

7º. Processo de ESTEREOCOMPILAÇÃO: na qual as características


altimétricas e planimétricas são compiladas e adaptadas a uma mesma
escala.

8º. Processo de REAMBULAÇÃO: quando é realizada uma verificação das


aerofotos, visando à identificação de características do terreno que não
foram ou não puderam ser interpretadas adequadamente. Ex.: topônimos,
classificação dos tipos de rodovias, detalhes escondidos pela vegetação,
limites políticos, etc.

9º. Elaboração, ajustes e impressão do mapa final.

Fitz (2010) ressalta que especificamente em relação ao voo


aerofotogramétrico, torna-se necessário o estabelecimento da direção das linhas
de voo, a qual se dá, preferencialmente, nos sentidos norte-sul ou leste-oeste.

Outras condições essenciais para que o levantamento aerofotogramétrico


tenha consistência dizem respeito às faixas de superposição entre as fotos

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adjacentes, para que não se perca nenhuma informação e para que sejam obtidos
dados altimétricos.

O voo deve ser planejado de tal forma que as fotos tenham, entre duas
faixas de voo paralelas, um recobrimento lateral “sidelap” situado entre cerca de
20% e 30%, a fim de que eventuais problemas de identificação em uma imagem
possam ser cobertos por uma foto da faixa vizinha. Por outro lado, deve-se
observar que as fotos tenham, numa mesma linha de voo, um recobrimento
longitudinal “overlap” situado entre 50% e 60%, aproximadamente, a fim de que
se possa obter estereoscopia entre cada par de fotos tomadas em sequência.

As figuras abaixo apresentam essas condições.

Recobrimento lateral de 30% - “sidelap”

......Limites da foto
N = Centro da foto
H = Altura de voa

Fonte: Fitz (2010, p. 114).

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Recobrimento longitudinal de 60% - “overlap”

.......Limites da foto
N = Centro da foto
H = Altura de voa

Fonte: Fitz (2010, p. 114).

5.3 Tipo ou geometria da fotografia aérea


As fotografias aéreas são classificadas segundo diversos critérios.
Veremos a classificação quanto à geometria, ou seja, orientação do eixo da
câmera. Nesta classificação apontam-se as fotografias verticais e oblíquas.

a) Fotos aéreas verticais

Nesta fotografia, o eixo ótico da câmera coincide com a vertical do lugar


fotografado, no momento da tomada da foto. As fotografias verticais são
largamente usadas na confecção de bases de dados digitais para
Geoprocessamento.

Suas vantagens sobre as fotos oblíquas são a facilidade de obtenção de


medidas através das relações geométricas e a detecção e o reconhecimento de
objetos facilitados pelo fato de a forma da imagem estar mais próxima do real.

A desvantagem é que as fotos não apresentam uma perspectiva


ortogonal, como no caso das cartas topográficas (ZAIDAN, 2008).

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b) Fotografias aéreas oblíquas

São aquelas feitas com o eixo da câmera intencionalmente direcionado


entre a horizontal e a vertical.

O ângulo normalmente oscila entre 90º e 270º para as fotografias aéreas,


podendo ser maior nas fotografias ou imagens tomadas por satélites. As
fotografias oblíquas admitem uma subclassificação em oblíqua alta e oblíqua
baixa. Observa-se que os termos alta e baixa não se referem à elevação do avião
sobre o terreno, mas apenas ao ângulo de inclinação do eixo ótico da câmera
com relação à vertical.

As fotografias oblíquas tem o mesmo aspecto que de uma foto


panorâmica tomada do alto de uma elevação. O importante é que nesse tipo de
foto tem que se observar que a escala aumenta progressivamente dos primeiros
aos últimos planos (ZAIDAN, 2008). Consequentemente, quanto mais longe
estiverem os objetos fotografados, menor será a definição das respectivas
imagens fotografadas.

Por esses aspectos, este tipo de fotografia não é adequado para


medições cartográficas, sendo utilizadas para fins panorâmicos. Desta forma, a
tomada de fotografias requer um planejamento bem elaborado a fim de que os
objetivos sejam alcançados.

