Os cantores do Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo expressam insatisfação com a proposta de pagamento de apenas R$200 por récita para o espetáculo "O que é, o que é, o que é?". Eles argumentam que este valor é irrisório para profissionais qualificados e pedem uma reunião urgente com o diretor artístico para negociar um pagamento justo.
Os cantores do Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo expressam insatisfação com a proposta de pagamento de apenas R$200 por récita para o espetáculo "O que é, o que é, o que é?". Eles argumentam que este valor é irrisório para profissionais qualificados e pedem uma reunião urgente com o diretor artístico para negociar um pagamento justo.
Os cantores do Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo expressam insatisfação com a proposta de pagamento de apenas R$200 por récita para o espetáculo "O que é, o que é, o que é?". Eles argumentam que este valor é irrisório para profissionais qualificados e pedem uma reunião urgente com o diretor artístico para negociar um pagamento justo.
Ao Diretor Artístico do Theatro municipal de São Paulo, Sr. Hugo Possolo.
CARTA DOS CANTORES DO OPERA STUDIO
Nós cantores do Opera Studio do TMSP manifestamos, por meio desse documento, nossa insatisfação diante da proposta de ajuda de custo recebida para participar do espetáculo “O que é, o que é, o que é?”, que consiste de R$200,00 por cada uma das quatro récitas previstas para os dias 10, 11 e 12 de outubro de 2019. Há muitos e determinantes fatores que endossam essa posição, resumidamente expostos abaixo. 1. O valor oferecido é extremamente baixo para os serviços de um(a) cantor(a) profissional. Como exemplo comparativo, empresas de músicos para cerimônias de casamentos e eventos oferecem um valor nessa faixa, em circunstâncias que sequer de longe se igualam à responsabilidade e exposição de se apresentar no palco do TMSP, e carregando o nome do TMSP. Reconhecemos a boa-fé da direção do TMSP ao ter dobrado a proposta inicial de R$100,00, mas é fato que o valor ainda é irrisório. 2. A participação do Opera Studio pode ser considerada pequena em termos de duração, mas é justamente a competência técnica e artística destes profissionais que possibilitou, dentro de tão pouco tempo, preparar os números cênico-musicais que foram propostos. Competência que não é própria de aprendizes em formação, mas de profissionais especializados na linguagem operística. 3. A natureza do trabalho do Opera Studio é de especialização de profissionais, e não de formação. Os cantores do Opera Studio não são estudantes a quem se oferece uma ajuda de custo para sua participação em um espetáculo, mas profissionais aos quais deve ser oferecida uma proposta de remuneração à altura de sua expertise. 4. O Opera Studio apresenta-se sem remuneração em espetáculos que fazem parte da estrutura do curso, o que não é o caso da presente produção. Sendo um espetáculo alheio ao curso, os cantores do Opera Studio devem ser remunerados, como se remuneraria qualquer outro profissional que viesse a assumir, por convite ou audição, as funções designadas. 5. Para se ter uma base de comparação, no ano de 2018, os cantores do Opera Studio participaram do espetáculo “Estação Villa-Lobos” recebendo R$500,00 por récita cada um (um valor que já era baixo para um profissional). Uma manutenção desse valor já significaria uma perda real em parâmetros de remuneração, devido ao processo inflacionário. A queda desse valor em mais de 50% é um enorme retrocesso, e uma injustiça aos cantores. 6. Por boa-fé e proatividade, os cantores do Opera Studio vem ensaiando mesmo sem que houvesse nenhuma proposta formal de participação e remuneração, e sem acordo firmado em contrato, como é de praxe em qualquer produção artística profissional. É extremamente delicado que apenas em 2 de Outubro, a praticamente uma semana para a estreia, recebamos um proposta de contratação a troca de uma “ajuda de custo” (e não um pagamento propriamente dito) tão baixa, até mesmo para uma ajuda de custo. 7. Ainda em consideração a valores, vários cantores do Opera Studio abriram mão de outras propostas de trabalho, ou cancelaram outros compromissos profissionais, para poder estar nos ensaios e récitas do presente espetáculo, contando com uma remuneração, não alta e nem média, mas minimamente coerente com a demanda artística e profissional desse espetáculo. Diante do oferecido, esses cantores teriam prejuízo considerável em suas finanças pessoais. Em contra proposta ao oferecido, sugerimos alternativas: 1. O pagamento mínimo de R$500,00 por récita para cada cantor(a), tomando por base o cachê oferecido em 2018 no espetáculo “Estação Villa-Lobos”; Ou 2. A participação, não dos onze cantores escalados previamente, mas de apenas quatro, mantendo mais ou menos a mesma estrutura musical e cênica que vem sendo ensaiada. Estes quatro cantores seriam escalados pelo maestro responsável pelo Opera Studio, e dividiriam entre si o montante que se destinaria a pagar os onze. Assim, cada cantor receberia R$2200,00, o que consideramos um valor adequado à responsabilidade, nível de exposição e demanda técnica e artística para este espetáculo, dentro dos patamares do TMSP, e com o curto tempo de preparação oferecido. Enfatizamos ainda, por fim, que: 1. este documento expressa unicamente o posicionamento dos cantores(as) do Opera Studio, e não contou com qualquer envolvimento do quadro de professores do grupo; 2. Colocamo-nos abertos a negociar diretamente com a direção do TMSP, na figura do diretor artístico Sr. Hugo Possolo, em caráter urgentíssimo, buscando entendimento boa e sequência de ensaios e récitas. Pelo imediatismo da situação, é necessária uma reunião com o o Sr. diretor em pessoa, com os cantores, no prédio da EMMSP. 3. Caso não haja disposição do TMSP em negociar os termos de contratação, em face do que foi relatado no presente documento, nós cantores do Opera Studio declinamos o convite a participar do espetáculo. É, no entanto, da nossa vontade, permanecer nessa produção, e chegar a um entendimento em termos justos. 4. Na data de hoje, 3 de outubro, participaremos ainda do ensaio agendado para Às 17h30 na Área de Convivência da Praça das Artes. Porém, a partir deste, nossa presença está suspensa até que a reunião reivindicada aconteça. Sem mais, assinam este documento os cantores e cantoras do Opera Studio do TMSP.