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5.4 Pontos importantes do voo fotogramétrico e das fotos aéreas


O voo fotogramétrico exige completo planejamento da operação.
Vejamos:

Condições naturais da região: Apoio logístico:

Local a ser fotografado Transporte


Área a fotografar Hospitais
Dimensões da área Alimentação
Relevo
Regime de ventos
Altitude média do terreno
Variação de altura do terreno
Mês para execução do voo
Número de dias favoráveis ao voo

Condições técnicas (base e aeronave): Condições técnicas (plano de voo):

Base de operação Altura de voo


Alternativa de pouso Altitude de voo
Recursos na base Escala das fotografias
Modelo da aeronave Superposição longitudinal
Autonomia Superposição lateral
Teto de serviço operacional Câmara aérea
Velocidade média e cruzeiro Tipo e quantidade de filme empregado
Tripulação Rumo das faixas
Número de faixas e número de fotos
Velocidade máxima (arrastamento)
Tempo de exposição ideal
Intervalo de exposição
Distância entre faixas
Base das fotos

As fotografias aéreas devem ser tomadas sempre com:

 elevação do sol superior a 30º;

 em dias claros;

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 condições climáticas, sejam tais que permitam fazer-se negativos


fotográficos claros e bem definidos, isto é, bem contrastados (BATISTA,
2010).

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UNIDADE 6 – ESTEREOSCOPIA

É a maneira mais antiga de ver registros e desenhos em verdadeira


terceira dimensão, com relevo saindo do plano da figura. Tem-se feito
desenvolvimentos em visualização estereoscópica, de várias maneiras, como
técnica clássica e por meio de tela difrativa, no caminho de se obter o registro e a
reprodução holográfica sem necessitar de laser.

Segundo Temba (2000), estereoscopia é a propriedade que estuda os


métodos e técnicas que permitem a visão em perspectiva, quer dizer, a percepção
de objetos com todas as modificações aparentes, ou com os diversos aspectos
que a sua posição e situação determinam com relação à figura e à luz.

Segundo Wolf (1983), diariamente há atividades que se mede


inconscientemente a profundidade ou julgam-se distâncias relativas de um vasto
número de objetos em relação a outros. Os métodos de julgamento de
profundidade podem ser classificados como estereoscópico ou monoscópico. As
pessoas com visão normal, isto é, capazes de ver com ambos os olhos
simultaneamente, são ditas com visão binocular, e a percepção de profundidade
desta forma é denominada de visão estereoscópico. Já a visão monocular é o
termo aplicado para a observação com apenas um dos olhos e o método de
julgamento de distância é denominado monoscópico.

A distância entre objetos ou profundidade pode ser obtida


monoscopicamente à consideração do:

 tamanho relativo de objetos;

 objetos ocultos;

 o sombreamento; e,

 a diferença de focalização do cristalino para observar elementos


diferentemente afastados.

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Afirma-se ainda que os métodos estereoscópicos são mais vantajosos do


que os monoscópicos para a percepção da profundidade e de fundamental
importância para a fotogrametria.

Em outras palavras, a estereoscopia consiste em registrar duas vistas de


uma cena, com a câmara nas posições correspondentes ao olho esquerdo e
direito. Por diversas maneiras pode-se fazer com que depois cada olho veja
exclusivamente a cena que lhe corresponde. Parece fácil, mas desde que tirar
uma simples fotografia não o é tanto, no caso 3D, pela desadaptação que o
estéreo impõe, requer de muita prática e critério.

A estereoscopia tem o seu papel na visualização tridimensional por ser o


mais simples dos sistemas, mas necessita de acessório para a visão e a cena
desloca junto do observador, de maneira irreal. A realidade virtual é baseada em
capacete e sensoriamento do mesmo de modo a recriar a cena conforme o
movimento da cabeça do observador, mantendo a cena em lugar fixo e podendo
ser colocada em todo um ambiente. A tela holográfica elimina a necessidade de
óculos, mas no momento não poderia preencher um ambiente completamente,
seu campo de visão é limitado.
(http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/prof_lunazzi/Estereoscopia/estere.htm).

A título de enriquecimento e para que fique claramente entendido, cabe


falarmos um pouco sobre o olho humano, a paralaxe e o princípio da marca
flutuante:

a) O olho humano:

O olho humano tem a forma de globo de 25 mm de diâmetro.


Basicamente é composto por dois sistemas: o dióptrico e o nervoso.

O sistema dióptrico é constituído, por uma membrana transparente


denominada córnea; por uma lente biconvexa, o cristalino, que tem a propriedade
de modificar a distância focal pela ação dos músculos ciliares; por uma membrana
circular denominada íris que se localiza entre a córnea e o cristalino e que regula
a quantidade de luz que deve penetrar no olho.

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O sistema nervoso, sensível aos estímulos luminosos, é constituído de


uma rede nervosa, situada nas paredes posteriores do globo ocular e que se
chama retina. Na retina localizam-se as células sensoriais da visão denominadas
receptores visuais, e que são de dois tipos: uma camada composta de
aproximadamente 7 milhões de cones e outra composta de 125 milhões de
bastonetes. Os cones possuem capacidade de diferenciar detalhes diminutos num
pequeno ângulo de visão: os bastonetes servem para observar os objetos em
movimento e fornecer um panorama geral, com o fim de orientação. Na saída do
nervo ótico não existem cones nem bastonetes. Este espaço é chamado de ponto
cego.

Os bastonetes, células finas e longas, contêm uma substância chamada


púrpura visual, ou rodopsina. Quando esta substância é exposta à luz, há uma
mudança química, e a cor dos bastonetes desaparece. Esta reação provoca a
produção de um sinal elétrico, que é transmitido para a fibra nervosa. Os
bastonetes são importantes para a visão noturna, pois respondem à luz branca,
de modo que tudo é visto em tons de cinza.

Os cones, responsáveis pela visão das cores, contêm produtos químicos


que respondem à luz vermelha, verde ou azul e são estimulados apenas pela luz
brilhante.

A imagem formada na retina é real e invertida, como as formadas nas


lentes convergentes finas. O cérebro é responsável pela interpretação dos
impulsos enviados da retina pelo nervo ótico.

No centro da área da visão binocular, denominado ponto de fixação, se


cruzam os dois eixos visuais. Os nervos ligados aos bastonetes e aos cones do
lado temporal do olho esquerdo combinam-se com os mesmos tipos de nervos da
parte nasal do olho direito e se ligam à parte esquerda do centro visual do
cérebro. O oposto ocorre com os nervos da parte nasal do olho esquerdo e
temporal do olho direito. Isso possibilita o cérebro localizar a posição do objeto em
relação ao plano mediano, que coincide com o plano de simetria do corpo
humano. A combinação das duas imagens nos centros visuais do cérebro provoca
a sensação da estereoscopia (TEMBA, 2000).

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b) Paralaxe:

A paralaxe é o deslocamento relativo de um ponto-imagem nas fotografias


aéreas consecutivas em relação à direção da linha de voo decorrente da
mudança da câmara no momento da exposição, além disso, pode ser medida
sobre o plano da foto e expressar a diferença de altura entre dois ou mais objetos.
Ou:

A paralaxe é definida como o deslocamento aparente da posição de um


objeto causada pela mudança do ponto de observação, tendo como referência
uma linha ou a um ponto. A paralaxe é medida ao longo do eixo X nas aerofotos
de recobrimento.

A Paralaxe é tanto maior quanto mais próximo estiver o objeto do


observador móvel (avião).

Exemplo: Ao se observar o peso de um objeto através da fiel de uma


balança poderá ter uma leitura diferente conforme o observador se mova para
esquerda e/ou para direita.

Abaixo um exemplo de estereoscópio.

c) Princípio da marca flutuante:

Segundo afirma Wolf (1983 apud TEMBA, 2000), a determinação da


paralaxe de pontos-imagens nas fotografias, pode ser medida
estereoscopicamente e faz uso do princípio da marca flutuante. Este

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procedimento é praticado, de um modo geral, quando o estéreo-modelo é visto


através das lentes de um estereoscópio de espelho: há um dispositivo
denominado barra de paralaxe, que pode determinar rapidamente e com relativa
precisão a paralaxe existente e, consequentemente, a estimativa da altura de
objetos ou a diferença de nível nos terrenos.

Nas extremidades da barra de paralaxe, há uma ranhura (na forma,


geralmente, de ponto, círculo ou cruz) gravada em duas lâminas de vidro que é
vista pela ocular esquerda e direita nas respectivas fotos. O usuário ao observar
simultaneamente as marcas (na foto à direita e à esquerda) fundidas oticamente
sobre o modelo tem a percepção do movimento vertical da marca-índice (marca
flutuante ou estereoscópica).

Marca flutuante

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UNIDADE 7 – FOTOINTERPRETAÇÃO

A fotointerpretação é a técnica de examinar as imagens dos objetos na


fotografia e deduzir sua significação, sendo bastante importante para a
elaboração de mapas temáticos (Ex.: geomorfologia, vegetação, uso do solo,
etc.).

A fotointerpretação difere da fotogrametria no que se refere ao tratamento


do dado. A fotogrametria está relacionada com a acurácia posicional e geométrica
dos objetos, aspecto quantitativo (perímetro, coordenadas, área), enquanto a
fotointerpretação está relacionada com a significância do objeto, aspecto
qualitativo (um lago, por exemplo). Na verdade, no que se refere à cartografia,
tanto os aspectos qualitativos quanto quantitativos dos dados são importantes e
seu grau de acurácia e/ou detalhe dependem da escala do mapeamento.

Já que o objetivo de uma interpretação de imagens é obtenção do mapa


temático, para tanto um projeto de interpretação de imagens deve conter as
seguintes etapas e definições:

1) Definição dos objetivos.

2) Área a ser mapeada, escala e definição das classes e legenda de


mapeamento.

3) Escolha da imagem, definição do sensor em função dos objetivos e


nível de exatidão e conteúdo de informação versus recursos disponíveis.

4) Definição da melhor época de aquisição, considerando cobertura de


nuvens, ângulo de elevação solar (sombreamento) e melhor discriminação entre
os alvos.

5) Seleção de canais que depende do comportamento espectral do


fenômenos ou alvos que serão de interesse na interpretação.

6) Aquisição de dados ancilares. Bibliografia sobre a área mapeada,


mapas prévios.

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7) Interpretação preliminar + confronto com os dados colaterais. Ida a


campo para levantamento de áreas testes - áreas representativas.

8) Checagem de campo para avaliação e validação da interpretação


(SOARES FILHO, 2000).

7.1 Os elementos de interpretação

O uso de uma metodologia apropriada de interpretação visual que possa


ser adaptada aos diferentes produtos de sensoriamento remoto passa primeiro
pela identificação dos elementos de interpretação, que são os elementos que
deverão ser considerados neste processo de interpretação. Através do estudo dos
elementos de interpretação, chega-se a definições sobre as formas de relevo,
padrão de drenagem, características da vegetação e tipos de uso do solo,
geologia e etc.

Estes elementos básicos de leitura de uma fotografia ou imagem são os


seguintes:

a) Tonalidade e cor:

Corresponde ao brilho ou nível de cinza, sendo a resposta produzida na


visão humana pela luz, varia de uma graduação de cinza, entre o branco e o
preto. A tonalidade é proporcional à reflectância do objeto imageado, quanto
maior a reflectância, o objeto aparecerá mais claro.

A tonalidade refere-se à intensidade de energia eletromagnética refletida


por um tipo de alvo na superfície terrestre, em uma determinada banda do
espectro eletromagnético, em outras palavras, a tonalidade está estreitamente
relacionada com o comportamento espectral das diferentes coberturas da
superfície terrestre.

Em fotografias aéreas a cor está associada ao tipo de filme (preto e


branco, colorido normal, infravermelho preto e branco e infravermelho colorido).
Em uma imagem de satélite, devido à reflexão seletiva dos alvos existentes na
superfície terrestre, nas distintas bandas do espectro eletromagnético, analisamos
os tons de cinza nas bandas individualmente ou as cores através das

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composições coloridas. O olho humano é mais sensível a cores que a tons de


cinza. Desta forma associamos cores aos tons de cinza.

Quanto à cor, esta é formada pela combinação de duas ou mais imagens


de bandas espectrais, usando o processo aditivo de combinação das cores
primárias: Vermelho, Verde e Azul – RGB. O espaço de cores RGB pode ser
transformado para o espaço IMS (Intensidade, Matiz e Saturação). Desse modo,
uma cor pode ser decomposta nesses três componentes independentes, sendo a
visão humana sensível em ordem decrescente aos componentes: intensidade,
matiz e saturação.

 A intensidade corresponde ao brilho ou tonalidade.

 A Matiz é o que usualmente conhecemos como cor (ex: ciano, amarelo,


verde).

 A saturação é quanto a cor se aproxima de seus componentes puros, ou


seja, aos eixos RGB.

b) Forma e tamanho:

A forma é definida através da geometria dos objetos e o tamanho é


diretamente proporcional à escala. A forma é um elemento importante, pois facilita
o reconhecimento de alguns alvos na superfície terrestre, tais como:

- estradas e linhas férreas (que apresentam formato longitudinal);

- cultivos (que tem formas regulares e bem definidas, pois as culturas são
plantadas em linha ou em curva de nível);

- reflorestamentos (que tem formas regulares);

- áreas irrigadas por pivô central (que apresentam formas arredondadas);

- reservatórios, complexos industriais, aeroportos, estruturas geológicas e


geomorfológicas, cidades (que apresentam formas reticulares devido aos
cruzamentos de suas avenidas e ruas);

- rios (que apresentam forma sinuosa), etc.

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A forma exprime a disposição espacial dos elementos texturais com


propriedades comuns. Ex. Região urbana, casa – forma de quarteirão ou quadras.
A forma se classifica em irregular e regular, neste último caso, descrevendo a sua
geometria (SOARES FILHO, 2000).

Paralelamente à forma, deve-se também levar em consideração o


tamanho dos alvos, pois algumas vezes alvos diferentes apresentam formas
semelhantes, mas tamanhos diferentes, o que auxilia na sua caracterização. Por
exemplo, as áreas de horticultura têm forma semelhante às áreas de plantio de
cana-de-açúcar, porém elas têm tamanhos diferentes. O mesmo acontece com
rios, os rios principais e os tributários têm a mesma forma sinuosa, mas tamanhos
diferentes.

c) Textura

Para a definição da textura, faz-se necessário a priori definir o elemento


de textura, o qual é a menor superfície contínua e homogênea distinguível na
imagem fotográfica e passível de repetição. Isto implica em uma forma e
dimensão definidas para este elemento. Para tanto, deve-se observar o fator
escala e resolução espacial para identificar o elemento de textura. Como
exemplos citam-se as copas de árvores, edificações – fotografia aérea e os pixels
e quadras urbanas em imagens de satélite (SOARES FILHO, 2000).

Em outras palavras, arranjo dos tons numa área da imagem, resultando


no aspecto suave até rugoso de um alvo na fotografia ou imagem que é variável
com a escala.

A textura pode então ser classificada de acordo com a sua granulação


(tamanho médio do elemento de textura) em fina, média e grosseira. Pode-se
classificar a textura também de acordo com a sua densidade: propriedade
quantitativa que é considerada de modo comparativo – quantidade de elementos
texturais distinguíveis por área imageada – e pelas suas características de
homogeneidade versus heterogeneidade.

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d) Estrutura

Se a forma é regular, existe uma estrutura, a qual pode ser traduzida


como a lei que exprime ou que define o padrão de organização no espaço dos
elementos texturais, resultando em uma forma regular. Quando a forma é irregular
existe uma ausência de estrutura ou ordem (SOARES FILHO, 2000).

e) Sombra:

A sombra é resultante da iluminação oblíqua pelo sol da superfície


imageada ou resultante da ausência do sinal de retorno (no caso do RADAR). É
um importante recurso, pois confere às imagens de satélite a impressão de
reprodução da visão tridimensional bastante aproximada da morfologia do terreno.

7.2 Método das chaves

Com base nestes elementos, elabora-se então uma chave de


classificação, a qual serve de guia ao fotointérprete para identificar rapidamente
os alvos na fotografia ou na imagem.

A chave vem a ser descrição e ilustração típica dos alvos.

Como explica Soares Filho (2000), esses aspectos associados e


relacionados ao contexto consistem em observações que podem indiretamente
indicar o significado de uma determinada feição em uma imagem. Como
exemplos, citam-se a presença de estradas vicinais e a posição topográfica.

Como dito anteriormente, a interpretação visual busca a identificação de


feições em imagens e a determinação de seu significado. Portanto, para se ter
êxito, é necessário empregar uma metodologia adequada, conhecido como
método das chaves.

O método das chaves apoia-se em um estudo comparativo, o que


depende do conhecimento prévio de imagens, fotografias com objetos e feições
conhecidas que serão utilizadas como guias. Pode-se dizer que uma chave nada
mais é que a própria chave em sua totalidade. As chaves são particulares para

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cada área de aplicação (ex: vegetação, uso do solo urbano, geologia) e são
definidas em função dos elementos de interpretação, visualizados em diferentes
produtos de Sensoriamento Remoto.

Uma chave pode ser composta de:

1) Uma coleção de imagens ou fotografias ilustrativas de feições, objetos


ou condições que serão identificados nas imagens. Por exemplo: Fotografias
aéreas de feições e objetos conhecidos.

2) Uma palavra ou gráfico descritivo que dá início ao reconhecimento de


características das feições, objetos ou condições impressas nas imagens.

As chaves podem também ser classificadas em seletivas, dicotômicas e


eliminatórias.

 Chaves seletivas são quando se contém um grande número de exemplos


fotográficos com suporte de texto.

 Chave dicotômica consiste na seleção de uma entre duas alternativas


contrastantes.

 Chaves eliminatórias são ajustadas de tal maneira que a interpretação seja


realizada passo a passo, eliminando todas as feições ou condições,
restando apenas um objeto que pode ser relacionado.

O grau de confiabilidade de uma chave corresponde à segurança que a


chave fornece para indicar uma determinada interpretação, sendo geralmente
função de sua complexidade.

A seguir, seguem exemplos de chaves, uma para uso do solo urbano, em


fotografias 1:25.000, segundo Santos et al. (1981), e uma outra para identificação
de remanescentes florestais em imagens TMLANDSAT por Soares-Filho et al.
(1993).

Chave para uso do solo urbano2 - Foto 1: 25 000 (Santos et al., 1981):

 classe residencial multifamiliar – presença de edifícios de apartamentos;

2
Esta chave não segue metodologia dos elementos de interpretação.

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 classe residencial unifamiliar – ocorrência de ruas e terreiros


arborizados, edificações menores;

 área de uso institucional – igrejas, escolas, universidades, etc. Presença


de pátios de estacionamento e tamanho das construções;

 áreas comerciais – edifícios antigos, alta verticalidade das construções;

 áreas industriais – amplos edifícios, galpões, presença de chaminés,


grandes construções ao longo de vias de acesso, grandes pátios de
estacionamento;

 áreas desocupadas – periferia, solo nu ou cobertura vegetal.

Chave para remanescentes florestais - TM R43B5G (Soares-Filho et al.,


1993):

 cor – intensidade (tonalidade) – a intensidade dos remanescentes


equivale uma tonalidade média, mais clara que as regiões sombreadas,
mais escura que as áreas de cultura irrigada, reflorestamentos e áreas de
campo verde;

 matiz (usualmente chamado de cor) – vermelho com uma leve tendência


para o laranja, cerrado mais amarronado. Campos secos em ciano
acizentado, capoeiras em laranja e reflorestamento em rosa avermelhado e
vermelho. Saturação alta. Tipo mancha de sangue;

 textura – granulação fina;

 forma – irregular;

 estrutura – não apresentam orientação, diferente dos reflorestamentos;

 relações de contexto – pequenas manchas descontínuas ou parcialmente


conectadas em áreas remotas;

 aspectos associados – reflorestamentos – presença comum de estradas,


aceros.

Abaixo temos mais duas chaves de interpretação, segundo a organização


e ordenação, dividindo-se em seletivas e eliminativas, lembrando que elas são
métodos auxiliares que têm por finalidade ajudar o fotointérprete na identificação
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rápida e precisa dos objetos em estudo. As características fotográficas desses


objetos são comparadas com características contidas nas chaves.

a) Seletivas

As características distintas dos objetos são dispostas de forma que o


fotointérprete simplesmente elege ou seleciona o que mais se assemelha à
imagem que está identificando.

Exemplo de chave seletiva:

Árvores com copas apresentando tonalidade escura tendendo a preto...................................coníferas

Árvores com copas apresentando tonalidade cinza tendendo a branco....................................folhosas

Coníferas: troncos retos com copas cônicas ou em forma de espiral, que projetam sombras
triangulares e estreitas. Ocorrem em locais úmidos, bem drenados e ocasionalmente em associação
com exemplares de bétula branca........................................................................................abeto branco

Folhosas: copas esbranquiçadas em forma de estrela; especialmente para exemplares jovens ou


quando a folhagem ainda não se desenvolveu plenamente. As copas, quando maduras, são largas e
redondas. Ocorrem em lugares úmidos, bem drenados e, algumas vezes, em associação com abeto
branco .................................................................................................................................bétula branca

b) Eliminação:

Nesta chave, os objetos são ordenados de forma a permitir ao


fotointérprete seguir passo a passo um processo de eliminação, até chegar à
identificação. Um exemplo desse tipo de chave é a que os botânicos usam na
classificação de espécies vegetais. Na chave dicotômica de vegetação, elimina-se
inicialmente a sua metade, ao dividir a vegetação em arbórea e não arbórea.

A construção desse tipo de chave é difícil e pode ocasionar sérios erros,


se o fotointérprete for obrigado a escolher entre duas características fotográficas
as quais ele não está ainda bem familiarizado (RIBEIRO, 2013).

7.3 As fases ou mecanismos da interpretação

A interpretação de imagens divide-se em três fases distintas: a fotoleitora,


a fotoanálise e a fotointerpretação.

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a) Fotoleitura

Relaciona-se principalmente com o reconhecimento (identificação) dos


vários objetos que aparecem nas fotografias aéreas. É a forma mais simples de
avaliar uma fotografia aérea, pois apenas descreve qualitativamente o que se
observa. Esta é uma árvore, aquela é uma casa, etc.

Consiste essencialmente na identificação de feições ou objetos sobre as


imagens fotográficas, quando a feição é muito evidente, a fotoleitura já passa a
dar o significado do objeto, resumindo o processo de fotointerpretação.

b) Fotoanálise

Esta técnica compreende todos os aspectos da fotoleitura acrescida de


uma avaliação semiquantitativa.

No exemplo anterior (fotoleitura), reconheceu-se uma árvore. Neste caso


(fotoanálise), pode-se acrescentar que esta árvore é uma folhosa ou conífera, se
é alta ou baixa. O processo da fotoanálise é de grande valor no fornecimento de
muitos dados básicos, principalmente aqueles susceptíveis de classificação.

Consiste no estudo das relações entre as imagens, associando e


ordenando as partes dessas, ou seja, comparando feições e agrupando regiões
similares, conhecidas como zonas homólogas. Zonas homólogas são, portanto,
as áreas delimitadas sobre as imagens fotográficas, constituídas pela repetição
dos elementos de textura que possuem propriedades semelhantes e mesma
estrutura.

c) Fotointerpretação

A fotointerpretação é a ciência e a arte de examinar as imagens


fotográficas, com a finalidade de identificar os objetos que nelas aparecem
através de suas feições características.

É o processo que utiliza o raciocínio lógico dedutivo e indutivo para


compreender os princípios e os processos que criaram as feições e objetos
identificados. Por exemplo, drenagem radial indica a presença de domo estrutural.

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Ela compreende todos os passos da fotoleitura e da fotoanálise,


destacando-se ainda mais pelos seguintes itens:

 uso do estereoscópio;

 exame detalhado de todos os elementos fotográficos presentes;

 avaliação dedutiva e indutiva desses elementos em termos de senso


comum e experiência de campo, apoiada naturalmente no nível de
referência acadêmico e prático do intérprete.

Enfim, um processo de interpretação de imagens consiste na elaboração


da chave de interpretação a partir de áreas testes – fotoleitura, definição das
zonas homólogas – fotoanálise e elaboração do mapa final – fotointerpretação.

É importante ressaltarmos que uma interpretação realmente efetiva e


prática requer experiência e um bom nível de referência do intérprete. Isto não se
adquire rapidamente e nem é facilmente utilizado, uma vez que só com
treinamento e tempo de trabalho é que serão atingidos (RIBEIRO, 2013).

A fotointerpretação consiste no reconhecimento e identificação da


natureza dos elementos imageados na foto, agrupamento dos elementos através
da definição da chave de interpretação (que levará posteriormente à definição da
legenda), finalizando-se com a dedução dos significados (análise).

A dedução, em fotointerpretação, tem duas formas principais: uma mais


simples e uma mais complexa. Na mais simples são deduzidas certas
características de um objeto na fotografia baseando-se em informações que
podem ser tiradas de outros elementos da imagem. Se uma estrada corta um
córrego, deduz-se que o ‘objeto’ – à primeira vista não identificável e na
interseção da estrada com o córrego – é uma ponte. Na mais complexa combina-
se o conhecimento ou a informação fora da imagem com elementos observados
na mesma, com a intenção de se chegar a uma conclusão.

No caso anterior, se não existisse o ‘objeto’ (ponte) mencionado, poder-


se-ia deduzir que o córrego, no ponto em que a estrada o cruza, é raso. Isto
porque não foi necessário construir uma ponte para passagem de veículos.

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Quanto maior o nível de referência, maior a probabilidade de ser fazer


deduções mais corretas.

Enfim, a fotointerpretação pode ser definida ainda como “a previsão do


que realmente não pode ser visto” e diferencia-se basicamente da fotoanálise por
possibilitar maior inferência sobre aspectos quantitativos (RIBEIRO, 2013).

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

DI MAIO, Angélica C. Fotointerpretação e Aerofotogrametria. Niterói: Universidade


Federal Fluminense, 2009.

FITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de textos, 2007.

ZAIDAN, Ricardo T. Fotointerpretação e sensoriamento remoto. 2008. Disponível


em: www2.sorocaba.unesp.br/professor/.../FOSERE_Trabalho_Pratico .pdf

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

ABIB, O. A. Aerofotogrametria. Presidente Prudente: Instituto de Planejamento e


Estudos Ambientais (IPEA) – UNESP, 1983.

ANDRADE, J. B. D. Fotogrametria. Curitiba: SBEE, 1998.

ASSIS, Isabella do Carmo. Aplicação de fotogrametria terrestre digital na


amostragem de mina subterrânea [manuscrito]: exame comparativo com técnicas
tradicionais, 2011.

BATISTA, Ligia F. A. Aerofotogrametria no contexto do processo cartográfico.


Cartografia, 2010.

BORGES, Maria Lucia Vianna Baptista. Aplicações Práticas da Fotogrametria


Arquitetural na documentação de edifícios e cidades históricas, para uso efetivo
por arquitetos e planejadores urbanos, restauradores e historiadores (1999).
Disponível em: http://cipa.icomos.org/fileadmin/template/doc/olinda/99c307.pdf

BRITO, J. L. N. e S.; COELHO FILHO, L. C. T. Fotogrametria Digital. Rio de


Janeiro: EdUERJ, 2007.

CARNEIRO, Gustavo Fluminense; DEVAUX, Marielle; CARNEIRO, Natália


Curado. Georreferenciamento tridimensional direto para monitoramento e controle
de obras a partir de imagens de câmara não métrica embarcada em plataforma
aerotransportada. Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2009.

COELHO FILHO, Luís Carlos Teixeira; BRITO, Jorge Luís Nunes e Silva.
Fotogrametria Digital. Rio de Janeiro: Editora da Universidade do Rio de Janeiro,
2007.

FAGUNDES, M. P.; TAVARES, P. E. de M. Fotogrametria. In: CONGRESSO


BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, 15., 1991, São Paulo. Anais... São Paulo,
1991.

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FERNANDES, F. S. Aplicação de Fotogrametria Terrestre Digital na Análise de


Descontinuidade em Maciços Rochosos: Exame Comparativo com Técnicas
Tradicionais. São Paulo, Brasil: Universidade de São Paulo, Instituto de
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FLORENZANO, T. G. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo:


Oficina de Textos, 2002.

HASEGAWA, J. K. Restituição Fotogramétrica (Analítica e Digital): Teoria das


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